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História O amor nasce nas coisas simples. - Amar é cuidar e saber dar espaço



Notas do Autor


Heeeeeeey, cheguei uehuehe atrasada, porém, joguem as broncas no meu professor que resolveu fazer prova ontem, e tirou meu fim de semana de tempo pra escrever kkkkkkkkkkkkkk
Enfim, eu disse que talvez tivesse hot nesse, pois então, não terá nesse... Os motivos serão mais claros nos próximos dois cap, que eu espero que eu não demore a escrever...
Desculpem, e não desistam de mim <3
boa leituraaa
PS IMPORTANTE : vejo vcs nas notas finais!!!!

Capítulo 8 - Amar é cuidar e saber dar espaço


Fanfic / Fanfiction O amor nasce nas coisas simples. - Amar é cuidar e saber dar espaço

Ela me calou com um beijo, e foi uma sensação incrível, fiquei sem fala, sem folego, e porque não dizer, um pouco assustada. Mesmo que eu tenha tentado dizer algo mais depois do beijo, ela não deixou, e meus olhos ainda estavam nublados pela sensação de seus lábios terem encostado nos meus, assim como também, ainda sentia seu perfume toda vez que o ar invadia meus pulmões, como se ela estivesse aqui agora mesmo. Seu corpo tão colado ao meu me fez sentir transpassar uma energia extremamente forte, que eu sei que ela também sentia isso emanando do meu corpo. Eu não fui capaz de dizer mais nada, eu bem queria lhe dizer palavras de carinho e afeto, típicas de pessoas apaixonadas, pois era como eu me sentia, mas não pude.

Terminei meu banho, não querendo perder tempo demais nele, atrasando os parabéns do vovô, e muito menos passar mais tempo sem tê-la por perto. Não quero força-la a ir além, apesar de querer muito senti-la além do beijo. Explorar seu corpo, e desvendar a sua alma. Mas ela deu um grande passo hoje.

Coloquei um vestido branco com estampa de girassóis, deixei os cabelos molhados soltos emanando o cheirinho de lavanda. Desci as escadas, e cumprimentei a todos os conhecidos, parando na mulher ruiva, com características russas além de seu nítido sotaque, que estava ao lado de Alex.

-Piper, essa é a Red, de quem lhe falei aquele dia.

-Muito prazer Red. – Lhe dei meu melhor sorriso. Parei ao lado de Alex, nossos braços se encostaram e nós nos olhamos.

-Piper, pode me ajudar aqui, por favor. – Vovó educadamente me pediu da cozinha. Sorri para as mulheres que me faziam companhia, e fui até vovó.

-Diga, meu amor.

-Hora dos parabéns, leve isso para a mesa.

-Parece deliciosa. – Meus olhos arregalados para a torta demonstravam ânsia por experimentar.

Colocamos o bolo e a torta na mesa, e vovô se posicionou atrás da mesma. As velinhas sobre o bolo indicavam quantos anos vovô já estava fazendo pessoas ao seu redor felizes. Ele sorria como uma criança de frente para presente de natal que tanto queria. Meus avós estavam atrás da mesa, eu e Alex que estava do meu lado, estávamos mais para o canto da mesa, os demais, estavam bem a frente. Meu avô limpou a garganta.

-Bom, eu queria agradecer a presença de vocês, isso é muito importante para mim. Obrigada. – Suspirou, e me lançou um sorriso. – Vem cá minha filha. – Meus olhos encontraram o de Alex ao meu lado, antes de partir em encontro aos meus avós. – Eu amo vocês duas. – Nós demos um beijo nas bochechas gordinhas de meu avô, e todos riram de nós. – Vocês que estão aqui, são pessoas por quem tenho muito apreço. E... eu não sou bom com discursos, podem começar a comer, por favor.

-Nada de querer fugir do momento dos parabéns querido. – Vovó Lúcia disse, o impedindo de fugir do momento.

