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História O Alfa da Alcateia do Trovão - O deus entre os mortais


Escrita por: BlackZGlm

Capítulo 1 - O deus entre os mortais


Fanfic / Fanfiction O Alfa da Alcateia do Trovão - O deus entre os mortais

Uma tempestade caia sobre Nova York, trovões ressoavam no céu noturno em quanto gotas geladas incomodavam os desavisados que passavam pela Times Square sem um guarda-chuva.

Mas mesmo com todas as luzes, painéis, pessoas e artistas que estavam ali havia sempre um local nas sombras, um local longe de tudo, longe de todos e é nesse local que repousava o ser que tinha a tempestade como seu arauto.

Sentado no topo dos prédios, longe das luzes, o homem observava a rua como se esperasse por alguma coisa.

Esse homem trajava uma pele de lobo branco que lhe cobria a cabeça como um capuz de uma forma a esconder seu rosto e caia sobre seus ombros como uma capa curta, seus braços eram cobertos por placas de metal polido bem colado ao seu corpo, em baixo das placas havia um pano negro que era visto em todas as articulações, uma corrente de metal escuro estava presa e enrolada em cada uma das manoplas um gancho estava na ponta de cada uma das correntes, calçava botas feitas do mesmo material que a manopla , mas sem correntes desta vez, e indo só até a altura do joelho, porém, com duas garras sendo projetadas a partir do peito do pé do encapuzado, o resto do corpo era coberto por uma camisa em tons de azul estampada com lobos e enfiada na calça preta com apenas dois bolsos.

Uma sirene policial tocava, o encapuzado abria um sorriso, viaturas passavam apressadas pelas ruas pedindo de maneira urgente para os pedestres e comerciantes saírem dali e fecharem suas portas, o sorriso do encapuzado sumia, não era aquilo que ele esperava.

Mesmo com todo alvoroço lá em baixo de pessoas correndo e na tentativa inútil de esconder-se, o homem calmamente pegava o celular no bolso, colocava os fones de ouvido e navegava com calma pelo Spotify sem aparentemente se importar com a chuva, colocava para tocar sua playlist favorita “Sr. Alfa” feita por ele mesmo, Fallow me Down era a que começava a ser reproduzida, assim o homem guardava o aparelho no bolso e voltava a sua espera.

Mais uma vez sirenes eram ouvidas, não podia ter erro desta vez, o encapuzado pegava um pedaço de metal solto que estava ao lado dele e levava até o rosto, o pedaço de metal servia como máscara e cobria do nariz até o queixo, um pequeno clique era ouvido em quanto a máscara se encaixava agora onde havia o rosto de um homem estava o focinho de um lobo eternizado em um rosnado.

Um Mustang GT se aproximava, ele reconhecia pelo barulho que o motor fazia mesmo com a música em seus ouvidos, pelos seus cálculos ou ele saltava agora ou o GT passaria direto, e foi exatamente isso que ele fez, se jogou do prédio não de cabeça, mas sim de uma forma que seus pés seriam a primeira coisa a atingir o chão.

Um fato curioso: Quando você se move rápido demais, o tempo parece passar mais devagar.

Quando o mascarado pulava o mundo parecia ficar em câmera lenta, ele conseguia ver a água de uma gota de chuva se chocando contra uma boneca que havia sido largada na rua, um relâmpago se formando entre as nuvens, os pneus do carro que ele havia esperando tanto rodando lentamente, e outros milhares de detalhes que ele provavelmente esqueceria em um ou dois minutos, tudo como se aquela queda de alguns segundos tivesse demorado vários minutos, várias horas.

Quando ele se chocava no chão o som era coberto pelo estalo de um trovão, o asfalto rachava aos seus pés e a primeira coisa que veio na cabeça dele foi “Muito cedo”, o plano inicial dele era cair em cima do motor do carro causando uma boa batida e desacordando os homens ali, mas os cálculos dele haviam sido precipitados ele havia caído cedo o bastante para o motorista do Mustang frear virar para evitar a batida.

Pensando pelo lado bom, ele havia feito o carro parar.

As viaturas que perseguiam o Mustang preto ficavam bem para trás ao ver a forma mascarada no meio da rua.

