História O acordo de um Uchiha - Primeiro beijo?

Capitulo 3

Primeiro beijo?

Sakura Haruno

Universidade de Konoha

 

Corri para a enfermaria juntamente com Sasuke que não estava com a cara muito boa -não é novidade- Naruto estava apoiado em nós, seu rosto estava em um estado deplorável, haviam locais que estavam roxos e seu nariz sangrava.

Ao chegar na porta da sala, comecei a bater freneticamente, até uma moça de cabelos castanhos escuros nos atender.

Ela era jovem e bonita. Passou os olhos em mim, logo depois em Sasuke, até parar em Naruto. Sua expressão mudou para preocupação e logo deu espaço para entrarmos.

Eu e o moreno seguimos até uma pequena maca estendida no canto da sala, e deixamos Naruto sentado na mesma.

A moça que nos atendeu -que deve ser  a enfermeira-  se aproximou de Naruto, pronta para examina-lo.

    ⁃    Estão perdendo tempo, eu estou ótimo! - Naruto se exaltou, virando o rosto em indignação, mas logo fazendo uma careta pela dor.

    ⁃    Não está não! - Falei, cruzando os braços. - Agora feche a boca e deixe a enfermeira trabalhar! - O fuzilei com os olhos.

A moça riu, e Naruto bufou, ela olhou para mim e meu companheiro que até agora olhava tudo e todos com cara de cú, então se pronunciou pela primeira vez.

    ⁃    Se quiserem ir para as suas salas agora, vão. Eu cuido do amigo de vocês - Sorriu gentil - Afinal, acho que estão bem atrasados. - Olhou para o relógio na parede, e eu automaticamente segui seu olhar. Juro que senti meu rosto ficar pálido como o de um defunto.

    ⁃    O QUE? - Me apavorei - Já são 8:30??? - Arregalei os olhos, e como um robô me virei a 180 graus em direção a porta, estava SUPER atrasada!

Não me lembro de ter me atrasado tanto assim em minha estádia aqui nessa universidade, sempre fui pontual. Minha ficha de aluna perfeita teria que estar impecável!

Olhei para trás, e Sasuke continuava lá parado como se um atraso desses não fosse nada demais, vi ele se virar com a maior paciência do universo e sair andando calmamente, sem nem olhar para mim que até agora não entendia como ele poderia estar assim, cagando e andando para o próprio futuro. Ah, esquece, eu nunca vou entender Sasuke Uchiha.

O segui pelo corredor que agora estava vazio, pois todos já deviam estar em suas respectivas salas, embora eu estivesse com pressa para chegar na aula, gostava da presença ao meu lado -qual garota não gostaria, hm?- 

Em meio o silêncio, ouvi Sasuke pigarrear, chamando a minha atenção. Eu o olhei interrogativa esperando que o mesmo falasse algo. Ainda olhando para frente, ele perguntou.

    ⁃    De onde você e o meu irmão se conhecem? 

Mordi os lábios, aflita. Já era de se esperar que ele iria querer saber de onde nos conhecemos, pois hoje no carro não fomos muito discretos. Preciso falar com Itachi, disso tenho certeza, ele terá que manter segredo sobre tudo que aconteceu. Ah se vai.

    ⁃    Ah... - Pense, pense, pense! - Festa! Isso, festa! Eu o conheci numa festa! - Fiz a maior cara lavada já vista na terra e sorri amarelo para ele, espero que ele não seja bom em perceber mentiras, pois essa é a mais idiota que já inventei, podem acreditar.

    ⁃    Festa? Você vai mesmo em festas? - Me olhou com cinismo. Com certeza, ele não está acreditando.

    ⁃    Sim! - Desviei o olhar procurando algum argumento que preste. Sakura Haruno indo a alguma festa seria tipo o fim do mundo, eu literalmente odeio festas, e isso não é novidade para ninguém. - Algum problema? - Interroguei

    ⁃    Não, claro que não - Fez uma pausa - Só acho estranho a nerd da sala indo em festas do estilo do meu irmão. - Soltou um sorriso irônico. Juro que quase derreti ali. Ah céus, se concentre Sakura!

    ⁃    Estilo do seu irmão? Qual estilo? - Perguntei inocentemente. Ele me olhou, e parou de caminhar, se pronunciando.

