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História NY Vampires - Confusões


Escrita por: BluePopCorn

Notas do Autor


Oiie, genteee. Desculpem a demora, mas tá aqui mais um capítulo prontinho :3
Boa leitura!

Capítulo 9 - Confusões


Marshall estava pensado em um turbilhão de coisas no momento, ele teve o devaneio de que, por quando mais tempo falasse, por mais tempo poderia pensar.

— O quê você quer? — Ele perguntou.

Eu? — a garota disse vagarosamente — Particularmente nada de mais, mas nós, queremos a revolução. E pra isso precisamos do cristal. — concluiu.

Marshall localizou subitamente uma janela por trás deles, ele, porém, não viu a expressão confusa que flutuava sobre o rosto de Fionna.

— Cristal? — ele perguntou, genuinamente confuso — O que, diabos, isso tem a ver comigo?

— Não finja que você não sabe — ela disse firme, embora um traço de seu rosto tenha vacilado. — Você é o portador do cristal, afinal. Não é? — Ele recuou e ela deu um passo à frente.

Portador do cristal?

— Eu não tenho a mínima ideia do que você está falando, mas pegou o cara errado — protestou, seu tom ligeiramente irritado.

Que diabos eles estavam falando?

Fionna ouvia a conversa com a garganta trincada, sem entender um resquício sequer. Seu estômago embrulhou.

— Sem joguinhos — a garota recomeçou — se você realmente está preocupado com alguma coisa, por que não nos entrega a joia? Será muito mais fácil...

O garoto soltou o ar.

— Porque. Eu. Não sei. De. Joia. Nenhuma. — Marshall cerrou os dentes, aborrecido — Eu te garanto, se eu soubesse de algo te entregaria agora mesmo, mas... — ele se deteve assim que um vislumbre de raiva cruzou seu olhar, então resolveu por seu plano maluco-improvisado em prática.

Ela deu mais um passo à frente e ele recuou para a borda da janela. A garota pareceu entender o que Marshall pretendia fazer, mas parecia arquear uma sobrancelha para o caso.

Fionna encarava os dois com um misto de choque e confusão, ela olhou para os olhos deles, e viu que eles eram apenas círculos pretos. Os da garota estavam inumanamente dilatados, quase sem parte branca, e os de Marshall pareciam querer fazer o mesmo, embora possuíssem um brilho vermelho atormentador. Ele olhou para Fionna. Uma imagem claramente nítida: uma bagunça de fios negros para o cabelo, pele branca e olhos escuros; mas então o que se seguiu foi um rápido borrão de luzes.

Primeiro, Fionna achou que Marshall a havia segurado, mas nada poderia se mover com aquela velocidade, então depois ela pôde distinguir apenas um lampejo de cores confusas e ouviu o som de vidro rachar, como se a realidade tivesse quebrado. Um segundo depois estavam no lado de fora da casa, ela estava sentada na grama, e Marshall ao seu lado.

— Está ficando tarde — ele comentou, como se nada tivesse acontecido e eles estivessem ali desde sempre. — É melhor voltarmos.

Fionna o encarava perplexa, eles não estavam ali todo esse tempo, estavam?... O que tinha acontecido? Ela se viu de pé, levantando um braço para disferir-lhe um tapão no rosto. Mas uma pontada latejante de dor atingiu seu braço, ela olhou para o local e viu que um ponto rubro espalhava uma listra de fluído avermelhado em sua pele.

Marshall franziu o rosto para o ferimento. Fionna ignorou-o e resolveu olhar de volta para a casa de pedra, mas ela não estava lá. Eles estavam caminhando numa rua movimentada infestada com o som do trânsito.

— Ei, onde você arranjou isso? — Ele indicou o machucado. Marshall estava recorrendo a uma ultima tentativa de manter as coisas do jeito que estavam, ele planejava burlar as regras de realidade do cérebro humano, deixando-o tão confuso, que a única saída era aceitar a primeira coisa que fizesse o mínimo de sentido. Ele estava apelando.

 Fionna não sabia de que, mas havia sido o suficiente, ela sabia que algo havia acontecido antes, e que estava acontecendo algo mais estranho ainda. Fionna ignorou a dor, fechando os dedos em punho e socou seu ombro, mesmo não sabendo realmente o motivo. — Ai. — ele levou a mão ao local. Marshall parecia querer falar algo, mas então, algo o empurrou para trás como se ele não possuísse peso.

Ele se chocou contra o metal frio reluzente de uma caixa de lixo com um estrondo. Seu ombro latejou e o ar foi obrigado a sair de seus pulmões – não que isso fizesse diferença alguma para ele. Algo se propagava sobre ele empurrando-o até amassar a caixa. Ele sentiu cheio de comida podre, e dedos se apertaram contra seu pescoço. Quando abriu os olhos, cachos castanhos manchavam sua vista e Marshall encontrou claros olhos cor de âmbar. A garota se pronunciou vagarosamente, aproveitando a tortura do aperto em sua garganta.

