História O acordo - O Acampamento

     Lucy

Meu pai havia me contado sobre o lugar que havia viajado, trouxe até algumas lembranças para mim. Disse que o clima não era muito diferente do daqui.

— Eu adoraria saber mais, porém preciso ir para a aula — falei e ele riu. Meu pai se levantou e beijou minha testa, até que a campainha soou.

Corri até a porta para abri-la. Quando fui ver quem era, era Loke.

— Ohayo — falei sorrindo.

— Yo Lucy, que tal irmos para a escola juntos?

— Claro. Tchau! — gritei e fui com Loke.

[…]

Chegamos a escola e nos mandaram ir para o Ginásio, lembrei que o professor Freed disse que o diretor queria fazer um comunicado. Mas automaticamente me lembrei de quando eu e Natsu estávamos sozinhos. Corei.

— O que foi Lucy? — Loke perguntou.

— N-Nada…

Entramos no Ginásio. Vi uma cabeleira ruiva junto a de uma azul, puxei Loke até lá.

— Yo — falei me sentando ao lado de Erza.

— Juvia não está conseguindo achar Gray-sama! E se nesse tumulto, alguma piranha estiver se esfregando nele? — Juvia falou olhando em todas a direções. Resolvi ignorar.

— Cadê a Levy-Chan? — perguntei a Erza.

— Falando em perfeição… cheguei! — Levy disse sentando ao lado de Loke.

— Por que faltou ontem, Levy? Senti sua falta no grupo de Estudos — Loke falou.

— Você também está em um grupo de estudos?! — perguntei.

— Sim, quando meu pai soube desse club, mandou eu me inscrever. Ele quer que eu me esforce ao máximo — ele falou um pouco triste. Loke era muito empenhado, porém odiava grupo e estudos e tals.

— Bem, eu faltei por que não estava me sentindo muito bem. Mas estou melhor — Levy sorriu.

Continuamos a conversar. Até o diretor pedir para todos se calarem. Ele precisou de um banquinho para que todos pudéssemos vê-lo. Ele pegou o microfone e começou:

— Bem, todos sabem que na semana que vem haverão os testes! Mas esse comunicado não é pra isso. Pelo contrário, é algo que vocês irão adorar!… Haverá um acampamento!

E o Ginásio se rompeu em gritos. Todos estavam eufóricos. Um acampamento! Isso parece muito legal. Mesmo eu nunca tendo ido em um. Os alunos já estavam criando espectativas quando o diretor continuou:

— Mas, para ir ao acampamento, suas notas terão que ser boas! Por isso, se querem ir, comecem a estudar desde já!

Fácil! Minhas notas são umas das melhores da sala. Estavam todos animados quando saíram do Ginásio. Eu, Loke e Levy fomos caminhando até nossas salas.

— Um acampamento! Que legal, eu nunca fui em um! — falei animada.

— Sério Lu-Chan? Eu já fui em um acampamento duas vezes. É muito legal — Levy sorriu.

Eu realmente estava animada. E acho que foi um bom incentivo para todos se esforçarem nos testes!

[…]

A semana dos testes passou voando. E eu, ficava mais animada a cada dia. Raramente vi Natsu essa semana, e quando o vi, ele estava com Lissana. Eu sabia que eles eram amigos e tudo mais, porém eu ficava incomodada com tal aproximação. Por que eu ficava incomodada? Nem eu sei. Ótimo! Um segundo mistério na minha vida.

Lista de mistérios que preciso resolver:

1- Por que Natsu consegue mexer comigo com um simples toque?

2- Por que Natsu e a Lissana amigos me incomoda tanto?

Bem, não é momento para pensar nisso. Foco nos testes Lucy!

Depois da semana dos testes, o diretor anunciou o dia do acampamento. Puxa! Seria dali a dois dias, e ficaríamos no acampamento durante uma semana. Bem, melhor eu já ir arrumando minha mala.

A maioria dos alunos conseguiram boas notas, então muitos irão ao Acampamento.

— Que bom que a maioria vai, será muito legal! — Levy falou animada.

