História O Amor Se Fez Presente - Tudo O Que Eu Quiser?

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Deixei o teste no chão e me sentei ao lado dele, Bruna e Marisa fizeram a mesma coisa. Todas nós estávamos nervosas, foram os mais longos cinco minutos da minha vida, Marisa ficava a toda hora olhando o celular para ver se a eternidade dos cinco minutos haviam passado, e quando finalmente passou eu fiquei sem reação, não consegui olhar para o teste. Bruna já impaciente pegou o teste do chão e olhou o resultado.

Marisa: Uma barrinha negativo, duas positivo, quantas tem ai?

Bruna: Duas

 

.........

 

Ké: Duas? Tem certeza?

Bruna: Eu posso ter sido péssima em matemática no colégio mais eu sei que um mais um é dois - Diz ela em um tom engraçado.

 

Pego o teste e fico encarando o resultado. Duas barrinhas. Uma vida dentro de mim. Respiro fundo algumas vezes, tentando assimilar tudo que acontecer na minha vida dentro desse mês. Um bebê.

 

Marisa: Parabéns mamãe - Ela chega me abraçando por trás e eu dou um sorriso fraco.

Ké: Mamãe - Digo baixo, mas mesmo assim audível aos ouvidos delas.

Bruna: E eu vou ser titia, acredita?

Marisa: NÓS vamos ser titias, você vai ter que dividir essa criança comigo também.

Bruna: Posso até dividir, mas eu vou ser a madrinha.

Marisa: Atá.

Bruna: Mas é claro, eu conheço a Ké a mais tempo.

Marisa: Nem pensar, eu vou ser a madrinha.

Ké: Eu acabei de descobrir que vou ser mãe e vocês já estão discutindo quem vai ser a madrinha? Podemos discutir o assunto de como eu vou contar para pai dessa criança primeiro?

 

O desespero toma conta de mim. E se o Gustavo não quiser a criança? É cedo demais para pensar em ter filhos, a gente namora a o que? Um mês? E eu já to grávida?

 

Bruna: Como contar para um homem que ele vai ser pai? Simples, chega nele e fala "Querido, seu esperma foi melhor que o do meu ex" - Ela termina e Marisa começa a rir

Ké: BRUNA

Bruna: O que? É a mais pura verdade, foram dois anos de namoro com o Rafael e nada de bebê, um mês com o Gustavo e tcharam!! Um feto na sua barriga.

Ké: Mas a ... (Interrompida)

Bruna: Você descobriu no final do namoro, dois anos depois de começar.

Marisa: Rapidinho o Gusta, não?

Ké: Olha você não começa também.

Marisa: Só fiz um comentário.

Bruna: Vai contar quando? - Diz ela pulando do chão para sofá.

Marisa: Vai contar o que primeiro?

Ké: Como assim o que?

Marisa: A gravidez ou a promoção?

Ké: Puta que pariu.

Bruna: Se você falar isso perto do meu sobrinho eu arranco as suas tetas.

Marisa: Pode ser sobrinha.

Bruna: A julgar pela velocidade desses dois eu não duvido nem de gêmeos...

Ké: CHEGA! Vamos com calma, Ok? Uma coisa de cada vez.

Marisa: Ok, vamos por partes, qual é a primeira?

Bruna: Fazer uma consulta ao médico.

Marisa: Qual o médico que te acompanhou na sua primeira gravidez?

Ké: Matheus.

Bruna: A gente arranja outro, esse não da

Ké: Mas... (Interrompida)

Marisa: Mas nada, se ele ta do jeito que você falou hoje mais cedo, é capaz dele surtar quando souber.

Bruna: Marisa ta certa, nada de Matheus por um bom tempo.

Marisa: Foca no seu índio, a gente cuida do resto.

Ké: Esse é o meu medo.

 

A campainha toca antes delas responderem alguma coisa. Achei estranho já que eu não estava esperando visitas. Olhei pelo olho mágico e era o seu Beto, estraguei mais ainda, ele não é de sair da portaria nem se tivesse uma arma apontada para ele. Ok, eu exagerei, mas deu para entender. Abri a porta e ele me lança um sorriso.

 

Ké: Aconteceu alguma coisa?

Beto: Chegou isso para você. -  Ele me entrega uma caixa.

Ké: O senhor sabe quem mandou?

Beto: Aquele seu amigo, eu esqueci o nome dele.

Ké: Gustavo?

Beto: Não, é o outro, o ... Matheus, ele me pediu para trazer aqui

Ké: Obrigada seu Beto, ele ainda ta lá embaixo?

Beto: Provavelmente sim, vai descer para agradecer?

Ké: Vou descer para devolver. – Digo já saindo de casa e fechando a porta.

Beto: Mas por que filha?

Ké: Eu pedi para ele parar de me procurar seu Beto, mas ele não desiste e também não aceita o meu namoro. – Digo já chamando o elevador

Beto: Mas vocês são tão amigos, ele vinha aqui quase toda semana.

Ké: É exatamente isso que até ia falar com o senhor, ele não pode mais subir sem permissão, tudo bem?

