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História O amor é Épico - Prólogo


Escrita por: MarteloDeAssis

Notas do Autor


Nesse prólogo começa a história antes da história, ou seja, a verdadeira história, mas a que menos vai ser contada ;D.

Capítulo 1 - Prólogo


Era uma madrugada fria na cidade de Karakura. Aquele dia parecia ecoar por éons nas cabeças daquele batalhão de homens jogados ao chão, que doíam a cada pulsar das artérias inundadas de álcool.

Eram ao todo quinze que figuravam numa cena que se qualquer um de nós tivesse visto chamaria de uma representação clássica de bêbados após uma noite de exageros num boteco de esquina. Mas infelizmente não estávamos lá para ver, só quem estava era Ichigo Kurosaki, Grimmjow Jaguerjack e Uryuu Ishida acompanhados de mais doze amigos tão abatidos que suas presenças não eram dignas de serem nomeadas.

Com uma roçada bestial na ereção que lutava contra o tecido opressor da cueca, tal como um jovem da idade de Grimmjow fazia para enfrentar os pudores e tabus que lhe eram impostos desde os primeiros anos de vida, Grimmjow se aproximou de Uryuu.

- Sua vez.

A boca transbordava saliva, mas os óculos lhe lembravam da máscara que usava quotidianamente: a do recatamento. Uryuu, como de praxe, ajustou seus óculos com o dedo médio e olhou para Grimmjow. Dessa vez para o rosto

- Que rude Grimmjow. Onde está o romance? Nós três moramos juntos há anos e até hoje você não conseguiu ser romântico comigo ou com o Kurosaki.

Ofegante, Ichigo, jogado ao chão, tal qual é jogado o cabinho de um morango após toda sua fruta ser devorada, levantou-se vagarosamente.

- Ele está certo Grimmjow, você devia ser mais carinhoso... Algo do tipo dar presentes, fazer carinho em público, fazer um jantar à luz de velas com um bom vinho...

- Não Kurosaki! Isso não é ser romântico... Ser romântico é ser... Poético!
Com um estalar dos dedos de Uryuu ergueu-se, com a constituição de uma montanha e a pressa de uma explosão vulcânica, Zaraki Kenpachi, que com um poderoso murro no balcão do bar fê-lo espatifar todo, jogando ao vento lascas de madeira e uma lira esculpida delicadamente pelo esforço heroico e poético do murro.

Envolto em inspiração e arte maiores do que prometia a capacidade humana, Kenpachi afagou com maestria a lira que começou a gemer melodias homéricas de tempos imemoriais gravadas na memória de todos nós.

Como que num passe de mágica, os outros onze rapazes deixaram o chão quase que como carregados pelas tágides do rio de Karakura, que Uryuu estava a invocar naquele instante:

- E Vós, Tágides minhas, pois criado
            Tendes em mim um novo engenho ardente,
            Se sempre em verso humilde celebrado
            Foi de mim vosso rio alegremente,
            Dai-me agora um som alto e sublimado,
            Um estilo grandíloquo e corrente,
            Porque de vossas águas, Febo ordene
            Que não tenham inveja às de Hipocrene.

Vogaram cortando os ares impulsionados pelas Tágides os colegas inebriados, circundando Uryuu que virava mais um copo de saquê ao terminar seu apelo. Só se ouvia a lira de Zaraki e a respiração tensa de todos, que fitavam Uryuu sedentos pelas próximas palavras do rapaz.

- A história que vou contar a vocês se passa em uma terra muito, muito distante, perdida no seio das memórias mais inacessíveis da humanidade, tão ocultas que muitos chamariam de imaginação ou invenção, mas posso garantir que são fatos.

E assim fez-se silêncio e daquele ponto em diante não havia nada senão a narrativa, o mundo já não era mais o mesmo: estávamos adentrando Fiore.


Notas Finais


Vai ter mais poesia daqui para a frente. A estrofe desse capítulo foi copiada 100% da 4a estrofe do canto I dos Lusiadas, mas as próximas são originais, tentando manter a mesma métrica de versos heroicos.


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