História O amor é um jogo, quer brincar? - Amizades quebradas

P. O. V. America

Disse para a minha mãe que tinha me separado de Maxon. Foi tudo muito rápido. Depois que ele saiu, falei com a minha mãe em menos de 2 minutos e subi correndo para o meu quarto, chorando.

Por que eu estava chorando? Ele só tinha descobrido e falado merda. Aquilo doeu tanto...

Tento parar de chorar, mas nada adianta. Também não vou chamar Celeste, eu queria um tempo sozinha.

Idiota, idiota, idiota! Tenho uma vontade imensa de socar algo, principalmente a cara de Maxon.

- America, tem certeza que está bem? - Minha mãe pergunta do outro lado da porta.

Respondo com um "sim". Abraço minhas pernas em cima da cama e afundo a minha cabeça nas mesmas. Eu não deveria estar chorando por ele, eu não deveria.

(...)

Já no outro dia, tomo um banho bem demorado antes de ir para o colégio. E agora? Como vamos nos olhar a parir de agora?

Será que ele também chorou igual a mim? Ou ficou rindo da minha cara?

Ontem, eu recebi várias mensagens de Celeste e de Marlee perguntando como eu estava. Dei a mesma resposta que tinha dito para minha mãe. Um sim.

Não ia falar que estava chorando por ele. Não ia mesmo.

Já no carro, olho pela janela durante o percurso inteiro no banco de trás. Meus pais estão na frente, e eu agradeço por eles não puxarem assunto. Assim que chegamos perto da escola, tenho vontade de pedir para voltarmos para casa. Não queria ver ele tão cedo.

- Tchau, gatinha. - Meu pai diz com um sorriso de lado, e logo em seguida minha mãe se despede.

- Tchau pai, tchau mãe.

Forço um sorriso mínimo para eles e saio do carro logo. Não estava com pressa para entrar, mas eu queria sair daquele carro antes de chorar na frente deles.

Respiro fundo, já caminhando pelos grande corredores cheios de armários. Fico mexendo meus dedos de nervosismo. Ele sentaria do meu lado hoje?

Assim que entro, vejo Maxon com uma cara de poucos amigos no mesmo lugar de sempre. Engulo em seco e caminho calmamente até o meu lugar. Agora seria um ótimo momento para cair um meteoro bem aqui, não é?

Sem olhar mais pra ele, me sento no meu meu lugar e encaro a minha frente. Pelo canto do olho, percebo Maxon me fitando.

- Não vai mais pegar o meu amigo, America? - Escuto ele perguntar, e meu corpo estremece.

Como ele teve a audácia de falar isso? Ou de falar comigo depois de ontem?

- Pensava que você ia mudar de sala. - Ignoro sua pergunta fazendo outra.

- Infelizmente não deixaram. - Maxon dá ênfase no "infelizmente".

Arrisco em dar uma olhada para ele, que agora encarava os próprios pés.

- Por que você fez essa aposta, Maxon? Por quê? - Não era para eu falar em voz alta, mas acabou saindo.

Ele não responde. Espero mais um pouco e acabo me levantando, não querendo mais continuar naquele clima.

Cadê Celeste e Marlee que não chegam? Olho para um lado e para o outro, e então decido ir para o banheiro. Elas devem estar lá. Me lembro que tinha dias que ela se maquiavam aqui na escola por não dar tempo em casa. E sim, elas são assim.

P. O. V. Maxon

Não aguentando mais ficar sentado encarando as pessoas que andavam de um lado para o outro, vou até a outra sala onde se encontra Aspen. Tentei voltar para minha sala antiga falando com o diretor, mas infelizmente ele não cedeu.

Uma garota morena me chama atenção acenando pra mim. Kriss estava na frente da porta de uma sala qualquer. Bufo, dando meia volta. Não queira ver ele nem pintada de ouro.

- Max! Que coincidência nos encontrarmos logo cedo, não? - A sua voz irritante me faz querer que ela suma por alguns minutos.

Simplesmente a ignoro. Começo a bater a palma da minha mão na minha calça em um ritmo qualquer que surgiu na minha cabeça.

- Não adianta me ignorar. - Vejo pelo canto do olho que Kriss me acompanha lado a lado, e consigo ver pelo canto dos olhos ela sorrindo. Sua mão toca a minha em um instante, me puxando para a parede, como se eu tivesse a impedindo de sair.