    ⁃    Chegamos. - Abriu a porta sem nem bater, eu entrei na sala de aula e senti o olhar de todos em cima de nós. Como eu odeio isso.

Congelei ali mesmo. Sasuke nem fez questão de me dar uma mãozinha, ele simplesmente se sentou no seu lugar e esperou o circo pegar fogo do meu lado.

O professor Asuma, olhou para Sasuke e depois para mim, e logo em seguida cruzou os braços, esperando uma explicação.

    ⁃    N-nós fomos levar nosso amigo machucado na enfermaria! - Falei rápido, como uma metralhadora, alguns alunos riram do meu desespero, e algumas metidinhas com mente poluída suspiraram de alívio, obviamente estavam pesando que eu estava fazendo outras coisas com Sasuke -quem dera fosse verdade-

    ⁃    Verdade isso senhor Sasuke? - Olhou pesado para o moreno, que até agora estava relaxado em sua cadeira, com os pés cruzados em baixo da mesa.

    ⁃    Sim. - Bufou.

    ⁃    Certo. - Vi o professor dar meia volta e se sentar em sua cadeira, arrumando uma papelada. - Pode se sentar, Haruno. E que não se repitam esses atrasos.

    ⁃    S-sim, professor! - Falei, ele então acenou em concordância dizendo para eu me sentar.

Corri para o meu lugar, e quando me sentei dei um longo e aliviado suspiro. Graças a Deus, salva de novo!

(...)

O tempo passou voando, eu já me encontrava sentada na mesa do refeitório, escutando as histórias de Ino nada interessantes. Estava perdida nos meus pensamentos, tudo está tão difícil, se eu ao menos tivesse coragem de contar tudo o que aconteceu ontem para Ino, ela com certeza me daria conselhos e iria até Itachi tirar satisfação, mas não tenho coragem, por que? Nem eu sei.

Estou sendo egoísta comigo mesma, aceitei aquele acordo apenas pensando em Sasuke, mas no meu bem-estar não, vou acabar comigo mesma sozinha.

    ⁃    Sakura! - Senti minha amiga me chacoalhar - Está me ouvindo? - A loira me olhou.

    ⁃    Sim, sim... - A respondi, saindo dos meus devaneios.

    ⁃    Ah é? - Cerrou os olhos - O que eu falei a 2 minutos atrás? - Me interrogou, não acreditando na minha resposta esfarrapada.

    ⁃    Ahn... - Fechei os olhos, pensando em alguma coisa - Encontrou um garoto bonito na rua de novo? - Sorri amarelo.

    ⁃    Aff Sakura! - Revirou os olhos em descontentamento - Vou ter que falar tudo de novo? Escuta, aquilo foi cômico! Você não tem ideia! - Ela falava animada, jogando os braços para todas as direções.

    ⁃    Tá, tá... - Respirei fundo - O que aconteceu? - Apoiei meu queixo na palma da minha mão, esperando ela dar continuidade ao assunto.

    ⁃    Itachi me livrou de levar uma bofetada daquele machista do Sasuke! - Arregalei os olhos.

    ⁃    C-como? - Dessa vez eu estava mais ligada no assunto, o que tinha acontecido para chegar nesse ponto? Sasuke iria bater em Ino? Como assim? Itachi a defendeu? As coisas estão mais embaraçadas do que o normal.

    ⁃    Isso mesmo! - Vi ela fechar os punhos - Sasuke iria me bater só porque esbarrei nele no corredor. - Cruzou os braços, mas logo baixou o olhar - Bem, quer dizer.... Eu que comecei dando um tapa na cara dele mas.... -

    ⁃    Péra. - Cortei ela - VOCÊ DEU UM TAPA NO SASUKE? - Levantei a voz, vi que alguns alunos olharam para nós assustados, mas eu não estava nem aí, queria saber o por que de Ino ter feito isso, ou o que o Sasuke fez para Ino ter feito isso.

    ⁃    Fala mais baixo Testuda! - Ela olhou para os lados, mas logo se fixou em mim -  E sim, eu dei um tapa nele. - Fechou os olhos e eu suspirei - Mas foi por um bom motivo!

