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História O acordo - Um motivo pra ficar


Escrita por: safirimark

Notas do Autor


A ausência apaga as pequenas paixões e fortalece as grandes.

Capítulo 18 - Um motivo pra ficar


A cidade estava agitada naquela manhã, mais tarde seria o primeiro comisso, que eu ainda achava inútil, já que ninguém nunca se candidatava para com correr com o prefeito atual, mas até então eu parecia ser o único que me importava com aquilo.
Cheguei na loja dando mil explicações, depois de quase uma hora de sermão minha mãe me arrastou para a cozinha afim de que eu a ajudasse com os pratos que ela serviria no comissão, naquela altura eu já não me importava mais com nada, tudo que eu queria era que a noite chegasse logo.
O salão estava lotado, toda a cidade estava ali, incluindo Memma, confesso que minha vontade era de conversar com ele ali mesmo, mas era arriscado demais, logo o prefeito e seus demais companheiros foram para trás do palco, estava chegando a hora do discurso. O engraçado é que eu sempre tive medo do prefeito, nunca quis nem mesmo estar no mesmo ambiente que ele, e o certo seria que meu medo aumentasse a medida que fui descobrindo sobre o seu passado, mas não, a vontade que eu tinha era de desafia-lo, fazê-lo pagar por todo mal que ela já havia feito, mesmo sabendo que agora, minha vida realmente corria perigo.
Peguei algumas garrafas de água para levar ao palanque, na esperança de quem sabe poder descobrir algo mais, mas eles não estavam falando nada demais, quando eu já ia saindo notei uma cena estranha, Memma se desculpa a por ter esquecido algum papel que parecia importante, e o prefeito, que era sempre tão explosivo, tão arrogante, grosso, simplesmente riu, passou a mão cuidadosamente nos cabelos de Memma ainda sorrindo e disse algo baixo que eu não pude entender, mas claramente o estava acalmando, eu fiquei surpreso com a cena que passou despercebida pelos demais companheiros de partido, ele ainda acariciou o rosto de Memma lendo o discurso mais uma vez, eu arregaçou os olhos e sai dali apressado e confuso, com medo e atordoado, podia ser coisa só da minha cabeça, provavelmente seria, mas agora muita coisa fazia sentido, inclusive a morte de Tobirama, eu estava atordoado e só sai do transe dos meus devaneios quando tropecei em alguém e fui ao chão.
- você está bem? – Kiba perguntou levantando Naruto.
- estou, - Naruto disse se recompondo – eu sinto muito...
- não sinta, - o moreno sorriu – onde vai com tanta pressa?
- servir alguns aperitivos, - o loiro disse com certo desdém – não tem muito trabalho pra mim nessa cidade como você de saber...
- eu estava lembrando da promessa que te fiz há alguns anos...
Fomos interrompidos por uma grande salva de palmas, o prefeito iria começar seu discurso, e as pessoas o aplaudiram de pé.
- agradeço à todos por uma recepção tão calorosa! – o prefeito sorriu – e estamos aqui mais um ano, e eu poderia ficar horas aqui falando das promessas já cumpridas, que eu me lembre, todas foram, e mais algumas extras, não? – todos concordaram com sorrisos e olhares esperançosos de aprovação – mas não vou fazer isso, quero falar de como vai ser daqui pra frente, do que eu quero lhes garantir daqui pra frente, e o principal é resgatar a nossa cultura! Com novos projetos que enfatizam a pesca, que por muitos anos foi nosso ganha pão, mostrar para as crianças a lembrança de um tempo bom, com parceria da nossa arquidiocese, com nosso bispo e nossos padres, mostrar para os nossos jovens as vantagens de sempre estar no caminho do senhor, - o prefeito sorriu – temos consciência de alguns casos de ovelhas desgarradas, - o prefeito olhou fixamente para Naruto, o loiro ficou sem graça, ainda mais quando viu que sua mãe abaixou a cabeça com pesar – não precisamos de novos casos assim, o futuro pode ser promissor, e o trabalharemos nas escolas! Com estudos bíblicos, sociologia e filosofia, ficando sempre na moral e nos bons costumes!
Ele foi aplaudido de pé, apoiado, e eu mordia os lábios quando o dirigente tomou a palavra.
- mesmo já sabendo a resposta, tenho que perguntar, alguém quer concorrer à prefeitura? – ele riu e perguntou novamente sem resposta – alguém?
- sobre a promessa, - Kiba sussurrou – não vou quebra-la...
- alguém? – o dirigente ria – dou -lhe uma, dou -lhe duas...
