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História O Acordo - Capítulo 3


Escrita por: DebStr

Capítulo 3 - Capítulo 3


- Reduza os custos em 20% e o contrato é seu. – Barganhou. – Nem 1% a menos.

 

Praguejei mentalmente sabendo que 20% faria muita diferença para a margem do Laboratório e nem mesmo Kakashi seria capaz de aprovar essa medida sem a liberação dos outros sócios minoritários. Mas se essa era a sua condição, eu precisaria dar um jeito nisso.

 

- É muito. Não é viável, você sabe. – Falei com uma careta séria tentando, ao menos uma única vez, fazê-lo mudar de ideia.

 

- Então não está disposta a qualquer coisa como havia dito. – Provocou e eu me segurei para não bufar de insatisfação.

 

- Ok, ok. Farei o possível. – Respondi firme para que ele soubesse que daria tudo de mim para fecharmos esse acordo.

 

- Você tem até o jantar. – Disse e se levantou, dessa vez sem que eu o impedisse. - Eu tenho seu número. Vamos nos falando. – Abotoou o terno e se retirou.

 

Olhei para a porta do restaurante enquanto Sasuke sumia do meu campo de visão. Não pensei duas vezes antes de ir diretamente para o hotel e ligar meu laptop. Eu precisaria de uma boa estratégia para que pudessemos chegar ao valor exigido.

 

Não seria uma tarefa fácil, mas com alguns cortes ou ligações, talvez fosse possível. Era agora ou nunca, não tínhamos tempo para perder.

 

Passei as próximas três horas montando um esquema a fim de enviar para Kakashi, mostrando que aquela era uma possibilidade. E no momento em que todas as contas estavam feitas e descriminadas, liguei para meu chefe.

 

- Por favor, me diz que a notícia é boa. – Ele praticamente implorou e pude imaginá-lo perfeitamente sentado em sua cadeira enquanto massageava as têmporas.

 

- Ele nos deu uma condição e agora tudo depende de você, Kakashi. – Afirmei e contei tudo o que havia acontecido.

 

O homem de cabelos grisalhos informou que já tinha um suspeito pelo vazamento das informações para o contrato, mas que nada poderia fazer enquanto não tivesse certeza absoluta e provas que comprovassem suas teorias.

 

Segurei minha língua para não perguntar quem Kakashi tinha em mente, pois sabia que a melhor opção era que eu mesma avaliasse cada funcionário e tirasse minhas próprias conclusões. Dessa forma, eu não seria influenciada pelos pensamentos de outros, apenas os meus.

 

O homem do outro lado da linha pediu para que eu lhe enviasse o que havia preparado, pois se reuniria com os sócios naquele mesmo instante a fim de chegarem em uma conclusão o mais breve possível.

 

Desligamos a ligação e fiz examente como me pediu. Fechei a tela do laptop assim que o e-mail foi enviado e rezei mentalmente para que tudo desse certo. 

 

Precisávamos de uma resposta o quanto antes, ou meu jantar com Sasuke não serviria de nada.

 

---

 

Às 18h em ponto recebi uma mensagem do Uchiha informando o restaurante onde iríamos jantar em duas horas. Me desesperei por ainda não ter uma resposta de Kakashi àquela hora. Mas eu precisava esperar e confiar no poder de persuasão do meu chefe.  

 

Enquanto isso, precisaria fazer a minha parte e lidar com a onça pessoalmente. Rumei para o banheiro e me permiti tomar um banho quente e demorado. Passei a tarde inteira tensa e andando de um lado para o outro no quarto do hotel, nem me importando em perder o resto do congresso daquele dia. Com certeza minha aparência não estava das melhores.

 

Deixei que a água relaxasse meus músculos e renovasse minhas energias. Apoiei a testa no mármore frio e busquei em minha mente qualquer sinal de quem poderia ter sido o desgraçado a vazar nossa proposta para o concorrente. Kakashi havia dito sobre ter um suspeito, mas quem estaria dando indícios de tal ação?

 

Todos os que vinham à minha mente logo se dissipavam. O único que eu não tinha tanto contato ainda era Sai, mas por ser relativamente novo na empresa, ele ainda não tinha acesso direto a documentos tão importantes. Sendo assim, ele sequer sabia da existência daquela proposta, ou se soubesse, não teria permissão para vê-la de qualquer forma.

