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História O amor verdadeiro não tem vista para o mar - Star roving


Escrita por: lemonworld

Notas do Autor


Oi gente! To gostando demais de escrever a fic, esse capítulo em especial foi incrível de escrever! Como vocês irão perceber, a Kori é uma garota super forte, determinada e independente. Amei descrever essa parte dela!

Esse e o próximo capítulo estão cheios de ação, me empolguei escrevendo, hahahahah. Sei que tem gente que não se interessa por ação em fanfic, e o capítulo ficou meio longo, mas prometo que vale a pena!

Boa leitura!

Capítulo 7 - Star roving


- Rae, pare de olhar esquisito para as pessoas. Está fazendo todo mundo murmurar sobre a gente e ficar apontando o dedo – disse Garfield. Ele, Rachel e Victor estavam, pela quarta vez consecutiva, na fila do tiro ao alvo.

- Claro. Tenho certeza que é isso que faz todo mundo olhar pra gente, e não o fato de que somos uma garota pálida, um cara verde e um meio-robô que vivem aparecendo nos noticiários quando bancam os super-heróis – respondeu Rachel, entediada.

Garfield deu de ombros.

- Não tenho culpa se minha beleza é exótica e vocês são uns esquisitos. Vic, vamos logo com isso, não quero ir embora sem conhecer o túnel do terror.

- Só saímos daqui quando eu ganhar aquele urso de pelúcia gigante pra Karen – respondeu Vic, batendo a palma de uma mão no punho fechado.

- Você já acertou aquele alvo nas três vezes anteriores e o bicho não caiu – disse Rae – É óbvio que o alvo está preso. E se você quer terror, Garfield, posso assombrar seus sonhos. Te dar pesadelos pelo resto da sua vida.

- Você pode até tentar, mas um sonho com você nele nunca seria um pesadelo – Garfield respondeu com uma piscadela de deboche – Divirta-se, Rae. Você perdeu a aposta, e eu te desafiei a se divertir com a gente. Em qual brinquedo você quer ir? É só falar que eu te levo, a gente deixa o Vic aí com os ursinhos impossíveis dele e vamos.

Rachel não teve tempo de responder: o comunicador no braço biônico de Victor apitou. Ele olhou: era Kori. Um sorriso de satisfação apareceu em seu rosto.

- Acho que nossa amiga ruiva quer finalmente se juntar a nós – disse ele a Rachel e Garfield, antes de atender – Fala, Kori!

- Ciborgue, preciso que você me envie a localização do Asilo Arkham - a voz da garota, do outro lado da linha, era muito séria e determinada – E também preciso que vocês achem o Batman em Gotham City e o ajudem.

Os sorrisos que antes estampavam os rostos dos três amigos sumiram, dando lugar à confusão e preocupação. Rapidamente, eles deixaram a fila e buscaram algum lugar com um pouco mais de privacidade. Garfield e Rachel se aproximaram do comunicador de Victor, tentando entender do que se tratava.

- Estelar, do que você está falando? O que aconteceu? – questionou Ciborgue.

- Cib, algo terrível aconteceu. Não sei dizer exatamente o que é, mas acredito que o Robin esteja correndo perigo.

- Ele contatou você? Está precisando de ajuda? – indagou Mutano.

- Não. Acho que nem teve a chance. Vocês não sabem, mas todos esses dias, ele esteve conversando comigo constantemente. Mas hoje de manhã ele saiu e desde então não tive mais notícias. Estou tentando contatá-lo há uns quinze minutos, mas ele não responde. Ravena, você consegue sentir a presença dele em algum lugar?

- Não consigo. Mas ele sumiu do meu radar desde que deixou a cidade, o raio de alcance dos meus poderes não chega a Gotham – respondeu Ravena.

- Estelar, acalme-se. Não podemos nos precipitar – Ciborgue começou a argumentar, mas Kori o interrompeu, furiosa.

- Não estou me precipitando! Eu estava na sala de investigação e vi o Batman lutando sozinho na cidade contra a Hera Venenosa, agora mesmo. Por que Robin não estaria lá? Por favor, confiem em mim, precisamos agir.

Os três Titãs se entreolharam por um momento. Mesmo ainda não entendendo bem o que estava acontecendo, Kori parecia ter certeza de que precisavam ter alguma atitude, e ela provavelmente sabia mais sobre guerra e conflitos do que qualquer um deles.

- Confiamos em você, Estelar – disse Ravena – O que pretende fazer?

- Meu palpite é o Arkham. É a pista que o Robin tinha antes de sumir. Em quanto tempo vocês conseguem chegar a Gotham?