-Vamos, lá. – Eu disse. – Parabéns... – E todos me acompanharam. Vovô reclamou nos primeiros segundos, mas depois se deixou levar pela cantoria e se permitiu sorrir para todos ali presente.

-De quem é o primeiro pedaço de bolo? – Seu Heitor disse.

-Do eterno amor da minha vida. – Olhou para mim. – Você minha neta, foi meu melhor presente. Era seu destino estar conosco, para que nos desse força para seguir depois de tudo o que nos aconteceu. Eu amo você. – Meu olhos marejavam. Eu o abracei fortemente, e palmas foram ouvidas.

Limpamos nossos rostos, sorrimos. O primeiro pedaço de bolo acabou sendo da vovó, mas não me fez grande diferença, eles eram tudo que tinha me restado.

Depois de todos se serviram, estávamos sentados na sala, eu estava no meio dos meus avôs, e os demais espalhados no sofá e nas almofadas, todos confortáveis.

-Querido, toque um pouco de violão para os convidados. – Vovó nunca deixou passar em um aniversário o som do violão.

- Pegue-o pra mim querida. – Me cutucou. E eu me levantei busca-lo.

Voltei o entreguei, vovô começou tocando alguns dos seus velhos country’s, sendo acompanhado algumas vezes pelo som da voz de todos se misturando.

Por fim, tocou I’m on fire – Bruce, essa música era a nossa favorita. Vovô insinuou para que eu cantasse, mas eu não o fiz, algo dentro de mim me travou por completo, as lembranças dos meus pais e de Carl, uma lagrima escorreu de meus olhos, e eu os fechei por alguns segundos. O silêncio daquela sala me era constrangedor, e eu senti uma mão passar do meu ombro até meu cotovelo, não precisei abrir meus olhos para reconhecer quem era, seu perfume me invadiu os pulmões, assim como sua presença próxima demais de mim, me sentindo mais confiante para tal ato de cantar.

Meus olhos encontraram os de vovô, e ele entendeu que eu estava pronta para fazer o que tinha de ser feito. As primeiras notas soaram mais calmas que antes, e ele repetiu o começo, me dando mais alguns segundos para começar.

POV ALEX

Me doeu ver o quanto era difícil pra ela cantar, por algum motivo desconhecido por mim, ela estava arrebatada por um turbilhão de sentimentos, e coisa boa eu sabia que não era. Algo em seu passado tinha acontecido, e eu bem queria saber, mas sentia que aquele não era o momento.

Em um impulso, minha mão direita alcançou o braço dela, tentando de alguma forma conforta-la. Me sentando no braço do sofá, apenas apreciei o momento.

Seu Francisco voltou a tocar aquelas notas que saiam perfeitamente tocadas. Repetindo o começo da música, pude perceber Piper suspirar, tomando todo o ar possível, soltando logo em seguida.

A primeira frase cantada por ela, me transmitiu uma paz fora do comum, sua voz era tão macia, tão encantadora. Mas meus pensamentos foram tirados de orbita, quando ela apertou minha mão, seus olhos encontraram os meus e por mais que eu achasse por um minuto que não, sim, ela estava cantando pra mim.

“I got a bad desire...

(Eu tenho um desejo perverso...)

Ooh, I'm on fire

(Ooh, estou em chamas)

Tell me now baby is he good to you

(Diga-me agora baby, ele é bom pra você?)

Can he do to you the things that I do

(Ele pode fazer pra você as coisas que eu faço?)