O homem no banco do passageiro e no banco de trás colocavam suas armas na janela apontadas para o mascarado em forma de ameaça, todos vestiam preto da cabeça aos pés, era notável que o motorista era uma mulher e que havia um saco grande de dinheiro e joias no banco de trás.

-Acho que vocês são novos por aqui... Meu nome é Lobo... Qualquer um por aqui me conhece... A maioria tem medo de mim...

A voz grave como um trovão saia do mascarado lentamente, enquanto ele dava passos lentos, o som feito pelas botas de metal era o profeta da destruição deles.

O tal Lobo certamente ia continuar a falar, mas havia sido interrompido pelo homem no banco de trás que dispara com seu fuzil com o alvo sendo o rosto do mascarado.

Como se tudo ainda estivesse em câmera lenta para o Lobo tudo que ele fazia era colocar a mão na frente do rosto, deixando a bala se transformar em um pedaço de metal amassado em sua palma, era um movimento que ninguém conseguia acompanhar a olho nu, porém, não mostrava qualquer tipo de esforço em fazê-lo.

-Serio? Não posso nem mais me apresentar? Tudo bem.... Por aqui me chamam e O Alfa da Alcateia dos Trovões...

Os três dentro do carro ficavam simplesmente sem reação, apenas observando a bala cair e o Lobo levantar dois dedos para o céu com se quisesse apontar para algo em quanto falava.

-Deixe-me apresentar alguns de meus lobos...

Ele descia a mão em um movimento de arco vertical, junto a mão dele desciam também três relâmpagos que caiam brutalmente sobre o Mustang, o trovão não demorou muito para chegar.

O cheiro de carne queimada e o chiado de água contra ferro quente tomavam o lugar e da mesma forma que um passe de mágica é feito o Lobo havia sumido depois do clarão do relâmpago.

—---------------------------------------------Quatro anos atrás---------------------------------------------------

                                                                    20/07/2012

Segunda de manhã, primeira coisa da lista de tarefas? Conseguir se levantar, o que não devia ser difícil para um garoto de dezesseis anos. Pera, qual era seu nome mesmo? Há sim, Daniel preguiça extrema. Esquecer de algumas coisas importantes era rotineiro para ele.

Segunda coisa da lista de tarefas? Colocar musica bem alta para animar, não havia mais ninguém na casa o que o deixava bem à vontade.

Os passos seguintes de sua lista se resumiam a tomar m banho comer alguma coisa em quanto se arrumava e ir para a escola.

Sua boa bicicleta o salvava a maioria das vezes de chegar atrasado e também o salvava de ser assaltado nas ruas da capital brasileira, afinal quem ia querer roubar um garoto com uma bike tão surrada?

O caminho era longo o bastante para a mente dele voar, normalmente ela ia até sua mãe, ela era uma mulher bela, cabelos negros como a noite e olhos azuis brilhantes como as estrelas.

A mulher havia morrido em um acidente de moto há alguns meses, seu pai era um bêbado e maconheiro o que não dava a ele o troféu de pai do ano, nem mesmo a chance de apelar para seu filho morar com ele, sua avó materna já tinha problemas de mais cuidando de suas duas outra netas, filhas da vagabunda que tinha de chamar de tia, a mulher mal via as filhas e quando via ainda as tratava mal, seus avós paternos também não eram uma boa escolha, tinham pena do filho drogado, não teriam tempo para cuidar de um cachorro sem dono.

O garoto morava sozinho agora na mesma casa que morava com sua mãe, uma casinha de dois quartos na Samambaia, recebia uma pensão de seus avós paternos, seu pai que deveria pagar, mas ele nunca tinha emprego.

Tirando o fato de morar sozinho e não ter uma mãe ele era completamente normal, tinha boas notas, jogava magic com os amigos no tempo livre e quando estava em casa jogava alguma coisa no computador, nunca parava para estudar, e também nunca precisava, desde que se lembra até seus dias atuais de segundo ano do ensino médio, nunca tocará em um livro para estudar, mas era um leitor insaciável de ficção. Tendo seu dinheiro voltado por jogos virtuais, cartas de magic e livros, além das necessidades básicas claro.

O tempo na escola simplesmente voava com para ele, grande parte das vezes por seus amigos.

