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História O amor verdadeiro não tem vista para o mar - Despicable Dogs


Escrita por: lemonworld

Notas do Autor


Oi gente!
A segunda parte da aventura com o Duas Caras, como prometido, está aqui. Espero que gostem!
Fiquei super feliz que muita gente curtiu a atitude da Estelar no último capítulo! É exatamente essa personalidade que eu queria que ela tivesse :) #grrlpower

Ah, viram que troquei a capa? Tava na hora de botar empenho pra fazer alguma coisa melhorzinha, né? Só que eu tenho um problema muito grande com o photoshop, chama PREGUIÇA E FALTA DE PACIÊNCIA, então fiz algo bem simples, mas já tá melhor que antes - embora eu goste muito daquela fanart anterior, acho que vou guardar pra depois!
Na capa, o Dick tá com o uniforme do Asa Noturna, embora na história ele ainda seja Robin... Mas aguardem que isso vai se resolver! ;)

Mas chega de enrolação! Boa leitura!

Capítulo 8 - Despicable Dogs


Robin não fazia ideia de como Estelar havia chego ali. Não esperava que ela – ou nenhum dos Titãs – fosse aparecer, pois, até onde se lembrava, nenhum deles estava ciente do que acontecera anteriormente naquele dia, e ele não havia tido a chance de pedir ajuda. O Duas Caras não era estúpido. Seu ardil havia sido meticulosamente planejado e executado para que tudo chegasse a este momento neste lugar. Robin havia sido guiado até ali, pensando que estaria à frente do inimigo, quando na verdade estava fazendo exatamente o que ele queria. Mas a chegada repentina de Estelar não era parte do plano. Robin só conseguia pensar no risco que ela corria estando ali.

- Estelar, não é? – indagou o Duas Caras, aproximando-se deles – Vejo que você encontrou o Garoto-Refém. Devo dizer, é uma honra conhecer uma alienígena de perto. O justiceiro de Krypton sempre foi ocupado demais para que pudesse dispor alguma atenção a mim.

Estelar rosnou.

- É uma pena, Estelar... Você está no lugar errado na hora errada.

Ele sacou uma arma, possivelmente a mesma que havia ferido Robin. Mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, Estelar voou e avançou contra ele, agarrando-o pelo pescoço e prensando-o contra a parede. As pontas dos pés dele mal tocavam o chão, mas ele não se mostrou nem um pouco conturbado. O ambiente, antes praticamente escuro, estava agora iluminado pela luz verde dos olhos brilhantes de Estelar e do starbolt em sua mão.

- Me dê um motivo, Robin – rosnou ela – Um motivo para que eu não incinere a metade restante do rosto deste verme desprezível agora mesmo.

Robin já conseguia se manter de pé sem ajuda, embora isso demandasse bastante esforço. Pra ser sincero, ele não conseguia pensar em nenhum motivo, não depois de hoje. A única coisa que o impedia de cruzar a linha era seu senso de moral.

- Estelar, não... Não podemos nos equiparar a ele.

- Ouça seu namorado, garota – provocou o vilão, agora visivelmente tendo dificuldades para respirar – Além do mais, acho que você vai gostar de ouvir o que tenho a dizer.

Ouvi-lo dizer que eram namorados pegou Estelar desprevenida, que corou e vacilou por um momento. Com um movimento rápido, ele encostou a arma no ombro dela e puxou o gatilho, sem piedade. O impacto atirou Estelar através do recinto, que bateu na parede oposta e caiu no chão. Robin correu para ajudá-la, enquanto o Duas Caras, agora livre do aperto no pescoço, se recompunha. Felizmente, a bala não havia atravessado a pele dela – que era mais resistente em relação à pele humana -, mas o ombro parecia ter sido deslocado. Com um estalo, Estelar colocou o ombro de volta no lugar, mostrando-se inabalada. Robin estava ligeiramente surpreso. Nunca havia visto Estelar ser tão feroz e implacável.

- Admito, você me pegou desprevenido – disse Duas Caras, divertindo-se com a situação - Eu não esperava sua visita aqui hoje, lindinha. Mas, se quer saber, vou deixar você participar da diversão.

Estelar sentia-se enojada ao ouvi-lo chama-la de lindinha. Empurrando com um dos pés e fazendo um gesto teatral, ele abriu a porta atrás de si, revelando a antecâmara pela qual Estelar havia entrado antes. Acendeu a lâmpada precária e entrou, fazendo um sinal para que Estelar e Robin o seguissem. Então, puxou as duas cadeiras existentes e as posicionou lado a lado. Seus olhos brilhavam com uma loucura cruel.

- Queiram se sentar – disse ele.

- Se ainda não percebeu, você não está em posição de dar ordens, Duas Caras – disse Robin, com um batarangue em mãos - Renda-se agora e a gente te manda para uma das celas acima sem muitos ferimentos graves.

- Oh, acho que vocês ainda não entenderam. Eu estou sim em posição de dar ordens.

Ele apontou a arma para alguma coisa colocada em cima da mesa. Robin e Estelar se deram conta, em choque, que era um cesto com os dois bebês - filhos de sua ex-mulher Margaret. Estelar, em confusão, olhou para Robin buscando respostas – eles não estavam supostamente a salvo na Batcaverna? Robin, por sua vez, parecia prestes a explodir. Abriu a boca para berrar alguma coisa, mas o Duas Caras se adiantou.