 

Ou pelo menos era assim que deveria ser, mas na prática, nós nunca podemos ter certeza de nada. Com isso, decidi que ficaria de olho nele quando retornasse à Tóquio.

 

O vazamento daquele contrato foi uma enorme surpresa, e com certeza não era das boas. Se Sasuke não tivesse esperado pelo nosso almoço e fechado diretamente com os Shimura, não haveria sequer uma chance de entrarmos no jogo.

 

E se aquele contrato havia sido exposto, o que mais os Laboratórios Shimura tinham em mãos? Será que de fato essa pessoa é algum tipo de funcionário infiltrado propositalmente pelo concorrente? Ou apenas alguém que decidiu vender informações privada por uma bolada de dinheiro? Haviam várias teorias da conspiração se passando lentamente por minha cabeça, e ainda assim eu não me achava uma completa louca por cogitar essa possibilidade.

 

No mercado, podemos esperar todo tipo de pessoa. E gente de mau caráter existe aos montes. Mas nosso RH sempre foi rígido e cuidadoso com as pessoas que colocavam dentro da empresa. Como poderiam ter deixado passar alguém que tivesse qualquer relação com os Shimura? A pessoa com certeza precisaria ser muito discreta, no mínimo.

 

Apesar de sermos grandes no mercado, a crise atinge a todos e quem oferece o preço mais barato costuma ganhar. Fechar com a Rede de Hospitais Sharingan era o mesmo que estar a salvo do rombo nacional. Aquela conta seria a garantia de que não quebraríamos ou fecharíamos as portas nos próximos anos. Porém, rumores diziam que a família Shimura consegue atingir um valor tão baixo que sua margem beira à zero, praticamente dominando todos os clientes disponíveis e não nos deixando brecha para novas parcerias.

 

Aquilo sempre me soou muito suspeito, mas sem provas que pudessem explicar que havia algo de errado com aquela corporação, nada poderíamos fazer. Só nos restava sermos melhores que eles, mas no momento em que oferecem a mesma qualidade por um preço de banana, as coisas realmente complicam.

 

Fechei os olhos e tentei esquecer o assunto. De nada adiantaria ficar pensando no concorrente naquela hora. Eu precisava mesmo é arranjar novas estratégias para que a nossa empresa se sobressaísse aos olhos de Sasuke. Ele era a minha última esperança. E aí estava mais um grande problema.

 

Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha branca e felpuda. Suspirei fundo e limpei o espelho com a palma da mão para me ver melhor. Eu ainda estava cansada pela noite anterior e precisaria de uma boa maquiagem para esconder aquelas olheiras, e com certeza uma noite de sono profunda para restaurar de vez as minhas forças.

 

Ouvi um barulho vindo do quarto e não pensei duas vezes antes de correr e atender meu telefone quando percebi que o mesmo tocava de forma insistente.  Era Kakashi.

 

- E então? Conseguiu? – Perguntei exasperada.

 

- 15%. Foi tudo o que consegui. Mais do que isso e precisaríamos dispensar pessoas e recursos, e isso não seria viável.

 

- 15%... ok , já é alguma coisa. – Respondi enquanto mordiscava a ponta do dedo pensando em como convencer Sasuke com aquela quantia.

 

- Sakura, eu confio em você. Você consegue! – Kakashi disse com expectativa e eu agradeci, mesmo que receosa.

 

Havia muito em jogo e todas as fichas estavam em mim. Era de certa forma desesperador, mas a verdade é que eu adorava um bom desafio.

 

Desligamos a chamada e fui para a mala pegar o vestido vinho que usaria para o jantar. 15% precisaria ser o suficiente para que Sasuke aceitasse fechar conosco. Eu faria ser suficiente.

 

Afinal, minhas metas estavam traçadas e ninguém seria capaz de me parar. Eu sabia de cor e salteado suas necessidades e tinha a certeza de que seríamos capazes de atender cada uma delas com precisão. Nós seríamos a melhor escolha deles, Sasuke só precisava se permitir enxergar isso.

