História O Amor Se Fez Presente - Acontece...

Anteriomente

Gusta: Eu sou um bom babá, ok?

Ké: Se você diz...

Ele ia responder, mas somos interrompidos pela porta se abrindo, era o médico e ele ... Não, não, não.

Ké: Você ta fazendo o que aqui?

Matheus: Eu trabalho aqui

............

Matheus: Bom, não necessariamente, o Doutor Henrique me pediu para substituir ele hoje, e bom... – Ele olha para a minha ficha médica – Você é a última paciente dele.

Ké: Pensei que trabalhasse em outro hospital.

Matheus: Só estou fazendo um favor para um amigo, mas isso não vem ao caso – Ele continua a olhar a ficha – Teve um desmaio?

Ké: Fiquei presa no elevador.

Matheus: Fora a sua pressão, que ainda está um pouco baixa, seus exames estão ótimos e você vai poder ... – Ele para de falar e fica encarando o papel, pareceu entrar em estado de transe.

Ké: Eu vou poder ...?

Matheus: Vai poder ir para casa em breve.

Ele finalmente retira os olhos do papel e me encara. Parecia confuso, chateado, triste. Não entendi o porquê de ele me olhar daquela maneira, sempre fomos grandes amigos, não de uns tempos para cá, mas todo mundo briga, é impossível agradar a todos. Ele olha para o Gustavo, que se manteve calado o tempo todo, e depois me olha novamente.

Matheus: Posso falar com você ... A sós?

Olho para o Gustavo, pedindo internamente para que ele saia da sala por alguns minutos e ele apenas faz um sinal positivo com a cabeça, me dá um beijo na testa e sai, me deixando sozinha com o Matheus. Segundos se passaram e nada dele falar, talvez estivesse pensando por onde começar.

Ké: Pensei que queria falar comigo.

Matheus: Não sabia que estava grávida.

Ké: Eu descobri a pouco tempo.

Matheus: É dele?

Ké: Acho que eu não transei com mais ninguém nesse último mês.

Matheus: Fiquei sabendo da sua promoção.

Ké: Como?

Matheus: Não importa.

Ké: Claro que importa, tem me vigiado?

Matheus: Não – Ele responde rápido – Não do jeito que você está pensando.

Ké: E por acaso existe outro jeito? Você está me perseguindo?

Matheus: Eu só te vejo da esquina quando sai do trabalho, nada mais além disso.

Ké: Isso por si só já é doentio.

Matheus: Eu faço por que te amo.

Ké: Não, você faz por que está doente.

Matheus: Te amar é doença?

Ké: Você não me ama, você ama o complicado, ama esse joguinho, acha que quando eu digo não na verdade estou dizendo sim.

Matheus: Você não pode gosta dele.

Ké: E por que não? Por que você acha que me ama?

Matheus: Você e ele não vão dar certo, ele não te conhece como eu te conheço.

Ké: Tem razão, ele não me conhece como você, ele me conhece muito mais.

Matheus: Não, ele não conhece e nunca vai conhecer.

Ele chega perto de mim, eu tento me afastar, mas quando me dou conta ele já está segundo o meu rosto com as duas mãos e prestes a me beijar. Minha cabeça não processa a tempo e quando volto para orbita ele já está me beijando. Não sinto nada, nem sequer me movo ou fecho os olhos, não correspondo, quando penso em empurra-lo para longe escuto a porta se abrir. Só então crio forças o suficiente para afastar Matheus de mim e quando olho para porta está o Gustavo, com um copo de suco na mão e café na outra.

Ké: Gusta ...

Gusta: Eu trouxe para você, mas acho que não precisa mais da minha companhia -  Ele me entrega o copo com suco e se vira.

Matheus: Vai sair assim? Vê sua mulher beijando outro cara e sai?

Gusta: Tem razão, não vou sair assim.

Foi tudo muito rápido. Quando eu vi, Gustavo já tinha partido para cima do Matheus e dado um soco no rosto dele, fiquei surpresa com essa atitude, mas de fosse eu teria feito a mesma coisa. Matheus se recompôs e revidou o soco. Os já estavam brigando feio quando eu saí da sala e chamei a primeira pessoa que eu vi na frete, dois seguranças foram chamado para separar a briga. Gustavo tinha um corte na boca e uma marca roxa no maxilar, já Matheus, estava com o olho direito roxo, a boca sangrando e uns cortes no rosto, ambos tinham as mãos vermelhas e machucadas por conta dos socos.

Matheus foi levado por um dos seguranças para outra sala e Gustavo ficou aqui. Uma enfermeira veio cuidar dos ferimentos dele e logo foi embora, deixando um comprimido para dor caso ele sentisse alguma.

Gusta: Me desculpa por isso.

Ké: Você não teve toda a culpa disso.

Gusta: Eu comecei.

Ké: Ele começou, te provocou e você caiu na lábia dele.

Gusta: Cai, cai como um idiota.

Ké: Acontece ... – Ficamos nos encarando por um tempo – Olha, o que você viu ...

Gusta: Você não me deve satisfações da sua vida e eu já to indo.

Ké: Gustavo ...

Ele não espera eu terminar de falar e sai do quarto. Por que é tão difícil ele me ouvir antes de sair dos lugares?

Recebi minha alta e minha mãe voltou para me buscar. Ela ainda chegou a fazer alguma gracinha, mas depois me levou para casa. Pensei em volta para a revista e pegar as minhas coisas, mas minha mãe já tinha feito isso, por isso tinha demorado tanto para voltar. Estava morta quando cheguei em casa, dona Zeiva disse que ia fazer alguma coisa para a gente comer enquanto eu tomava um banho e me trocava.

Entrei no banheiro e tomei um anho demorado, tentei não pensar os meus problemas e focar só na água que caia do chuveiro, mas quanto mais eu tentava menos eu conseguia. Lembrava de cada coisa que aconteceu nesse último mês, em como a minha vida mudou completamente duas vezes em menos de dois meses. Uma hora eu estava planejando uma viajem entre amigas, na outra estava transando com o melhor amigo do namorado da minha melhor amiga, depois estou eu grávida e sem ele. Senhor, por que a vida tem que ser tão complicada?