Sorri e continuamos conversando. Eu já estava sentindo falta de um certo rosado, que já não vinha falar comigo a uma semana! Okay que é sempre ele que vem falar comigo, mas acho que ele não está esperando que eu que vá falar com ele. Mas agora a gente é amigos — e quem diria que eu, Lucy Heartfilia, a garota que odeia encrenca, seria amiga de Natsu Dragneel —, e amigos falam um com o outro. Argh! Que seja, eu não deveria sentir falta dele, já que ele é um Bad Boy e eu não gosto de Bad Boys.

[…]

Eu havia acabado de chegar da escola. Corri para meu quarto e peguei minha bolsa/mala. Amanhã começará o acampamento! Acho que eu nem vou conseguir dormir essa noite.

Levei um bom tempo para pegar tudo, dei uma boa olhada para ver se não havia esquecido nada. Virgo entrou em meu quarto.

— Já arrumou tudo, Hime? — ela me perguntou.

— Sim, espero não ter esquecido nada — falei.

— Quer uma ajuda para conferir?

— Não. Vou tomar um banho.

Depois de tomar um relaxante banho, recebi uma ligação de Mira. Ficamos conversando por um tempo, Mira estava ajudando Lisanna a arrumar suas coisas. Até que Lisanna diz:

— Vou poder passar bastante tempo com o Natsu!

Fiquei em silêncio. Pera aí, a Lisanna…

— Você gosta do Natsu, Lis? — perguntei depois de um bom tempo.

— B-Bem — pude ouvir ela gaguejar — Natsu e eu sempre fomos amigos de infância. E eu… na verdade, eu ainda não sei o que sinto. Por que? Você gosta dele?

— Ah! Não! Ele é apenas meu amigo.

— O Natsu mudou — disse Mira de repente.

— Eu também notei — Lisanna falou.

—  Como assim gente? O que aconteceu? — perguntei, flutuando na conversa.

— Acho que a Lis já te contou da Kriss. Bem, desde então, Natsu nunca parou com uma garota. Acho que ele nunca mais amou uma garota como amou a Kriss. Ele já é mulherengo faz um bom tempo. Mas de uns meses para cá, ele tem parado com isso. Não que ele tenham parado totalmente. Foi o que Gajeel me contou.

— Hm… — foi o que consegui dizer.

Eram 21hrs quando fui me deitar na cama. Eu estava super ansiosa, era o primeiro acampamento da minha vida. Porém fiquei pensando também em um certo rosado. A Lisanna gostava dele! Na verdade, ela disse que não sabia ao certo. Será que o Natsu também gosta dela? Talvez sim, essa semana eles estavam bem grudados.

Lisanna tem ficado minha amiga, ela é gentil e muito carinhosa com todos. Uma ótima amiga. Mas gostar logo do Natsu?! Aquela chato, irritante, idiota, babaca… mas Natsu também tem suas qualidades. Ainda me lembro de quando eu descobri sobre Sting e estava resfriada. Natsu se preocupou comigo, até faltou a aula para me levar em casa.

Acabei dormindo com esses pensamentos. Acordei antes do despertador que eu havia colocado para não perder a hora. Eram 4:30 da manhã e eu já estava com a corda toda.

Me levanto e sigo direto para o banho, logo em seguida, visto uma calça jeans e uma blusa branca de manga com alguns detalhes de flores. Pego minha bolsa/mala e a deixo na sala. Vou até a cozinha, e de todos os empregados, apenas Virgo estava acordada. Eu a ajudo a preparar o café, já que eu havia acordado bem cedo e ainda tinha bastante tempo. Depois de comer, voltei ao banheiro para escovar os dentes e me arrumar melhor. Fiz um coque despojado — dessa vez, prendi com uma fitinha rosa —, como eu não gosto de me maquiar, apenas passei rímel e passei um batom rosinha em meus lábios.

Fui até a sala e me sentei no sofá. Ainda faltava uma hora para ir a escola, então chequei a minha bolsa de novo. Virgo se sentou ao meu lado.

— Vai à escola com alguma amiga? Ou quer que Taurus a leve? — Virgo perguntou.

Revirei minha mente. Eu havia marcado com alguém para ir juntos a escola? Ah sim! O Loke!

— Eu vou com o Loke — sorri.