 

Me vesti e caprichei na maquiagem, visto que iríamos a um restaurante conceituado da região. Meu estômago com certeza agradeceu por isso, mas minha mente estava focada em outras coisas. Calcei os saltos escuros e me olhei uma última vez no espelho. Dei uma leve bagunçada nos cabelos soltos e me satisfiz com o resultado final. Estava impecávelmente bonita e determinada. Definitivamente, pronta para atacar.

 

Ri com meu pensamento imaginando em como Ino diria que eu estaria tentando seduzir Sasuke com aquela roupa apenas para que ele escolhesse os Labortatórios Hatake. Mas a verdade é que as aparências nesse ramo são importantíssimas e eu precisava desesperada faze-lo esquecer dos incidentes no avião.

 

No mundo comercial, você precisa vender diversas coisas, mas a sua imagem e credibilidade são essenciais para o convencimento. Você precisa mostrar que acredita no que está vendendo e só assim o cliente se sente confortável para pôr a mão no fogo e tirar a prova.

 

Olhei o relógio do celular e vi que estava na hora de sair. Respirei fundo e chamei um taxi. Não demorou sequer 15 minutos para chegar ao restaurante e já na entrada percebi que realmente era um lugar de alto nível. Mas nada que eu já não esperasse do herdeiro de Fugaku Uchiha.

 

Não pude evitar um sorriso lembrando de quão doidas as coisas podem ser. Me sentar no avião logo ao lado de Sasuke. Pagar diversos micos na frente daquele homem que seria essencial para os meus planos e depois tê-lo dormindo em meu ombro como se fôssemos íntimos. Com toda certeza foi uma brincadeira de mau gosto do universo, mas eu deixaria passar daquela vez.

 

De repente me lembrei de sua reação quando eu disse meu nome. Ele com certeza soube na hora quem eu era e que nos encontraríamos mais tarde. E ele sequer disse alguma coisa. O safado com certeza me pegou de surpresa e de propósito. Talvez tenha sido sua forma de me castigar pelos maus tratos que fiz com a sua pasta. Eu não o culparia por isso.

 

Balancei a cabeça ainda com um sorriso no rosto, despachando esses pensamentos para longe. Adentrei o restaurante e informei meu nome. Rapidamente fui levada para uma mesa mais reservada. Sasuke já me aguardava e se levantou quando me viu.

 

- Você está muito bonita. – Elogiou segurando a cadeira esperando que eu me sentasse e senti meu rosto esquentar. Ainda precisava me acostumar em fechar negócios com homens tão bonitos e sedutores assim.

 

Não sabia ainda se estava sem graça pelas palavras ou por ele estar com aquele meio sorriso nos lábios. Definitivamente homens morenos e galantes eram um ponto fraco que eu jamais admitiria. Ainda mais vestidos impecavelmente em um terno preto feito à medida.

 

- Obrigada. – Agradeci com um sorriso gentil assim que o mesmo sentou-se na cadeira à minha frente. – Você também não está nada mal. – Brinquei com uma piscadela para descontrair e Sasuke apenas sorriu de volta balançando a cabeça divertido.

 

Conversamos sobre algumas coisas referente ao congresso e o garçom já nos servia com o vinho da casa. Beberiquei o líquido e o vi fazer o mesmo.

 

- Então, espero que tenha me trazido boas notícias. – Disse firme.

 

- 15%. – Joguei confiante. – 15% na redução dos custos e fechamos agora mesmo. Você sabe que ninguém consegue chegar acima disso.

 

- Eu pedi 20. – Ele murmurou sério bebendo mais um pouco da bebida.

 

- 15 é o suficiente, você sabe que sim. Garantiríamos a mesma qualidade e por um valor bem abaixo que os Shimuras ofereceram. Vocês não tem nada a perder, só a ganhar.

 

- Sakura, eu pedi 20. Nem 1% a menos. Acredito que tenha sido bem específico quanto a isso.

 

Mordi o lábio inferior com certa raiva. Sasuke era do tipo de homem que não dava o braço a torcer. Provavelmente nunca recebera um não na vida, e agora não seria diferente. Ou somente um bom jogador que sabe negociar, assim como eu mesma. Porém, às vezes nem mesmo nosso poder de persuasão é o suficiente quando os números estão na mesa.

 

Mas eu também não era o tipo de garota que desistia facilmente. Iria enchê-lo de argumentos para que pudesse mudar de ideia, mas antes que eu tivesse a chance de proferir qualquer palavra, o mesmo tomou a iniciativa.

