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História NY Vampires - O invitado retorna


Escrita por: BluePopCorn

Capítulo 7 - O invitado retorna


Os portões do salão de reuniões foram abertos. Os líderes foram convocados.

Caos sentava em um lustroso assento de couro vermelho bordado em ouro. Ele tinha um olhar impassível virado para a pequena multidão que foi convocada à sua frente. Marceline sentou em um assento como o dele, passando a mão no vestido de seda preto antes de sentar. Um assento vago pairava a seu lado. Ela podia enxergar Mason dentre a multidão, um pouco apreensiva. É claro que ele estaria lá.

Os murmúrios eram altos e longos, Caos a observou chegar e tinha finalmente levantado-se. Ele ergueu uma das mãos e os murmúrios cessaram. O líder sorriu, virando a cabeça para Marceline e com um aceno ela também se levantou. Imediatamente os murmúrios voltaram. Alguns vampiros corajosos gritavam raivosos pela demora da esperada conquista. Caos lançou-lhes um olhar significativo, sem sorrir desta vez e então o salão silenciou-se. O crepitar das tochas grudadas às paredes de rocha escura era o único som do local, exceto pelos passos de Caos que acenava para Marceline.

— Está vendo? — Ele falou, suas palavras ecoando no lugar lentamente — Seus súditos estão esperando a tão falada conquista do cristal.

Sua apreensão transformou-se em raiva.

— Estou bastante certo que você compreende a importância dessa aquisição para nós, não compreende? — Ele perguntou-a e Marceline acenou com a cabeça. — o futuro da linhagem deste clã depende disso. — Então levantou as duas mãos na altura do abdômen, como que estivesse-lhe apresentando o povo, e a multidão rapidamente retomou os murmúrios. Ele sentou-se novamente, e acenou para ela, dando-lhe a vez.

Marceline deu dois passos a frente, e gritou por cima dos murmúrios.

— Vocês esperaram mil anos! — talvez não fosse a coisa mais certa a se dizer, mas ela prosseguiu — Podem esperar mais uns dias!

Dias? — Caos tornou-se a falar retomando a atenção de todos, então ele anunciou em alta voz, como se estivesse lendo as falas de um roteiro — Marceline, sua rainha, avisa que em dias o cristal será recuperado e os planos finalmente serão finalizados!

A multidão jorrou em acenos de concordância e gritos vitoriosos. Caos sorriu para ela, um sorriso venenoso. Não era isso o que eu queria, pensou, mordendo o lábio.

Tinha momentos como este, em que desejava ter seu irmão novamente ao seu lado, mais do que nunca. Mas ela sabia que este era um desejo que não poderia realizar, ele havia morrido. Ninguém sabia como. Havia rumores de que ele havia partido para encontrar alguém na grande guerra dos licantropos, mas nunca havia voltado. A imagem de Mason empurrou seu devaneio pra longe, ele estava a observando, uma apreensão nova em seus olhos amarelos.

***

Marshall acordou com as batidas da janela, ele tinha decidido dormir para se recuperar do cansaço e poder se concentrar melhor no que precisava, mas as batidas o deixaram alerta. Seus olhos dilataram na escuridão do quarto e ele caminhou até a tênue luz da janela. Um vulto passou pelo vidro. Ele se aproximou. Olhando-a, ele pode ver a enorme lua que surgia no horizonte e o brilhante contorno da cidade, quando algo apareceu em sua frente: alguém. Ele tinha um corte na testa e faltava-lhe uma orelha, sua pele quase transparente estava caindo aos pedações e agora sua mandíbula não possuía carne, apenas o esqueleto da traqueia e laringe. Ele respirou pesadamente, borrando o vidro da janela e bateu os dedos ossudos no vidro mais uma vez.

Marshall levantou a vidraça, com um curto barulho de raspar.

— Conseguiu o que queria? — Marshall perguntou e seus olhos - quase órbitas vazias, voltaram-se para ele. Marshall notou que ele apontava para um ponto peculiar, embora seus olhos estivessem fixos em seu rosto. Ele olhou na direção onde os dedos ossudos apontavam. Marshall franziu a testa — Minha mão? O que há de errado com... — Ele balançou a cabeça — O anel. Claro.

O defunto concordou. Virando-se, para ir embora.

— Mas espere — Marshall chamou, embora ele não estivesse virando — o que há de errado com meu anel?

Então ele desapareceu, transformando-se em pó.

Um pedido.

Um pedido e nada mais, os mortos concediam-lhe um pedido e então eram levados pelo vento, de volta ao seu descanso eterno. Não importa o quão esclarecedor seja, Marshall pensou, bufando.

***

Marshall atravessou a multidão de pessoas, empurrando e xingando por baixo da respiração, até que ele viu Fionna. Ele se aproximou, mas ela ainda não o tinha visto. Ele se dirigiu até a sua amiga, que estava ao seu lado.