— Escuta. Todos nós estamos cansados desse vai-e-vem, não estamos? — Um sorriso formou-se no canto de sua boca. Marshall grunhiu — Ótimo, vou direto ao assunto. Este é o seu último aviso, Vampiro...

A garota estremeceu, ela virou a cabeça em um sibilo irritado e Marshall sentiu o aperto afrouxar, tirando proveito da situação e empurrando-a o mais forte que conseguiu.

Ele finalmente pôde ver o que a tinha feito hesitar: Fionna mantinha os punhos cerrados ao lado do corpo, ela trazia uma expressão chocada que logo endureceu com uma pontada de irritação. Ela havia acabado de arremessar algo - um lasca de pedra -, na cabeça da garota.

Assim que Marshall olhou para o local onde a vampira estivera, viu que era só um rastro de folhas amareladas sendo varridas pelo vento. A garota havia desaparecido. Ele arfou, sabendo que partir de agora, o ‘joguinho’, como ela havia chamado, tinha acabado.

Depois de tudo, ele gostaria de saber sua definição de surpresa. Marshall virou-se dando de cara com uma figura pequena, sentada num banco branco da rua. Fionna não exigia explicações, ela apenas observava duramente o prédio da frente, analisando o rastro dos carros.

— Fionna...

Não — ela interrompeu, decidida. Mas, o que antes havia sido uma máscara de coragem, agora beirava ao desespero, procurando agarrar-se à qualquer coisa que fizesse lógica para ela — Isso é um pesadelo, não é? — a expressão dela clareou, como se tivesse entendido tudo.

Marshall comprimiu os lábios.

— Não, porque isso tem que ser...

Fionna...

A garota calou-se.

— Então me explique — disse, após um tempo, segurando lágrimas desesperadas. Sua mente estava quente e tão confusa que parecia querer encolher-se até implodir — o quê está acontecendo?

Ela não tinha certeza de que desejava saber a resposta, tinha desejando-a com tanta intensidade no dia anterior, mas agora ela apenas queria voltar para casa, voltar ao normal, esquecer as anormalidades... Ao invés disso, quando Marshall perguntou-a se era o que queria, Fionna viu-se concordando com a cabeça.

Marshall contou-a, dando pequenas informações de tudo, até um ponto que ele não sabia se ela aguentaria ouvir mais. Ele não tinha custado à contar-lhe sobre a existência de vampiros – ela já tinha visto com seus próprios olhos, e isso tinha sido até fácil. Ele contou-lhe sobre os garotos da escola.

— O quê? Você está brincando comigo, não está?

Ele balançou a cabeça pela centésima vez.

Entretanto, Marshall guardou a pior parte pro final.

— Como você sabe de tudo isso? — a mente de Fionna borbulhava com as novas informações, ela perguntou-se se era louca por acreditar naquilo. Mas havia visto com seus próprios olhos... não estava disposta a perder nenhum detalhe, e esta era a pergunta que sua mente exigia saber a resposta: se a fonte era confiável.

— Informação demais — Marshall disse, esmagando suas esperanças. — por hoje.

Fionna estava atormentada, as imagens do encontro com a vampira assombravam sua cabeça e ela empurrava-as constantemente. Ela pensou na marca na clavícula de Marshall, seus olhos instintivamente moveram-se ao local. Ela desviou o olhar e empurrou o pensamento mais uma vez não querendo refletir sobre isso. Mas lá estava ela, a marca de dois pontos cicatrizados de duas presas. Isso significava que...?

Ela estremeceu.

— Acho... acho que é melhor eu... — ela balançou a cabeça. Fionna só queria voltar para casa, tomar um longo gole de chocolate quente, envolver-se em cobertores quentinhos e adormecer no colchão fofo...

 Não.

Ela não queria isso realmente. Ela devia querer, devia tentar se afastar ao máximo do garoto pálido ao seu lado e seguir em frente, como uma pessoa normal. Não, Fionna não desejava isso, porém o que podia fazer? Seu corpo estava enérgico e transbordava cargas regulares de energia, sua mente pesada e cheia dissipou-se, a sensação de cansaço deixou seu corpo e ela se viu impulsionando-se nos calcanhares à ficar de pé.

— Eu vou voltar pra casa.

— Você não pode.

— Eu não sei se consigo... se consigo... espere um pouco, o quê?

Marshall tinha as mãos nos bolsos. Ele mantinha um olhar pesaroso que a fez querer encolher-se em um canto e chorar - ele a olhava com arrependimento.

Ele tinha ficado tão incomodado assim em me contar?

— Você não pode.

— Como assim eu não posso?— Fionna perguntou. Até onde sabia, não tinha nada de interessante para se preocupar, não era ao menos importante.

— Por que eles sabem de você, acha que eles não iriam correr atrás de ninguém que tivesse se relacionado comigo? — Assim que terminou de falar, ele se arrependeu.

— Com você? — Ela franziu as sobrancelhas, Fionna perguntou com a voz falha — Marshall... Porque eles estão atrás de você?

No que ela havia se metido? Quem era esse cara? Ela se perguntou se o conhecia realmente. Ela finalmente tinha começado a achar que sim, e então...