- Uma hora e meia seria o normal respeitando a velocidade do trânsito, mas nessas circunstâncias dá pra fazer em quarenta minutos com o T-Car. Cinquenta, no máximo – respondeu Ciborgue.

- Ótimo. Descubram onde é que o Batman está lutando, acho que ele precisa de ajuda. Eu vou virar o Arkham do avesso até achar o Robin.

- Sozinha? Estelar, aquele lugar é cheio de malucos perigosos, psicopatas de primeira classe. Seria melhor se ficássemos todos juntos, e... – Mutano começou a falar, mas novamente Kori interrompeu, já sem paciência para a demora dos amigos.

- Ajudem primeiro o Batman, e depois tragam-no até mim. A ajuda dele me será útil, vou deixar meu localizador ligado para que me achem facilmente.

- Não sei se, na atual conjuntura, vocês se darão muito bem. Ele não gosta de ser liderado – observou Ciborgue com a sobrancelha arqueada, evitando dizer que nunca, jamais, o Batman aceitaria seguir suas ordens. Já que estava pensando nisso, lembrou que era ele próprio quem estava na liderança temporária dos Titãs. Mas ah, dane-se.

Estelar viu luzes e arranha-céus começarem a despontar no horizonte. Suspirou.

- Estou me aproximando de Gotham. Rápido, a localização do Arkham, por favor.

 

Estelar sobrevoou Gotham City seguindo as coordenadas enviadas por Ciborgue; o Asilo Arkham ficava em uma região bastante afastada, ela teve que atravessar quase toda a cidade. Uma espessa nuvem de poluição pairava sobre a cidade, forçando-a a voar mais baixo para que pudesse respirar. Havia completado o trajeto em menos de vinte minutos: Nunca havia voado tão rápido na atmosfera terrestre antes. Agora, ela sobrevoava as grandes torres do centro, observando a cidade sombria e melancólica abaixo de si. E então viu um garoto, de cabelos negros bagunçados e capa amarela, saltando entre o topo dos edifícios com a leveza de um acrobata.

... Robin?

Estelar piscou, e a ilusão desapareceu. Como ela gostaria que fosse verdade, que sua intuição estivesse errada. Pegou seu comunicador, segurando-o firme nas mãos, e chamou Robin mais uma vez. Desejava com todas as forças que estivesse equivocada em suas conclusões, por mais que isso fosse prejudicar sua moral com o grupo.

Mais uma vez, nenhuma resposta.

Já se preparando para o pior, Estelar finalmente viu se aproximar a antiga mansão em estilo vitoriano onde se instalava o Asilo Arkham, e sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Não era uma paisagem agradável: tudo naquele lugar parecia gritar “perigo” e “morte iminente”. Nas catacumbas do Arkham, Dick havia lhe dito. Se era lá que o Duas Caras se escondia, ele devia ter um acesso externo. Algo que lhe permitisse entrar e sair sem ser visto. Ainda no ar, ela escondeu-se atrás da copa de uma árvore, fechou os olhos e se concentrou. Precisava fazer isso despercebida, o que significava que não poderia fazer nenhum barulho ou emitir qualquer tipo de luz. Se fosse em Tamaran... Era só entrar chutando a porta e pegar o que queria. Mas essa era a Terra, e as coisas funcionavam de forma diferente.

Ela precisava varrer o perímetro sem ser notada, mas isso seria difícil com todos os guardas e câmeras espalhados. Resolveu tentar mesmo assim. Foi voando baixo, escondida pelas copas das árvores, em busca de qualquer coisa que chamasse sua atenção, qualquer coisa que pudesse abrigar a entrada de uma passagem secreta. Kori revirou algumas pedras que estavam no chão, esperando encontrar algum tipo de túnel. Não encontrou nada. Ela sobrevoava a lateral esquerda da entrada principal quando ouviu um estalo vindo do chão. Um galho quebrando-se. Ao olhar pra baixo, deparou-se com um dos guardas da entrada, apontando uma arma diretamente para ela.

- Amigo, venho em missão de paz – disse ela. Talvez o guarda não estivesse a enxergando direito e tivesse a confundido com algum cara do mal. Levantando sua mão direita, ela acendeu um starbolt com intensidade o suficiente para que apenas seu rosto ficasse iluminado.