    ⁃    Qual motivo, Porca? - Cruzei os braços. Esperava uma explicação boa demais, pois, pra bater em Sasuke, tem que ter coragem de leão e motivos do tipo "Ele tacou fogo na minha casa", coisa que impossível -eu espero-

    ⁃    Ele me chamou de Loira de farmácia! - Falou com uma veia na testa, segurando meus ombros e me balançando de trás para frente.

    ⁃    Sério isso Ino? - Olhei a mesma com tédio - Foi só um apelido, relaxa. - Revirei os olhos.

    ⁃    Relaxar? - Me lançou um olhar de indignação - SÓ UM APELIDO? - Grunhiu - Você é muito puxa-saco desse cara, eu hein! - Me soltou, pegando uma barra de cereal e abrindo a mesma.

    ⁃    Sou? - Confusa, peguei meu sanduíche e dei uma mordida, o papo estava tão interessante que me esqueci de comer, maravilha.

    ⁃    Sim - Falou terminando de dar uma mordida em sua barrinha - Cuidado para não se machucar por causa dessa sua queda por esse desgraçado aí. 

Parei o que estava fazendo e olhei para a minha amiga que agora se concentrava em seu lanche. Ela estava certa. Eu estava muito obcecada por Sasuke. A vontade de ter meu amor correspondido é tanta que estou fazendo a maior cagada da minha vida. Eu deveria seguir mais os conselhos da minha melhor amiga. Pena que não é o que minha consciência escolhe.

    ⁃    O que foi? Tem alguma coisa no meu rosto? - Ino se virou para mim, ainda mastigando seu lache.

    ⁃    Não não... Obrigada pelo conselho. - Sorri, e a mesma retribuiu, voltando a sua atenção para a tela do celular que tinha em uma de suas mãos.

Suspirei, dando uma ultima mordida em meu sanduíche. O dia foi cansativo, isso que ainda estou no primeiro período, esse curso de medicina é pesado, mas né, eu adoro medicina, sonho em me ver cuidando de pacientes em um grande hospital.

Mas ainda tenho muito a caminhar, vou ter que aguentar mais um pouco aqui nesse inferno chamado Universidade.

Olhei para os lados, procurando algo interessante nos cantos do refeitório. Mas nada, apenas vários grupinhos feitos nas grandes mesas espalhadas pelo local, pessoas rindo, outras não... 

Por um minuto, eu me lembro de algo muito importante que eu já deveria ter feito à tempo atrás. Entregar minha ficha de inscrição do clube para a diretora da Universidade. Como eu poderia ter esquecido?

Dei um pulo de onde estava, e Ino me olhou assustada. Já ia saindo da mesa, mas a loira me chamou.

    ⁃    Ei! Onde vai com tanta pressa? - Perguntou confusa.

    ⁃    Esqueci de entregar a minha ficha para a Senhora Tsunade! - Falei nervosa.

Ino fez uma careta, mas logo me respondeu.

    ⁃    Você tem uma cabeça de vento daquelas hein Sakura? - Botou a mão na testa, fazendo não com a cabeça. - Vai na sala dela antes que arranque suas tripas! - Riu da minha cara, e eu apenas bufei, em descontentamento.

Corri mais do que minhas pernas permitiam, precisava ainda chegar em minha sala, pegar a papelada e sair voando em direção a sala da nossa "querida e simpática" diretora.

Tsunade é a dona da Universidade, comanda tudo por aqui. É uma mulher de gênio forte e é difícil lidar com ela, tudo que aquela mulher tem de peitos, tem de arrogância, isso eu posso afirmar.

Mas além de tudo, é inteligente e sabe ajudar quando preciso.

Assim que cheguei em minha sala, fui em direção à minha mesa, que era uma das primeiras.

Abri minha mochila e tirei de lá uma pasta branca, e dentro estava tudo que eu precisava. Era a ficha do clube que eu escolhi participar.

Confusos? Bem, aqui, todos os alunos tem que ter um clube, não importa se você não quer, apenas escolha um e não terá problemas com a diretora.

Eu, como todos os outros, tive que escolher um também. E como não tinham muitas opções, e a maioria não era tão interessante, eu escolhi o teatro.

Não é bem meu forte, mas com certeza eu não iria pagar mico de líder de torcida ou ser ajudante de cozinha, já que nem para fritar um ovo eu presto.