I can take you higher

(Eu posso te levar mais alto)

Ooh, I'm on fire”

(Ooh, estou em chamas)

 

E logo depois, seus olhos voltaram-se aos demais presentes na sala. E naquele instante, as palavras ditas por ela na canção ecoavam em minha mente. Me trazendo um arrepio forte por toda a extensão da minha espinha. Sinceramente, eu me sentia como ela, em chamas, com desejos perversos, e com uma grande vontade de leva-la mais alto. Balancei minha cabeça, tentando afastar aquilo de mim, mas fora quase impossível, mas ainda assim, me dei conta de como ela havia conseguido, de alguma forma, derrubar várias das minhas barreiras somente com seu sorriso e com seus olhos azuis que me passavam tanta intensidade, com seu jeito doce, era como se eu fosse um girassol e ela fosse meu sol, eu estava totalmente entregue a sua energia vitalícia, que me revigorava e me dava esperanças de ser feliz novamente, me dava forças para tentar novamente. Piper estava roubando minhas armas de defesa antes mesmo que eu tenha as pego. Estava me deixando desnuda e vulnerável, e aquilo poderia ser tão ruim, que em um movimento de desespero e medo, me ergui e saí daquela sala, trazendo comigo todos os receios e medos que eu tinha.

Sem saber exatamente aonde ia, me deparei com Corvo na baia, namorando Safira. Agradeci aos deuses por ele estar ali, eu queria sair dali, voltar pra casa, ou ir para algum lugar no qual eu não tivesse vulnerável como eu estava quando perto de Piper.

Peguei o cabresto que tinha pendurado em um dos pilares, coloquei no corvo, e como não encontrava a porcaria de um pelego para por sobre ele e montar, peguei um cobertor que tinha sobre uma prateleira que estava cheia deles, e dobrei colocando sobre os pelos pretos do Corvo. Fiz tudo em uma velocidade tão incrível, que em menos de 3min eu já estava saindo.

Algo fez com que Corvo parasse, e no mesmo instante olhei pra frente para ver o que era, era Piper, Corvo não se atrevendo a derruba-la para poder passar, parou.

Seus olhos estavam escuros, ela arfava. Não me contive e deixei que meus olhos derramassem meu medo, minha angustia.

-Aonde você vai? Está tarde, por favor, não fuja agora. Sei que é difícil, mas me dê uma chance, Alex. Me deixe entrar na sua vida, não é justo com você mesma, não é justo comigo, tentar reprimir esse sentimento.

Minha voz não saia da minha boca, eu nem mesmo sabia o que responder pra ela.  

-Eu não consigo, Piper.

Eu não tinha mais o que dizer. Me sentia perdida, insegura e sem chão. Fiz corvo andar, mas ele deu dois passos para frente e parou, Piper não o deixava passar.

-Eu vou com você. Prometo ficar quietinha, mas não vou deixar sair tarde desse jeito sozinha, Al. – O apelido soou tão carinhoso, que meu coração parou por alguns segundos, uma onda de sensações invadiu meu interior.

No fundo eu sabia que mesmo que eu quisesse sair sozinha, ela não deixaria, esperei-a olhando pra porta, enquanto ela arrumava as presas Safira. Quando pronta, andávamos lado a lado, os cavalos as vezes se esbarravam, e nossas pernas se encostavam.

Longe eu avistei a lagoa, e a casinha que tinha logo ao lado. Eu queria tanto ficar sozinha, e ao mesmo queria tanto me agarrar a ela e me permitir sentir segura, mas era tão difícil pra mim tomar tal atitude.

POV ALEX OFF

 

Eu não sabia como reagir com ela assim, tinha receio de fazer algo e ela fugir. Mas eu queria tanto conforta-la de alguma forma, deixar claro que eu não queria machuca-la, muito pelo contrário, queria dar a ela tudo o que eu sentia dentro de mim, mesmo que esse não tivesse um nome especifico. A palavra amor se tornou, aparentemente, pequena para nomear meus sentimentos, e eu sei que ela sentia-se da mesma forma comigo. O mais incrível e quase impossível aos olhos dos demais, é o fato de conhecê-la há tão pouco tempo, e já me sentir assim, rendida, entregue, envolvida demais pra conseguir voltar e sair dessa.

