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História O acordo - Cada um ama à sua maneira


Escrita por: safirimark

Notas do Autor


Existem quase 8 bilhões de corações no mundo, seria insano pedir que todos amassem da mesma forma.

Capítulo 26 - Cada um ama à sua maneira


Ah, aquela rara calma, se eu pudesse me abandonaria em seus braços, me perderia em seus beijos, morreria ali, mas o mundo não é bem do nosso jeito, ainda abraçado à ele e sentindo o agradável cheiro dos seus cabelos eu reparei no livro que ele lia à pouco, um livro que eu havia escrito, e me surpreendi, eu já tinha ouvido críticas péssimas daquele livro, ele percebeu que eu estava encarando o livro e sorriu. - você conhece? – Itachi pegou o livro com carinho. - conheço, - Naruto mordeu os lábios – o livro que uma criança poderia ter escrito... - acreditou na Tsunade-sama? – Itachi riu. - ela é a maior crítica do mundo da literatura, - Naruto suspirou – como não acreditar? - ela estava errada, - Itachi disse com calma – as pessoas o chamaram de previsível, mas eu discordo... - chamaram de exagerado, - Naruto se sentou na janela – foi o ponto final na carreira do autor... - ele não entendia muito bem como era se apaixonar, - Itachi disse calmo – mas quem sabe, não é mesmo? Até mesmo os críticos poderiam não saber... - esse livro foi um fiasco, - o loiro suspirou – existem cópias da primeira edição nas estantes ainda... - sim, - Itachi folheou o livro – mas acho que isso só aconteceu porque o autor foi forçado... - como? - você sabe, - o moreno se sentou ao lado do loiro – você era editor também... - ah é... – Naruto fingiu entender. - eu entendo que as editoras vivem de prazos, mas devemos respeitar a alma e corações dos nossos escritores, veja bem, no começo desse livro, claramente o autor queria fazer algo muito mais elaborado, nessa aventura deles no antigo Egito, ele queria explorar as historias e culturas de lá, e nesse meio tempo esperar para que os protagonistas pudessem se apaixonar, mas no meio, as coisas começam a correr, os mistérios ficam óbvios, e o livro acaba deixando muita coisa em aberto, e com um clichê de cinema, isso é coisa de editor, que acelera o trabalho do escritor, na minha editora acontece muito isso, editores novos são designados para escritores novos e exemplos claros como esses ocorrem o tempo todo, escritores que só precisavam de mais tempo, escrever é uma arte, não se pode acelerar... - sua editora? – Naruto perguntou já sabendo a resposta. - ah, você sabe! – Itachi riu tentando disfarçar – a que nós trabalhamos em Nova York... - é eu sei... - é maldade fazer isso com os livros, principalmente os de romances, - Itachi sorriu – é tipo como foi com a gente... - a gente? – Naruto não entendeu a referência. - podíamos ter nos aproximado em NY, mas não, tivemos que passar por nossas histórias e esperar o momento certo para que elas se cruzassem, e agora vamos vivendo um dia de cada vez, intensificando algo que já é forte... - mas a gente não daria um livro de romance bom, fomos apressados demais, caímos de cabeça literalmente... - e não é assim com amores à primeira vista? – Itachi sorriu – cada romance foca em algo, alguns focam no começo da história dos dois, outros em um desafio específico, e poucos, mas não inexistentes, em histórias como a nossa, focam no desafio de viver cada dia lidando com alguém que você ama mais que a própria vida... - na história do cotidiano? – Naruto sorriu. - na história real, impondo um desafio ao leitor, o de descobrir como cada um pensa, o que cada um esconde, descobrir até quando vale a pena, e se deparar com problemas cotidianos que eles também passam, mas é um desafio ainda maior para o escritor... - por que você pensa assim? - porque é trabalho do autor não entregar o jogo, realizar tramas diárias, e deixar claro o quanto as duas pessoas se amam, tudo isso em ações diárias, se já é difícil na vida real, imagina nos livros! - nos livros é mais fácil Itachi, qual a probabilidade de se parar um voo na vida real? De alguém deixar tudo por outra pessoa sem garantias reais, qual a probabilidade... - de encontrar o amor da sua vida bêbado no píer? – Itachi sorriu – eu não sei, mas aconteceu com a gente, não aconteceu? - é, - Naruto suspirou feliz – aconteceu com a gente... - e nossa história daria um puta livro! Você deveria escrever... - eu? – Naruto riu – e por que não você ? - porque eu sou o intruso, a minha vida já estava uma bagunça quando eu te encontrei, e bom, baguncei a sua. - bagunçou? – Naruto sorriu – você trouxe sentindo pra ela, isso sim! E havia trago mesmo, era incrível o como nós pensávamos igual, quando meu livro recebeu todas aquelas críticas eu me senti terrivelmente