Anteriomente
Minha cabeça começa a girar, minhas pálpebras vão ficado mais pesadas e os sons cada vez mais longe. A última coisa que eu consigo escutar é a voz do Gustavo me chamando, mas ela parecia estar longe, mesmo eu sabendo que ele está a menos de um metro de distância de mim. E tudo escurece.
.....
Abri os olhos, mas uma luz forte me forçou a fecha-lo novamente. Me lembro de estar discutindo com o Gustavo no elevador e no segundo seguinte de tudo ficar escuro. Me obriguei a abrir os olhos novamente, pisquei algumas vezes, ainda tentando me acostumar com a claridade do local.
Xxx: Eu falei isso a uns dois anos atrás mas vai valer agora também, da próxima vez que você desmaiar e passar duas horas desacordada eu te esgano.
Xxx: Se queria me matar do coração ta indo muito bem.
Ké: Estão fazendo o que aqui? E por que eu te mataria do coração mãe? - Disse me sentando na cama.
Zeiva: Se não queria passou perto, pode até desmaiar, mas ficar duas horas desacorda, aí já é demais.
Bruna: O melhor é nem desmaiar, quero o meu sobrinho saudável quando nascer. Agora me explica essa história, você ficou presa com o Guta no elevador?
Ké: Como você sabe?
Bruna: Ele ligou para a sua mãe avisando que você tinha dado entrada no hospital, sua mãe me ligou e eu liguei para a Marisa, que deve chegar em uns 20 minutos.
Ké: Para resumo da opera, uma fofoqueira contou para outra. Mas isso não responde a minha pergunta, como você sabe que eu fiquei presa no elevador com ele?
Bruna: Ele contou para sua mãe, sua mãe me contou e eu contei para a Marisa, como você disse, uma fofoqueira contou para outra.
Contei, em partes, o que aconteceu no elevador, omiti a parte do beijo por motivos óbvios, é com a Bruna e a minha mãe que eu estou falando. Assim como a Bruna disse, mais ou menos uns 20 minutos depois de eu ter acordado a Marisa chegou, do jeito Marisa de chegar, fazendo quase um escândalo. Tive que contar toda a história, novamente omitindo o beijo. Eu já estava ficando sem paciência por dois motivos.
Primeiro: Não aguentava mais esse hospital, comida que não tem gosto nada e o médico que ainda não disse que horas eu vou poder sair.
Segundo: Eu estou grávida de um filho, ou filha, dele e o Gustavo não vem aqui nem para saber se a criança ta bem, que maravilha de pai eu fui arrumar paro meu filho, ou filha.
Uma enfermeira chegou para ver a minha pressão e recolher uma amostra de sangue para alguns poucos exames, perguntei a ela quando eu poderia ir para casa e ela me disse que o médico está em uma reunião, porém que chegaria logo para me dar mais informações. Tentei ao máximo me distrair, mas o tédio aqui é enorme, minha mãe e as meninas tinha acabado de sair para comer alguma coisa e prometeram me trazer uma comida descente. Liguei a pequena televisão de tubo e fiquei passado os canais até achar alguma coisa que me prendesse a atenção. Cinco minutos depois, escuto dois toques na porta e o barulho da maçaneta sendo girada.
Xxx: Posso entrar? – Era ele, finalmente ele resolveu aparecer por aqui.
Ké: Claro. – Digo, ele entra meio tímido.
Gusta: Eu não sabia que horas você sairia daqui, então resolvi fazer uma visita.
Ké: Tudo bem, eu pensei que você nem vinha mais
Gusta: Eu fiquei lá fora esperando sua mãe e as almas saírem – Acabo rindo do apelido que ele deu para a Bruna e a Marisa. – E depois que elas saíram eu tive que ir atender uma ligação.
Ké: Sabe que já não me deve nenhuma satisfação, não sabe?
Gusta: Eu sei, mas eu ainda sou pai, né?
Ké: O médico ainda não veio falar comigo, mas eu me sinto bem e provavelmente o bebê deva estar bem também – Digo um pouco decepcionada, ele só veio por que eu to grávida de um filho dele?
Gusta: Eu não vim só para saber do bebê – Menos mal – Eu vim estender a minha bandeira branca – Ele pega um lenço branco do bolço e começa a balançar, acabo rindo da piada e ele ri junto.
Ké: Tudo bem, eu aceito a sua proposta de paz, só não tenho nada para fazer de “bandeira”.
Gusta: Eu acho que uma já basta, não?
Eu concordei com a cabeça e começamos a conversar, como sempre assuntos banais, sem nada muito filosófico ou formal de mais, ele falava sobre a família e também me contou como foi o meu desmaio. De acordo com ele, o elevador voltou a funcionar dois minutos depois e que de lá eu vim direto para o hospital.
Gusta: Você me deu um belo de um susto, quer me matar do coração? É muita coisa para digerir em um dia, vai com calma menina.
Ké: Qual é? Você nem se assustou tanto assim, a gente tinha acabado de brigar.
Gusta: Justamente por isso eu me assuntei, pensei que você tinha desmaiado por conta da briga, você não pode ficar nervosa.
Ké: Ele é um pai coruja, desde quando sabe alguma coisa de gravidez.
Gusta: Além do que eu aprendi com a Thali? Quem você acha que tinha que levantar de madrugada para ir realizar os desejos dela? Fora que enquanto eu estava lá fora, andei pesquisando um pouco.
Ké: Ok, mas como vai a Laura?
Gusta: Ela vai bem, me perguntou esses dias quando ela ia ver a “Tia Ké”
Ké: Ela é muito fofa.
Gusta: Na verdade ela perguntou sobre a tia de nome estranho, mas sim, ela é um anjinho.
Ké: Vocês dois são muito próximos pelo que eu percebi.
Gusta: Eu acompanhei a gravidez de perto, a Thalita e o namorado ainda não tinha ido morar juntos então ela continuou lá em casa, quando a Laura nasceu eu tentava ao máximo ajudar a Thali, acordava no meio da noite junto com ela, trocava fralda ou pelo menos tentava, então era meio que inevitável eu não me apegar a ela.
Ké: Essa era uma cena que eu queria ter visto, você acordando de madrugada para trocar fralda de um bebê.
Gusta: Eu sou um bom babá, ok?
Ké: Se você diz...
Ele ia responder, mas somos interrompidos pela porta se abrindo, era o médico e ele... Não, não, não.
Ké: Você ta fazendo o que aqui?
Matheus: Eu trabalho aqui
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