Seus braços param em volta do meu pescoço. Foi tudo muito rápido para eu fazer alguma coisa. Mas depois disso, Kriss não fez mais nada. Que louca!

- O que você fez, garota? - Pergunto, incrédulo.Ela me ignora, pondo seu cabelo de lado e saindo da minha vista rebolando. Eu ainda não entendi o porquê de eu ter gostado dela um dia.

Meu celular toca e eu o tiro do bolso.

- Primo! Que surpresa! - Não era tão surpresa para mim, eu sabia que um dia ele iria ligar para saber como anda a aposta.

- E aí, como andam as coisas? - Stiles já vai direto ao ponto, me fazendo voltar a fazer o meu caminho. E por incrível que pareça, esqueço do episódio de segundos atrás.

Suspiro antes de responder.

- Ela descobriu tudo. Eu me senti um lixo ontem, cara. - Tenho uma vontade miníma de chorar, mas não vou dar esse gostinho pra ninguém. Não aqui no meio do colégio.

- Maxon Schreave é você? Se chamando de lixo por causa de uma garota?

Tenho vontade de socar aquela cara dele por ter dito isso. Agora é proibido chorar? Porque se for, eu não sabia disso.

P. O. V. America

Cerro meus punhos quando vejo essa imagem na minha frente. Então, ele estava com Kriss esse tempo todo? O que foi esse gesto que eles fizeram no meio do corredor? Mordo o meu lábio, sentindo meus olhos começarem a arder.

Quando a cena acaba, Kriss passa ao meu lado com um sorriso vitorioso no rosto. Respiro fundo e sinto alguém parar ao meu lado, mas não tenho vontade de me virar para ver quem é. Estou concentrada em ver Maxon falando ao telefone.

- Eu soube do que aconteceu. - Reconheço essa voz. É de Aspen. Assim que não vejo mais Maxon, presto atenção no moreno que está ao meu lado.

- Ah, é? Isso não me surpreende. - Dou uma pequena pausa, suspirando. - Você sabia, não é?

Fixo em seus olhos, esperando pela verdade. Me encosto na parede, vendo que Aspen ia demorar um pouco para responder. E bom, não preciso mais de resposta. O silêncio responde tudo.

- Por que vocês, garotos, são tão idiotas?

Eu ia sair daquele mínimo espaço que nos separava, se não fosse pela sua mão grande me segurando pelo braço.

- America, por favor. - Aspen fecha os olhos, como se estivesse pensando em algo.

- Por favor o quê? Menos, Aspen. Bem menos.

- Eu não tive culpa, America. Eu só não ia entregar o amigo. Tenho certeza que se a sua melhor amiga fizesse algo de errado, você não contaria para ninguém.

Não estou entendendo muito bem essa conversa. A que ponto ele quer chegar? Para eu voltar para os braços de Maxon?

Mordo o meu lábio, pensando no que dizer.

- Mas eu acho que não chegaria a esse ponto. - Digo, cabisbaixa.

- Eu também achava que eu nunca faria mal a alguém.

Meu corpo treme um pouco quando sinto seus braços fortes passando em volta da minha cintura, me puxando para um abraço. Demora um pouco para eu tomar a coragem de abraça-lo de volta. O seu perfume é leve e seu abraço acolhedor, querendo que eu fique ali por minutos.

P. O. V. Marlee

Tinha encontrado Celeste antes de entrarmos na escola. Ela me contou sobre o que tinha acontecido ontem, sobre Maxon e Meri. E até me contou sobre o plano. Não pude deixar de sentir uma pontada de raiva por isso.

Aspen e America? Sério? Ela sabia o que tinha entre nós dois. Tudo bem que não era nada sério, mas nós éramos ficantes. Éramos não, ainda somos.

Caminhamos juntas até a sala, mas antes de virarmos um dos corredores, vejo America pondo as garras para fora. Ela não se lembrou de mim, não é mesmo? E o que também me dói, é ver Aspen retribuindo o abraço

Algo no meu coração se aperta. Era meu ficante que eu estava começando a gostar, minha melhor amiga em um abraço após eu descobrir as suas intenções. Celeste disse que Maxon tinha descoberto sobre a vingança e que America provavelmente ia desistir.

Mas depois de ver isso acho difícil.