Olhei para ela, uma lagrima solitária molhava sua face branca, branca até demais, quase transparente talvez do frio, talvez pelo turbilhão de sentimentos e pensamentos que ela tentava a todo custo controlar. Alex, era tão expressiva, mesmo quando tentava não ser.

Quando brava as veias de sua testa saltavam levemente, e seu punho se fechava. Percebi isso quando ela brigava com o rapaz que entregava os remédios. Quando feliz, tudo ficava relaxado nela, desde os músculos até a forma que sorria e olhava ao redor. No momento, eu via apenas confusão dentro dela, confusão essa, que não me parecia boa, eu precisava passar segurança pra ela, da mesma forma que ela o fez comigo mais cedo naquela sala.

Sua mão direita estava sobre sua coxa, e eu não pensei direito em meus atos, admito. Mas quando vi, minha mão já tinha entrelaçado nossos dedos. Uma sensação tão boa passou por mim, que eu mal respirava. O bom, foi que os músculos do corpo dela relaxaram, ela apertou levemente meus dedos, e fechou os olhos sentindo a brisa gelada. Talvez, eu tivesse conseguido acalma-la, mas não era o suficiente. Olhei nossos dedos entrelaçados, e lembrei-me da música do Tiago Iorc, talvez fosse uma boa ideia cantar pra ela.

Se alguém

Já lhe deu a mão

E não pediu mais nada em troca

Pense bem

Pois é um dia especial

Seus olhos me encontraram, um pequeno sorriso quis surgir, mas ela se contraiu novamente, se recusando a se sentir confiante. Ela quis soltar minha mão, mas eu não deixei, apertei-a ainda mais, eu não deixaria ela fazer isso conosco.

Eu sei

Não é sempre

Que a gente encontra alguém

Que faça bem

Que nos leve deste temporal

 

O amor é maior que tudo

Do que todos, até a dor

Se vai quando o olhar é natural

 

Enfatizei a parte do amor.

 

Sonhei que as pessoas eram boas

Em um mundo de amor

E acordei nesse mundo marginal

 

Mas te vejo e sinto

O brilho desse olhar

 

Sorri, quando seus olhos se encontraram com os meus, e seus dedos apertaram os meus na mesma intensidade que eu o fazia com os dela.

 

Que me acalma

E me traz força pra encarar tudo

Mas te vejo e sinto

O brilho desse olhar

Que me acalma

E me traz força pra encarar tudo

 

O amor é maior que tudo

Do que todos, até a dor

Se vai, quando o olhar é natural

 

Parei de cantar, mas nossos olhos não se desconectaram em momento algum. Safira e Corvo andavam calmamente, lado a lado. E quando nos demos conta, já estávamos nos limites da fazenda. Desci de Safira, e abri a porteira para que passassem. Alex deixou que os dois ficassem namorando, pegou o cobertor que tinha usado no corvo, e estendeu no chão, se sentando logo após sobre ele.

Eu apenas a observava, um pouco hipnotizada com o quanto o céu estava bonito, mas mesmo amando olhar o céu, as estrelas e a lua, ainda assim, eu preferia mil vezes olhar os olhos verdes e a pele branca que brilhava com os fortes raios de luz da lua.

Peguei o cobertor que tinha sobre o pelo de Safira, e me sentei ao lado da Alex, nos cobrindo as costas e pegando as pontas do coberto sobre as nossas pernas dobradas, e permanecemos ali, longos minutos em silêncio. Era incrivelmente agradável, apesar do frio que estava por conta do vento gélido, e mesmo que Alex não estivesse bem, e eu também não, ainda assim era confortável estar ali com ela.

O cobertor já não era mais o suficiente, Alex estava com mais frio que eu, e sua pele estava quase transparente.

-Vamos Alex, está frio demais, você esta congelando. – Toquei-a no rosto, e parecia que eu estava colocando minha mão no congelador. Ela não me impediu de lhe fazer aquele carinho, mas também não expressou nada com ele, nem se quer seu corpo reagiu como costumava fazer.