Já com os papéis assinados em mãos, eu corro em direção à saída da sala de aula.

Por pura falta de sorte, esbarro em alguém que estava passando atrás da porta. Meus papéis ficam espalhados por todo corredor, e a pessoa à minha frente continua parada feito pedra, como se estivesse esbarrado em um travesseiro de penas.

Ainda tonta pelo acontecido, eu olho para cima identificando quem era o ser à minha frente.

    ⁃    I-itachi? - Arregalo os olhos. Se tem alguém que eu não queria encontrar por aí nessas voltas que eu dou na Universidade, seria ele. O ódio subiu das pontas nos meus pés, até o último fio de cabelo existente na minha cabeça mas eu não me mexia, tentava me controlar.

    ⁃    Olá. - Sorriu malicioso. Ele não tem vergonha das barbaridades que faz? Pois eu vou dar à ele uma ideia sobre o que é respeito!

    ⁃    Olá? Isso que você me diz depois do que fez? - Fecho os punhos - Como têm coragem? Tudo isso é um acordo, mas para que me usar como uma puta que você come e depois joga fora? - Cuspi as palavras na cara dele, que até agora não falava nada, apenas escutava eu xinga-lo e resmungar de raiva todos os palavrões existentes nesse planeta e mais alguns que eu mesma inventei.

O moreno então, suspirou. Olhou para mim com cara de tédio, e com a voz rouca, me respondeu.

    ⁃    Nem expliquei direito o que queria. - Fechou os olhos e botou as mãos nos bolsos de sua jaqueta de couro.

    ⁃    Mas deixou bem claro! - Grunhi de raiva. Ainda se faz de tolo, como pode?

    ⁃    Ah é? - Me fitou, com um mínimo sorriso estampado no rosto. - Explique para mim então. - Chegou mais perto, deixando um fiapo de espaço entre nós. Eu podia sentir o cheiro do seu perfume de marca, era bom, como todo perfume de homem era, mas isso não aliviava o rancor que eu tinha por ele.

    ⁃    V-você sabe o que quis dizer! - Gaguejei. Como o cara consegue ser tão sínico e sério ao mesmo tempo? E eu pareço uma babaca, me atrapalhando apenas para pronunciar uma única palavra.

    ⁃    Hn. - Resmungou - Talvez eu precise recitar o acordo com você. - Suspirou, mas logo deu continuidade alterando sua voz para um tom mais baixo e chegando perto do meu ouvido. Estremeci.

    ⁃    I-itachi. - Isso foi mais um suspiro, ou nem eu sei o que foi. - P-pare com isso! - Tentei distancia-lo, mas era algo impossível, pois ele pesava o dobro de mim, o que me restava era passar esse sufoco de boca calada.

    ⁃    Você me serve. - Soltou o ar quente em meu pescoço - Do jeito que eu quiser. - Vi suas mãos irem de encontro à parede logo atrás de mim, me encurralando. - E então, se fizer tudo como combinado, faço meu irmão ficar com você. - Levou seu rosto de frente ao meu, dessa vez, me dando à visão das suas ônix altamente hipnotizantes. Corei violentamente com a sua aproximação, mas logo depois senti meus olhos lacrimejarem.

Itachi continuava à minha frente, apenas me fitando, e provavelmente, esperando uma resposta a minha parte. Rispidamente, e à contra-vontade eu o respondi.

    ⁃    Ok. - Baixei meu olhar, juntamente com a minha cabeça. Vi ele se distanciar e juntar os papéis caídos no chão, logo devolvendo para mim, sorrindo de canto. 

    ⁃    Que bom que concorda. - Ele lançou um olhar pesado para mim. - E não esqueça, hoje, na biblioteca. - Deu uma piscadela para mim, que apenas ignorei. Ele então se virou para ir embora, mas o interrompi.

    ⁃    Não quero que ninguém saiba que mantemos contato, está bem? - Falei com a voz firme.

    ⁃    Humpf. - Fez algo parecido com um murmúrio - Certo. - E assim, saiu dali, me deixando sozinha no imenso corredor vazio da ala de medicina.

Suspirei pesado, ouvindo a barulho ensurdecedor do sinal anunciando o término do intervalo, eu iria levar uma bronca daquelas da diretora.

