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História O acordo - O cemitério dos ipês


Escrita por: safirimark

Notas do Autor


Sempre nos sentimos seguros, até o tempo fechar.

Capítulo 27 - O cemitério dos ipês


 Existem momentos que duram milésimos de segundos, mas eles tem uma peculiaridade, costumam congelar, para se marcarem em alguém como se tivessem durado décadas. Essa característica seria maravilhosa se isso acontecesse apenas com momentos bons, mas não, inclusive momentos de tensão, medo, raiva, desgosto, tristeza, choque, qualquer momento que possa te surpreender tem essa peculiaridade. Com tantos no mundo, o que rodeou minha cabeça foi aquele milésimo de segundo interminável, que ecoava em meus ouvidos, as palavras “porque é importante pra mim” pouco a pouco se tatuavam na minha cabeça, invadindo cada parte da minha mente, se fazendo presente até no meu inconsciente. Eu estava paralisado, e mal sabia expressar o que estava sentindo, sendo sincero eu mal sabia o que eu estava sentindo, foi quase como entrar no modo automático, nada daquilo parecia ser real, eu mordi os lábios com certa força, doeu, mas eu não chorava pela dor, chorava porque sabia que se havia doido, então eu estava acordado, e aquilo era real. - então você mentiu pra mim esse tempo todo? – Naruto disse com a voz embargada. - não! – Itachi se levantou afim de se justificar – eu nunca menti pra você! - certeza?! – Naruto ficou com raiva. - nunca menti sobre o que sinto por você! – Itachi se explica em vão – você tem que acreditar... - você que tem que entender! – Naruto gritou interrompendo o moreno – que só o fato de você ainda guardar isso já diz muita coisa por si só! “porque é importante pra mim!” – Naruto imitou Itachi ironicamente – caso você não saiba é impossível amar duas pessoas ao mesmo tempo, o que te torna um mentiroso! E um péssimo mentiroso! - você não precisa falar comigo desse jeito! – Itachi ficou irritado – eu disse que posso explicar não disse? - quem disse que eu quero ouvir suas explicações?! – o loiro estava ficando vermelho de tanto chorar de raiva – pra que eu ia querer ouvir?! Pra ouvir você dizendo que guardou porque ele já significou muito? Pra se lembrar da história que tiveram juntos? Pelo amor de Deus, Itachi! - não é nada disso! – O moreno se justificava em vão – você não entendeu... - eu acho que já entendi sim! - você só fala e não me dá a chance de explicar... - porque é importante pra mim já foi explicação o suficiente pra mim! - eu não disse em momento nenhum que era mais importante que você... - e precisou? – o loiro disse aos prantos – ninguém guarda uma coisa dessas trancada à chave se não fosse importante, está polida Itachi! O que você poderia dizer sobre isso?! Eu realmente acho que mais nada! - Naruto, calma... - Não me manda ficar calmo! – Naruto gritou possesso – porque eu não quero me acalmar! E não quero te ouvir! - Naruto para com isso! – Itachi estava surpreso com a reação agressiva do loiro – olha o jeito que você está falando comigo! - ah vai se ferrar! – Naruto não se importou – sabe, isso justifica muita coisa, inclusive porque seus amigos me olham de canto de olho! Você ainda ama seu ex! Admite de uma vez! - Naruto! – Itachi estava perdendo a calma. - Hey! – Deidara apareceu na porta – pelo amor de Deus! Eu ouvi vocês de longe! - e daí?! – Naruto gritou com o loiro também – o que você tem a ver com isso?! - Naruto! – Itachi reprovou o tom de voz que o loiro usou com o seu amigo. - o que?! – Naruto estava furioso. Eu estava fora de mim, naquele momento eu queria mesmo socar a cara do Itachi, eu me senti injustiçado, ele tinha me dado um mundo perfeito só para quebra-lo depois? Eu tinha mil coisas entalhadas na minha garganta, e não pensava claramente em nada, quando ele me repreendeu por conta do Deidara e me senti ainda pior, senti que eu nunca seria prioridade na vida dele, sempre viria alguém antes, eu estava cansado de sempre ser o plano b, e naquele momento eu achava que eu devia ter sido o plano b do Itachi sempre, eu já sabia que ele tinha mentindo pra mim sobre ser editor, e naquele momento eu temia que ele tivesse mentido sobre tudo, e não seria bem uma surpresa, afinal, quando a vida foi perfeita assim, talvez fosse melhor acabar tudo ali, antes que aquilo me machucasse mais. - quer saber, - Naruto ajeitou os cabelos respirando fundo – estou indo embora... - não pode ir assim! – Itachi pegou o loiro pelo braço. - solta! – Naruto mandou em tom ríspido. Eu pude ver a surpresa em seus olhos, ele me soltou imediatamente, eu saí dali furioso, sempre eu ficava pra depois, sempre eu tinha que esperar, sempre eu era o plano b, uma hora qualquer um se cansaria, eu andava pelas ruas percebendo que as pessoas falavam de mim, e como não falar, eu estava aos prantos, só queria sumir dali, eu estava me sentindo tão vulnerável à aqueles olhares impiedosos, era surpreendente, fazia tanto tempo que eles não me incomodavam, mas naquele momento cada um era um tiro no meu