Beto: Claro minha filha, se você não quer mais quem sou eu para negar.

 

Ele sorri e coloca uma mexa solta do meu cabelo para trás da minha orelha. O elevador chegou e entramos juntos, chegamos em questão de segundos no térreo. Assim que o elevador abre vejo ele perto da porta. Ele sorriu ao me ver e eu continuei seria, saí do elevador e fui até ele, peguei ele pelo braço e levei para um canto do hall de entrada.

 

Ké: Não quero flores, nem chocolates – Disse entregando a caixa para ele, que não pegou.

Matheus: Então me diz o que você quer, eu te dou tudo, é só pedir – Ele colocar a mão no meu rosto e começa a fazer um carinho.

Ké: Tudo que eu quiser? – Disse segurando a mão dele.

Matheus: Tudo.

Ké: Ótimo, então eu quero que você vá embora. – Tirei a mão dele do meu rosto e me afastei – Vá embora e não me procura por um bom tempo.

Matheus: Não vou te deixar com aquele... (interrompido)

Ké: Você não tem querer, vai embora da minha vida Matheus, pelo bem de todos.

Matheus: Mas o meu bem é com você do meu lado.

Ké: Você disse que faria tudo o que eu quisesse e eu quero que você vá embora.

Matheus: Eu faço tudo, menos isso.

Ké: Mas isso é a única coisa que eu quero.

Matheus: Kéfera ... (interrompido)

Ké: Não, vai embora.

Matheus: Eu não te dar para ele numa bandeja de prata, eu não vou desistir.

Ké: Primeiro, eu não sou sua para você me dar, segundo, quando você vai entender que não, é não?

Matheus: Você é minha, sim – Ele me pega pelo braço e aperta os dois.

Ké: Não Matheus, eu não sou sua e você ta me machucando – Tendo me livrar das mãos dele, mas quanto mais eu tentava sair mais ele apertava.

Matheus: Você pode não ser minha agora, mas vai ser, você vai ver – Ele me solta de uma maneira brusca e vai embora, levado a caixa embora com ele.

 

Sinto os meus olhos ardendo, mas não, eu não vou chorar por ele. Olho para os meus braços e vejo que eles estão vermelhos e com as marcas dos dedos dele, se eu chegar assim lá em cima é capaz daquelas duas saírem para arrancar todos os órgãos dele, mas que outra opção eu tinha?

 

Chamei novamente o elevador e subi para casa. Me olho no espelho que tinha ali e fico encarando o meu próprio reflexo, vi novamente o vermelho do meu braço e soltei um suspiro longo e voltei a encarar o espelho, coloco a mão na minha barriga e deixo um sorriso bobo escapar. Uma coisa boa no meio de tantos acontecimentos. Chago no meu andar e saio do elevador, entro em casa e escuto os dois seres conversando na cozinha, provavelmente aprontando alguma coisa.

 

Ké: Eu só peço que a minha cozinha fique inteira, eu posso não saber cozinhar muita coisa, mas eu ainda gosto dela. – Digo entrando na cozinha encontrado as meninas de costas.

Marisa: A gente não vai ... Que porra foi essa no seu braço?

Ké: Isso? Não foi nada.

Bruna: Nada não deixaria seu braço vermelho.

Ké: O Matheus veio aqui.

Marisa: E o que aquele embuste vaio fazer aqui?

Ké: Me entregar uma caixa de chocolate.

Bruna: E deixar uma marca vermelha no seu braço? – Eu não consegui raciocinar uma resposta para essa pergunta.

Marisa: Ele ainda ta lá embaixo?

Ké: Não, eu já mandei ele ir embora.

Bruna: Se ele voltar aqui pode ter certeza que ele não sai vivo.

 

Escuto o som de algum celular tocando, vou procurar para ver se é o meu e quando acho sinto um arrepio percorrendo a o meu corpo quando vejo o nome na tela. Gustavo. O que falo? Não posso simplesmente deixar tocar, apensar de ter uma boa explicação para não ter atendido. Mas eu precisava terminar com isso de uma vez por todas, iria aproveitar que ainda não ta muito tarde. Precisava contar tudo ou morreria de angustia em menos de 24 horas.

 

Ligação ON

 

Ké: Oi amor

Gusta: Só liguei para saber se você ainda ta viva.

Ké: Eu to muito viva, sim

Gusta: Tudo bem?

Ké: Sim, eu sei que não tá tão cedo assim mas tem como você vim aqui? Eu preciso conversar com você

Gusta: Claro, sem problema, mas aconteceu alguma coisa?

Ké: Aconteceu, mas eu não posso falar por telefone.

Gusta: Ké, eu to ficando preocupado.

Ké: Só vem logo.

Gusta: Eu já to saindo.

Ké: Te espero aqui.

 

Ligação OFF

 

Bruna: Era o Gusta?

Ké: Era.

Marisa: Você pediu pra ele vir aqui, não foi?

Ké: Foi.

Bruna: E o que você vai disser?

Ké: Tudo