 

- Você me disse estava disposta a qualquer coisa por esse contrato... – Começou e eu assenti a cabeça em confirmação, mas completamente desconfiada pelo rumo da conversa.

 

Ainda assim, meus olhos eram felinos e decididos. Eu realmente estava pronta a ganhar aquela conta.

 

- Ótimo. Então eu tenho uma proposta para você. – Disse cínico, sabendo que as cartas estavam todas em suas mãos.

 

- Estou ouvindo.

 

- Hoje mais cedo, você disse que um ombro não seria nada em troca de biscoitos. E sua companhia... seria uma troca justa por minha assinatura em seu contrato? – Perguntou e me olhou de forma tão intensa que engoli seco tentando assimilar suas palavras.

 

- O-o que? Como assim? O que está insinuando? – Perguntei embaralhada num fio de voz.

 

- Veja bem, eu preciso de uma companhia para alguns eventos da empresa e até mesmo familiares. Acredito que você seja uma boa escolha. Se aceitar minha proposta, fechamos o acordo agora mesmo com os 15%. – Explicou enquanto colocava o contrato na mesa e segurava uma caneta entre os dedos. – O que me diz?

 

- Mas eu não entendo... – Murmurei. O que diabos ele queria de mim? – Por que você quer uma companhia para eventos? Não é mais fácil arranjar uma namorada? Ou até uma acompanhante de luxo, sei lá...

 

- Não tenho o menor interesse em um relacionamento no momento, e se você acha que eu preciso de alguma acompanhante de luxo está muito enganada. – Respondeu levemente ofendido pelo tom agressivo em sua voz. – Não preciso lhe dar quaisquer satisfações para a minha decisão. Você só precisa me dizer se aceita ou não.

 

- Eu realmente só preciso te acompanhar nesses eventos? Nada mais? – Perguntei receosa sem saber o que se passava na cabeça daquele homem misterioso. – Eu não vou dormir com você, Uchiha! Se é o que está pensando... pode tirar o cavalhinho da chuva. Eu não sou uma prostituta nem nada disso! – Cuspi as palavras.

 

- Tsc... pare de falar bobagens. Não preciso disso para esquentar minha cama, não se preocupe. – Bufou. - Você é incrivelmente irritante e estou começando a me arrepender desse acordo. – Franziu o cenho e eu fiz o mesmo. – Isso provavelmente foi um erro. – Falou mais brando enquanto balançava a cabeça em negativa e fez menção de se levantar.

 

- Merda... espera. – Falei com os olhos fechados e senti que o mesmo retornava à cadeira lentamente. – Por quanto tempo seria?

 

Aquilo era muita doidera e não fazia o menor sentido. Mas era a minha chance, minha oportunidade. E eu não precisaria fazer nada que não quisesse, certo? Ele só precisava de alguém que o acompanhasse em alguns eventos da empresa ou familiares. Familiares, o que seria isso? Almoços de domingo? Não era hora de perguntar, eu precisava tomar uma decisão rápida e eu sabia qual seria.

 

- Dois ou três meses no máximo. – Respondeu segurando um sorriso vitorioso que me deu vontade de xingá-lo até a última geração.

 

Suspirei fundo e estendi minha mão.

 

- Temos um acordo, senhor Uchiha. Mas não farei nada que esteja fora dos meus limites. Combinado?

 

- Combinado, senhorita Haruno. – Sasuke sorriu de canto e apertou minha mão, logo assinando o maldito contrato e o estendendo à mim. – Talvez você queira ligar para seu chefe e dar as boas notícias. – Sugeriu e bebeu mais um gole de vinho sem tirar os olhos de mim.

 

Repeti o gesto e tomei todo o líquido da taça, sentindo-o descer queimando pela minha garganta.

 

Os orbes negros cantavam vitória, e os meus não deveriam estar diferentes. No fim, como previsto, todos os lados ganhariam.

 

Pelo menos era o que eu esperava..


Notas Finais


Háaa, e então? O que acharam da proposta do Sasuke?

Alguma ideia dos motivos dele para esse pedido estranho?

O próximo vai sair provavelmente entre domingo e segunda! Nos vemos nos comentários ;)


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