[…]

Quando chegamos na escola, fomos direto ao Ginásio. Vários alunos haviam chegado. Inclusive Erza, Jellal, Gray, Mira e Lisanna. Eu e Loke fomos na direção deles.

— Olá — falei sorrindo.

— Yo, Lucy — Erza disse.

— Estão animados? — perguntou Jellal.

— Sim, a Lucy então... não parava de falar sobre isso o caminho todo! — Loke disse rindo.

— É-É por que é o meu primeiro acampamento! — me defendi.

— Será que vai demorar para chegar os ônibus? — perguntou Lisanna.

— Acho que não, eles devem chegar no horário — Erza disse.

Continuamos a conversar sobre assuntos banais. Até alguém se sentar no meu lado.

— Oi, Lucê — me virei para vê-lo. Natsu estava com aquele sorriso de sempre. Automaticamente me lembrei da conversa de antes, sobre Natsu ter mudado — Hey Lucê, sei que sou lindo, mas não precisa ficar me secando — isso me fez ruborizar.

— Ah! Eu n-não estava te secando… só estava pensando! — droga! Por que eu to gaguejando?

— Pensando no que? — ele me perguntou sorrindo maliciosamente.

Corei mais ainda. Como esse idiota pode ser tão pervertido?

— Yo Natsu — Lisanna falou e nós dois nos viramos para ela.

— Por que está vermelha, Lucy? — Gray peguntou.

— N-Nada! — merda. Gaguejar entrega tudo.

Gray e Jellal se entreolharam e riram. Ai não, o que aqueles dois pensaram?!

Depois de longos minutos, finalmente os ônibus chegaram, e o resto do pessoal também. Fomos entrando, eu me sentei no meio do ônibus, nem tão na frente e nem tão atrás. Cana logo se juntou a mim.

— Oe Lucy — ela falou.

— Olá, Cana!

Atrás de mim, Levy e Erza sentaram juntas. Na minha frente, sentou Rogue e Yukino. Ainda me lembro da festa da Yukino, porém eu nunca falei com o Rogue.

Ficamos conversando, fazendo algumas brincadeiras, cantando. No finalzinho do ônibus, havia um bebedouro. Eu não sabia se estava em bom estado, mas que eu estava com sede, estava. Me levantei e fui até lá, o ônibus deu uma balançadinha e eu quase caí, porém alguém que também estava em pé agarrou o meu braço, me impedindo de cair.

— Obrigada — levantei o olhar para ver quem era. Me assutei ao me deparar com a pessoa: Sting Eucliffe.

— Mais cuidado da próxima vez, Lucy — ele aproximou seu rosto do meu e apertou mais forte o meu braço.

— Tá me machucando, Sting — falei firme.

Ele me soltou, e depois se sentou em seu lugar. Fui em direção ao bebedouro, peguei um copo plástico e coloquei água. O que foi isso? Por que Sting agiu daquele jeito?

Voltei para o meu lugar. Havia um pequeno vão entre a minha poltrona e a poltrona da Cana, Levy encostou o rosto ali, e sussurrou — já que Cana dormia.

— O que foi aquilo? O que ele disse?

— Eu também não sei o que foi aquilo. Só espero que ele me esqueça — sussurei de volta.

[…]

Depois de algumas horas de viagem, o ônibus parou. Mira se levantou, e disse que havíamos chegado. Foi até a frente do ônibus e se apresentou.

— Eu sou Mirajane Strauss, serei a representante deste grupo. Que é o grupo B — ela falou — Temos dois grupos, que vieram separados pelos dois ônibus, o grupo A e o grupo B. Algumas atividades, serão grupo A versus grupo B. Porém na maioria, irão se separar em equipes. Bem, na verdade seremos nós que vamos separar vocês. Podem sair — ela falou descendo do ônibus.

— Mira, por que não nos contou que seria representante — perguntou Levy quando nos encontramos fora do ônibus.

— Queria que fosse surpresa — Mira sorriu — Na verdade, o diretor  pediu para que eu fosse representante antes de ontem.

— E quem é o ou a representante do outro grupo? — Gray perguntou.

— Gildartz — Mira respondeu e logo Natsu apareceu.

— Cadê o Gajeel? — Levy perguntou.