- Eu! – Kiba levantou a voz e caminhou até o palco sendo seguido por diversos olhares curiosos – eu, Kiba Inuzuka, vou concorrer contra meu pai pela prefeitura dessa cidade!
Todos ficaram curiosos, sem entender, um grande falatório se formou, o prefeito encarava o filho perplexo, e eu estava ali, sem entender nada, assim como todo o povo daquela fatídica cidade.
- temos medo do futuro e por isso estamos nos escondendo no passado, - Kiba iniciou seu discurso improvisado, e ganhando a atenção dos mais jovens – o futuro duas tecnologias parecem nos assustar, mas não deveriam, se eu ganhar a confiança e o voto de vocês vou provar isso, não somos uma cidade pobre e podemos ganhar muito com nossas exportações, quantos jovens não saem para fazer faculdade longe, e não voltam por falta de emprego em suas áreas? Não precisamos ir muito longe, eu mesmo posso citar 3 amigos da minha sala do colegial que tiveram esse fim, e quantos jovens estão amargurados por não terem condições de estudarem e se formarem na área que tanto sonharam? E por que diabos estamos obsoletos no tempo? Ainda usamos a medicina aplicada pelos nossos tataravós! Quantas vidas perdemos assim? Quantas teremos que perder? Nos fechamos nessas ilhas tempo demais! No meu mandato, elas se abrirão para nós, nossas crianças expandirão seus horizontes, nossos jovens terão acesso à um ensino aplicado nas grandes cidades, ora que importaremos o material de lá, ensino religioso não pode ser forçado, e a sociologia, filosofia e biologia deveram ser matérias laicas, que o próprio indivíduo decida que caminho seguir, e por que nossos jovens não saberiam que caminho escolher? Afinal nossos pais nos criaram muito bem, veja o Minato, por exemplo, mesmo seu filho não seguindo sua carreira ele foi para fora do nosso país, viveu seu sonho, e ainda assim retornou para nossa cidade, - os comentários aumentavam conforme seu discurso seguia – e por que acumular casos como o da Ino? Psicóloga formada que tem que trabalhar no café da família? Temos orgulho das profissões passadas de pais para filhos, mas queremos o respeito para quem escolher diferente! Eu quero trazer o futuro para nossa cidade e lhe tornar nosso aliado, se confiarem em mim, eu posso mudar as coisas! – Kiba sorriu encarando seu pai – e deveriam confiar, a política está no meu sangue!
Os mais novos levantaram, aplaudiram, agradeceram, fizeram festa, e gritaram pelo nome de Kiba, eu olhei ao redor, e pela primeira vez tive esperança que as coisas podiam melhorar, e na porta, pude ver o olhar reservatório de Itachi.
- o que faz aqui? – Naruto estranhou a presença de Itachi.
- verificando umas coisas, - Itachi disse saindo do comisso – acreditou em algo que ele disse?
- não sei, - o loiro sorriu acompanhando o moreno – você acha que não devo?
- acho que isso é jogada de marketing.
- por que?
- mudar a cara da prefeitura, - Itachi suspirou – por alguém que se pode controlar...
- vai que mude alguma coisa...
- o que isso importa pra você? – Itachi parou de andar e encarou o loiro – nosso futuro não é aqui...
- eu sei, - o loiro pensou antes de falar – só estou pensando no melhor para todos...
- temos um acordo, - Itachi deu um beijo leve nos lábios do loiro – não esqueça disso!
- onde você vai?
- já disse, verificar umas coisas...
Achei confuso, e por alguns instantes imaginei que ele pudesse ter ficado com ciúmes do Kiba, mas isso não era possível, o Itachi era alguém seguro de si, não cabiam sentimentos tão supérfluos nele, eu voltei para o comisso afim de ajudar minha mãe, e a plateia já estava claramente dividida, meu pai olhava Kiba com orgulho, mas minha mãe arrumava o buffet preocupada.
- acha que ele está sendo sincero? – Naruto perguntou para Minato.
- eu já vi gente fazer loucuras por amor, - Minato riu – mas isso?
- do que você está falando? – Naruto ficou confuso.
- jura que você não entendeu filho? – ele riu – ele está te dando motivos pra ficar...
- claro que não! – Naruto disse sério.
- claro que sim, - Minato riu – ele me disse!
- como?
- é, - o pai do loiro sorriu – ele comentou sobre seu novo amigo comigo, ele me disse que ainda te ama...
- ama sim, - Naruto ironizou – lutou tanto por mim, você não lembra?
- ele era apenas um garoto, assim como você, e agora que já é um homem formado, está tentando te reconquistar, e eu acho isso muito bom...
- não acredito no que estou ouvindo, - o loiro franziu as sobrancelhas – logo você!
