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História O acordo - Histórias passadas


Escrita por: safirimark

Notas do Autor


Devemos enfrentar nossos medos do passado, ou eles nos perseguirão no nosso futuro.

Capítulo 19 - Histórias passadas


Nada de bom pode vir de alguém vazio, e eu sabia que esse era o caso de Deidara, eu o deixei falando mais cedo,  isso com certeza o irritou, mas mesmo assim eu achava que ele não falaria nada para o Itachi, afinal ele ainda não havia falado que na verdade eu era escritor.
A noite já havia caído, e eu fui no endereço combinado mais cedo com Memma, era uma casa, uma casa consideravelmente grande, mas com o aspecto de abandonada, o portão estava enferrujado, quando coloquei a mão na fechadura senti o frio do metal, era como o ar daquela noite, a fina chuva intensificava ainda mais o frio, eu empurre cuidadosamente o portão que rangeu e o barulho foi ensurdecedor, por sorte, não havia ninguém nas ruas.
Eu entrei receoso, cruzei o grande quintal com o coração na mão, a cena que eu havia visto mais cedo entre o prefeito e Memma ficava se repetindo na minha cabeça, eu tive medo que eles pudessem estar tramando algo juntos, mas quando lembrava eu via o rosto assustado do loiro, ele estava sempre apreensivo, ele tinha medo.
Quando entrei na casa me deparei com uma sala de estar comum, nem bem diferente do que eu estava esperando, somente a luz da lareira iluminava o lugar, não era luxuoso mas era bem arrumado, mas paredes haviam alguns porta-retratos com fotos de Tobirama e algumas crianças, outra com uma foto dele junto à  Memma, era curioso, sei alguns passos adiante e acabei pisando em alguns vidros  quebrados, tinha uma foto, mas não consegui ver de quem era, ouvi uma voz chorosa atrás de mim e virei imediatamente.
- você  demorou! – Memma sussurrou – tive medo que não viesse...
- eu disse que viria não disse? – Naruto disse sério  - o que você tem pra me contar?
- primeiro me diga como pretende prende-lo, - Memma estava agitado olhando para as janelas à todo momento – sabe que o xerife nunca faria isso...
- vou leva-lo à julgamento na capital, lá ele não poderá escapar.
- quem te levaria à sério lá?
- digamos que nisso eu já pensei...
- não estou perguntando com a intenção de te desvalorizar, só que eu não quero ser responsável se algo ruim te acontecer...
- não vai, acredite em mim, agora me conta tudo o que você sabe...
- sabe, - Memma mexeu no paletó – nunca acreditei em ninguém desde que cheguei nessa cidade, por favor não me faça se arrepender... – o loiro entregou um pen drive para Naruto – são gravações, mas infelizmente eu não vou poder te apoiar entende? Se isso realmente for à  juízo....
- isso vai! – Naruto pegou o pen drive – eu te garanto! Agora me conta, qual a sua relação com o prefeito?
- ele me odeia, - Memma suspirou – me deixa por perto pra poder saborear o mal que me faz...
- ele te bate?
- muito pior, - Memma passou a mão no rosto – infelizmente eu não tenho muito tempo Naruto, por favor, não deixe isso cair em mãos erradas, - Memma lhe entregou alguns papéis dentro de um caderno de capa preta – o diário  eu quero de volta, tire quantas cópias quiser, mas preciso dele de volta amanhã  à  noite...
- ele sabe do que tem aqui? – Naruto estranhou.
- Não, - Memma suspirou dando as costas para o loiro – mas eu leio toda as noites, é  extremamente importante pra mim.
- já vai? – Naruto estranhou.
- ele vigia cada passo meu! – Memma disse deixando a casa – você é minha última esperança...
Eu peguei todos aqueles papéis e apertei o pen drive, aquele encontro me confundiu ainda mais, mal sabia o que dizer, queria olhar o resto da casa, mas me arrepiada só de pensar que Tobirama se matou lá  dentro, eu já ia saindo quando uma nuvem saiu da frente da lua e a sua luz invadiu a sala pelas janelas de vidro, quadriculado a sala e eu pude reparar no porta retratos quebrados no chão, era uma foto de Tobirama e Memma na ponte da cidade, eles pareciam tão felizes ali, ao redor das paredes haviam marcas de arranhões, algumas marcas de sangue que eu tinha certeza de que não deveriam estar ali, ouvi um carro se aproximar, não era Memma com certeza, e poucas pessoas possuíam carros na cidade, eu corri procurando uma outra saída, achei na cozinha mas a porta estava trancada.
