- Narradora -
Mais uma manhã de Segunda-Feira se iniciava, chuvosa, fria mas ao mesmo tempo, seca.
Já haviam se passado algumas semanas desde o dia do confronto — que parecia ter sido deixado de lado por todos, ignoravam aquele dia como se nunca tivesse acontecido realmente. Uma das pessoas que mais tratava aquele dia como insignificante era ChanYeol, o Alfa realmente parecia pouco se importar com aquela luta, que, à seus olhos foi totalmente insignificante e desnecessária, tolerar aquilo foi nada mais nada menos que um acordo no começo, mas depois que se envolvera com seu pequeno, se tornou uma obrigação que se forçou a cumprir. Depois que venceu a mente antes pensativa estava nublada pelo ódio, de encarar aqueles que um dia viveram sobre seu teto, estarem agora se aliando à um inimigo evidente.
De toda e qualquer forma, ChanYeol sabia que Sehun não pararia por ali, talvez a família Oh sim, mas Sehun? Definitivamente não, via o olhar de ódio que ele havia lhe lançado antes da luta. Com certeza vai buscar uma forma de se reaproximar, não ligaria se teria de usar os métodos mais baixos existentes, pois isso combinava perfeitamente com si. Oh Sehun era baixo.
Trajando seu uniforme para trabalhar diário, ChanYeol repousava o grande corpo sobre a cadeira de seu escritório. Analisava alguns papéis em relação à nova empresa que havia adquirido. Mesmo sendo um detalhe do acordo que fizera com Baekhyun, ainda sim seus pais o cederam a empresa da família — que por sinal era muito extensa.
Havia conversado muito e até persuadido Baekhyun para que ele aceitasse tomar a frente da empresa secretamente, mas ele negou até o fim alegando que deveria se importar com o bebê dos dois.
Ficou triste mas muito contente por um lado, triste por ter ainda mais trabalho e ter de lidar com as milhões de obrigações impostas além de ter que mimar seu Ômega no fim do dia — já a felicidade por seu Ômega que tanto amava, estava grávido e esperando um filho seu. Poderia vir à ser uma gestação complicada se ambos não organizassem exatamente o tempo necessário para se fazer cada coisa.
Além disso Baekhyun havia ficado muito mais manhoso e grudento, parecia ainda mais assustado, durante o jantar não desgrudava um minuto de si. O motivo de tudo isso? Yeri. O menor insistia que a garota era uma pessoa má e que ChanYeol deveria demiti-la o mais rápido possível, mas isso não era possível, por incrível que pareça, Yeri havia feito um grande favor à sua família no passado e teria de ser grato eternamente por isso, e como a garota não tinha lugar para ficar. Simplesmente ofereceu um quarto na extensa mansão, para si não faria diferença se ela não fosse um tanto possessiva em relação ao relacionamento dos dois que se mantinha somente em amizade. Mas claramente ela não entendia a definição de amizade.
De toda forma no final do dia tentava manter um sorriso modesto no rosto para seu pequeno Ômega, agora, grávido. Daria todo o amor do mundo ao menor, ele merecia por passa toda aquela tensão durante a luta.
Sem contar o dia em que ele desmaiou na escadaria da mansão, a história ainda era muito mal contada para o maior. Tinha algo mais ali, mas como iria descobrir se ambos não se lembravam de nada daquele dia? Somente Yeri, mas a garota negava veementemente seu envolvimento naquele incidente, então foi totalmente deixado de lado.
—
— O quê? Eu não vou sair da cidade nem a pau!
— Senhor Park, por favor, entenda que é um procedimento necessário, a empresa dos Byun é muito extensa, ou seja, tem construções físicas em todas as cidades da região, você como o novo "dono" dessas propriedades, precisa visitá-las e averiguar a situação dos funcionários atualmente. — Aquele homem de terno dizia com o tom de voz grogue, estava muito sério e só sairia dali quando o Park desse o braço a torcer.
— Mas que droga, tem que ser hoje? — Questionou e o homem à sua frente apenas meneou positivamente com a cabeça. — Tá tá, eu vou. Estarei pronto para viajar dentro de algumas horas, peço que me dê um tempo pra eu me preparar corretamente.
— Certamente senhor Park, te vejo em algumas horas. — Apertaram as mãos e o velho saiu do escritório deixando um ChanYeol encabulado pra trás.