mal, mas sabia que não era culpa minha na realidade, de início eu culpei o editor, pois eu sabia que podia fazer melhor que aquilo, por muito tempo eu pensei naquele dia que ele chegou no meu apartamento exigindo que o livro fosse entregue no prazo, eu devia ter insistido em mais tempo, mas aquilo já havia passado, uma lição que eu tirei aquilo, foi de não aceitar mais encomendas e nem histórias semanais, eu sabia que podia fazer melhor, e eu estava decidido à fazer. Isso na época, naquele momento da minha vida eu já tinha decidido que não voltaria à escrever mais. - o que você ia me dizer do seu dia cheio? – Itachi perguntou calmo. - Memma me enviou isso, - Naruto mostrou o cartão de memória para o moreno que o olhou fixamente – não quis abrir sem você... - fez bem... – Itachi disse pegando o cartão. Ele seguiu direto para o seu quarto e eu o segui, ele abriu o notbook em cima da mesa e digitou sua senha, percebi sua respiração acelerada, ele mal piscava, tinha se envolvido nisso tanto quanto eu, ele tentou abrir a primeira gaveta da escrivaninha mas a mesma estava trancada. - esse cartão está codificado, - ele explicou rapidamente – é por segurança que algumas pessoas fazem isso, eu tenho um arquivo em pen drive que pode derrubar esses bloqueios, pega uma chave dourada pra mim, na segunda gaveta do meu guarda-roupa? Eu peguei, fiquei afoito com a agitação dele que acabei me agitando também, eu lembrava daquele caminho, mas na hora eu não me toquei, entreguei a chave para ele e esperei, ele abriu a gaveta e tirou dela um pen drive prata e o plugou imediatamente no seu computador, sem se atentar em fechar a gaveta novamente, mas eu nem mesmo olhava para a gaveta naquele instante. Ele foi derrubando senha atrás de senha daquele cartão, quando finalmente conseguimos chegar nos arquivos principais, eu me decepcionei ao olhar, achei que ele ia me apresentar novas provas do caso de Tobirama, mas lá não havia nada a não ser as notas fiscais da cidade e extratos detalhados, eu suspirei, mas o Itachi olhava fixamente para o monitor surpreso. - tem algo ai que eu não entendi? – Naruto perguntou confuso. - só a prova de que o prefeito desvia e lava dinheiro público à anos... – Itachi disse analisando documento por documento – isso é mais do que o suficiente para impedir um novo mandado, e o mandar para cadeia federal, Naruto! Eu me enchi de esperanças, se o caso virasse federal eu não precisaria fazer mais nada, e ainda garantia a segurança de Memma, era incrível o como Memma tinha pensado em tudo, ele já tinha tudo certo para fazer o prefeito pagar pelos seus feitos, mas me preocupava o fato de ter sido o Kiba que me entregou os arquivos, afinal, ele ganharia muito se o pai saísse de campo, sei que o Kiba que eu conhecia jamais faria isso, mas eu não sabia como era o Kiba de agora. O Itachi analisava tudo com calma, se atentando em selos de autenticidade, entre outras coisas, eu não entendia nada daquilo, então meus olhos estavam vagando pelo quarto, parece que quando o universo quer ele conspira mesmo contra você, eu estava muito feliz até aquele momento, e foi quando meus olhos pousaram naquela caixinha de veludo azul, eu sabia o que tinha dentro, mordi meus lábios porque eu não sabia como agir, e eu estava cansado de agir na hora pela emoção e me culpar o resto dos dias por ter dito a coisa errada. Mas por impulso eu peguei a caixinha na mão, no mesmo instante ele parou o que estava e se voltou para mim, eu vi a surpresa em seus olhos, eu sabia que podia apenas devolver, e fingir que não me importava com aquilo, eu não queria começar uma briga, eu não queria o pressionar a me falar nada, eu sabia que o estado emocional e mental dele eram frágeis, mas mesmo assim eu abri a caixinha na sua frente, tirei a antiga aliança, a insígnia “My littlebird” brilhou para mim, como se risse da minha cara, me lembrando que o passado dele ainda estava ali, guardado com cuidado e carinho. - ainda guarda a aliança do seu noivado? – Naruto suspirou. - Naruto, - Itachi pensou em uma desculpa, mas não insistiu nessa odeia, ele suspirou e admitiu – guardo sim... - por que? – o loiro perguntou com os olhos cheios de água. - porque é importante pra mim... – Itachi admitiu deixando uma lágrima rolar. Aquilo me cortou por dentro, senti como se tivessem pegado meu coração e apertado com toda força do mundo, como se meu mundo fosse ficando cinza, e meu ar pesado, eu via a sinceridade em seu olhar, aquele momento estava acabando comigo. - então você estava mentindo pra mim esse tempo todo? – Naruto perguntou chorando. 


Notas Finais


Mais um cap. Pra vocês meus amores, espero que gostem ❤


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