História O Acordo Perfeito - Extra 1

- Narradora -

Estados Unidos - 27 de Janeiro.

— Luhan, você deixou tudo fora do lugar, como viajaremos assim? — Um Sehun impaciente bradou com a voz ríspida em direção ao namorado que estava alheio a tudo ao redor.

— Eu? Tem certeza? Não foi você que disse ah Lu, deixa pra lá e vem aqui deitar comigo, ontem à noite? Não tente se vitimizar agora Hunnie. — O menor dos dois respondeu com a língua afiada que tinha.

Desde que haviam começado a namorar alguns meses atrás, só sabiam brigar e resolver tais brigas na cama, não era algo para se orgulhar segundo o mais velho porém era o relacionamento que os mantinha estável.

Sehun só foi realmente descobrir os sentimentos pelo mais velho depois que esqueceu de vez BaekHyun.

Não havia tempo de desenvolver tais sentimentos pelo loiro enquanto tinha um Baekhyun ocupando sua mente vinte quatro horas por dia.

Não havia como recomeçar com ele por perto, então chamou Luhan para morar com ele num apartamento longe do campo, já no centro da cidade, onde conseguiram assumir um emprego fixo e constituir a tão desejada estabilidade de vida.

Foram cerca de dois anos juntando dinheiro para irem morar juntos nos Estados Unidos, segundo Sehun, era muito cansativo se prender ao lugar onde não conseguiriam construir memórias tão boas.

Luhan em momento algum contrariou o namorado que já abusava da boa lábia para convencer o loiro há um tempo considerável.

E agora estavam arrumando as malas para voltar até a Coréia, de onde nunca deveriam ter saído segundo Sehun, que se arrependera da viajem após ter pisado lá.

O que chegava a ser engraçado aos olhos de Luhan que podia se lembrar do namorado eufórico na noite anterior a viagem até os Estados Unidos, dizendo que seria um novo recomeço e uma nova perspectiva de vida surgiria. O que de fato não aconteceu, simplesmente pelo fato dos Estados Unidos não serem a Coréia, e era tudo mais difícil para se encaixar naquele espaço, sem contar que era um País muito diferente dos gostos de Sehun e Luhan.

— Eu jamais me faria de vítima, sabendo que a única vítima aqui é você, você Xiao é minha presa. — Retrucou dando uma mordida no pescoço do amado o envolvendo num abraço aperto com os braços ao redor de sua cintura, agora, mais gordinha.

— Como eu ia te recusar se você estava praticamente me provocando com esse seu jeito sedutor? — O Xiao sorriu ladino gostando da forma como Sehun o tomava nos braços.

— Viu? Ambos errados e fim de papo, se bem que eu não ligaria de estar errado por você. — Sehun sussurrou com os lábios contra o do loiro, esse que se arrepiou ao sentir o hálito quente do outro contra seus lábios.

— Sabe.. Eu não me importaria de errar tudo de novo se fosse pra ter você assim pertinho de mim de novo. — A voz saiu num tom sussurrado.

— Não faz assim amor, vou sentir vontade de te tomar pra mim novamente, bem aqui. — Esboçou um sorriso malicioso sentindo o corpo em seus braços se amolecer a tais palavras.

— Hunnie.. Agora não, vamos nos atrasar. — Afastou o outro espalmando ambas as mãos no peito coberto pela camisa social branca.

— Sim senhor. — Fez uma cara feia e roubou um beijo rápido dos lábios rosados.

— Yah! Senhor não, Hyung!

— Não te chamo de Hyung nem na frente dos meus pais, não chamaria quando estamos sozinhos. — O tom brincalhão quase irritou o mais velho entre os dois. Mas vendo que não adiantaria nada discutir, somente pegou suas coisas e seguiu o namorado.

Iriam ficar na casa de Kyungsoo e Jongin, ambos haviam achado maravilhosa a ideia de ter os amigos de volta em Seul, Apesar de tudo o que havia acontecido, achavam necessário manter contato, mesmo sendo uma amizade que surgiu de uma situação tóxica, não podiam simplesmente evitar de se falarem.

— Tudo bem, Seul que nos aguarde. — Sehun sussurrou com a voz rouca e ao fechar a porta se virou mais uma vez para o namorado lhe dando um beijo calmo que logo foi devolvido de forma calma, sempre fora assim, os beijos quentes e molhados que trocavam, sempre parecia a primeira vez para ambos.

—

Seul - 27 de Janeiro

— Kyungsoo, neném, não chora por favor, se continuar triste eu vou chorar também. — Seguia falando com o Ômega enquanto o seguia pelos cômodos da casa.

— Me deixa Jongin, eu sou um Ômega quebrado e inútil, nem pra te dar uma família descente eu presto. — Choramingou um Kyungsoo encolhido sobre o estofado do sofá.

— Meu amor, não é sua culpa. — Se aproximou do sofá envolvendo o corpo pequeno e trêmulo. — você não precisa me dar filhos pra sermos felizes. Há tantas formas. — Acariciou os cabelos cor de chocolate daquele que tanto amava.

— Mas eu queria um bebê correndo pela casa, uma junção de nós dois Nini, eu sei que a adoção é uma forma mas.. Eu quero que essa criança fosse uma prova de que nosso amor realmente existiu. — Se encolheu nos braços fortes. — Mas a única coisa que posso te dar é decepção.

Jongin distribuiu inúmeros beijos pelo rosto molhado do menor e lhe olhou nos olhos, não conseguia acreditar que Kyungsoo era uma pessoa tão birrenta e difícil de convencer.

— Amor, olha pra mim. — Pediu e foi logo atendido. — Entenda que, com filhos ou não, eu não vou deixar de te amar, a maior prova do nosso amor somos nós dois, não é necessário mais nada para que se prove isso.

