Um semblante familiar se dirigia até a entrada do refeitório. Inicialmente, hesitante mas, não demorou até que Troy deixasse Alice pra trás e correndo, puxou a loirinha apressada pelo braço. A porta da cantina se balançou duas ou três vezes até se aquietarem sozinhas. As mãos do garoto apertavam firmemente os ombros da ilustre mocinha. Enquanto a face dele expressava surpresa, a dela representava um total esquecimento sobre o amigo desesperado a sua frente. Lavagem cerebral houvera sido considerada pelo mesmo. Timidamente, Alice se aproximou dos dois. Ela franziu a testa e sentiu que a loira não lhe era estranha.
-Lucy! Você está bem!...?
-É... parece que sim.
Troy a soltou, afastou-se um pouco da mesma e respirou fundo algumas vezes. Ele passou as mãos na cabeça algumas outras vezes, sutilmente bagunçando seu cabelo liso.
-Onde você esteve?
-Eu não me lembro muito bem. Digo, o que exatamente aconteceu?
-Voce estava fugindo e gritando pelos corredores. Os guardas de estimação da diretora te perseguiam e de repente você sumiu.
-Então... a diretoria estava me perseguindo?
-Sim.
-Sim...
Lucy girou sobre sua própria cintura, focando seu olhar na parede sem muitos detalhes, deixando seus pensamentos fluirem livremente. Tendo como uma pequena mancha de tinta um ponto fixo.
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-Sério, você é realmente muito linda. Talvez a mais linda que eu já conheci.
-Hahaha. Como você é bobo. Óbvio que você já deve ter visto garotas melhores que eu. Eu sou tão estranha.
-Você não é estranha. A não ser que com estranha você queira dizer marav--
-Pode pegar um iogurte pra mim?
-Posso sim.
Brook se levantou com um sorriso amarelo. O rapaz caminhou até o balcão do refeitório sem olhar pra trás. O que importava ali era agradar Violet, para que ela o "agradasse" depois.
Numa mesa próxima a de Violet, Ferb e Mary encaravam fixamente a porta do refeitório. Ambos haviam notado a ilustre presença da ex-desaparecida Lucy.
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-Lucy. Lucy. Lucy!
-Hãn?!?
-Você tem que ir pro quarto do Brook agora. Precisamos conversar e ninguém pode te ver.
-Brook?
-Brooker, o seu irmão... o que aconteceu com você?
-Vem comigo!
A pequena garota segurou firme a mão de Troy e lhe puxou com força. Os olhos do mesmo visualizaram Alice, quieta observando a tudo.
-Desculpa, eu tenho que ir.
Ela sequer respondeu e ele apenas se deixou ser levado por Lucy.
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Alice empurrou as portas do refeitório e se dirigiu calmamente até a mesa onde sua amiga flertava com Brook. Ela estava cabisbaixa e pensativa no que acabara de acontecer no corredor. A mesma se sentou à frente dos dois pombinhos brincando com um canudo em um dos copos ainda cheios de refrigerante. Brook estava completamente concentrado em Violet, já a garota, acostumada quase enjoada de ter babões assim por perto grande parte do tempo, tinha suas atenções voltadas para a amiga.
-Alice, o que aconteceu?
-A garota desaparecida, Lucille. Ela apareceu e levou o Troy para uma sala.
Brook com certo espanto questionou:
-A Lucy apareceu!?
-Sim, ela apareceu.
Sem dizer mais nada, Brooker se levantou de maneira agressiva balançando a mesa, derrubando alguns copos. Este saiu a passos esticados e pesados. Violet e Alice se levantaram logo em seguida e acompanharam o recém-conhecido.
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Uma televisão em cima de uma pequena mesa mostrava uma reportagem sobre 17 corpos esquartejados que foram encontrados entre 3 cidades não muito distantes do Instituto. Num giro na sala, a imagem da Diretora Ross ganhava forma entre as sombras ao lado de mais quatro homens com os rostos escondidos pela escuridão do local. A Diretora deixou seu lugar em um dos bancos e desligou a TV. Seu corpo se pôs de frente para aquele público formado por quatro cavalheiros secretos.
