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História Nyctophilia - Rosas Azuis


Escrita por: LolaFly

Notas do Autor


ALO ALO
Brotei

Não tenho muito a falar, como sempre
Boa Leitura :3

Capítulo 4 - Rosas Azuis


Fanfic / Fanfiction Nyctophilia - Rosas Azuis

 

Capitulo 4 - Rosas Azuis 

 

- Não vai sair para beber a essa hora, não é?

Kihyun riu alto e debochado com a pergunta dela. Era tão obvio e rotineiro o que ia fazer, então por que ela ainda tentava acreditar que ele não o faria?

- Claro que irei. Não me espere acordado, provavelmente nem voltarei para casa.

A mulher crispou os lábios e tentou não perder a paciência, ter uma discussão com o outro naquela altura só lhe traria ainda mais dor de cabeça. Ela estava cansada, mas se recusava a abandona-lo por mais que várias pessoas já tivessem lhe aconselhado a se afastar do garoto. Kihyun já era sozinho demais, ela não iria desampara-lo.

- Por favor, não faça isso. – Tentou inutilmente conversar com o outro, mas nesse ponto o jovem de fios rosados já estava saindo de casa arrumando sua jaqueta para aguentar o frio da noite. – Kihyun...

- Não venha atrás de mim.

Infelizmente, ela não lhe escutou. Se ela tivesse escutado Kihyun naquela noite, provavelmente ainda estaria viva, mas não foi o que aconteceu.

 

 

 

 

 

 

 

Eram incontáveis os livros naquelas longas prateleiras que chegavam até o teto, ocupando o grande espaçoso salão decorado de modo medieval, sendo que a única área não ocupada por prateleiras era o centro deste onde ficava duas poltronas de estofado vermelho e uma mesinha de centro.

Era uma bonita biblioteca, a mais bonita que Kihyun havia visto.

Não que ele fosse o tipo de pessoa que frequentasse e conhecesse incontáveis bibliotecas. Se tivesse visitado mais de três em toda sua vida, seria uma afirmação cheia de extrapolo. Quando mais jovem, preferia passar seu tempo ao ar livre, brincando com seus outros colegas ou em alguma área que pudesse desenhar algo fantasiado ou até mesmo realista, usando e abusando de sua característica especial. Porém, a medida que envelheceu, já adolescente trocou as brincadeiras e lápis de cores por um cigarro e uma garrafa ou outra contendo bebida alcoólica.

Quando havia se tornado um punk? Nem mesmo ele sabia, mas foi jovem demais.

De toda maneira, não era o maior fã de bibliotecas. Mas agora que vivia tempo o suficiente naquela mansão que nem ao menos sabia onde ficava a saída, seu único divertimento e obrigação se tornou a ler palavras nas folhas amareladas e claramente antigas contidas nos livros nunca antes vistos.

 Hyungwon em um dia apareceu em seu quarto e disse que seu Mestre havia permitido Kihyun ir à biblioteca, para que não ficasse entediado demais. Kihyun seguiu o – aparentemente – empregado, afinal, não tinha nada para fazer. Ficou impressionado com a quantidade de literatura que havia na coleção de Changkyun, pensou no tempo que o mesmo havia demorado para juntar tantos livros e no dinheiro gasto naquela construção. Claro que não encontrou nenhuma resposta lógica, no entanto, o que era lógico naquela casa?

E, por dias seguidos, Kihyun se ocupou com livros e mais livros. Não era o maior leitor de todos, entretanto, tinha que descobrir. Tinha que saber quem era, ou melhor, o que era Changkyun.

“Não sou um demônio, sou quase isso.”

Changkyun lhe deixou bem claro que não era um ser humano normal. Kihyun não se esqueceu – jamais conseguiria mesmo se tentasse – de seu primeiro contato com o dono da mansão, as marcas em seu corpo não deixariam que ele deixasse o acontecimento passar em vão.

Os dentes afiados haviam corrompido sua pele e o seu sangue banhou o paladar de Changkyun. Os dedos frios do mesmo haviam lhe tocado e os olhos escuros tinham visto Kihyun de maneiras que outros jamais tinham vistos, não de maneira tão límpida e intensa.

Changkyun, de fato, não era um humano.

“Vampiros não fodem.”