 O que ele havia feito pra ganhar um bando de sanguessugas à sua volta?

Marshall encolheu os ombros e apenas disse.

— Eu não sei... — ele abaixou a cabeça, frustrado consigo mesmo. Sua boca curvou-se à um ângulo estranho — Eu não sei.

Droga. Onde ele se meteu? Mas Marshall não havia se metido em nada, as coisas eram assim, seu pai era assim, sua família e linhagem assim, ele merecia isso, mas Fionna... Ela nem mesmo precisava estar lá. Ele não podia nem mesmo encará-la sem ter a culpa lhe afundando, mantendo um peso sobre ele constantemente como se dissesse, Ei, eu ainda estou aqui e vou te fazer querer morrer, espero que esteja tudo bem pra você.

Por que ele se sentia culpado, pra começo de conversa? Ele havia prometido que não criaria laços emotivos com Fionna desde o início, mas aqui estava ele, sentindo-se culpado por seu egoísmo.

Agora ele não tinha opções.

***

Fionna se viu rumo à casa de Marshall, ela pensou se era normal: Ir à casa de um garoto que você não aparenta conhecer tão bem... Mas as circunstâncias pediam, não é?

Talvez ela não estivesse indo apenas pelas circunstâncias, Fionna queria se manter perto. Se em alguma vez sua mente gritou para manter-se longe de Marshall, ela agora implorava para manter-se perto, mesmo não sabendo o motivo. Ainda assim, ela estranhou o quão rápido as coisas fluíram. Sentia que devia falar alguma coisa, embora não quisesse.

Eles entraram na casa sem dizer uma palavra. Marshall parecia tão imerso em pensamentos que ela apenas não queria incomodar. Ela olhou a sala tentando conter um arfar surpreso - ela era enorme.

A mobília – mesinha central, prateleira e estantes – era toda feita de madeira rústica com elaborados detalhes esculpidos, exceto pelo sofá. A sala não possuía muitos móveis e a impressão que dava era de ser maior ainda. Eles subiram a larga escada de mármore negro rumo à... Bem, ela não sabia onde.

Eles chegaram a um corredor que dava a uma porta de madeira marrom.

— Você pode dormir aí, se quiser. — Marshall disse. — Se precisar se roupas pode pegar o que desejar aí dentro.

Ela olhou para ele e assentiu devagar. Ele sorriu de canto.

— Este é o quarto de hóspedes — Marshall adicionou — Se precisar de mim, estou lá embaixo.

Fionna assentiu e adentrou o cômodo.

O quarto não era tão espaçoso quanto a sala, mas grande o suficiente – uma larga cama fofa coberta por uma manta fina lilás pairava no canto esquerdo do quarto. Ao lado, no criado-mudo havia um pedaço de fita branca solta e no canto direito do quarto, um grande gaveteiro com um espelho redondo virado de costas. As paredes eram brancas e as pinturas estavam começando a se desgastar – talvez ele não recebesse muitos hóspedes afinal. Uma onda de cansaço atingiu-a. De repente, ela percebeu seu estado: suas pernas pesavam como chumbo grosso e derretido, ela mantinha um forte latejar no canto direito da cabeça; um canto peculiar de um arranhão em sua bochecha ardia e o pequenino machucado no braço estava vermelho e dolorido. Contudo seu corpo estava tão sujo que mesmo com todo o cansaço, ela se obrigou a entrar na suíte para tomar uma ducha. Fionna lavou os ferimentos e eles arderam; surgiram outros que ela nem mesmo sabia que estavam lá.

Fionna abriu uma das gavetas e separou uma muda de roupas femininas. Ela achou uma caixinha com curativos na cômoda e aplicou em si mesma para que o pouco sangue que tinha não manchasse a camisa. Se perguntou porque Marshall não estava assim como ela, ela não tinha visto nem mesmo um rastro de sangue sobre ele.

Mas quando se deitou na colchão, todos os pensamentos se foram, sua mente se esvaziou e ela logo adormeceu.

***

Marshall estava tentando ser o mais delicado possível, ele tinha descoberto recentemente, que não era a pessoa mais indicada a lidar com choques. Ele podia sentir o exalar de Fionna lá de cima, leve e profundo...

Ele forçou-se a sair de seu torpor.

Marshall estava exausto, a noite havia sido longa e ele não planejava que fosse tão... receptiva assim. Ele pensou em sair pra comer, mas não podia simplesmente deixar Fionna lá e sair. Embora ele também não pudesse ficar de braços cruzados e fingir que nada estava acontecendo. Marshall foi até a grande estante da sala e provavelmente passou toda a madrugada imerso em livros, enciclopédias e tudo o que pudesse lhe dar vantagem sobre o que estava acontecendo.


Notas Finais


Tipo, eu devia ter revisado o cap mais vezes, mas então e vi que tinha seis dias que não postava *0* Pois é! 6 Dias! Mas esse foi realmente o capítulo mais difícil de escrever.
Espero que tenha ficado bom, e a altura dos leitores! :3

Queria saber o que acharam.. :))
Bjnhos!


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