História O Amigo do Meu Crush - Jungkook, o orgulhoso que se desculpou indiretamente

— Por que raios estava com Yoongi? — Jungkook mal havia fechado a porta da sala e já estava me questionando. 

Que enxerido.

— Se você não sabe, uma boca pode fazer muito mais que apenas comer — Ok, soou um pouco ruim essa frase — Quero dizer, estávamos apenas conversando.

— Quase se esfregando nele hoje de manhã? Bela conversa — Riu, cínico.

E as coisas só pioram, merda. Ele não tinha que ter visto aquele momento de vergonha.

— Estávamos apenas nos divertindo, porque está tão irritado? — Mirei-o, mas não repeli — Acha que não posso mais falar com as pessoas apenas porque não quer?

— Yoongi não é alguém que você deveria se meter.

O que deu nele? Por algum acaso ele tem um amor secreto pelo irmão? Cacetada.

— E por que não? — Questionei-o, sem medo.

Sem medo até um ponto, porque ele logo veio pra cima de mim, quase me esmagando. O fato é que ele fez com que eu batesse minhas costas na parede com força e isso resultou em um gemido de dor pela minha parte.

— Não tem que ter um motivo, apenas... Não fiquei perto dele.

Suas mãos atrapalharam minha saída, colocando-as de cada lado de minha cabeça. E, puxa, que braços fortes são esses? Olhei de soslaio, e percebi que ele malhava um pouco e, caraca, eu queria ter um braço desses.

— Isso por acaso é ciúmes?— Perguntei.

Ciúmes, meu Deus, que bobeira. Ciúmes deve ser algo que Jungkook nunca provou, e só sente raiva mesmo.

— Não vou responder isso porque sabe muito bem qual vai ser a minha resposta — Eu não sabia não. E, porra, ele estava com o rosto tão próximo.

— Eu faço o que eu quiser, não pode me obrigar a parar de ser amigo dele.

Ofeguei quando ele franziu o nariz e fez uma careta, levando sua perna até apertar o cós de minha calça. Puta que pariu, não faça isso. Não quando eu quero estar com raiva e socar ele até a morte.

— Tudo tem uma consequência, devia se precaver mais.

E que consequência seria essa? Ser agarrado na sala de ensaio?

— Jungko-

Fui impedido de continuar quando sua mão agarrou meu queixo e elevou meu olhar até os dele. Estava sério demais, não parecia querer brincar e nem nada. Engoli em seco ao ver que realmente sofreria alguma consequência. Ele estava tão concentrado, segurando firme meu rosto, que imaginei o que viria a seguir. Seus lábios se entreabriram, e então sua língua molhou-os com uma lentidão provocativa.

Ele iria me beijar?

Eu me vi fechando os olhos, respirando com mais dificuldade e esperando o toque. Mas ele não fez nada, e quando eu abri meus olhos novamente, ele sorriu convencido. Merda, era isso que ele queria que eu pensasse. E eu cedi. Ah, não, eu só posso estar louco.

— Tolo. 

Soltou, deslizando seus dedos até meu pescoço e então tocar a minha pele sensível naquela região. Ele apertou leve, como se iniciasse uma massagem para logo descer pelo meu braço. Permaneci estático, vendo até onde isso ia dar e talvez, bem fundo no meu inconsciente, eu estivesse aproveitando. Talvez sua ideia de consequência não fosse algo que me prejudicaria.

Eu não percebi quando sua boca soprou em meu pescoço, mas meus pelos finos se arrepiaram totalmente. O arzinho que saiu de sua boca estava quente, causando uma sensação prazerosa, tanto que tive que segurar um pequeno gemido de satisfação.

Jungkook estava curvado sobre o meu corpo por ser maior, mas apenas senti como se fosse uma forma protetora dele. Mesmo que fosse apenas besteira de minha mente. Eu não podia negar o quão bonito ele era e como mexia comigo. 

Todas aquelas palpitações em meu coração... Não era normal.

Agarrei a gola de sua camisa social branca, puxando-o para mais perto. Eu não controlei a minha mão, apenas a movi. Movi sem intenção nenhuma, mas funcionou. Ele se aproximou mais, apertando seu joelho em meu pênis e mordeu a pele de meu pescoço. Eu inclinei-o para o lado para que pudesse ter mais espaço, e isso o fez soltar um risinho baixo.

Eu estava fazendo justamente aquilo que ele mais queria, ceder às suas provocações.

Mordi meu lábio inferior para que nada indecente escapasse por eles, pelo menos isso Jungkook não ganharia tão cedo. Eu já poderia escapar facilmente, mas algo me dizia que ele sabia que eu não faria isso. 

Grunhi quando suas palmas entraram em minha calça e agarraram as minhas nádegas com força. Ele não parecia estar em si totalmente, porque se afobou um pouco quando marcou meu pescoço com vontade, ao ponto de eu agarrar seus ombros para que fosse com mais calma. E é óbvio que não foi isso que ele fez, esse grosso.