Todas as evidencias apontavam para a natureza sobrenatural de Changkyun, uma natureza descrita nos contos humanos como o maldito demônio sugador de sangue da noite, um morto que se recusará a morrer. Entretanto, Changkyun negou a tese, então o que ele era?

Kihyun não sabia, mas queria descobrir. Queria descobrir quem e o que era Changkyun, queria saber sobre a história de sacrifício, queria saber o que significava tudo aquilo e queria principalmente saber se havia possibilidade de ele sair daquela mansão.

Por isso leu. Pesquisou nos livros que estavam a sua disposição em busca de respostas, afinal, as literaturas eram antigas o suficiente para ter um conhecimento que em situações normais seriam dificilmente adquiridas.

Kihyun notou também que a maioria das obras naquela biblioteca particular eram exclusivamente de literatura gótica, relatando romances trágicos e dramas sombrios. Carregavam um peso sentimental enormes que nem mesmo o jovem de fios rosados entendia. Parecia que as histórias contadas haviam sido mais intensas do que aparentava, pareciam reais.

Mas elas não lhe deram respostas. Não conseguiam dar nem ao menos uma pista do mistério que rondava a mansão, então Kihyun resolveu perguntar diretamente para uma pessoa que era tão misteriosa quanto o dono da mansão.

Hyungwon sempre o acompanhava no caminho do quarto para a biblioteca, sendo que quando chegava na mesma, o homem alto ficava em pé em algum canto ou se sentava, por vezes lendo algum livro e outras somente observando o jovem de fios rosados.

Hyungwon estava o vigiando, Kihyun sabia.

- Chae... – Chamou baixo e acanhado. O silencio se fazia tão intenso em sua rotina diária que Kihyun já se acostumara, tendo até mesmo receio em corta-lo com alguma palavra ou som desnecessário.

O maior o olhou imediatamente, interrompendo sua leitura e fechando o livro no mesmo momento. – Sim?

Kihyun se sentiu estranho, como se uma parte em seu interno gritasse para calar a boca e voltasse a ler, porém, sua parte curiosa não o deixaria dormir de tanta frustação por não encontrar respostas.

– Posso te fazer uma pergunta? – O outro assentiu leve. – O que é um sacrifício?

- Sacrifício é a doação de algo valioso em troca de algo mais valioso ainda.

Kihyun engoliu seco, tomando coragem para falar novamente. – É verdade que eu sou um sacrifício? – Novamente Hyungwon assentiu. – Quem me ofereceu como sacrifico e o que ganharam em troca?

Hyungwon correu seus olhos pelo salão de modo rápido, como se conferisse se tinha alguém a mais no ambiente, porém foi rápido o suficiente para que Kihyun não notasse sua ação. Sentidos humanos eram lentos demais.

- Senhor Yoo, eu irei lhe falar, mas isso é um assunto sensível então quero que você tenha postura para falar sobre. Pense em suas palavras antes de deixa-las sair por sua boca. – Kihyun aquiesceu. – Bom, durante um período de tempo, a vila oferece um jovem ou uma mulher como oferenda para viver nessa casa. Em troca, eles ganham suas próprias vidas. Eles temem, meu Senhor, temem o que ele é capaz de fazer. O sacrifício é feito para garantir a vida da maioria. É melhor assassinar um do que matar vários.

Kihyun ficou estático com a explicação que escutará. Eles haviam o mandado para a morte.

- Como eles podem fazer isso?! Não tem sentido escolher um para morrer e o mandar para o inferno! – Kihyun aumentou seu tom de voz, quase chegando ao ponto de gritar, recebendo um olhar duro de Hyungwon. – Isso é ridículo!

- Eu falei para pensar no que fala, Senhor Yoo. Esse é um assunto delicado.

Kihyun queria xingar. Queria mandar Hyungwon para a puta que pariu com aquela história de assunto delicado porque era revoltante a forma como havia sido enganado e enviado como sacrifício por sua própria prima. Estava pagando por seus pecados, não?

De toda maneira, aquilo não era o suficiente para saciar a curiosidade de Kihyun. – Hyungwon, o que te faz trabalhar aqui?

O maior riu, sarcástico e maldoso. Kihyun nunca tinha o visto daquela forma.

- Não tenho para onde ir.

- Quantos anos tem? – Kihyun questionou, recebendo em troca um olhar silencioso do Chae. – Estou sendo incomodo?