Apressei o passo nos corredores, até chegar em uma porta branca que tinha um tipo de crachá pendurado escrito "Tsunade".

Bati duas vezes na porta, até ouvir um "entre" em meio a berros.

Quando atravessei a porta, dei de cara com Naruto e Suigetsu sentados em duas cadeiras de frente para a mesa de Tsunade, e a mesma escrevia algo em dois papéis, e o que parecia dando bronca neles, o por que, já tenho uma ideia do que possa ser.

    ⁃    Mas diretora! eu já disse que não fiz nada! Foi esse idiota que pulou em cima de mim! - Suigetsu falava nervoso.

    ⁃    COMO? - Grunhiu Naruto - Foi você que ficou me provocando seu imbecíl! - Gritou Naruto, afobado como sempre.

    ⁃    CHEGA! - Tsunade bateu com as duas mãos na mesa, fazendo um estrondo enorme, parecia que iria explodir a qualquer momento. - Os dois levarão 3 dias de suspensão, e sem pestanejar! - Falava com os dentes trincados. Tanto eu como os dois garotos estávamos com o cú trancado, isso posso afirmar. - Agora saiam da minha sala! IMEDIATAMENTE! 

No mesmo instante, Naruto e Suigetsu levantaram-se e seguiram até a porta, sem dar nem um piu. Confesso que foi engraçado, mas se eu soltasse uma mínima risada nesse momento, não estaria viva para contar história.

    ⁃    E você Haruno? O que faz aqui? - A mulher a minha frente relaxou em sua cadeira, me fitando enquanto arrumava algumas papeladas.

    ⁃    Ah... - Arrumei as fichas em minhas mãos pronta para entrega-las - Eu trouxe as fichas de inscrição para o clube. - Entreguei os papéis.

    ⁃    Já era hora. - Ela deu uma passada rápida de olhar nas folhas à sua frente. - Tudo certo. Quando tiver tempo, vá até a sala de teatro pegar os horários. Já pode ir, diga ao seu professor que veio até aqui me entregar os papéis, ele vai deixar você entrar.

Concordei com a cabeça, e então me retirei da sua sala. Graças a Deus o circo não pegou fogo do meu lado, mas quero tirar a limpo essa história do Naruto. Afinal, Naruto não é de se meter em brigas.

(...)

Última aula. Um tédio daqueles.

Nada de interessante ou novo tinha nessa matéria, não sei qual a sensação dos professores de passar as mesmas coisas todos os anos, mas tudo bem.

Karin estava do meu lado olhando para a janela, não prestando atenção em nada que o professor falava, e Sasuke estava nos fundos, escutando música de olhos fechados, como sempre.

Bem que Ino poderia ter caído na mesma sala que eu, assim teria algo de interessante para fazer numa aula chata dessas.

Professora Kurenai explicava tudo calmamente, e a maioria dos alunos estavam distraídos, e eu sou uma deles já que eu estava ocupada demais rabiscando coisas em meu caderno. Até que me toquei.

Karin.

Ela estava naquele bolo de pessoas hoje mais cedo, será que sabe o motivo da briga? Não custa nada tentar.

Pigarreei chamando a sua atenção. A mesma olhou para mim e através de suas lentes consegui decifrar seu olhar dizendo "Que foi porra?"

    ⁃    Sobre hoje de manhã... - Ela me olhou confusa - A briga.

Ela suspirou e se ajeitou mais de frente para mim. Lá vinha história.

    ⁃    Quer saber o motivo, é isso? - Eu concordei, meio sem jeito - Tudo bem... Ahn... Suponhamos que eu e Suigetsu estávamos ficando.... - Ela baixou o olhar e eu à vi corar um pouco.

Arregalei os olhos, eu já ia gritar um O QUE? Bem escandaloso, mas a avermelhada me impediu, tampando minha boca com a sua mão.

    ⁃    Não grite! - Ela me alertou, então eu tentei me acalmar, coisa que impossível já que Karin sempre dizia "odiar" a espécie de baiacu fora d'água.

    ⁃    Vocês estavam fazendo o que??!? - Interroguei novamente, ainda com os olhos arregalados. Não sabia se ria ou chorava, não sabia se saia correndo e gritando na rua com uma plaquinha escrita em fluorescente "EU SHIPPO SUIKARIN", bem, na verdade eu não sei de nada.