O Alfa se levantou e foi até seu quarto se arrumar e preparar para essa viagem de negócios. Sabia que seria assim, relacionamentos que envolvem trabalhos nunca dão cem por cento certo. Mas seu maior medo era deixar seu pequeno sozinho, mesmo que fosse por um dia.
Entrou no quarto que estava todo bagunçado, bagunça essa feita por um Baekhyun estérico dentro do quarto.
— O que está fazendo Baek?
— Chan, eu perdi minha saia!
— S-sua o quê?
— Saia Chan, sabe aquelas que as garotas usam! — Exclamou como se fosse óbvio.
— Eu sei o quê é uma saia Baekhyun, mas por qual motivo você iria precisar de uma saia? — Perguntou se aproximando do menor que riu fraco pela lerdeza do Alfa.
— Por Deus ChanYeol, porque eu usaria uma saia? Pra ficar ainda mais bonito pra você é claro. — Se aproximou abraçando o corpo do maior que envolveu sua cintura coberta pelo pano fino da blusa.
— Você não precisa usar nenhuma saia pra ficar bonito pra mim bebê, você é lindo de qualquer jeito. — Puxou o menor pela nuca e selou ambos os lábios num contato simples, uma corrente elétrica parecia percorrer o corpo do menor que acabou enroscando os dedos nos fios avermelhados do maior, estavam trocando um carinho tão gostoso que ficaram ali por cerca de dez minutos só trocando carícias íntimas.
Com certa delicadeza, empurrou ChanYeol até a poltrona que tinha no quarto e se sentou no colo do outro começando a mexer o quadril de forma sensual, acabando por chocar ambas as intimidades cobertas, causando uma fricção deliciosa.
— Ahh, Yeollie.. — Gemia com os lábios entreabertos enquanto os dentes prendiam a carne avermelhada do lábio inferior, aquela cena era tão provocante aos olhos do maior. As bochechas rosadas estavam mais coradas que o normal e os fios negros estavam totalmente desgrenhados, o peito do menor subia e descia rapidamente enquanto seu quadril se movia de forma sensual.
— Ah Baekhyun, você está me deixando louco. — Segurou o quadril do menor o ajudando nos movimentos.
— Essa é a intenção Channie.. Hm.. — Aqueles gemidos serviram para deixar o maior ainda mais louco, a cada movimento preciso sentia-se ainda mais excitado, o menor movia-se até ter o membro coberto do maior encaixado perfeitamente em suas nádegas.
começou a investir o quadril contra o do menor com força, simulando diversas penetrações, deixando o Ômega ainda mais louco.
Os dedos ágeis do menor se dirigiram até a blusa social do Alfa tentando abrir os botões e se desfazer daquela peça de roupa desnecessária. — Yeol, tira isso vai..
— Bebê, não posso fazer isso agora, tenho um compromisso em algumas horas.. — Revirou os olhos e recebeu um muxoxo de descontentamento do menor.
— Mas eu queria sentir você.. Indo fundo dentro de mim, como só você consegue. — Abusou do tom provocante na voz não parando de mover os quadris em momento algum.
— Eu sei bebê, mas eu juro pra você que quando eu voltar, vou foder você de um jeito bem gostoso, pode ser?
— T-tá. — Fez um beicinho que ChanYeol não evitou morder, e se levantou contra a própria vontade do colo de seu amado. — Pra onde você vai?
— Primeiro eu vou tomar um banho frio, e depois eu vou fazer uma viagem bem rápida pra uma cidade vizinha, preciso resolver alguns assuntos importantes em relação a empresa que estou tomando posse.
— N-não! Você não pode ir Chan, vai me deixar aqui sozinho com a Yeri?
— Baekhyun, por favor pare de dizer que a Yeri vai fazer algo com você, ela não vai. Se acontecer alguma coisa você pode me ligar ou gritar que eu vou sentir o seu desespero, não se preocupe meu amor, vai ficar tudo bem. — Beijou a testa de seu pequeno que bufou por não ser compreendido mas ChanYeol pareceu não ligar e foi para o banheiro tomar um banho gelado.
Mesmo com toda a calma que o maior tentou transpassar, Baekhyun não conseguiu se manter calmo, estava grávido de praticamente dois meses agora, sua barriga já tinha leves sinais de crescimento e mesmo que se achasse gordo, ChanYeol sempre lhe dizia que estava uma graça e que mal podia esperar pra ver as crianças correndo pela casa.