Ouvi o ranger do portão e tentei desesperadamente abrir a janela, quando finalmente abriu eu pulei e cai no gramado, era tarde demais para sair correndo dali, eu já ouvia passos pesados, apertei forte os papéis contra meu peito e rezei para que ninguém me reparasse ali, minha respiração parou quando ouvi a voz de Memma dentro da cozinha.
- está feliz? – Memma parecia chorar – pra que me arrastou pra cá de novo? Pra lembrar o que você fez?
Eu ouvi um forte tapa e em seguida a voz do prefeito.
- eu não preciso desse lugar para te lembrar de absolutamente nada! – o prefeito parecia dizia rangendo os dentes – se eu descobrir que você está  tramando contra mim...
- é isso é possível? – Memma gritou chorando – alguma coisa escapa dos seus olhos nessa maldita cidade?
-  não, não escapa, e é melhor que você não se esqueça disso, a menos que queira que eu refresque a sua memória...
- por favor não... – a voz de Memma ficou falhada.
- isso, - o prefeito riu – implora...
- para... – a voz de Memma foi sendo abafada.
Eu tiver medo do que poderia estar acontecendo, mas agora mais do que nunca eu precisava ouvir aquele pen drive, eu fui engatinhando pelos cantos do jardim, subi o muro com todo cuidado do mundo para não fazer barulho, e dali eu ainda ouvia Memma chorar, eu pulei o muro e sai correndo em direção à casa de Itachi.
Não era por conta do que eu tinha acabado de ver, de ouvir, e sim por que estava apavorado, eu tremia de tal forma que vez ou outra ainda ameaçava cair no chão, aquela colina me matava, cheguei na porta da casa minhas pernas tremiam e minhas panturrilhas ardiam de tal forma que antes que a porta se abrisse eu já havia caído no chão sentado, e lá fiquei.
Quem abriu a porta não foi o Itachi, eu estava olhando para o chão quando vi os sapatos visivelmente caros, eu levantei a cabeça com certo receio, era um homem ruivo com olhos castanhos, ele cruzou os braços e se encostou na porta e sorriu.
- você deve ser o Naruto, devo admitir que eu esperava mais...
- e você é? – Naruto perguntou ofegante.
- me chamo Sasori! – o ruivo sorriu – é eu vim à pedido do Deidara...
- ele está reunindo a máfia, é? – Naruto ironizou tentando recuperar o ar.
- é quase isso, - Sasori estendeu a mão para o loiro – mas você  vai gostar da minha presença aqui, apesar de curta.
- ah vou, - Naruto pegou na mão do ruivo para se levantar – e por que?
- eu só vim pra levar o Deidara embora! – o ruivo sorriu.
- então provavelmente eu vou gostar muito de você...
Mas quando eu entrei o Deidara não parecia muito que estava prestes à ir embora, na verdade ele instalava uma TV na sala de estar despreocupadamente enquanto Itachi segurava alguns fios com cara de desaprovação, quando me viu ele se preocupou.
- o que houve com você? – Itachi perguntou assustado.
- eu vim correndo... – Naruto disse recuperando o ar.
- é  o amor! – Sasori sorriu – subir esse morro correndo acabaria comigo...
- o que são esses papéis? – Deidara perguntou despretensiosamente.
- não são nada, - Naruto apertou contra o peito e se voltou para Itachi – a gente pode conversar?
- lá  em cima? – Itachi disse soltando os cabos que segurava e guiando Naruto pela escada – sabe eu sei que parece confuso mas a TV foi ideia do Deidara, o Sasori chegou hoje a tarde sem aviso nenhum, até achei que ele queria processar o prefeito...
- processar? – Naruto estranhou já chegando no quarto de Itachi.
- é, - Itachi explicou – o Sasori é advogado, e quando o vi aqui achei que o Deidara já tinha aberto um processo contra o cara...
- um processo contra o que? – o loiro estava ficando confuso.