Agora, o guarda encarou-a horrorizado. Deixou cair sua arma e saiu correndo – e tropeçando – em direção à entrada, onde teria reforço. Ela não podia deixa-lo estragar seu plano. Não poderia deixar nenhum deles estragar seu plano. Sem pensar duas vezes, deu um rasante e nocauteou o desesperado guarda. Outros três já vinham em sua direção, e ela nocauteou todos com facilidade, aplicando golpes precisos na região da têmpora de cada um. Por via das dúvidas, destruiu todas as câmeras de segurança que pôde achar por ali.

Ela voltou à sua busca, desta vez andando. Ter que fazer isso no escuro total só dificultava a tarefa. Sentia que já estava nisso há horas, e ela não tinha tempo a perder. Já havia vasculhado quase todo o perímetro da propriedade sem sucesso, e começava a considerar uma entrada de impacto pela porta da frente. Foi então que tropeçou em alguma coisa. O tampão de um poço de visita.

. Kori afastou o tampão sem muito esforço, revelando a entrada para uma galeria subterrânea. Possivelmente, aquela era sua única chance. Ela mal podia acreditar no que estava prestes a fazer. Se estivesse errada, sabe-se lá o que poderia acontecer. Resolveu arriscar mesmo assim, e entrou no túnel. Seu senso de orientação lhe dizia que o caminho à direita a levaria para longe da propriedade, então ela escolheu o caminho da esquerda. Para o coração do Asilo Arkham.

Ela acendeu um starbolt para iluminar a passagem, e, novamente, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. O túnel de concreto não deveria ter mais de dois metros de diâmetro, e deveria estar a uns seis metros de profundidade. No chão, havia uma pequena corrente de água insalubre – possivelmente esgoto, o que explicava o odor fétido. Na parte superior do túnel havia canos e conduítes semi-deteriorados, indicando que aquelas galerias não deviam passar por manutenção há anos. Estelar sentiu-se sufocada, como se não houvesse ar ou espaço o suficiente. Mas não era isso: Era ansiedade. Até então, tudo indicava que a pista de Dick estava correta.

Com a maior cautela possível naquelas condições, ela andou por cerca de dez ou quinze minutos, observando tudo muito atentamente, suas botas constantemente escorregando no chão limoso. Não fosse seu starbolt, não seria possível enxergar nada à frente, apenas escuridão. Finalmente, ela se deparou com um entroncamento: o túnel do qual ela vinha terminava em um lance de escadas esculpidas em pedra à sua frente, ao mesmo tempo em que era cortado perpendicularmente por outra galeria, similar a esta. Ao patamar da escada havia uma velha porta de madeira. Ela resolveu abrir e investigar; se não encontrasse nada útil, teria que voltar e escolher qual caminho seguir.

Após aplicar certo esforço, a porta se abriu com um rangido incômodo. Em meio ao silêncio que imperava no lugar, foi como o grito estridente de algum animal selvagem. Os pelos no braço de Estelar se arrepiaram. Estava, oficialmente, entrando no porão ou subsolo abandonado do Asilo Arkham. Ela já havia estado em lugares horripilantes antes - em seus dias de escrava -, lugares até piores, mas este era especial. Mesmo estando longe dos pacientes internos, era quase possível farejar a loucura pairando no ar, como se fosse contagiosa. 

Ela prendeu a respiração e iluminou o ambiente, preparada para alguma armadilha. Naquele cômodo, do tamanho de um quarto pequeno, não havia nada que lhe chamasse a atenção ou indicasse a presença de Robin. Apenas uma velha mesa de madeira escura encostada em uma parede, duas cadeiras de estofado vermelho igualmente velhas e uma pilha de caixotes próxima a um dos cantos. Acima dela, uma lâmpada desligada era precariamente sustentada por um fio. Vendo que não havia perigo, ela finalmente pôde soltar a respiração. Na parede mais próxima aos caixotes, estavam expostos canos de cobre e havia outra porta, similar à que ela havia usado para entrar. Provavelmente o depósito de onde aquelas caixas haviam saído. Ainda assim, não custava nada investigar.

Ela empurrou a porta com o cotovelo, atenta a tudo a seu redor. Sentiu um odor diferente vindo deste quarto. Estelar percebeu que era cheiro de sangue ao mesmo tempo em que seus olhos notaram algo – alguém – caído em um canto. Ela reconheceu a roupa e a capa.

Robin.

Ela precisou de seis passos para atravessar o cômodo, seis passos durante os quais sua cabeça pareceu estar sendo esmagada por uma prensa. Ao se aproximar dele, suas pernas cederam, e ela caiu de joelhos, puxando o garoto para perto de si. Ele se encontrava prostrado sob uma poça de sangue – seu próprio sangue -, amordaçado e com as pernas e os braços atados em suas costas. A alguns centímetros de distância estava seu comunicador, em estilhaços.