Mas agora ele iria sair, e ficaria sozinho sem seu Alfa por horas. Isso só poderia ser mais um motivo evidente para entrar em pânico.
Depois de alguns minutos no quarto, ChanYeol já estava pronto para sua viagem de negócios, enquanto Baekhyun roía as unhas em nervosismo puro.
— Preciso ir, vou sentir saudades bebê. — Se aproximou selando os lábios pela última vez naquele dia e se despediu do menor com um abraço apertado e vários beijinhos molhados.
Baekhyun tentou impedir o maior e até mesmo a pedir pra ele o levar, mas foi em vão.
Logo o Alfa já estava fora da mansão sendo levado de carro até a cidade onde iria realizar seus negócios.
—
Numa cafeteria no interior da cidade, Sehun aguardava Yeri para o segundo encontro dos dois. O primeiro havia sido totalmente eficaz, ambos descobriram ter os mesmos interesses em relação à ChanYeol e Baekhyun, porém teve de prometer à Yeri que não mataria o Park, pois ela o queria vivo.
— Oppa! — A voz irritante da garota preencheu os ouvidos de Sehun que lhe sorriu falsamente ao vê-la se sentar na mesa.
— Temos de ser rápidos Yeri, não podem nos ver juntos nem pintados de louro.
— Ok, então hoje eu vou dar o primeiro passo em relação ao Baekhyun, Chanyeol foi à uma viagem de negócios e deixou ele sozinho na casa, colocarei o plano em prática, ou seja vou fazer ele se afastar do Chanyeol à todo e qualquer custo.
— Certo, enquanto isso eu fico esperando nos fundos da casa, certo?
— Certo Oppa, agora que já terminamos de revisar o plano, vamos até lá. Seja discreto, mas lembre-se ele não vai dar o braço a torcer tão fácil, ele ser marcado é um grande problema pra nós, se nossas palavras não surtirem efeito, vamos levá-lo conosco, e ChanYeol não vai pensar duas vezes em agir rápido pois seu Ômega pode ficar muito mal se ele se mantiver afasto por muito tempo, e se no final não der certo, vamos esperar o bebê nascer e logo depoia eliminamos ele da forma mais brutal possível. — Sehun não parecia à vontade com a última opção mas ele queria se vingar não queria? Era isso o que pensava.
Foram andando em direção ao carro de Yeri no estacionamento e ao entrarem se dirigiram à propriedade dos Park.
O caminho até a mansão foi silencioso, nenhum dos dois queria realmente trocar diálogos, ambos estavam agindo juntos com um objetivo em comum. Queriam o que achavam ser deles, não queriam ser atrapalhados, mas Yeri parecia querer lutar com todas as armas e não iria se render fácil, e mesmo que não conseguísse ChanYeol para si, o faria sofrer, machucaria Baekhyun até ele estar incapaz de fazer algo.
E no fundo no fundo, não estava nem ligando pro que poderia acontecer com Sehun, já que em seus planos ele era claramente uma isca.
Yeri estacionou nos fundos da mansão e pediu para que Sehun a esperasse na cozinha até dar o sinal definitivo para ele dar as caras.
—
Na sala, Baekhyun assistia um filme qualquer na televisão antiga da casa. Poucos pareciam ter tempo para aquilo então não se preocupavam em colocar canais à cabo, o que era extremamente irritante pois queria muito assistir à algo que não fosse o canal de culinária.
— Baekhyun-ssi! — A voz nojenta de Yeri fez o corpo de Baekhyun se arrepiar e se encolher de imediato.
— O que foi Yeri? Veio outra vez descontar sua raiva em mim? — Comentou revirando as orbes negras, o que não passou despercebido pela garota.
— Não, dessa vez eu vim pra conversar algo sério com você. — Moveu-se sorrateiramente como uma serpente pronta para dar o bote e se sentou próxima de Baekhyun no sofá, o corpo do menor relutava em sair correndo dali o mais rápido possível.
— O quê você quer Yeri? Achei que já tínhamos resolvido nossas diferenças no passado, não precisa mais fazer esforço nenhum, ChanYeol está comigo agora, por favor entenda isso. — Se levantou com os olhos brilhando pelo medo, mesmo convicto em suas palavras ainda era amedrontado pelo que a garota podia fazer.