— Está no outro grupo — respondeu Natsu.

— Por que quer saber dele? — Erza perguntou encarando Levy.

— É que ele sempre está com o Natsu… — Levy corou. Aí tem coisa!

— Okay. Gente! Me sigam — Mira gritou e foi andando, adentrando o acampamento.

Esta floresta é bem conhecida por aqui. A maioria das excursões escolares, acampamentos, são aqui. Fomos andando por uma trilha que adentrava a floresta, chegamos a um lugar aberto, onde a floresta rodeava este lugar. Por um lado, havia várias barracas, de outro, havia duas casasinhas.

Avistamos o diretor, junto com Gildartz e o outro grupo que estava em volta do diretor. Freed, Evergreen, e outros professores também estavam lá. Nos juntamos a eles e Mira se juntou ao grupo de professores e representantes.

— Olá, meus queridos alunos! Hoje vamos começar com o nosso acampamento — o diretor disse — Não será bem um "acampamento", serão atividades! Acho que seus representantes já falaram para vocês sobre os grupos, correto? — assentimos — Mas agora, vamos separar as equipes. Estamos fazendo uma lista com seus nomes. Vão ver com quem ficaram e depois vão aos seus dormitórios. Casa direita, meninas. Casa esquerda, meninos. Já dizendo: o importante não é ganhar, e sim se divertir!

Todos aplaudiram. O diretor foi em direção aos professores. Os alunos começaram a conversar, empolgados.

— Quem será que vai ser a minha equipe? — perguntou Cana.

— Espero que fiquemos juntas! — disse Lisanna.

— Juvia acha que não vai dar todas em uma equipe. Juvia espera que não fique excluída — Juvia disse.

O professor Freed tomou a frente. Com um papel nas mãos, falou:

— Vou anunciar as equipes e depois, vocês já poderão seguir para os dormitórios se arrumar:

Equipe 1:

Cana Alberona

Lucy Heartfilia

Rogue Cheney

Lyon Vastia

Equipe 2:

Erza Scarlet

Lisanna Strauss

Loke

Bicslow

Equipe 3:

Bisca Connel

Levy McGarden

Gajeel Redfox

Gray Fullbuster

Equipe 4:

Yukino Aguria

Juvia Lockser

Natsu Dragneel

Sting Eucliff

Equipe 5:

Chelia Blendy

Jenny Realight

Droy

Jet

Equipe 6:

Lúcia Yamoto**

Nicole Sasaki**

Jellal Fernandes

Hibiki Lates

Duas meninas e dois meninos em cada equipe. Procurei Rogue, o garoto que eu nunca havia falado na minha vida. Pelo menos Cana estava comigo. O tal de Lyon Vastia eu não conhecia.

Acabo de percerber que eu sou péssima em interagir. Ouço alguém suspirar atrás de mim.

— Eu não acredito que estou na mesma equipe que o Gajeel! — reclama Levy.

— Juvia não acredita que ficou separada de seu grande amor! Como Juvia saberá se essa tal de Bisca não dará em cima de Gray-sama!

— Pelo menos estamos na mesma esquipe, Lucy — Cana disse sorrindo.

— Tenho certeza que o diretor fez isso para podermos fazer novas amizades — Erza falou, ao lado de Levy — sabe como ele gosta que seus alunos interagem uns com os outros.

— Tem razão — falou Lis.

Seguimos para o nosso dormitório. Não era um lugar grande, porém não era tão pequeno. Havia várias camas, algumas eram beliches. Escolhi uma ao lado da beliche que Levy e Juvia escolheram. Coloquei minha bolsa ali do lado e me joguei na cama. Como era confortável.

Outras meninas foram adentrando o dormitório. Jenny também estava conosco. Simplesmente não vou com a cara dela. Só espero que ela não note minha presença durante os dias aqui.

Passamos bons minutos fofocando e falando sobre nossas equipes. Jenny estava reclamando de sua equipe, dizendo que a única pessoa razoável era Chelia. Juvia continuava triste por não ficar com Gray, e assim se passou umas três horas. Até que Mira adentrou o quarto e ficou com a única cama que restou. Colocou suas coisas lá e foi até a gente.