Suas lufadas de ar bateram em minha nuca, e Jungkook quase me tirou do chão ao me puxar para cima. Merda, ele tem tudo sob o seu controle.

— Jungkook... — Chamei-o sem nenhum efeito. 

Senti que deveria pará-lo quando ele ameaçou a penetrar-me com seu dedo. Ele estava ousado, passando dos limites quando brincou com meu ânus de um modo que me deixou quase envergonhado. Ele conseguiu entrar um pouco, e soltei uma lamúria baixa quase como um suspiro.

Apertei meus olhos com força e mordi seu ombro como uma forma de acordá-lo para a realidade. Ele me soltou quando percebeu o que estava fazendo, provando que não era essa sua intensão. 

E, caralho, agora eu não estava conseguindo olhar para ele. Só de imaginar que me tocou tão mais intimamente me fazia querer sair correndo e largá-lo ali com sua irritação. Se eu não parasse ele, acho que daria sem nem pensar mais de duas vezes, e isso sim está fora de cogitação. Uma coisa são toques, mas ele tinha um limite por enquanto. E se fosse uma vingança?

Ele tossiu, limpando a garganta, e se afastando também. Observei seus ombros largos irem para o outro canto da sala, junto de onde estava seu celular e a caixa de som. Será que ele estava envergonhado também?

Massageei minha bunda, aliviando o incômodo que me passou ali e suspirei audível. Agradeci internamente por nada mais ter acontecido ou eu enlouqueceria a qualquer momento. Onde já se viu, fazer isso em um lugar tão inusitado e ainda mais... Com o demônio. Apesar de que transar na faculdade é ser bem vida louca. É, talvez algum dia eu faça isso.

— Apenas se afaste do loiro aguado.

Colocou a música em um som alto, mostrando a melodia de Own It e batendo suas palmas para que começássemos. 

Certo, isso ainda iria me dar muita dor de cabeça.

[...]

Saltei contente por não precisar ficar até a meia-noite ensaiando. Aparentemente até mesmo Jungkook ficou surpreso por eu estar dançando tão bem e ficou boquiaberto quando não tinha do que reclamar. Esse é o poder de quando não quer ficar em uma sala com o cara que quase arrombou meu cu.

Agora era aproximadamente seis da tarde e combinei de encontrar Taehyung na república. Todos já conheciam meu amigo, e logo que ele entrava lhe davam uma lista para assinar, avisando ter entrado ali. E quando eu cheguei, o folgado estava lendo algum livro em minha cama, com tênis e tudo. 

TÊNIS E TUDO. Imperdoável.

Agarrei seu pé e o joguei para fora de minha cama, derrubando-o parcialmente. Parecia uma criança me olhando emburrada, como quem teve seu doce roubado. Só que aquelas crianças brigonas que partem para cima e só choram de raiva.

— Você é um péssimo amigo — Ele me mostrou seu dedo do meio.

Olhei-o com sarcasmo.

— Você faria o que se me visse com os tênis sujos na sua cama?

— Eu te castraria e jogaria seu corpo pela janela — Respondeu simples, virando a página de seu livro inútil.

— Eu deveria fazer exatamente isso com você, mané — Suspirei, retirando meus próprios sapatos, e meia. Eu estava precisando de um bom banho, mas Taehyung não iria embora tão cedo.

— O que estava fazendo com o Yoongi?

Por que raios todos estavam me perguntando isso? Primeiro Jungkook dando o piti dele, e agora Taehyung me enchendo o saco.

— Talvez tentado ser amigo dele?

— Sabe que se quiser ter algo com Jungkook, Yoongi não é o caminho para isso — Ele nem ao menos direcionava seu olhar para mim, como se estivesse indiferente — Ir atrás do irmão é um erro que todos que são idiotas fazem.

— Como sabe que eles são irmãos?— Exclamei — E o que exatamente está dizendo com "ter algo com o Jungook"? Eu não quero nada com esse demônio.

— Jimin, me engana não — Ele abaixou o livro, arqueando a sobrancelha — Vai me dizer que esse chupão apareceu por mágica aí no seu pescoço? Aliás, tudo o que eu sei é devido ao Hoseok me contar.

Tampei a marca, ruborizado, e empurrei-o para fora da cama. Ele caiu sentado no chão, me olhando mortalmente, mas se contentou em ficar ali.

— Hoseok te conta tudo?

— Hoseok me diz tudo o que preciso saber para ajudar vocês dois, sabe — Sorriu, maléfico — Ele sim é útil, você só quer saber de esconder as coisas de seu melhor amigo. Hoseok acha que você vai se apaixonar pelo Jungkook.

— Por que ele acha isso? — Cruzei os braços, indignado — Hein?

— Porque é isso que acontece com todos que se aproximam dele — Deu de ombros — Você não sabe o quão sortudo é por ter a atenção de Jungkook. Deveria apreciar mais.

— Eu não gosto dele, pare com essas especulações. E além do mais, ele só me dá atenção porque me odeia. Quer que eu pague por ter cortado o cabelo dele e quase o cegado.