— Pode nos dar um minuto? — ele falou.

Marshall? — Fionna perguntou, um tanto surpresa.

Beatrice enrugou a testa com uma expressão mortífera no rosto, levantando uma sobrancelha. Ela ajustou seus óculos.

— E o que você quer? Não vê que estou em uma discussão importante?

Era verdade. Beatrice estava discutindo se o Godzilla poderia matar o King Kong com apenas um peteleco. Fionna estava discordando.

Marshall coçou a cabeça. Não podia sair contando o que queria falar. Era idiotice, ou ao menos soaria como.

— Beatrice... — Fionna sussurrou e a amiga lhe encarou, estupefata.

— Está bem. Vou estar na quadra de tênis se precisar.

E então se foi dentre a multidão.

— O que foi então? — ela perguntou, mudando o olhar para Marshall que continuou calado. Ela estava impaciente — O que você queria falar?

— Fionna, preste atenção... — ele começou, lentamente, segurando seus dois braços e ela olhou em seus olhos negros, profundos e que agora, com a luz do Sol, Fionna percebeu, mantinham um vago brilho vermelho — Eu preciso que você me diga exatamente o que viu naquele dia. Na sala de história.

Ela enrugou a testa. Algumas pessoas observavam a cena curiosos.

— Por que está me perguntando isso?

Ele olhou-a, um pouco apreensivo.

— É importante.

— Escute, você consegue entender o quão esquisito isso parece?

Ele pareceu pensar um pouco.

— Não realmente — ele fez uma careta como se tivesse percebido isso agora. Então ele disse algo. Algo que provavelmente nunca tinha dito — Por favor...

Ela soltou um suspiro pesado, tentando lembrar o que havia visto. Mas as memórias eram tão distantes... elas pareciam querer escapar de sua mente, derramando-se como água em um recipiente furado. Fionna lembrou de duas cabeças masculinas – uma com cachos louros e outra com sedosos cabelos castanhos. Ela pôs uma mecha de cabelo louro atrás da orelha e pousou seus olhos azuis nele, um pouco insatisfeita de poder lembrar tão pouco.— Eu lembro de dois garotos, um loiro e outro moreno — ela apertou os olhos — eles estavam... procurando alguma coisa... Por que isso é importante?

— Por... Nada — Marshall falou, então abriu um sorrisinho — Obrigado.

— Tem algo que não está me dizendo, não é? Por quê? Eu te disse o que vi.

Ele estudou-a. Não queria comprometê-la mais ainda. Marshall comprimiu os lábios.

— Você provavelmente vai saber depois. — ela ficou extremamente insatisfeita e curiosa com a resposta. Ele deu um meio sorriso, pensando:

Se não iria mantê-la longe, porque não mantê-la perto?

Ele fez uma pausa.

— Que tal eu te levar a um lugar sábado à noite?

Ela franziu a testa. Como ele sabia? Gumball não deve ter espalhado a notícia e muito menos Beatrice.

Por algum motivo distinto, ela se viu concordando. Ao menos esta era uma Chance de ela conseguir uma explicação melhor.

***

— O que você acha de eu, você e Beatrice sairmos pra algum lugar divertido na noite de sábado? — Gumball perguntou, estacionando o carro na casa de Fionna.

Ela imediatamente sentiu arrependimento por ter aceitado o convite de Marshall.

— Não sei. — ela respondeu enquanto Gumball descia e fazia o contorno do carro até chegar a sua janela, abrindo a porta.

Ele franziu ligeiramente a testa.

— E por que não?

Fionna desceu do carro, num encolher de ombros.

— Eu meio que arranjei um compromisso nesse dia.

Ele pareceu surpreso.

— Compromisso? Com o quê? — perguntou — Fionna, é seu aniversário — ele pareceu um pouco cansado — É tipo, uma obrigação passa-lo com os amigos.

Ela fez uma pausa. Talvez isso fosse verdade.

— Você está certo... Mas não sei se vou poder desmanchar esse compromisso.

— E porque não? — ele perguntou, fitando-a.

Ela procurou a chave da entrada e girou a maçaneta. Fionna entrou na casa, seguida por Gumball.

Fionna — Gumball disse, inquieto, temendo algo, enquanto ela depositava sua mochila no sofá — Com quem exatamente é esse compromisso?

Hum? — Ela perguntou, olhando por cima do ombro, indo para cozinha. Ele levantou uma sobrancelha e ela soltou o ar pesadamente antes de dizer quase em um sussurro — Marshall.

Ela não esperava que ele desse pulinhos de alegria com a novidade. Não, isso seria horrível. Mas ao invés disso, ele pareceu ligeiramente ferido. E isso era mil vezes pior. 



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