— 18 hrs será nossa primeira atividade! Não precisam levar nada, só nos encontrem no mesmo lugar onde o diretor deu o aviso — Mira nos informou.

[…]

No exato horário que Mira havia nos informado, saímos do nosso dormitório e fomos até o local de encontro. Os professores — e os representantes também — já estavam lá, junto com alguns alunos.

Depois de alguns minutos, todos já estavam ali. No meio daquela gente toda, acabei me perdendo das minhas amigas.

Abri caminho entre duas pessoas para enxergar o diretor melhor — às vezes eu não queria ser baixinha.

— Gomen — pedi, vi que estava entre Rogue e uma garota que eu não conhecia. Jesus! Eu não conheço muita gente. Preciso socializar mais!

— Tudo bem — Rogue abriu um sorriso.

— Olá de novo — o diretor sorriu — Vamos começar as atividades! Como eu já disse, haverá algumas em equipes e outras com os dois grupos. Esta primeira será com a equipe! E avisando: as atividades com os grupos, valerão pontos. O grupo que tiver mais pontos, ganha uma viagem! — todos se animaram e o espírito de competitividade começou a se manifestar — Para essa atividade, cada equipe ganhará um mapa, terão que chegar no lugar indicado. E cada um ganhará um mapa com um caminho diferente. A equipe que chegar primeiro, vence! Mas não pensem que será fácil. Podem ir pegar os mapas e se preparar. A partir de agora: começa o Acampamento Fairy Tail!

Todos os alunos correram atrás de suas equipes. Eu e Rogue nos juntamos para procurar Lyon e Cana. Encontramos Lyon, porém nada da Cana.

— Cadê ela? — perguntou Lyon.

— Ali! — avistei Cana vindo até nós com um papel nas mãos.

— Nós não iremos ficar para trás! — Cana se aproximou de nós.

Corremos até a floresta e adentramos ela. Seguindo o mapa.

— Vamos ficar juntos, para não correr o risco de nos perdermos — falou Rogue.

— Os caminhos dos outros devem ser bem longe desse. Não ouço vozes nem passos de ninguém — falei.

— É. Mas é melhor irmos logo! Não queremos ser os últimos a chegar! — Cana incentivou.

— Não sabia que você era tão competitiva assim — falei.

— É que eu fiz uma aposta com a Juvia! Qual equipe venceria mais vezes!

— Ah… entendi.

Só não digo que está tão competitiva quanto a Erza, por que a Erza é nível extremo!

Seguimos o mapa e continuamos andando.

— Lembram quando o diretor disse que não seria tão fácil assim? — Lyon perguntou.

— Sim — respondemos.

— Mas pensem, o que pode acontecer? Você acha mesmo que eles nos colocariam em perigo, em uma floresta, a noite? — Lyon falou.

— Tem razão. Talvez o maior desafio seja não nos perdermos — Rogue disse pegando o mapa da mão de Cana.

Continuamos andando. Ficamos um bom tempo em silêncio, a floresta escura e um tanto fria, o vento assobiando.

— Assustador — concluí.

— Sim. Imagina vir aqui bem escuro de noite e sozinho — Cana falou.

Continuamos andando. Até Rogue parar e olhar para o mapa.

— O que foi? Estamos no caminho errado? — peguntou Lyon.

— Não… só que há um pontinho verde no mapa. Será que tem algo por aqui? — Rogue perguntou.

— Só se for algum tipo raro de mato — falei com sarcasmo — Não tem nada aq... KYAAHHHHH!

Senti meu corpo se levantar do chão com uma velocidade imensa. Quando vi, estava pendurada, presa em uma armadilhar. Não estava tão longe do chão.

— To vendo que não tem nada aqui — Lyon falou rindo.

— P-Pare de rir! Me ajudem! — pedi e eles três caíram na risada.

Porém, suas risadas pararam quando ouviram barulhos. Eu encarei eles assustada.

— Me tirem rápido daqui! Por favor! — gritei.