— Tenho certeza de que seria mais útil ter te matado muito tempo atrás — Argumentou — E Hoseok tem certeza de que ficarão juntos.

— Ele não é vidente.

— Mas é amigo do seu moreno.

MEU MORENO? Taehyung sua bicha desgraçada.

— Ele não é meu, não é de ninguém, e muito menos sabe como gostar de alguém.

— Você não é vidente para saber disso.

Revirei meus olhos, puxando seu livro de suas mãos. Ele estava me estressando ao virar as páginas tantas vezes.

— Olhe só para ele, mal sabe sorrir direito — Ele sabia sim, e a única coisa que fazia isso com ele era a dança —, não é gentil com ninguém — Era com Hoseok— , não sabe como pedir desculpas — Era orgulhoso demais, mas sabia seus limites —, só tem aquela expressão fechada — Apesar de ser bem interessante ver ele com uma feição de orgulho, como hoje ao me ver executar todos os passos com perfeição—, é cercando por várias garotas — Pra caralho—, mas não dá atenção para nenhuma delas. Como alguém como ele sabe como é gostar de alguém?

— Jimin, percebe que acabou de fazer uma lista sobre ele?

— O que tem? — Franzi o cenho.

— Isso é coisa de pessoa apaixonada, com um interesse romântico em alguém — Taehyung simplesmente retorce tudo o que eu digo — Você vê os "defeitos" dele, você presta atenção demais nele. Percebe?

Puta merda, Taehyung quer fazer a minha cabeça. Igualzinho como na noite anterior, vai querer me confundir. Com defeitos ou não, não era nada de demais, eu só o odiava e por isso percebi cada detalhe que poderia me dar mais um motivo para continuar odiando.

— Você não sabe de nada, Taehyung — Me defendi — Só porque está gostando de alguém, não quer dizer que eu esteja também.

Taehyung ficou em silêncio depois de tomar o livro de minha mão e voltar a lê-lo. Claramente meio magoado por eu não acreditar nele.

— Eu tenho certeza de que já sentiu os sinais, apenas não quer admitir — Se calou novamente.

Não, ele não iria me fazer pensar nisso tudo.

Saltei para fora de minha cama, em busca de alguma coisa para que distrair. Passei pela sala apenas para constatar de que estava vazia e não tinha nenhum Chanyeol ali para me deixar jogar seus jogos. Me movi até a cozinha extremamente larga e limpa, e peguei um copo no armário para depois enchê-lo de água.

Gostar. Claro que não. Gostar de alguém é algo bom e nos faz ficar pensando na pessoa toda hora. Algo que eu mal fazia com o próprio Hoseok antes de me desencanar dele.

Jungkook me faz perder o controle da situação, me deixa de guarda baixa, com vontade de explodir quando manipula a situação em seu prol. Ele apenas faz com que tudo se bagunce rapidamente.

Antes que eu pudesse levar o copo até a minha boca, depois de ficar alguns segundos aéreo, ele é retirado de minhas mãos. Eu me assustei com seu toque repentino antes de ser prensado na pia.

Era Jungkook, ele estava um pouco ofegante como se tivesse corrido algum tempo atrás. Talvez fosse uma maneira de se manter em forma.

Ele tomou de minha água, olhando-me como quem me desafia a fazer algo. Como se esperasse que eu o atacasse e partisse para os socos em seu corpo. Mas eu nada fiz além de deixar meus braços caírem para o lado e observar sua garganta se movimentar com o liquido descendo.

Céus, o que havia de errado comigo?

— O que está fazendo? — Perguntei — Essa água era minha.

Eu não estava bem reclamando, eu só tinha que reagir de alguma forma.

Jungkook sorriu, fazendo uma expressão pensativa.

— Bem, não é mais — Bateu com o copo no balcão ao nosso lado — Terá que pegar outra agora.

Eu abaixei meu olhar, me lembrando de mais cedo. Ele estava me prendendo entre ele e a pia, e só piorava o fato de ser um momento quase igual aquele.

Eu estava envergonhado? Mas por quê?

— Escuta... — Começou — Não foi minha intenção aquilo mais cedo. Espero que eu não tenha feito algo que poderia ser explicado como abuso... Eu não faria isso.

Ele estava preocupado. Olhei-o, vendo como estava confuso. Ele com toda certeza estava tentando se desculpar, mas sem dizer as palavrinhas mágicas. Jungkook se preocupava com essas coisas, e pelo jeito prezava pela virgindade das pessoas.

— Está tudo bem — Murmurei. 

Talvez ele não fosse totalmente um demônio. E bem... Eu não podia me considerar virgem para que ele se culpasse nesse tanto então... Não há o porquê de fazê-lo se remoer com algo que eu não consideraria abuso, já que eu realmente tive que resistir em não continuar. 

Não que eu fosse admitir isso para o mundo, mas porra, ele tem um corpão do caralho. E eu simplesmente não acredito que depois de tudo que ele me fez passar e gozar da maneira mais vergonhosa, eu simplesmente iria considerar que talvez, só talvez, eu estivesse ansiando por algo.

Eu só posso ser um fodido mesmo.