— Escute bem Baekhyun, você vai fazer o que eu mandar, ou vão haver consequências.
— Que se dane as consequências Yeri! Eu não vou fazer nada do que você me mandar, você está ficando louca isso é óbvio.
— Escute aqui Baekhyun! Eu tenho provas o suficiente pra fazer sua família afastar vocês dois, então é bom não brincar com as palavras.
— Eu estou marcado sua idiota, eles não poderiam me tirar do ChanYeol nem se quisessem, pare com essa obsessão louca!
— Se eu não posso atingir você! Eu vou atingir o que você carrega aí dentro. — Apontou para a barriga de Baekhyun e neste mesmo instante o menor gelou, se arrependendo de tudo o que havia dito antes daquilo começar, ela iria ser tão baixa à ponto de machucar seu bebê? — Yeri, o quê diabos você vai f-fazer?
— Apenas relaxe meu caro Baekhyun. — Retirou do bolso uma seringa com um líquido branco dentro e sorriu de forma travessa para Baekhyun que sentiu todos os pelos de seu corpo se eriçarem, não conseguia esboçar uma reação sequer.
—
Já a noite ChanYeol retornava mais cedo pra casa, havia terminado a visita mais cedo e deu graças aos céus por isso, não aguentava mais estar rodeado de papéis e pessoas, obviamente, querendo promoções e aumentos.
Estranhou ao entrar pela propriedade um carro estar fora do local de costume, com relutância e os olhos levemente amarelados.
Abriu a porta dos fundos e se irritou com o silêncio nunca antes presenciado naquela casa. Dois homens estavam jogados no chão, provavelmente desacordados e seu sangue ferveu ao sentir através da marca, que Baekhyun estava em pânico e corria perigo.
Iria até lá imediatamente mas duas mãos o impediram de prosseguir.
— Está com pressa ChanYeol? Não quer nenhuma revanche?
— Eu deveria ter te matado quando tive a chance isso sim, mas tive piedade desse seu ser inútil. — Mantinha o olhar fixo na figura surpreendente de Sehun à sua frente.
— Vamos conversar ChanYeol, não precisa se exaltar.
— Eu não vou conversar merda nenhuma com você, saí da minha frente. — Pediu com "educação" mas não foi atendido o que o fez desferir um soco na face de Sehun, esse cambelou pra trás com as mãos sobre o rosto.
Aproveitando do momento inconsciente do outro, correu até a sala e conseguia sentir o desespero de seu pequeno aumentar cada vez mais, ao chegar na sala não encontrou ninguém.
Apenas Baekhyun chorando com o rosto entre os joelhos no canto da sala. Correu até lá rapidamente e se ajoelhou ao lado de seu pequeno o abraçando com força.
— Meu amor.. O quê aconteceu? Você está bem? Por favor não chore.
— Channie. — Sussurrou e ChanYeol olhou que ao lado do corpo trêmulo havia uma seringa, parecia não ter sido usada mas provavelmente estava pra ser.
— Baekhyun o que diabos você estava pensando enquanto usava essa seringa?
— Não fui eu! F-foi a Yeri! — Ficou indignado em meio as lágrimas.
— Yeri não está aqui Baekhyun, mas o Sehun está, ele deu isso pra você? Aposto que sim. Vou resolver isso. — Se levantou e jogou aquela seringa no lixo, voltou para ajudar seu pequeno à ir até o quarto dos dois.
Já na cozinha Sehun se preparava pra sair após ouvir a conversa, ChanYeol lhe mataria se achasse que ele havia dado a seringa à Baekhyun.
— Yeri, precisa dizer que quem deu a seringa foi você! Não eu, ele vai me procurar e eu posso ser morto se Baekhyun confirmar os fatos.
— Sehun entenda que eu não ligo pra você, se você sair de cena não vai ser um problema, pois eu vou continuar, ChanYeol não dúvida de um fio de cabelo meu por enquanto. Agora, eu sugiro que fuja antes que ele me peça pra cavar sua lápide no jardim. — O sorriso diabólico no rosto de Yeri fez Sehun se enojar e sair correndo daquela casa com o coração na mão literalmente.
Estava tudo indo tão bem aos olhos de Yeri, e agora ela estava só à mais um passo de conquistar seus objetivos.
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