-Eu não quero ir pra casa, eu quero espaço. – Seu tom de voz era quase inaudível, mas o rouco dela parecia mais intenso, Alex tinha vontade de chorar, eu sei que tinha. Eu não queria vê-la dessa forma, talvez minha presença estivesse roubando-lhe o espaço que precisava.

-Tudo bem, deixarei você dentro da casa da lagoa, e depois eu volto pra casa. Lhe darei espaço. Agora vamos! Não quero que fique doente, por favor. – Suspirei.

Alex se levantou, mas não disse nada. Com o cobertor em volta do seu corpo, ela apenas pegou as rédeas do Corvo e caminhou devagar na frente, enquanto eu fazia o mesmo que ela com Safira.

Quando chegamos na casa, depois e poucos minutos andando, eu amarrei as rédeas de Safira, e do Corvo.  Abri a porta, e entrei, Alex fez o mesmo logo atrás de mim.

Acendi a luz, da sala/cozinha, e fui acender a pequena lareira. Depois, apaguei a luz e deixei que a lareira iluminasse a sala. Alex estava parada, apenas olhando para seus próprios pés, encostada na porta.

Tirei o cobertor dela, e coloquei no chão. Ela nem mesmo se mexeu, estava tão perdida em seus pensamentos. Me posicionei em frente a ela, e ergui seu queixo com meu dedo indicador. Seu olhar se encontrou com o meu, e eu pude perceber todos os meus pelinhos do corpo se arrepiarem. Meus olhos não aguentaram sustentar aquilo sem descer para os lábios alvos dela, eu sentia tanta ânsia em beija-la, em lhe dar todo meu amor, em conforta-la e acordar ao lado dela no dia seguinte enchendo-a de beijos. Ergui meus olhos para os dela, e ela também olhava para os meus lábios.

Minhas mãos que estavam em seus braços, foram erguendo-se voluntariamente até seu rosto, minha mão esquerda ficou fazendo carinho com o polegar em suas bochechas, e a direita, desceu por suas costas até a cintura, devagar eu fui puxando-a para mais perto, até que nossos corpos estivessem totalmente colados, e consequentemente nossos rostos estavam tão próximos, que eu podia sentir sua respiração em meu rosto, causando um arrepio delicioso por todo meu corpo.

As mãos dela finalmente se moveram, ficando ambas em minha cintura. Não conseguíamos nos desprender daquilo, eu mesma não queria o fazer. Eu estava arfando de desejo, e não conseguia mais me controlar ficar tão próxima dela assim, e não poder beija-la, toca-la, é uma missão impossível pra mim.

Avancei devagar em seus lábios, que aos poucos deu espaço pra minha língua conhecer cada lugarzinho daquela boca. Senti os dedos dela firmarem com mais força em minha cintura, e eu sentia que aquele desejo latente que percorria em mim, percorria nela também.

Aos poucos, caminhava em passos lentos até o sofá espaçoso da salinha. Deitei-a sobre o sofá, ficando por cima dela, com uma perna em cada lado do seu quadril. Eu via do seu rosto apenas o que a luz da lareira iluminava. A sensação de mesmo não vendo claramente, e ainda assim saber cada traço do seu rosto, me fez sorrir. Mas ela nem mesmo expressava alguma reação, naquele momento, foi como se ela tivesse acordado de um sonho, ou pesadelo eu não sabia dizer. Não sorria, não expressava nada que eu pudesse descrever em palavras. Percebi que nem mesmo suas mãos estavam em meu corpo, na verdade, estavam no sofá. Meu coração se apertou forte. Ela não queria aquilo como eu, ela não quer.

“Ela não quer...”

Essas palavras ecoaram em minha mente enquanto eu a olhava. Ela não conseguiu manter o nosso olhar, os fechou. Eu vi uma lagrima em cada olho escorrer apressado, e suas mãos cobriram seu rosto, envergonhada, com medo, eu acho.  