- Na verdade, está sim.

Aquilo já era aviso o suficiente para que o jovem de fios rosados parasse de fazer perguntas e voltasse a sua típica leitura, entretanto, Kihyun era impulsivo. Não iria parar quando já tinha chegado tão longe, tinha que saber mais.

- O que o Changkyun é?

 

 

- Creio que já é o suficiente. – Uma terceira voz se fez presente na grande biblioteca particular, fazendo com que os dois acomodados na poltrona olhassem rapidamente em direção as estantes com livros. Era Changkyun ali. – Hyungwon, pode ir. Eu cuidarei de Kihyun agora. Obrigado.

- Sim, Mestre. – Hyungwon se levantou, fez uma reverencia e saiu da sala em passos elegantes e silenciosos como um fantasma. Sua presença desapareceu como se nem ao menos tivesse pisado ali algum dia.

Kihyun se silenciou totalmente. Havia sido pego no flagra. E se Changkyun se sentisse irritado com as perguntas do jovem de fios rosados? Oh, merda!

- Está gostando dos meus livros? – O de vestes negras perguntou primeiro, caminhando em direção a poltrona antes ocupada por Chae. – Eu tenho muito apreço por eles, então tenha muito esmero ao toca-los.

- É uma coleção bonita. – Kihyun ditou. Talvez não fosse o mesmo garotinho de incontáveis dias atrás, ainda que tivesse medo da presença do dono da mansão, porém, agora sabia que não seria machucado a todo momento e sim a qualquer momento. Isso lhe trazia uma aflição, mas permitia que fosse mais solto. – Ainda que tenha muitos romances trágicos.

- Não gosta do gênero?

Kihyun pode ver os dedos longos de Changkyun escorrem pelo estofado e pegarem o livro em cima do mesmo, o livro que antes Hyungwon lia. Um sorriso discreto brotou nos lábios sem cor e sua destra segurou o livro, o trazendo para si e abrindo com uma falsa curiosidade.

- Na verdade, não. Não gosto muito de ler em geral.

- Uma pena. A leitura é o que muda as pessoas e as pessoas que mudam o mundo. Ler faz bem para a alma e mente. 

Kihyun não respondeu, não sabia como o fazer, então deixou que o silencio tão costumeiro tomasse conta da biblioteca. Era estranho estar na presença de Changkyun. O ambiente parecia mais frio, seu corpo parecia recusar a presença do outro.

Os orbes de Kihyun automaticamente correram para os lábios sem vida do de vestes negras, vendo estes totalmente selados a medida que Changkyun se concentrava no livro em suas mãos.

 O de fios rosados ainda se lembrava daqueles mesmos lábios manchados de sangue e os dentes pontiagudos lhe cortando. Seu corpo se arrepiou ao pensar na possibilidade de novamente sofrer daquela maldita dor do primeiro dia, por mais que Changkyun não tivesse feito nenhuma menção de fazer aquilo mais uma vez desde que estava naquela casa. Não sabia o que podia esperar do dito demônio.

- O que tanto pensa? – Changkyun lhe assustou com a pergunta, fazendo com que Kihyun afastasse seus olhos da imagem fria. – Deixou Hyungwon bem desconfortável com suas perguntas. Não prefere faze-las diretamente para mim?

Kihyun deveria?

- O que você é? – Com a coragem repentina, Kihyun refez aquela pergunta que tanto lhe incomodava.

- Já me perguntou isso.

- Você não me respondeu da última vez.

Changkyun riu com a ousadia do jovem. Notou que Kihyun era impulsivo demais e que não pensava nas consequências de seus atos e palavras. Aquilo tornava tudo ainda mais divertido.

Ainda com o livro em mão, deu poucos passos em direção da cadeira que Kihyun estava sentado, porém, não se aproximou demasiado do mesmo. – O que eu sou não é a pergunta certa, mas vou te responder caso isso seja tão importante para ti. Sou um homem que virou as costas para Deus e o Diabo, que se revoltou e resolver tomar sangue de seus semelhantes e acabou tornando disso o seu vício. Vocês me chamam de vampiro em sua cultura, mas não sou exatamente isso. Sou quase, mas não sou.

Kihyun respirou fundo olhando diretamente para Changkyun que tinha uma expressão serena demais em sua face, como se não importasse em assumir o que era perante outros. Talvez não devesse se importar mesmo, afinal, o que temeria? Não havia quem lhe desafiasse.

