História O Amor Se Fez Presente - Alice

Anteriormente

Gusta: Eu espero você se vestir

Ké: Fala logo Gustavo

Gusta: Quem é Alice?

.......

Anos antes

É a terceira vez que eu me encontro tendo vômitos e náuseas, provavelmente devo estar ficando muito doente.

Zeiva: Também não é para menos, quase não comia, óbvio que seu organismo ia ficar fraco.

Ké: Mãe, ta bom. Prometo voltar a comer.

Zeiva: A senhorita vai no médico.

Ké: Mãe não precisa. Eu vou ficar bem.

Minha visão começa a ficar embasada e escura, a última coisa que eu me lembro foi a voz da minha mãe me chamando.

Não me lembro de muita coisa, só de acordar no quarto de um hospital, parecia que eu estava lá há horas, quando abri os olhos as primeiras pessoas que eu vi lá foi a minha mãe e a Bruna.

Ké: Quanto tempo eu dormi? Pensei que só ia te ver amanhã.

Bruna: É o que acontece quando a sua melhor amiga tem um desmaio e fica duas horas desacordada

Ké: Passei tanto tempo assim?

Zeiva: Ninguém mandou demorar tanto para vim no médico.

Ficamos mais um tempo até o médico chegar no quarto, ele parecia estar feliz, mas ao mesmo tempo preocupado, não tirava os olhos dos papeis que eu julguei ser o resultado dos meus exames.

Dr: Parabéns, você está grávida.

Ké: Oi?

Dr: A senhora só tem que tomar alguns cuidados na alimentação, vou passar um remédio para reduzir as náuseas, vai se sentir melhor depois que toma-lo.

Ele ficou falando mais algumas coisas, mas a única coisa que ficava na minha cabeça era "Grávida". Eu não estava me sentindo bem, precisava raciocinar a notícia. Por um lado, eu to feliz, é uma criança que cresce dentro de mim, mas por outro significa que essa criança é filha também é filha do Rafael.

Bruna: Você vai contar para ele?

Ké: Não

Bruna: Você sabe que não vai poder esconder por muito tempo.

Ké: Onde ta a minha mãe?

Bruna: Foi com o médico pegar a receita do seu remédio para náusea.

Ké: Não tinha visto ela sair.

Bruna: Você ficou mais branca do que já é quando o médico falou do bebê, daria para fazer parte dos vampiros de Crepúsculo.

Ké: Cala a boca.

A Bruna fez uma coisa que eu agradeço internamente, não me obrigou a conversar sobre o assunto, sei que depois ela vai vim com um sermão sobre contar para Rafael ou não. Não faz tanto tempo assim que a gente terminou... Bom, que a Paloma apareceu lá em casa dizendo que estava grávida.

Zeiva: A gente vai poder ir daqui a uns 20 minutos.

Bruna: Para onde vamos?

Ké: Eu quero bolo de chocolate.

Zeiva: Resumindo a gente vai no mercado comprar comida e passa em uma confeitaria para comprar um bolo para você.

Ké: Também quero brigadeiro.

Bruna: Já vi que o dia vai ser longo...

Alguns meses depois

Bruna: A gente já está atrasada Kéfera.

Ké: Você não quer que o meu filho nasça com cara de pipoca doce, quer?

Bruna: Essa criança vai nascer com uns 300kg pela quantidade de desejo que você tem.

Ké: Calada.

Terminei de comprar a minha pipoca, hoje a gente ia ver o sexo do bebê, eu estava uma mistura de nervosa com ansiosa e com uma pitadinha de hormônios a mil. Não contei para Rafael sobre a minha gravidez e nem pretendo contar, essa história me deu uma longa discussão com a Bruna e minha mãe as duas achavam que era melhor eu contar e que ele merecia saber, mas eu definitivamente não vou contar, ele deve estar bem com a Paloma e eu não quero atrapalhar eles, irônico né? Eu não querer atrapalhar a vida deles, mas a minha eles atrapalharam que uma beleza.

A consulta estava marcada para as 15:30 e já eram 15:15, tudo bem que a gente estava na porta do consultório, mas né? A Bruna parecia estar mais ansiosa para saber o sexo do bebê que eu, e bom como eu já tinha dito, calma é uma coisa que eu não to.

Entramos no consultório e falamos com a recepcionista, ela disse que iria avisar quando o médico fosse nos receber e que era para esperamos na recepção. Bruna e eu fomos nos sentar.

Bruna: Qual sexo você acha que é? Menino ou menina?

Ké: Bruna calma, a gente vai saber quando entrar na sala, ainda faltam 5 minutos.

Bruna: Só fiz uma pequena pergunta, não custava nada ter respondido.

Ké: Tem certeza que a grávida aqui sou eu?

Bruna: Calada.

Ké: Menina

Bruna: Oi?

Ké: Acho que vai ser menina.

Bruna: Já sabe o nome que vai colocar na minha sobrinha?

Ké: Alice.

Dias atuais

Gusta: Quem é Alice?

Ké: Como você sabe dela?

Gusta: KÉFERA QUEM É ALICE?

Não consegui me segurar, meus olhos já estavam ardendo. Alice era um assunto complicado na minha vida, não esperava contar sobre ela para o Gustavo, pelo menos não assim.

Gusta: Então é verdade? Alice era sua filha?

Ké: Perdi ela meses antes dela nascer - Não conseguia olhar nos olhos dele, seria demais para mim.

Gusta: O pai dela era o Rafael?

Ké: Eu descobri a gravidez um mês depois que eu terminei com ele, então o que você acha?

Gusta: Ele sabia?

Ké: Ele chegou a desconfiar, uma vez em uma consulta ele e a Paloma me viram no consultório com a Bruna, mas nunca cheguei a contar.

Gusta: Porque não me contou? Porque eu tive que saber quando você estava bêbada?

Ké: Perder a Alice foi difícil para mim Gustavo, mesmo ela sendo filha do Rafael também, eu queria ela, queria com todas as minhas forças.

Gusta: Podia ter me falado, teria sido melhor ouvir de você sóbria.

Ké: Depois que eu perdi a Alice eu me fechei, não queria falar dela, não queria ouvir o nome Alice, você é primeiro cara que sabe sobre ela, nem mesmo o Rafael sabe que por sete meses teve mais uma filha.

Eu não estava mais aguentando, já estava chorando horrores e não estava me importando mais, só queria tirar esse peso das minhas costas. Não sabia qual a reação do Gustavo ao saber da Alice, não sei se ele ainda vai querer alguma coisa comigo.

Gusta: Vem cá.

Ele abriu os braços e me chamou para um abraço, não resistir, precisava disso. Ficamos calados, ninguém parecia ter coragem de pronunciar uma só palavra, a única coisa que se ouvia era os meus soluços de tanto que chorei.

Gusta: Não queria te ver chorar.

Ké: Perdi minha filha Gusta, perdi a minha Alice...

Gusta: Fica calma.

Ké: Vou entender se não quiser mais nada comigo.

Gusta: Ké eu te amo, não vou te deixa só porque você perdeu um bebê. Agora vai se vesti para não ficar resfriada mais tarde.

Acabei rindo da preocupação dele comigo, mas aquela frase me chamou mais atenção "Eu te amo". Não sei se eu estava feliz ou surpresa com essa declaração, mas sei que era recíproco. Quando Gusta fez menção de sair do quarto não consegui me segurar.

Ké: Gusta?

Gusta: Oi?

Ké: Eu também te amo.