Eu já não conseguia pensar direito, nem mesmo decifrar o que se passava por ela. Talvez, ela realmente precisasse de um tempo.

-Eu não consigo, Piper. – A voz embargada pelo choro soou como um  pedido claro de desculpa. Me sentia mal por estar naquela posição, não só corporal, como mental.

Ter insistido daquela forma, eu estava pressionando pra que ela me desse espaço para adentrar em uma área que ela não havia deixado ninguém entrar a anos. Eu precisava dar-lhe tempo.

-Tudo bem. – Disse, saindo de cima dela. – Você tem tudo o que precisa aqui, pode dormir, e se quiser passar o dia amanhã aqui, fique a vontade. Voltarei pra casa, como disse que faria. Tenha uma boa noite, Alex. – Beijei carinhosamente sua testa, e me coloquei a caminhar até a porta, e antes de fecha-la pude ouvi-la chorar mais forte. Eu queria conforta-la, mas não queria que ela se sentisse pressionada.

Não consegui deixa-la. Me escorrei no lado de fora da casa, enrolada nos cobertores. Eu podia ouvir chorar lá dentro, o que fazia meu coração se despedaçar mais e mais. Quando percebi, tudo estava silencioso, talvez ela tivesse dormido. Excitei em entrar e verifica-la, mas eu não conseguiria sair dali sem saber se ela estava bem.

Devagar, minhas mãos giraram a maçaneta. Sem fazer barulho, pé por pé, caminhei até ela.

Dormia com seu semblante cansado. Ainda tinha resquícios das lagrimas que derramou minutos antes. Estava descoberta, e somente o fogo da lareira não a manteria aquecida. Busquei um cobertor, e coloquei sobre ela. Me permitir olhar o quanto ela é bonita. Mas nada se compara com seus olhos, que eu não me canso de dizer o quão penetrantes são.

Deixei um boa noite, e um beijo novamente em sua testa, e voltei pra casa com safira. Deixei corvo lá, coberto por um dos cobertores para não passar tanto frio, caso ela quisesse voltar pra casa amanhã, ele a levaria.

Os pais da Alex estavam preocupados, esperavam por uma de nós na entrada da nossa casa. O que eu diria a eles?

-Piper, cadê a Alex? – Diane perguntou antes mesmo de eu descer de Safira.

-Ela está bem, está na casa da lagoa... – Diane me interrompeu.

-Eu vou até lá. – Desci de Safira, e segurei o braço dela, na intensão de impedi-la.

-Alex, está bem. Só quer um tempo sozinha, ela tem tudo o que precisa lá, e inclusive está dormindo agora, eu mesma me certifiquei disso. Sei que está preocupada, eu nem mesmo queria deixa-la lá, mas a própria Alex pediu para ficar sozinha, e disse que não queria ir pra casa, por isso, deixei que ela ficasse lá. Então, vá pra casa e descanse, amanhã Alex estará em casa novamente, fique tranquila. – Meus olhos passavam o máximo de segurança para que ela não fosse fazer o que tinha em mente, Alex realmente precisava de um tempo.

-Está certo. Obrigada, querida. – Diane me sorriu.

Dei as costas para eles, e levei Safira até a baia dela. Depois tomei um longo banho, e depois me deitei totalmente sem sono, me deixei pensar em algumas coisas, e tomei uma decisão importante a respeito do que vinha acontecendo em minha vida.


Notas Finais


Ps importante, é uma perguntaaaaa: Por acaso, vocês já leram aqui no spirit alguma adaptação dos livros "A garota do calendario" ??? Pensando aqui em fazer uma adaptação de todos, em forma de oneshot separados, caso ninguém tenha feito isso ainda, se vcs já tiverem lido algo do tipo, me avisem por favor.

E enfim, o que acharam do cap??


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