História O Amor Não Precisa De Palavras - Biblioteca

Tal como havia sido dito, agora a dupla de Adrien e Marinette seria a última a apresentar o seu tema, um alívio para a azulada, pois queria fazer um bom trabalho. Tinham quase três meses até a vez deles e... Aquilo não seria nada fácil.

Daquele dia e até a finalização dos projetos, estas seriam suas mesas. Ou talvez por um pouco mais de tempo, visto que Daniel era o professor que tinha mais aulas com eles.

Adrien tentou falar com a mestiça, mas esta se levantou sem lhe deixar dizer uma palavra, saindo da sala.

- Boa sorte com a muda. - Nino brincou enquanto se aproximava de Adrien.

- Você diz como se fosse verdade... Ou algo muito ruim.

- Admita,  ela não é nem um pouco amigável.

- Você não a conhece.

- E você?

- Por isso lhe dou o benefício da dúvida.

- Bom... - Suspirou.

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Os dias transcorreram sem problemas. De volta a aula de biologia, nenhuma silaba foi trocada entre o loiro e a azulada.. Seria um incômodo se continuassem assim...

- Nos vemos na segunda. Quero que já tenham uma ideia do que pretendem fazer, mesmo que não seja definitiva. Fora isso, leiam o artigo da página 525... Podem ir.

Droga. Durante a semana inteira haviam praticamente se ignorado e agora teriam que entregar a idea para a apresentação em dois dias...

Como era de costume, Marinette abandonou a sala sem sequer se despedir da sua dupla.

- Já vamos?

- Vá na frente. Nos vemos no apartamento.

- Tem certeza?

- Sim.

Adrien estava mais sério que o normal. Nino apenas encolheu os ombros e se foi, agitando a mão no ar como despedida. O loiro caminhou rumo a estação de metro. Ao entrar, novamente o viu, sua "parceira". Se aproximou dela até ficarem cara a cara. Segurou-se em um dos corrimões para se equilibrar.

- Marinette Dupain-Cheng, muito prazer, sou a sua dupla, Adrien Agreste e estamos com um  pequeno problema... - Tinha retirado os fones do ouvido da garota. Acabou ganhando um olhar indignado. - Você não está pretendendo deixar o trabalho inteiro pra mim fazer, né... Ou está? - Os agora expressivos orbes azulados gritaram um "claro que não". - Podemos tentar... Pelo menos ao que se relaciona ao projeto, nos darmos bem?

-… - Marinette assentiu. Adrien quase caiu com um impulso vindo do chão, resolveu se sentar ao lado da mestiça.
Vieram o caminho inteiro em silêncio e ambos desceram ma mesma estação.
Adrien foi a uma barraca de flores, Marinette resolveu ir em outra.

- Você gosta?

- ¿Eh? – A vendedora observou as flores que Adrien escolhera e sorriu. - Sim, claro... São belas.

- Obrigado, pegue...

De longe Marinette pode escutar aquilo. Se adiantou e foi diretamente  ao lugar que já conhecia muito bem. Então sentiu alguém ao seu lado.

- Você se incomodaria se eu te perguntasse algo?

-… - Ela meditou por um momento, e logo negou, sem deixar de caminhar.

- São bonitas? -  A pergunta a deixou confusa, então seu olhos se focaram nas flores que o loiro carregava.
Apenas assentiu.

- Obrigado. - Pôde ver como Adrien levava o ramo ao seu nariz, escondendo o sorriso atrás das rosas.

Se separaram para ir aos seus destinos. O loiro observou a azulada de longe e logo se sentou em frente a seus pais... 

Distante dali Marinette havia derramado algumas lágrimas, as deixou escorrer pelo seu rosto. Respirou fundo e deixou as rosas no vaso. Logo se retirou dali.   Seus ollhos outra vez reacaíram no Agreste, que lhe deixou surpreendida ao vê-lo sorrir. Alguma vez na faculdade o havia visto sorrir desta forma? Por que escondia aquele sorriso? Piscou várias vezes e derrepente estava justamente atrás do garoto. Este deixou de sorrir ao sentir a presença de Marinette a suas costas. Se levantou e com uma reverência voltou a colocar seus óculos.

Marinette então  se perguntou  de que cor seriam os olhos do loiro.... Até agora... Não havia prestado a mínima atenção neste detalhe.

- Quando podemos nos reunir para começar o projeto?

Começaram a caminhar para sair do cemitério.

-… - Mari parecia estar pensando. Então retirou seu celular da bolsa e escreveu seu número. Logo mostrou a tela a Adrien.

- Eh? Esse é o seu número? - Marinette maneou a cabeça em afirmação. O Agreste resolveu pegar seu celular e anotar. - Bom, o que você acha de irmos para casa hoje e deixarmos isso para amanhã?