Tauany, uma garota de cabelos castanhos longos, estatura baixa, pele clara e personalidade gentil, porém sua inconstância amorosa era refletida na sua inconstância capilar, a cada duas semanas ela pintava o cabelo de alguma nova cor vibrante e na mesma medida de tempo mudava de namorado, tinha uma série de problemas familiares, talvez fizesse isso por pura rebeldia.

Miguel, um garoto que desde que Daniel se lembra andava com os cabelos raspados, mas uma leve barba começava a crescer no rosto alvo, tinha uma certa depressão, um desejo de isolamento e um pessimismo constante, mas tudo isso era compensado quando alguém parava para colocá-lo para cima, em seus melhores momentos ele era um ótimo ouvinte, animado e alegre, ainda um pouco pessimista, mas nada impossível de se conviver e até gostar, ele era como uma mistério completo para Daniel, nunca o entendia direito, mas estava certo que um dia ia conseguir.

Rodrigo era o nome do último bom amigo de Daniel, ele era o mais moreno de todos, a pele em tom de chocolate dava destaque aos olhos verdes, os cabelos castanhos na altura do ombro ajudavam muito, tinha uma clara paixão por Tauany, entretanto parecia que só ela não percebia, fora isso ele era do tipo que fazia qualquer coisa pelos amigos, seja subir e descer três lances de escadas para comprar um lanche ou sacrificar uma virgem, ele fazia tudo com um sorriso no rosto.

Naquele dia foi avisado que teria um passeio para uma fazenda em algumas semanas, o passeio era uma forma de recompensar a sala por ter ganhado a quadrilha daquele ano, era óbvio que os quatro iriam juntos.

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                                                                          21/07/2016

Já haviam se passado várias horas desde sua intervenção em Nova York, mesmo assim o Lobo ainda estava acordado, desta vez em sua casa com os olhos azuis vidrados em uma tela de computador.

A brincadeira de vigilante havia começado na sua cidade natal, parando crimes pequenos com uma máscara de plástico e um capuz, agora tudo era diferente, ele era dito como deus, muitas responsabilidades que ele não queria ter em suas costas, sempre que um desastre acontecia a culpa caia sobre ele, por ele não ter salvado os mortos mesmo ele sempre fazendo o que podia, ele já havia se acostumado com isso.

A bota de metal que ele usava quase todas as noites para brincar de super-herói agora estava meio que jogada na porta do quarto, a calça preta e a regata azul com lobos estavam jogadas na única cama da casa.

Tudo que ele era agora era o jovem estudante de engenharia mecânica chamado Daniel, pela tela do computador ser a única luz do quarto várias sombras estranhas se formavam atrás dele graças ao seu cabelo despenteado.

Usava apenas uma calça de moletom cinza e suas duas pulseiras de prata, uma em cada braço, que tintilavam toda vez que ele movia o mouse, sua mesa estava repleta de salgadinhos e energético, não que ele precisasse de ajuda para ficar acordado, a insônia que tinha já dava conta do recado, ele bebia aquilo apenas pelo gosto bom.

Ele podia facilmente usar tudo que tinha de sobre-humano para ser invencível em qualquer jogo, mas ele gostava da sensação de perder as vezes, gostava de sentir humano.

Os primeiros raios de sol surgiam em sua janela, a luz amarela era um tanto irritante.

-Merda... Tenho faculdade hoje...

Ele dizia para si mesmo coçando a própria barba, gostava de ouvir a própria voz, que era bem mais melodiosa sem a máscara, ajudava a colocar os pensamentos em ordem.

-Dá tempo de mais uma partida...

Ele provavelmente se atrasaria, provavelmente não pegaria o ônibus a tempo e teria que ir até o centro em sua bicicleta que já tinha muitos anos nas costas, mas como eu já havia lhes dito, ele gostava de se sentir humano as vezes, gostava desses pequenos fracassos controlados, gostava de deixar o manto de deus de lado e ser apenas um humano preocupado com seus próprios problemas.


Notas Finais


Duvidas, sugestões, criticas ou qualquer outra coisa comente ai e se tiver alguém que leu gostou e consegue fazer uma capa legal pra minha historia eu agradeceria muito.
Obrigado por ler até aqui e até próximo capitulo, flws.


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