História O amor obscuro - Epílogo

Cristiano Ronaldo:

Nunca foi fácil para mim admitir que era diferente, mas tem um momento em que esconder isso é ruim, é sufocante. Eu realmente preciso fazer isso, porque não posso continuar escondendo quem sou de verdade, não mais. Eu, James Rodríguez, sou gay, sou diferente de alguns homens, porém me sinto tão importante como qualquer outro. E tenho orgulho de mim por isso. – James Rodríguez.

Um sorriso contente se forma em meus lábios ao ler isto. Meu maluco realmente mudou, não é o mesmo de antes. Ele agora é realmente forte e nada poderá lhe afetar. 
Estou na festa de Sergio, uma pequena comemoração. Aqui estão alguns dos jogadores do time. James ainda não chegou. Vejo Karim há alguns passos de mim, mas não vou até ele, simplesmente aceno com uma mão em sua direção e ele retribui o gesto.

Encontro o colombiano em meu campo de visão, ele acabara de chegar. Caminho em sua direção e no momento exato Sergio chega até ele.

— Vai ter de ser mais rápido do que eu, Cris! — Sergio fala, lançando-me um sorriso debochado.

Ele o abraça.

— Pode aproveitar o bastante, Sergio. Ele já é meu e isso é algo que não poderá mudar. — Digo.

— Parem com isso vocês dois. — James fala em tom de repreensão, mas meio que deixa transparecer uma pontada de felicidade com isso.

— Parabéns, James, você foi muito corajoso! — Diz Sergio, abraçando-o. — Sinto orgulho de você.

— Obrigado, Sergio. — Fala James, cortando o abraço.

— Gente! — Sergio diz em voz alta. — Ele chegou!

Todos em volta focam seus olhares para James e logo uma chuva de aplausos se inicia. É algo muito lindo de ver. É James sendo parabenizado pela sua coragem e sinceridade.

Por um mínimo momento percebo seus olhos marejados, e há um pouco de lágrimas formando-se alí. E não consigo conter-me, e nem quero, eu simplesmente dou alguns passos em sua direção e logo estou abraçando-o, sentindo o seu perfume, a contração de seus músculos. Ele está trêmulo, o que me faz sorrir.

— Você é o melhor, James. E isso é o que posso dizer. — Falo, muito próximo de seu ouvido.

                     ***

Alguns minutos passaram-se, e James tem sido a atração da vez. E apenas por um instante percebo que nunca havia sido ele, poderia ser qualquer um, talvez eu, mas não, dessa vez a atração principal é James.

— Então vocês dois? — James franze a testa.

— Sim. — Isco e Toni falam em uníssono.

Eu nunca cheguei a sequer imaginar os dois juntos, mas pelo o que James disse, eles se amam.

— Mas não somos os únicos a ter uma boa notícia para dar. — Toni fala.

Eu franzo a testa.

— Você vai contar ou nós vamos ter que fazer isso para você? — Pergunta Isco para Sergio.

— O que está havendo pessoal? — Inquiri James.

Sergio gira seu olhar em torno de todos nós.

— Estou ficando com um carinha. — Sergio fala em baixo tom de voz, me parece que ele nem queria dizer.

— Sério? — James arregala os olhos. — Quem é?

— Ninguém muito importante — responde ele.

— Ninguém muito importante? — Toni franze o cenho. — Desde quando Gareth Bale é ninguém muito importante?

Oh meu Deus!

— Não acredito! — Exclama James, com um riso nos lábios.

Sergio lança um olhar ameaçador para Isco.

— Pois acredite, Jami.— Fala Isco. — Eles estão ficando.

— Por que não me falou antes? — O latino pergunta a Sergio.

— Não gosto de divulgar coisas incertas. — Ele responde.

— Não é incerto, eu conheço o Bale e ele não se dedica a algo que não faça sentido. — Finalmente falo, quebrando meu silêncio duradouro. — E acho que você está inseguro, mas é claro, também, que é um cara legal e de bom coração, e só pode fazer bem a ele. Então é melhor não deixar ele escapar de suas mãos facilmente.

Um sorriso estranho surge nos lábios de James me encarando.

— O que foi? — Pergunto a James.

— Nada. — Ele leva as mãos ao ar.

— Obrigado Cris, é realmente um bom concelho. Vou tentar segui-lo. — Fala Sergio.

— Então, vamos acabar com esse momento esquisito ou não? Tem uma festa rolando aqui. — Diz Isco em voz autoritária, o que nos faz sorrir.

— Isso mesmo, baby. — Assente Toni.

— Baby? — James inquiri.

— É como chamo ele, James. Melhor não me zoar por isso. — Defende-se o loiro.

— Nem me passou pela cabeça. — Retruca o colombiano.

                        ***

Minutos depois estou eu e James do lado de fora da casa de Toni, não há ninguém por perto, o que me traz um verdadeiro alívio.

— Por você foi ver o Álvaro? — Ele me pergunta.

Pondero por um tempo a sua pergunta.

— Não vamos falar dele, vamos falar sobre nós. Ele não importa mais. — Digo, entrelaçando meus braços ao redor de seu corpo.

— Okay. É melhor que seja assim mesmo. — Ele sorri de soslaio.

Eu o beijo. Nunca irei cansar de fazer isso, porque esses são os lábios que sempre quis para mim, esse é o garoto que me fez apaixonar, e não, não vou deixar de viver intensamente ao seu lado.

— James, você sabe que não vou fazer o mesmo que fez, certo?

— Fique tranquilo, não posso exigir que assuma algo que não queira. Eu vou te amar da mesma forma.

Encosto minha testa na sua.

— Também te amo, meu amor. E juntos vamos proteger um ao outro. Está bem? 

— Sim. — Diz ele, unindo nossos lábios em seguida.

No final das contas, acabei fazendo o certo, ficando com a pessoa que pode me fazer feliz. Quanto aos outros… que se danem!