Leon entrou no hospital com Violetta nos braços. Ela estava pálida, suas mãos e sua boca seca tremiam de frio, as pálpebras pesadas caiam sobre os olhos. Ele correu até a recepcionista.
- Por favor, a minha esposa...ela... ela se afogou e...
- O nome da paciente, por favor. - disse a recepcionista, calmamente.
- Violetta Castillo Vargas.
Ela começou a digitar no computador. Leon ficou impaciente.
- Moça! Eu preciso de um médico AGORA!
- Ok. - disse a moça. Ela olhou em volta e chamou por uma enfermeira que conversava com um senhor ali perto. - Ei você! Pegue uma maca e coloque a moça nela - Ela olhou para o computador novamente. - Leve-a para a sala do Dr. Richard, agora.
A enfermeira pegou a maca e deixou que Leon colocasse Violetta nela. Vieram mais dois enfermeiros para levá-la até a sala do doutor; Leon tentou segui-los mas foi impedido pela enfermeira.
- Desculpe-me, mas o senhor não pode acompanhá-la.
- Mas...
- Só quero que me diga umas coisinhas - interrompeu-o rapidamente - O que aconteceu à ela?
- Nós estávamos no mar, ela se afogou e... ela deve... ela deve ter inalado muita água.
Ela marcou o que foi dito num caderninho que carregava e murmurou algo que Leon não pode entender.
- Tudo bem, - disse - quero que fique aqui e mantenha a calma, vamos fazer de tudo para ajudá-la.
A enfermeira partiu às pressas para a sala onde Violetta estava, deixando-o sozinho na sala de espera. Ele sentou na cadeira perto da parede e escondeu o rosto por entre as mãos. Sentiu um nó na garganta e respirou fundo, desejando que aquela dor sumisse logo.
Nada vai acontecer à ela, disse para si mesmo, ela vai ficar... vai ficar tudo bem.
Os enfermeiros entraram apressados na sala do doutor. Colocaram-na na cama e a ajeitaram para que pudesse ficar mais confortável. O médico levantou-se de sua mesa e caminhou para examiná-la.
- A enfermeira Mariane já está vindo. - falou um dos enfermeiros antes que o médico perguntasse o que havia ocorrido.
Mariane entrou e se pôs ao lado do médico.
- O que aconteceu? - disse seriamente.
- Ela se afogou. Ela e o marido estavam no mar; ele disse que ela deve ter inalado muitas água salgada.
- Meu Deus. - murmurou ele. Colocou as costas da mão no rosto dela e sentiu que ela estava gelada. - Levem-na para a sala de cirurgia. - disse aos enfermeiros - Mariane, pegue as anestesia, os soros... temos de deixa-la inconsciente para que possamos tirar a água de seus pulmões.
Eles obedeceram.
Violetta estava com os olhos entre-abertos, admirando a faixa luz embaçada que passava por cima de sua cabeça quando os enfermeiros andavam rápido demais. Eles falavam, mas ela não conseguia distinguir as palavras ditas, parecia que eles falavam com a boca no travesseiro. Ela sentiu eles pararem, um dos homens a pegou e a colocou deitada numa cama. Ouviu o barulho de novos passos ecoarem pela sala. Eram Mariane e Dr. Richard.
- Mariane, prepare a anestesia. Wesley, Jamie, preparem os outros utensílios. Temos que ser rápidos antes que o sal vasculhe por seu corpo.
Oque eles iriam fazer com ela? Como assim sais vasculhando por seu corpo? O quão perigoso isso poderia ser?
Sua cabeça começou a doer, sua respiração estava entrecortada. Ela estava entrando em pânico.
- Acalme-se, querida. - disse o médico, percebendo o seu desespero - Vai dar tudo certo, você vai ver, não vai doer nadinha.
É claro que não vai doer, vão dopar-lhe com remédios!
Ela sentiu uma picadinha em seu braço; um líquido penetrou por sua carne e vasculhou por sua veias. Doeu um pouco, mas a dor não durou por muito tempo.
Sua visão começou a escurecer, lutava para manter-se alerta mas a anestesia venceu a batalha. Conseguiu ouvir somente ruídos de agora em diante; se passaram alguns minutos e não pôde ouvir mais nada
Ela acordou. Arregalou os olhos quando viu o estado em que estava. Algumas agulhas perfuravam suas veias injetando-lhes soro. Era difícil de se mexer com aquilo enfiado no braço.
Droga!
Estava agoniada, queria sair daquele lugar urgentemente. Pegou o tubo onde sustentava as agulhas e tentou puxá-los. Uma pontada surgiu no mesmo lugar onde estavam e ela gemeu.
- Assim você só vai se machucar mais, menina. - disse alguém, carinhosamente. Ela nem percebeu que o médico estava por perto. Ela enrijeceu.
- Como está se sentindo? - perguntou o médico.
Ele esperou por uma resposta, mas não a teve.
- Você quer alguma coisa? Um copo d'água?
Ela assentiu rapidamente ao ouvir esta última palavra. Sua garganta estava seca, deixando uma sensação horrível e insuportável.
- Imaginei. - Ele andou até a sua mesa onde tinha uma jarra cheia d'água com gelos flutuantes sobre ela. Ele colocou um pouco no copo e entregou-lhe, que tomou tudo em apenas duas goladas.
- Satisfeita? - Ela assentiu novamente - Então vamos voltar para a primeira pergunta: Como está se sentindo?
- Cansada. - Admitiu ela. Sua voz saiu rouca, falhando nas últimas sílabas.
- Está sentindo dores?
- Não. Só estou me sentindo um pouco tonta.
- É por causa da anestesia. Já, já vai passar.
Houve uma batida na porta.
- Só um instantinho, querida. - disse-lhe.
O doutor abriu a porta e saiu rapidamente, não deixando-a ver quem estava lá fora, mas ela conseguiu ouvir uma voz masculina.
Leon.
- E ai, como ela está? - murmurou.
- Está um pouco melhor agora, - contou-lhe o médico - mas ainda está fraca, ela tem de descansar por alguns dias. Demos soro a ela para impedir que o sal invadisse suas células, isso também serviu de nutrição à ela... Acredite, Sr. Vargas, ela teve muita sorte; seus batimentos estavam fracos, foi difícil mantê-la... respirando, se é que me entende.
Leon assentiu.
- Bom, ela acabou de acordar - anunciou o médico - Vou ver se ela quer receber visitas...
- Quero, sim! - gritou Violetta de dentro do quarto. - Mande-o entrar.
Leon sorriu. Como ela conseguiu ouvi-los? Eles estavam praticamente sussurrando.
O médico abriu a porta e deixou que Leon entrasse. Seus olhos se iluminaram ao vê-la acordada.
- Oi, meu amor - disse-lhe Leon, num tom de alívio - Senti a sua falta.
Ele se inclinou e pressionou seus lábios contra os dela, fazendo seu rosto arder em chamas.
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