- Robin... Robin, não... Por favor, por favor...

Palavras trêmulas e desconexas saíam da boca de Estelar enquanto ela desatava os apertados nós. Com as mãos ocupadas, a única luz no ambiente vinha do brilho verde de seus olhos. Sentia um nó em sua garganta, mas ela não podia fraquejar. Não agora.

- Por favor, acorde, por favor, esteja bem... Não me deixe agora... Me desculpe, como eu queria ter sido mais rápida...

Virando-o para cima, ela tateou o corpo dele em busca de ferimentos. Sua roupa estava rasgada em alguns pontos. Um dos rasgos revelava, inclusive, uma grande mancha rocha no abdômen – ela lembrou-se que ele havia quebrado uma costela na noite anterior.  O pior dos problemas, no entanto, estava em sua barriga, um pouco abaixo do rim direito – um ferimento de bala por onde ele havia perdido a maior parte do sangue, provavelmente. O desespero já havia tomado conta de Estelar.

- Robin... Não me deixe...

Robin tossiu, espirrando algumas gotículas de sangue na parede. Ele abriu os olhos fracamente.

- ... Estelar? Como chegou aqui?

Infinitamente aliviada, ela resistiu ao impulso de puxá-lo para um abraço, contentando-se em segurar seu rosto firmemente entre suas mãos quentes.

- Devo ter perdido muito sangue, acabei apagando... – murmurou ele, tentando mover-se, e aparentemente sentindo muita dor.

- Você vai ficar bem, vou te tirar daqui, nós... – disse Estelar, mas foi interrompida.

- Isso é uma armadilha, Estelar, você não devia estar aqui – ele protestou, mas ela não se importava com isso no momento.

- Robin, você tem uma bala alojada na barriga, preciso tirar e fechar o ferimento.

Ela imaginou que ele contestaria, mas, para sua surpresa, após alguns segundos de hesitação ele concordou, ainda atordoado.

- Morda isto – disse Estelar, dando-lhe um pedaço de corda para pôr na boca, e ele obedeceu.

Não seria um procedimento muito seguro, e nem um pouco esterilizado, mas era melhor do que continuar perdendo sangue. Com a maior delicadeza possível naquelas condições, ela introduziu o dedo indicador no ferimento, buscando a bala, e sentiu todo o corpo de Robin enrijecer enquanto ele bufava e lutava para não se mexer, seu rosto contorcendo-se numa expressão de dor. Por sorte, a bala não estava muito funda, e ela conseguiu removê-la sem muita demora. Depois, olhou nos olhos dele, esperando permissão – que ele concedeu com um olhar aflito. Estelar direcionou a bola de energia em sua mão para o corpo dele, queimando a pele e fechando o ferimento. Desta vez, Robin não conseguiu conter o grito de dor, abafado pela corda em sua boca.

- Tá tudo bem, você vai ficar bem – disse ela.

Robin acenou, ofegante, e atirou a corda para longe. Gotas de suor escorriam por sua testa. Ele arrastou o corpo até conseguir se sentar, escorando-se na parede.

- Obrigado, Kori – disse ele, entre suspiros – Obrigado.

Ela aproximou-se e apertou sua mão, sem dizer nada. Sentia-se apenas grata por tê-lo encontrado vivo.

- Precisamos ir embora antes que o Duas Caras volte – disse ele, olhando angustiado para ela – E o Batman, não sei se ele... Estelar, temos que impedir uma tragédia.

- Nossos amigos já foram ajudá-lo. Me explica tudo no caminho? – perguntou Estelar, ajudando-o a se levantar. Mesmo após tudo isso, a resistência e força de vontade dele para continuar na luta ainda eram admiráveis.

Eles andavam em direção à porta quando notaram que alguém já estava lá, encostado no batente, escondendo-se nas sombras.

- Lindos! Muito lindos, mesmo. Também já tive um amor assim. A gente move montanhas pelo bem estar do outro, não é? Mas tudo o que é bom tem um final, e o final de vocês está próximo – disse uma voz rouca.

Com uma das mãos ainda apoiando Robin, Estelar iluminou melhor o ambiente, e deparou-se com uma das criaturas mais pavorosas que já havia visto. O homem à sua frente tinha metade do rosto desfigurado, mostrando a carne viva, exatamente igual àqueles livros de anatomia humana que ela já havia visto.


Notas Finais


E aí, o que acharam?
O próximo capítulo já está quaaaaase pronto, mas vou esperar até semana que vem pra postar heheheh
Até lá!


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