- sabe, - o Moreno falava com certa tranquilidade – esses casos de assédio e coisa do tipo mexem muito com o Deidara, mas no fim ele nem tinha chamado o Sasori, meus amigos que são invasivos mesmo...
- você falou como se processar o prefeito fosse má ideia... – Naruto estranhou.
- porque é, - Itachi disse sério – o cara é insano!
- mas a gente não tinha combinado...
- combinamos de descobrir o que te prendia nessa cidade, - Itachi interrompeu o loiro – é depois ir embora, não falamos nada de processar ninguém...
- nem se descobrirmos alguém que me machucou?
- se alguém ousar fazer isso vai descobrir o que acontece quando se irrita um Uchiha, - Itachi beijou levemente os lábios de Naruto – e não será agradável, e então, o que é isso?
- arquivos de um amigo, - Naruto colocou os papéis e o pé  drive sob a mesa – nada demais...
- eu descobri algo que você vai querer ver!
- é o que é?
- eu fui até a cidade hoje verificar algumas coisas, sabe não é só o Deidara que é bom em procurar coisas, e eu achei umas coisas bem interessantes viu! – Itachi pegou vários papéis e colocou sob a cama – você teve que fazer terapia quando criança lembra disso?
- vagamente, eu era muito novo...
- não era não, - Itachi disse sério – aqui registrou até os seus onze anos...
- impossível, - Naruto pegou alguns papéis – eu lembraria...
- então, - Itachi disse sério – e piora viu, todo relatório  sei que foi entregue para os seus pais foi alterado, eram extremamente preocupantes e de repente ficaram suaves, e apesar disso seu psicólogo te passou uma dosagem alta de remédios perigosos, que o uso contínuo sem supervisão podem causar demência na velhice...
- mas como? – Naruto se assustou.
- veja você mesmo, - Itachi entregou dois relatórios datados iguais – um deles é  preocupante e o outro nem parece ter sido feito por um profissional...
A diferença realmente era clara, mas ao mesmo tempo confusa.
“O paciente apresenta claros sinais de trauma, seus reflexos estão lentos, apresenta também  indícios de depressão é ansiedade, em seus testes motores ele tirou a média menor do que esperada por conta de idade, e sua linguagem corporal indica indícios do uso de drogas alucinógenas. É indicado a terapia com a acompanhamento dos pais para verificar a estabilidade emocional do mesmo.”
O segundo com a mesma data nem ao menos parecia estar se referindo à mesma pessoa.
“O paciente apresenta claros indícios de falta de limites, parecendo muitas vezes mentir por compulsão, não demonstra diferenciar realidade de fantasia, sua linguagem corporal é agressiva e aparenta estar cansando o tempo todo, provavelmente tem episódios constantes de apneia, aconselhado tratamento com Prozac acompanhando de um profissional.”
Eu tremi mais ainda lendo aqueles relatórios, todos eram confusos, aumentando e diminuindo subitamente as doses de remédios cada vez mais fortes, todos assinados por Tobirama, Itachi comentava que achava que alguém estava manipulando o psicólogo, eu lembrava vagamente daquela época, mas nada era claro, agora mais do que nunca eu precisava ler os arquivos entregues por Memma, aquela história toda me aterrorizada, é inegável, mas eu ficava inconformado em não me lembrar.
Era tanta informação que minha cabeça parecia ferver, eu desci acompanhado de Itachi para beber um pouco de água, quando encontramos Deidara no sofá aos beijos com o ruivo, eu me surpreendi na hora, não pelo beijo, mas sim porque ainda não tinha me esquecido da noite na piscina, o Itachi não pareceu se incomodar, ele passou direto e me pegou pela mão, levando para cozinha, eu ainda estava impressionado, o Itachi riu da situação, me entregou um copo de água rindo.
- eles são noivos, Naruto...
- como? – Naruto quase engasgou com a água.


Notas Finais


Gente, desculpa desculpa desculpa pela demora, mas aconteceram mil imprevistos essa semana.
Espero que gostem!


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