-… - Ela concordou.

- Bem, então nos vemos logo.

Marinette viu como o loiro ia embora e suspirou. Em que momento havia começado a pensar em saírem dali juntos? Isso seria estranho e até incômodo...

Começava a tomar seu rumo, quando sentiu uma vibração seu bolso.

"Adrien Agreste".

Criou um novo contato para o número e continou seu caminho em direção ao trabalho. Hoje tinha um pouco mais de tempo, não havia demorado tanto como da outra vez.

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No dia seguinte, a azulada estava chegando ao seu apartamento quando lembrou que deveria se encontrar com Adrien. Soltou um suspiro e se deixou cair em meio os travesseiros da sua cama. Quando acordasse teria tempo para ver isso... 

Enquanto isso, onde Adrien vivia, algumas risadas podiam ser ouvidas já que Alya se encontrava lá. Os três estavam preparando algo para almoçarem.

- Adrien, quanto a Marinete... É tão rude quanto parece?

-… - O loiro meditou um pouco. - Sim...
-Uh, que chato...

- Então eu agradeço que o professor Daniel tenha nos trocado.

- Hnn... - O loiro soltou um sorriso fraco.

- Oye, mas... Vai ser difícil! - Alya era de média estatura, pele morena, cabelos ruivos e olhos amendoados. Era inteligente e muito alegre. Deixava o ambiente mais leve com sua presença. - Ela é muda... Ou talvez não... Mas, pelo jeito... Você terá que apresentar o projeto sozinho, não é?

- Talvez.

- Céus...

- Falando dela... - Começou Nino. - Vocês já definiram um tema?

- De fato... - O celular do loiro apitou. - Parece que não demorará muito. - Se levantou e saiu da cozinha. - Comam vocês, eu tenho que me encontrar com a Marinette.

- Boa sorte!

"Em uma hora, na biblioteca pública..."

Adrien chegou apenas alguns minutos atrasado, mas foi o suficiente para  ganhar um olhar irritado da mestiça.

- Estressada... - Sussurrou. Aquilo deixava algo muito claro. Marinette era uma maníaca da pontualidade. - Você já tem alguma ideia?

-… - Ela pegou um livro e lhe mostrou.
- Câncer. - Logo Mari abriu o caderno e escreveu.

"O que você acha?"

- Bem, é uma ideia... - "vamos levar duas ideias e então professor vai decidir". - É uma boa ideia... Mas eu acho que também seria bom se agente falasse sobre... - Fitou os livros por um tempo, até que se deteve em um. O pegou e o leu em silêncio. A garota olhou, "deficiências...". Franziu o cenho por causa da indireta. Então o loiro só devolveu o livro ao lugar. -Sinceramente... Não tenho uma ideia melhor...

-…- Marinette suspirou e escreveu.
“Lerdo.”

- Eu não sou lerdo!

-¡Shh! – Uma mulher apareceu lhe pedindo silêncio.

- Me desculpe... - Voltou a olhar para a mestiça. - Não sou lerdo, você que é muito irritante. – Marinette  não se importou com o insulto. - Só... Vamos terminar com isso de uma vez..

As horas foram passando entre algumas discuções e digualdades. No final, tinham várias idéias e mais de um titulo.

Já era tarde. Então decidiram que já tinham o suficiente para apresentar na segunda. Enquanto a azulada recolhia suas coisas tropessou em uma cadeira e quase deu de cara com o chão... Mas o loiro a havia sustentado pela cintura a tempo. 

Marinete,  quando o torpor passou, se separou na hora e se deu conta do que havia acontecido. Saiu da biblioteca sem se despedir, sequer lhe agradeceu... Adrien só pode observa-la ir, preso em seu próprio silêncio.

- Por que você é tão insensível... Marinette...

Estava a ponto de cair no sono, quando uma mensagem chegou. Tirou os óculos e fitou a tela. 

"Me desculpe e... Obrigada..."

O nome de Marinette se encontrava em cima dessas palavras. As leu várias vezes e logo deu um pequeno sorriso. Seria possível que talvez ela não fosse rude... Se não, tímida? Marinette Dupain-Cheng era tímida? O talvez foi só por causa do momento constrangedor?... Seria possível? Estariam todos errados em relação a ela?... Então, isso significava que ninguém sabia realmente quem era a mestiça...

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"Não tem problema... Boa noite".

Marinette guardou o celular e se deitou. Não estava costumada a se desculpar, mas sabia que o loiro havia se comportado amigavelmente com ela nesse pouco tempo que levavam conversando. Não a havia tratado como se fosse um estorvo, uma estúpida, nem nada do tipo... Só como uma pessoa comum...

Nisso escutou outra mensagem chegar.

"Posso te fazer uma pergunta?"

"Sim, qual é?"

                         “Vocé realmente é muda?" ...