    ⁃    Nós ficamos Sakura, sabe o que é ficar? Beijar, se pegar, fazer.... - Ela começou a insinuar coisas com as mãos, eu logo tratei de tampar meus olhos, não era obrigada a ver aquilo.

    ⁃    Ah eu já entendi, agora para vai! - Senti meu rosto esquentar, ela riu baixinho. - Mas cara! Desde quando isso? - Voltei ao normal, me ajeitando na cadeira.

    ⁃    Algumas semanas... - Ela botou o dedo indicador no queixo, pensando. - Mas bem, deixando isso de lado... Voltamos para a briga. - Ela ficou mais séria - Não sei se você sabe mas o Naruto é tipo um cara super-protetor. - Eu concordei com a cabeça, esperando ela continuar - Quando ele ficou sabendo que eu estava ficando com um "noiado com cara de peixe" - Ela fez aspas com os dedos e eu ri da afirmação dela - Ele literalmente pirou e foi tirar satisfação com Suigetsu, e deu no que deu né! - Ela deu de ombros.

    ⁃    Nossa! - Comecei a brincar com uma mecha rosa de meus cabelos - Não imaginava que ia dar uma briga dessas por causa de um rolinho seu e do baiacu. - Ela deu um tapinha em meus ombros. Sorri de canto para ela.

    ⁃    É né! - Vi ela revirar os olhos - Na minha opinião o Naruto passou dos limites. - Cruzou os braços, se debruçando na cadeira.

    ⁃    Ah dá um desconto para ele! - Falei - Ele é seu primo, só está preocupado com seu bem-estar. - Karin fechou os olhos, parecia pensativa.

    ⁃    É, você até que tem razão. - Concordou comigo, e direcionou seu olhar até o relógio da sala que marcava quase a hora de irmos embora - Falo com ele em casa. - Se virou já preparada para guardar os livros e cadernos em sua mochila.

Eu fiz o mesmo, dando um último olhar a um certo moreno relaxado no fundo da sala. "Céus, como é lindo esse cara!" 

Senti Karin me cutucar, ela estava rindo de mim. Maravilha, eu sei que é quase impossível mas poxa, custa alguma coisa confiar no meu senso de sensualidade?

O sinal finalmente bateu. E então todos os alunos se direcionaram à saída da sala de aula, e eu fiz o mesmo, mas meu rumo foi diferente. Tinha que ir até a biblioteca.

Dentre passos lentos eu pensava no que poderia acontecer, coisa boa não poderia ser, não é?

Em apenas dois encontros, Itachi já me mostrou o quanto pode ser manipulador, e estou com medo do que pode acontecer, não agora, mas no futuro.

Já estava de frente à porta entre-aberta da biblioteca. Ele já deveria estar lá dentro. A minha vontade neste momento é de sair correndo e gritando, coisa que não posso fazer já que pensariam que eu tenho algum tipo de deficiência mental, e fora isso, sabe se lá o que Itachi iria fazer.

Tomei um bocado de ar pela boca e adentrei naquele local escuro, não havia nada.

Nada que meus olhos poderiam ver, na verdade. Pois a única luz que tinha naquele lugar, era a que saia da fresta da janela, mas que era muito fraca, devido ao por-do-sol.

Ouvi um pigarreio vindo de um dos corredores das estantes recheadas de livros, e mesmo que sem vontade nenhuma, eu fui até lá.

Quando passei por uma das estantes, pude avistar um ser encostado na parede, perto de uma das fileiras. É, ele estava aqui.

Fui me aproximando à passos lentos, quando percebeu minha presença abriu os olhos, que se encontraram com os meus. Naquele instante senti um calafrio percorrer em minha espinha.

    ⁃    Achei que não iria vir. - Falou com a voz grave de sempre.

    ⁃    Não é como se eu quisesse. - Respondi rude.

Ouvi ele soltar uma risada fraca. Cedi os passos quando achei que o espaço entre nós estava bom.

    ⁃    Então "Mestre" - Ironizei - O que vou ter que fazer? - Olhei irritada para Itachi que até agora estava encostado na parede, imóvel.