Logo o que estava causando barulho na floresta, saiu. Apenas vi um vulto preto saindo e correndo em nossa direção. Automaticamente, me lancei para trás, mesmo sabendo que não conseguiria sair da armadilha, tentei tomar distância da coisa. Cana, Lyon e Rogue correram. Eu não acredito que me deixaram aqui! Olhei para frenre e vi que era um homem vestido de preto, porém ele passou por mim e correu na direção dos meus colegas de equipe. Ufa! Mas agora eles estão em perigo! Eles vão se perder! Preciso sair daqui.

Tentei forçar, balançar, chutar, porém a armadilha era firme. Como sairei daqui? Tentei me aproximar da árvore, porém o galho da armadilha era um galho mais afastado. Minhas tentativas foram em vão. Ótimo! Agora terei que ficar aqui e esperar alguém.

Me encolhi, estava bastante frio. Depois de alguns minutos, ouvi passos, pensei em gritar e pedir ajuda, mas se passou pela minha cabeça que poderia ser o cara de preto. Os passos aumentaram, percebi que era mais que uma pessoa. Quando as pessoas pararam, pareciam estar ofegantes.

— Estou… cansada… vamos parar… um pouco? — era uma voz feminina.

— Nem pensar… ele pode… ainda estar atrás... da gente! — agora, era um voz marculina.

Pensei em ser Cana, Rogue e Lyon, porém as vozes eram diferentes.

— Acho que nós já… despistamos ele — falou uma voz rouca que reconheci ser de Natsu.

Natsu! Aquela era a equipe de Natsu! Será que havia alguém solto por aí perseguindo as equipes?

— As outras equipes também devem estar passando por isso. Juvia acha que será bem difícil chegar no local indicado! — Juvia falou.

— Foda-se as outras equipes. Se quisermos ganhar, temos que pensar em como fugir daqui sem sermos perseguidos novamente por alguém — era Sting!

— Infelizmente ele tem razão — falou a outra voz feminina.

— Yukino, atrás! — Natsu gritou.

Estava escuro, porém dava para vê-los. Tudo o que vi foi Natsu ser empurrado por Sting, caindo em um arbusto e ficando por lá mesmo. Yukino se virou depressa e gritou. Juvia, Sting e Yukino correram, enquanto a pessoa correu atrás deles, nem percebendo Natsu.

Será que ele também caiu em uma armadilha?

— Natsu! — gritei.

Vi ele se levantar dos arbustos. Olhando em volta.

— Lucê? — chamou.

— Natsu! — ele olhou em volta — Aqui! — ele finalmente me achou.

Se levantou e veio andando até mim. Depois de se aproximar, perguntou:

— Você está bem? — eu corei.

— S-Sim… me ajuda a sair daqui — falei.

Ele assentiu. Pegou uma pedra no chão e cortou a corda que me prendia, me fazendo cair no chão. Ele riu.

— Não ria de mim, idiota!

— Cadê a sua equipe? — ele perguntou.

— Acho que o mesmo que aconteceu com a sua, aconteceu com a minha. Parece que fomos deixados para trás — ri sem graça.

— Quem está com o mapa?

— O Rogue. Eu espero que você esteja com o mapa de vocês — falei. Por Deus, por Deus, que ele esteja com o mapa!

— Não — ele suspirou — É aquele idiota do Sting quem está com o mapa — ele deu um tempo e depois voltou a falar — O destino brinca mesmo com a gente — abriu um pequeno sorriso.

— Como assim? — perguntei.

— Ele sempre dá um jeito de fazer a gente se encontrar. Incrível isso. E olha que nem somos da mesma equipe. Mas estamos aqui, perdidos, em uma floresta, sozinhos — ele me olhou maliciosamente.

— I-Isso foi apenas coincidência! — falei totalmente ruborizada.

— Que seja, vamos andando por este caminho. Tenho certeza que vocês estavam seguindo ele — Natsu falou.

— Mas podemos acabar nos perdendo mais ainda!

— O que foi? Está com medo, Lucê? — eu nada respondi. Natsu abriu um sorriso de canto — Não se preocupe Lucê. Não vou deixar ninguémte te machucar.

Aquilo mexeu comigo. Meu coração acelerou e eu ruborizei. Ainda bem que estava escuro e ele não podia ver o quão vermelha eu estava. Meus pés se mexeram sozinhos e foram até o lado de Natsu. Meu coração batia tão forte que eu achei que ele sairia de dentro de mim a qualquer momento.