- que foi? – Minato disse brincando – entre um que vai te levar embora e outro que vai te deixar perto de mim, eu sou 100% team Kiba!
- as vezes eu pergunto o que se passa na sua cabeça...
- eu tendo adivinhar o que se passa na desde que você era uma criança...
- um absurdo! – Kushina se aproximou arrumando alguns pratos – quero só ver o que será de nós se esse menino ganhar!
- pode ser bom, mãe, - Naruto suspirou – mudar algo pra variar...
- mudar? – Kushina estava indignada – vocês vieram de uma geração que acha que as coisas são fáceis, sabe o que vai mudar? Nada Naruto! Porque mudanças são extremamente perigosas para cidades como a nossa, espere pra ver!
Eu achei o pensamento da minha mãe atrasado, mas os mais velhos pareciam pensar igual, a cidade definitivamente ficou dividida, e o prefeito atual tentava contornar a situação dizendo que uma competição amigável seria bom para todos, eu me preocupei, vez ou outra pude ver o olhar fuzilador do prefeito para o filho, tudo que eu estava esperando era uma chance de falar com Kiba, mas pelo visto, era tudo o que o pai dele queira também.
Quando Kiba foi de encontrar comesse assessores improvisados eu fui atrás dele.
Todos estavam atrás do ginásio conversando animadamente sobre como seria a campanha, antes de eu me aproximar, o prefeito chegou, no susto eu me escondi atrás da lixeira.
- saiam! – o prefeito chegou furioso.
Todos saíram com certo remorso de deixar Kiba sozinho, mas ninguém enfrentaria aquela fera.
- no que você estava pensando?! – o prefeito perguntou perplexo de raiva.
- oras, - Kiba sorriu – não é sempre o senhor que diz que eu devo fazer algo por mim, bom, estou fazendo...
- me desafiando?!
- competindo com o senhor, é diferente...
- Kiba!
- pai, - Kiba se justificou – eu não quero ir contra você, mas realmente quero fazer a diferença, pelo menos uma vez, eu quero fazer algo por mim...
- você não vai ter meu apoio!
- eu sei...
- é provavelmente não vai ganhar...
- eu sei...
- Kiba, isso realmente é por você?
- é pai, por quem mais seria?
- sei...
O prefeito se afastou, mas só sendo muito ingênuo pra acreditar que aquilo tinha acabado, e o Kiba não era ingênuo assim.
- tá fazendo isso por você mesmo? – Naruto se aproximou.
- meio que sim! – Kiba sorriu.
- meio?
- uma vez eu prometi que ia te proteger, e eu não quebro minhas promessas...
- eu precisava da sua proteção há uns anos atrás, - Naruto cruzou os braços – você meio que já quebrou sua promessa...
- meio, - Kiba disse contente – então eu ainda posso me redimir com você...
- não faz isso.
- por que não?
- não vai mais fazer diferença, - Naruto suspirou encostando na parede – eu vou embora...
- não precisa ir...
- não é questão de precisar, - o loiro disse firme – é sim de querer...
- mas isso pode mudar!
- por que acha isso?
- porque o único motivo pra você querer ir embora é porquê encontrou esse estrangeiro e vê nele uma saída, - Kiba se aproximou um pouco mais de Naruto – mas você não está indo embora porque quer e sim por medo, está fugindo de novo...
- não sei o que passa na sua cabeça...
- na minha cabeça passa que você foi uma pessoa que pagou pelos próprios pecados e mais os da cidade toda, alguém escorraçado por uma cidade toda pelo simples motivo de ser diferente, você não dorme à noite com medo que algo ruim aconteça, você está sempre com medo, achou que indo embora seu estádio melhoraria mas o mesmo não aconteceu, você voltou, poderia ter se virado lá fora facilmente, mas voltou, sabe por que?
- não foi por você...
- conscientemente não, mas olhe pra mim é fofa que todo esse tempo lá fora, você não pensou em mim nem por um momento...
- claro que eu pensei, - Naruto ficou irritado – todos os dias, mas não se um jeito bom, você foi um grande filho da pura, acha que umas belas palavras sob um palanque vão mudar alguma coisa?
- mas já mudaram, - Kiba sorriu – você tem esperança em mim, já é um começo...
- não se iluda...
- você não vai precisar partir de eu te der motivos pra ficar...
Ele se aproximou na intenção de me beijar, eu ia afasta-lo, mas estava congelado, foi quando no fim da rua vi uma figura familiar se aproximar, eu coloquei a mão no peito de Kiba o parando, e pude reconhecer Deidara se aproximando.
- por que pararam? – Deidara estava chegando perto – eu estava admirando!
   


Notas Finais


Espero que gostem ❤
Desculpa a demora :-(


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