corpo, eu já estava me sentindo fuzilado, e aquilo me irritava, acabava comigo, eu nunca deixei ninguém me ver em um estado como o que eu estava, eu acelerei cada vez mais meus passos, os sussurros sobre mim eram como gritos nos meus ouvidos, eu não me atrevia levantar a cabeça, eu me abracei e andei o mais rápido que pude, mesmo sem ter rumo definido, minha garganta ia fechando pouco à pouco, eu estava destruído, foi quando sem perceber eu dei de cara com uma grade de ferro velha, acabei caindo sentado no chão, bati a testa com tudo, a dor me fez se acalmar um pouco mais. Eu mal tinha aberto os olhos, já não ouvia mais sussurros, não ouvia nada pra ser sincero, eu levantei a cabeça assustado, e via a grade do cemitério municipal, eu me assustei, não pelo lugar, mas sim porque ele ficava em um extremo da cidade totalmente oposto do que eu tinha saído. - por quantas horas eu andei? – Naruto disse encarando o céu alaranjado por conta do por do sol que se aproximava – só pode ser brincadeira... Ele me levantei, estava com um pequeno machucado na testa, mas não importava muito, eu segui pela grade até a entrada, era um lugar muito bonito, só não era mais pelo fato de ser um cemitério, ele estava cercado por árvores de vários tipo, na entrada havia um caminho de vários ipês amarelos, era como entrar num bosque, eu acabei sorrindo instantaneamente, eu só tinha ido lá quando criança, e a paisagem certamente não era agradável, algo ali havia mudado, eu temia muitas coisas, mas a morte não era uma delas, eu entrei calmamente decidido à explorar o lugar. Haviam diversos caminhos decorados com ipês de todas as cores, cada um levava à uma ala diferente, eu acabei seguindo pelo caminho de ipês roxos, não tinha nenhum motivo particular, mas por lá segui, haviam diversos túmulos marcados com lápides de mármore pretas, e a escrita em prata, aquela devia ser uma ala especial, vi apenas sobrenomes importantes da cidade, não haviam flores em todos os túmulos, nem mesmo arroz, era um costume antigo que foi se perdendo aos poucos, um especial me chamou a atenção, ficava quase no fim daquela ala, mas estava repleto de lírios brancos, eu me aproximei e me entreteci, o nome marcado naquela lápide polida era Senju Tobirama, certamente foi Memma que as deixou ali. - mais um visitante? – um homem pálido de cabelos brancos perguntou sorrindo. - desculpa? – Naruto estranhou. - é que visitas não são muito comuns nesse cemitério, - o homem tirou ajeitou as luvas nas mãos – ainda mais por essa ala... - jura? – o loiro olhou ao redor – eu não diria isso... - eu cuido muito bem daqui! – o homem disse orgulhoso. Só então fui reparar em suas roupas, uma camisa preta de gola alta, luvas de jardinagem, a calça escura e levemente larga acompanhada de botas, ele devia ser o jardineiro do lugar. - você que é o jardineiro? – o loiro sorriu. - jardineiro/coveiro, - o homem sorriu e estendeu a mão – meu nome é Sai! - eu nunca te vi por aqui, Sai... – Naruto comentou. - tudo bem, eu também nunca te vi! – o homem sorriu – eu cresci por esses lados mesmo, com meu pai, depois de um tempo eu fui estudar fora, me formei e tudo, mas acabei voltando pra cá, foi deprimente no começo, conhecer o mundo pra nada, quando voltei, a sensação de que aqui era pequeno só aumentou... - eu te entendo perfeitamente bem, - o loiro suspirou – aconteceu o mesmo comigo... - é? – Sai perguntou sorrindo – fez faculdade lá fora? - mais ou menos, eu comecei uma carreira, que não deu muito certo. - a minha deu, - Sai sorriu – eu me formei em artes e design, eu era ilustrador em Nova York, tive quadros meus expostos em grandes galerias, mas a paixão por design começou bem depois, quando estava me especializando meu pai adoeceu e eu voltei, quando ele faleceu alguém tinha que cuidar do lugar, estava deprimente, e eu vi aqui uma nova chance de recomeço... - e não pensa em voltar pra NY? - Não, - Sai suspirou – meu lugar é por aqui mesmo, eu gosto do que faço aqui, e não tem mais espaço pra mim em NY, acho que em nenhum outro lugar... - eu me sinto assim as vezes também... - você o conhecia? – Sai perguntou se referindo à Tobirama. - era como se conhecesse... - ele era um cara legal, - Sai disse tirando as luvas – mal consigo acreditar na ideia de suicídio, logo ele, um cara tão especial, com tanta coisa pra viver, b, foi um prazer te conhecer, Naruto!- Sai estendeu a mão para cumprimentar o loiro. - o prazer foi meu! – Naruto pegou na mão do moreno. Naquele instante eu gelei, ele tinha meio sol tatuado mão direita, algo me dizia que ele podia ter meia lua na mão esquerda, era como a tatuagem no pescoço do amante do Deidara, mas, seria possível?


Notas Finais


Desculpem a demora pra postar :/
Espero que gostem ❤
- editando -
Gente, eu só fui abrir a história postada agora, e não sei porque foi nessa formatação estranha, eu acho que o meu word pode estar com problemas, eu vou verificar pra não acontecer de novo, desculpa pessoal.


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