— Você não vai me querer pra sempre, uma hora vai querer uma família e vai se cansar. — Fez um bico emburrado.

— Acredite, eu não vou, eu estou ligado a você, e eu te amo muito muito. — De forma sentimental colou ambos os lábios num contato calmo e caloroso, podendo passar toda a sua tranquilidade amor e Kyungsoo através daquele beijo. — Agora, para de chorar, odeio ver você tristinho e nós teremos convidados.

— Ah, o Luhan e o Sehun vem hoje? A não, eu sequer ajeitei essa casa e preparei alguma coisa pra eles comerem Jongin, cancela tudo e passa pra semana que vem!

— Nem pensar, convidou agora vai receber os dois sem reclamar. — O moreno se levantou e deixou um tapa fraquinho nas nádegas do baixinho.

— Yah, não aja como um pervertido.

— Quem, eu? Jamais. — Soltou uma risada, muito gostosa ao ver de Kyungsoo e saiu do quarto.

— Jongin, você ainda vai me matar.. — Disse sozinho indo se trocar.

—

Já a noite, a casa em que dividiam estava levemente ajeitada e com os cômodos limpos para receber os amigos, o Alfa comprou algumas bebidas e deixou-as gelando no freezer, Kyungsoo apenas assistia um seriado qualquer em televisão aberta enquanto aguardava os amigos, todavia, esses estavam muito atrasados.

— Eles não vão chegar nunca? Não me dei o trabalho de arrumar todo pra eles ficarem enrolando por aí não.

— Calma Soo, eles vão vir, deve ter acontecido alguma coisa pra eles estarem atrasados.. — Tentou acalmar o menor e tornar o clima mais relaxado.

— Deve ter acontecido que eles devem estar namorando por aí enquanto estamos aqui esperando feito dois idiotas. — Sibilou de forma impaciente.

Duas batidas foram o suficiente pra fazer o menor voar daquele sofá até a porta e a abrir vendo o casal ali com várias malas.

— Vocês tem certeza que vão ficar aqui só por essa semana ou querem que eu alugue um quarto? — Ditou irônico.

— Você nos convidou esqueceu? — O tom irônico de Sehun era perceptível.

Kyungsoo deu espaço para ambos entrarem e fechou a porta que era revestida em mármore em seguida.

— Quanto tempo, na verdade faz um ano desde a última vez que nos vimos. — Luhan se pronunciou de forma de forma melancólica. — Da última que nos vimos, nós estávamos..

— Tentando separar duas pessoas que se amam. — Sehun respondeu de forma seca porém carregando tristeza e arrependimento na voz. —

Bom, mais eu do que vocês. — O silêncio permaneceu por longos segundos. — Então.. vocês deram um jeito de sumir de vez.

A expressão na face de Luhan e Kyungsoo foram de pura melancolia, não era novidade nenhuma que sentiam falta de Baekhyun e das piadas sem graça do amigo, mas infelizmente algumas coisas não podem ser simplesmente desfeitas ou esquecidas no passado.

— Eu não sei vocês, mas vou dar duas opções, podemos ficar aqui tristes pelo que aconteceu, ou podemos ficar bêbados a noite inteira pra esquecer dos problemas e acordar de ressaca amanhã. — Propôs Jongin.

— Antes de ressaca do que triste. — A resposta veio rapidamente dos lábios de Luhan.

Houve uma rodada de bebidas por duas horas e era eminente que ninguém estava em seu devido estado, somente Kyungsoo se mantinha sóbrio para caso algo de errado ocorresse.

Sehun foi até a cozinha e se encostou na bancada, estava tonto e não prestava atenção em mais nada.

Mal percebeu quando Jongin entrou na cozinha com um sorriso de canto.

— Se divertindo sozinho? — Provocou o moreno.

— Porra Jongin, vai assustar sua mãe assim. — Bradou um Sehun agora alterado.

— Calma princesa. — Brincou soltando uma risada fraca. — Sabe, o Kyungsoo ‘tá muito bolado por não poder me dar uma criança.

— Ah, eu entendo, Luhan e eu também estamos tendo dificuldades, na verdade estamos muito alheios a isso agora. — Deu de ombros. — No começo queríamos muito, mas percebemos que ainda não é a hora.

— Acontece que pra nós é a ’ hora, tá entendendo? Nós dois queremos, mas o Kyungsoo tem dificuldade pra engravidar. — Bufou derrotado.

— Calma Jongin, essas coisas levam tempo, uma hora essa criança vem. — Confortou o amigo.

— Eu espero.. — Findou ao ver Kyungsoo entrar na cozinha vindo lhe abraçar, seguido de um Luhan nitidamente tonto e bêbado. Sehun abraçou o namorado que lhe abraçou de volta.

— Acho que devíamos ir dormir, hm? — Propôs Sehun para o namorado.

— Você vai dormir comigo Hunnie? — A voz manhosa do menor fez Sehun se arrepiar.

— Vou sim bebê. Vamos subir agora. — Passou um dos braços de Luhan por seu pescoço e o ajudou a caminhar até a saída da cozinha. — Boa noite vocês dois. — Se despediu de Jongin e Kyungsoo que não demoraram a trocar olhares furtivos antes de se abraçaram da mesma forma.

— Vamos dormir agora Soo? — O moreno mordeu as bochechas do ômega e sentiu a pele alheia se estremecer.

— Você que se engana se acha que vamos dormir. — Murmurou com a voz carregada de malícia.

Jongin riu e acabaram por subir até o quarto e trancando a porta.

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Na manhã seguinte a única coisa encontrada por debaixo da porta de entrada fora uma intimação de barulho exagerado, vindo da vizinhança. Se engana quem acha que os quartos não trocaram boas risadas.