Eu e Natsu andamos. Um silêncio se formou entre nós, porém não ousamos quebra-lo. O clima estava mais frio. Notei que havia uma árvore igual a que haviamos passado a pouco tempo. Ignorei, afinal, era um floresta. Havia várias árvores e eu poderia estar ficando louca. Porém depois de instantes, vi a mesma árvore. Comecei a estranhar.

— Já não passamos por aqui? — peguntei.

— Também estou achando isso — Natsu respondeu.

E passamos mais duas vezes pela árvore. Não creio!

— Estamos andando em círculo — falamos juntos.

Passei minha mão pelos meus braços, tentando me deixar mais quente. Estava frio. Procurei meu casaco em minha cintura, porém ele não estava lá amarrado.

— Ai não! Devo ter perdido meu casaco quando você me soltou da armadilha e eu caí! — falei.

— Acho que você tinha razão. Não deveríamos ter saído de lá. Agora estamos perdidos.

— Eu falei, seu cabeça de vento!

Ele revirou os olhos e adentrou a floresta, saindo do caminho. Depois gritou o meu nome e eu o segui. Natsu se sentou, encostado ao tronco de uma árvore. Me sentei ao seu lado, tremendo.

— Está com muito frio? — ele me perguntou e eu fiz que sim — Tome.

Ele retirou o casaco e me deu.

— Mas aí você irá ficar com frio — falei.

— Não estou com frio. Coloque logo isso — ele virou a cabeça para olhar em volta.

Eu corei e coloquei o casaco. Era quente, confortável e… tinha o cheiro dele. Seu cheiro era tão bom, apertei o casaco contra meu corpo para poder inalar melhor o cheiro. Passou um tempinho, conversávamos sobre a floresta, o clima. Depois, desviei meu olhar para Natsu. Seus cabelos balançavam um pouco com o vento. Seu olhar era calmo, não parecia preocupado. Ele me encarou. Decidi o encarar também, dessa vez, não serei eu a desviar o olhar! Ele se aproximou.

— Natsu… — falei. Uma de suas mãos foi ao meu rosto, acariciando minhas bochechas. E logo depois, senti seus lábios tocarem os meus.

Sua língua pediu passagem e eu cedi. Foi um beijo calmo, cheio de desejo. Como se fosse algo que queríamos a muito tempo. Quando o ar fez falta, nos separamos.

— Lucy, você é tão linda — ele colocou uma mecha de cabelo meu atrás da minha orelha — qualquer um se apaixonaria facilmente por você.

Eu estava quase explodindo. Meu coração batia tão forte que chegava a doer. Uma corrente elétrica passava pelo meu corpo. Eu estava desejando ele. Lucy! Você nunca se sentiu assim com ninguém! Este é um pensamento pervertido, não deveria pensar isso.

— Lucy! Achei você! — uma voz masculina falou. Fazendo eu me virar bruscamente na direção do dono dela.

— Rogue! — me levantei e corri até ele — Como nos encontrou?

— Bem, todas as equipes já chegaram. Só faltava vocês dois. Eu e alguns professores viemos procurar vocês, mas vejo que já achamos os dois — ele sorriu — Fico feliz que os dois estejam bem.

[…]

Depois que voltamos, fomos direto para a festa. Havia muita comida, e muita gente dançando. Cana e Levy me disseram que aqueles caras de preto eram na verdade os professores, e que estavam dificultando a atividade. Havia também algumas armadilhas para nos atrapalhar. Cana pediu desculpa por me abandonar naquela armadilha, e é claro, eu a desculpei.

— Quem ganhou a primeira atividade?  — perguntei.

— A minha equipe, é claro — falou Erza, se gabando.

 — Lu-Chan — Levy falou me puxando mais afastado das outras — eu sei que você e o Natsu estavam juntos. Você vai me contar tudo, por que eu sei que rolou alguma coisa!

— Agora não é uma boa hora para isso Levy — falei sem graça — apenas segue a festa!

Me juntei as meninas, que estavam dançando e conversando. Mas na verdade, meus pensamentos estavam todos concentrados no beijo entre eu e Natsu. Senhor, o que aquele garoto faz comigo?

Continua…