-Então, acho que é claro o motivo desta reunião. Estamos muito provavelmente em contagem regressiva para momentos difíceis. Recentemente tivemos a desagradável situação com Lucille, os pirralhos agora estão dando uma de pensadores, de filósofos. Então, em breve, serei obrigada a mais uma vez utilizar a reparação, como a de alguns anos atrás.
-Ross--
-Diretora Ross.
-Diretora Ross, isso pode ser perigoso. Se você secar a fonte em situações fáceis de resolver, quando for imprescindível ela não poderá ser utilizada.
-Doutor Richard Ferguson, acredito que não precisa gastar sua preocupação. Ela está forte e preparada e, na última vez que fizemos isto, adimito que sugamos muito suas energias, mas, desta vez será diferente, marcarmos um "x" em menos tempo.
-Isso ainda será mais debatido mas, sobre estas imagens que acabamos de ver. Acha que ele está a caminho?
-Se eu acho? Eu acho que ele pode estar aqui neste exato instante.
A porta da sala pouco iluminada se abria lentamente, cuspindo um barulho irritante no local. Era Marvin, o secretário da Diretora Ross. Ele estava tímido.
-Diretora Ross, as câmeras captaram algo que você quer ver.
-Não posso agora, em cinco minutos eu chego lá.
-Mas--
-Cinco... minutos.
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Lucy colocou. uma mesa atrás da porta. Aparentemente ela não queria que ninguém a incomodasse seja lá no que ela fosse fazer. A mesma puxou uma mesa e sentou em frente a Nicholas. Seus olhos estavam fixados nos do mesmo. Uma sensação estranha se instalara nele.
-Lucy, onde voc--
-O que aconteceu comigo, Troy?
-Você não se lembra mesmo?
-Nem um pouquinho.
-Você simplesmente estava correndo pelos corredores gritando um monte de coisa ruim sobre o Instituto. Os cachorrinhos da Ross te levaram e desde então você sumiu. E agora estamos aqui. Puta que pariu, parando pra analisar, isso aqui é surreal.
Ela abriu um sorriso de orelha a orelha como se estivesse satisfeita com a explicação, ou algo mais. Sem titubear, ela o abraçou com certa força, encostando seu rosto no pescoço dele.
-Não faz merda, Lucy.
-Eu não nasci pra isso?
Brook empurra a porta com violência fazendo a mesa cair de pernas pra cima. Um tanto ofegante, ele andou na direção de sua irmã que olhava para Troy perguntando com os olhos: este é quem?
-Lucy! Irmã!
Um abraço super apertado foi dado em Lucy. Brook não costumava ser tão meloso, emotivo, sentimental. Talvez ele nunca tenha dito:
-Eu te amo, sua rata. Onde diabos você se meteu?
-Eu não sei.
Na porta, Alice e Violet assistiram ao lindo e emocionante reencontro dos irmãos. Troy, em alguns segundos deixavam seus olhares encontrarem com os de Alice. Ela parecia estar sem graça. E realmente estava. Ele se levantou e saiu da posição em que estava, com Lucy à sua frente, com suas pernas encostadas.
-Brook, parece que alguem apagou a memória dela.
-Você... fez aquilo?
-Não cara, ela--ela é sua irmã, eu nunca faria isso com ela.
-Você leu a mente dela?
-Ah...
Uma tom avermelhado tomou conta do seu rosto por completo lhe transformando num tipo de tomate-humano-envergonhado.
-Não, eu não uso esse negócio, você sabe.
-Mas, porra. Você é um cuzão mesmo hein?
-Devo ser. Olha, acho que não é uma boa ideia deixar que a Ross ou qualquer outro veja ela então, vamos pro seu quarto, Brook.
-Certo.
-Violet, Alice... vamos?
Se levantando da mesa, Lucy interceptou o convite.
-Pra que está chamando elas? Eu nem as conheço.
-Lucy, elas são amigas.
-Não, Troy, tudo bem, eu e a Violet temos que ir mesmo.
As duas amigas saíram primeiro. Logo que os outros três se dirigiram ate a porta, Troy cancelou a saída ao ver um aparelho num canto da sala. O que um celular estava caído numa das mesas? Com o telefone em mãos, ele perguntou.
-Lucy, é seu?
De repente o aparelho começou a vibrar.
-Charles...
Troy Nicholas atendeu e levou até até seu ouvido.
-Charles?
-Estou aqui...
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