    ⁃    Chegue mais perto. - Franzi o cenho. E dei mais dois passos à frente, ficando a alguns centímetros de distância longe do mesmo. - Mais. - Exigiu novamente, eu apenas engoli em seco e dei mais um passo, dessa vez nossos corpos estavam muito proximos, nossas respirações se misturavam e eu sentia seus olhos onix me fitarem de cima.

    ⁃    O que mais? - Perguntei sem olhar para ele. Eu estava me sentindo uma escrava, ele mandava e eu obedecia, lindo não?

    ⁃    Olhe para mim. - Não mexi um só músculo, eu sabia que não seria capaz de encara-lo, mas a minha força de vontade não se comparava à força física desse mutante à minha frente - Eu disse para olhar para mim. - Senti os dedos dele irem de encontro ao meu queixo, levantando-o para cima, dando me à visão do moreno sádico a minha frente.

Eu estava com vontade de chorar, pois não conseguia ser forte apenas para não aceitar isso, e ter que depender de um cara ganancioso para ganhar um bem maior.

Eu estava sendo usada.

Segurei toda a minha vontade de desabar e apenas fiquei quieta, aguardando a próxima fala dele.

Mas apenas fiquei sem ação quando ele juntou nossos lábios de uma vez só. Não correspondi, fiquei parada sem reação com tudo, carregando os dados em meu cérebro.

    ⁃    Corresponda. - Itachi falou entre o beijo. Eu não sabia o que fazer, afinal, o meu primeiro beijo foi com um cara sádico, idiota, ganancioso e irmão do moreno delícia que eu gosto.

Não que Itachi não seja bonito. Ele é muito lindo, mas esse jeito escroto dele agir comigo e essa aposta maluca, me fazem ter uma certa raiva dele.

Sem ter a mínima ideia do que fazer, eu apenas dei passagem para à sua lingua que explorava todos os cantos da minha boca. Sua mão desceu até a minha coxa, apertando ali mesmo, dei um gemido abafado entre o beijo quente e lento recebido.

Automaticamente, minhas mãos foram de encontro ao seu peito, pousando ali. Itachi firmou suas mãos em minha cintura, de vez em quando apertando minhas pernas.

Eu ainda estava assustada com o ato, e sinceramente não esperava e não queria isso, mas era tão bom. Não sei se era pelo fato de ser um homem lindo que já deve ser especializado no assunto, ou apenas por que é a minha primeira experiência, algo novo.

Ele então encerrou o beijo mordendo meu labio inferior, dando-me uma sensação ótima. Itachi sorriu de canto pelo que pareceu um deboche. Eu imediatamente fui para trás com tudo, me dando conta da merda que fiz.

    ⁃    Por que fez isso??? - Estava irritada, assustada, intrigada, impressionada.... não sei o que deve definir minha reação neste momento.

    ⁃    Por que eu quis. - Cruzou os braços - E também você gostou. - Ele alargou o sorriso. Senti meu rosto corar violêntamente.

    ⁃    Claro que não! - Me alterei - Você que me forçou a te beijar! - Apontei o indicador em direção ao seu rosto.

    ⁃    Se não tivesse gostado, teria se separado de mim e me dado um tapa. - Falou cínico - E aliás, está toda vermelha. - Sorriu de canto me fitando.

Grunhi de raiva. Ele estava zoando com a minha cara? Ele chega me rouba um beijo e vem se gabando? Isso não vai ficar assim!

    ⁃    Você é ridículo! - Dei um tapa em seu peito, mas o mesmo não ligou, apenas me encarou sério.

    ⁃    Que bom que fez a sua parte direitinho. - Ele se desencostou da parede - Vou cumprir meu trato por hoje. - Ele passou do meu lado - Nos vemos amanhã, Rosada. - Ele saiu da biblioteca me deixando sozinha.

Ótimo.

Perdi meu Bv com esse idiota, e ele ainda ri da minha cara, mas em troca ele vai fazer algo para mim em relação à Sasuke.

Se bem que, ele beija bem, isso tenho que admitir..

Balancei a cabeça, negando meus pensamentos impuros em relação à esse canalha, tenho que arrumar um jeito de voltar para casa agora, e outra, tenho que me virar também para achar uma carona todo dia de manhã, já que esses taxistas resolveram entrar em greve logo agora, no início do ano.

 

 

CONTINUA