Mesmo com explicação, ainda era confuso demais, complicado demais. Kihyun precisava saber de mais e cada vez mais.

- Você disse que essa não é a pergunta certa, então qual seria ela? – Questionou colocando o livro em seu colo totalmente de lado. A história de Changkyun parecia ser mais interessante.

Changkyun sorriu e em um piscar de olhos, desapareceu da visão de Kihyun.

O jovem se sobressaltou com o susto da dissipação do outro, não acostumado com esses momentos estranhos onde estava sozinho de uma hora para outra. Entretanto, se fosse um pouco mais atento, Kihyun sentiria o ar atrás de si se tornando mais frio.

- A pergunta certa seria... – A voz de Changkyun surgiu em seu ouvido, o assustando e fazendo com que sentisse todo seu corpo se arrepiar. – Como eu me tornei o que sou?

Kihyun tentou se virar para olhar o que o de vestes negras fazia atrás de si, mas foi impedido pelas mãos geladas em seus ombros, o obrigando a se manter naquela posição. Era aterrorizante a sensação de se sentir tão vulnerável a Changkyun.

- Você é afobado demais, impulsivo demais. Eu gosto. – Os lábios frios de Changkyun rasparam no pescoço de Kihyun, este que estava estático com a aproximação inesperada. – Não sabe por quanto tempo eu tive que o esperar. Você não sabe, mas eu estou te observando a muito tempo, Kihyun, nós temos uma longa história. Fico chateado por você não me reconhecer, mas isso não importa. No final, seu sangue ainda é tão saboroso quanto eu me lembrava.

A língua de Changkyun tocou o pescoço do jovem de fios rosados, saboreando o sabor da tez com lentidão, apreciando cada segundo. Kihyun tentou se mover, sair dali, mas as mãos em seus ombros o seguraram com mais força e a risada vitoriosa de Changkyun pode ser escutada baixa e rouca próxima ao seu ouvido.

- Eu senti saudades de você...

 

 

 

 

Hyungwon entrou mais uma vez na sala, com a mesma delicadeza na qual tinha saído. Seu Mestre havia o convocado mais uma vez.

- Essas flores... – Falou baixo ao notar que Kihyun estava sozinho, sentado na mesma poltrona de antes, porém, dessa vez o livro em suas mãos era diferente e em sua volta havia várias pétalas espalhadas no chão. Pétalas de rosas azuis.

Kihyun o olhou confusão ao mesmo tempo que surpreso. O jovem estava entrando em colapso. – O que foi, Hyungwon?

- Essas pétalas são pertencentes a rosas com um aroma e cor forte. São uma das flores mais exuberantes que se tem conhecimento. Talvez seja por isso que eu as ame tanto, assim como o meu Mestre que as estime. – Hyungwon explicou calmo. – Você sabe qual é o significado atribuído a elas, Kihyun?

- Qual?

- Se não me engano, elas significam...

 

 

 

 

 

 

- Amor.


Notas Finais


Acho que agora o negocio vai começar a ficar mais quente, pelo menos um pouquinho.
Essa história é muito suspense, nem sei se estou fazendo direito, mas vida que se segue.

Queria falar uma coisa para você que pensou qua a minha estória, por ser de vampiros, seria algo bem crepusculo agua com açucar: me perdoa, mas não foi dessa vez. Desde o inicio eu fiz essa fic para testar um novo tipo de genero, queria escrever algo bem diferente do que estou acostumada ao mesmo tempo que trazer algo novo para a tag do Monsta.

Eu irei explorar todos os tipos possiveis de generos e este é apenas mais uma de minhas experiencias.

Sou bem gótica por baixo do arco iris em que vivo.

Bom, espero que vocês estejam gostando de toda forma. Ainda estou insegura, mas tento fazer meu melhor. Acho que é só isso mesmo.

E o Changkyun? O que vocês acham que ele quis dizer com o fato de estar com saudades do Kihyun ou que o sangue dele ainda é uma delicia? E as rosas? Por que o Hyungwon não quis falar a idade dele? Kihyun é sacrificio oqq? E o resto da Mansão, cadê?

NÃO SEI
VAMOS ESPERAR O PRÓXIMO CAPITULO

tchauzinho


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