- Não se preocupe, passarinho, eles estão apenas dormindo. Choro de criança é insuportável, mas não há nada que uma pequena dose de Flunitrazepam não resolva... É a mesma coisa que colocou você para dormir algumas horas atrás. Você parece estar com sorte, era dormir ou morrer. A moeda aqui te ajudou – disse ele, tirando uma moeda do bolso e beijando-a - Agora, sentem-se.

Sem opção, Robin e Estelar obedeceram, apreensivos. Duas caras puxou as crianças para perto.

- São a cara da mãe, não acham? Só por isso ainda estão vivos. Se tivessem qualquer traço do cretino que se diz pai, eu já os teria matado há muito tempo. O covarde desapareceu, não é, Robin? Buscou abrigo nas asas do Superman em Metropolis. E você pretendia mandá-los para lá também, não é?

O esforço de Robin para manter o autocontrole era visível. Estaria pondo a vida dos bebês em risco que tentasse algum movimento, e era melhor fingir estar jogando o jogo do Duas Caras. Internamente, ele elaborava diversos planos e avaliava a viabilidade de cada um. Duas Caras, por sua vez, vendo que Estelar ainda parecia não estar entendendo nada, agora dirigiu-se a ela.

- Calma, lindinha, que eu te explico. Sabe, eu e o seu namoradinho aí temos uma história conturbada, desde que ele não conseguiu salvar aquele promotor. Não havia nada que eu pudesse fazer; eu joguei a moeda e o cara teve azar. Ele precisava morrer. E agora, Robin voltou à cidade louco para me pegar, determinado como uma águia perseguindo um coelho. Pensei que poderíamos nos divertir um pouco a sós, ele seria um instrumento valioso para chantagear o Batman. E eu sabia exatamente o que dizer a Margaret para que Robin viesse aqui – agora, ele voltou-se para Robin - Você se achou muito esperto em sua investigação, não foi? Me pergunto qual a sensação de estar sempre um passo atrás.

Ele riu ao pensar nisso, girando a moeda entre os dedos. Sua aparência era horripilante. Seu lado esquerdo da face tinha o globo ocular e os dentes totalmente expostos. Como se quisesse combinar, seu terno também tinha dois lados de cores diferentes. Dirigindo-se a Estelar novamente, continuou.

– Enquanto eu deixava o passarinho aqui se achar o esperto, paguei uma boa quantia - roubada, é claro - à mercenária da Hera Venenosa para que distraísse o Batman, para que eu e Robin pudéssemos ter um tempo de qualidade. Eu só não contava que o bastardo do Batman pediria à polícia que enviassem os bebês para Metropolis também. Mas veja, lindinha, eu não sou bobo, andei monitorando a frequência da polícia, e descobri exatamente quando e onde buscar essas criaturinhas aqui, enquanto seu namorado sangrava inconsciente. Passei semanas tentando botar minhas mãos nessas coisinhas, e agora, finalmente, foi mais fácil que invadir um ninho de pássaros. Acredito que o Comissário Gordon terá de anunciar a abertura de duas novas vagas no Departamento de Polícia.

- Você é um nojento, um covarde – disse Estelar, cuspindo aos pés dele.

- Ainda nem cheguei na melhor parte da história, lindinha. No caminho de volta pra cá, eu estive pensando. Se eu amo Margaret, e estes dois são filhos dela, devo amá-los também, certo? Mas eu gostaria que ao menos um fosse mais parecido comigo. É por isso que vou deixar vocês decidirem a sorte dessas coisinhas asquerosas. Cada um de vocês está responsável por um bebê. Vocês vão apostar na sorte, e quem perder... Bem, seu bebê ficará mais parecido comigo – disse ele, tirando um frasco com um líquido verde do bolso e colocando em cima da mesa. Robin não precisava ser um expert para deduzir que era o mesmo tipo de ácido que havia deformado sua face.

- Vamos lá, você prefere cara ou coroa, Robin? Aproveite que hoje a sorte parece estar a seu favor...

- Estelar, não faça o que ele manda – grunhiu Robin, sem tirar os olhos do inimigo – Ele vai matar os dois bebês antes de nos matar. Não é, seu filho da puta? Não importa o que aconteça, você vai dar um jeito... -

Duas Caras reagiu à provocação com um gancho de direita no maxilar de Robin, que caiu no chão. Esquecendo-se de tudo, Estelar saiu de seu assento e abaixou-se para conferir se o amigo estava bem. Robin, ainda no chão, puxou-a mais para perto e sussurrou algo em seu ouvido. Então ela percebeu que ele, na verdade, havia se jogado para que tivessem a oportunidade de conversar, enquanto o Duas Caras pensava que ele estava com dificuldades para se levantar.

- Star, eu tenho um plano. Vê aqueles tubos de cobre na parede? É a tubulação de gás do sistema de calefação, preciso que você a danifique, depois pegue os bebês e os leve para o mais longe possível. Ache o Batman, e peça que ele leve as crianças ao hospital infantil imediatamente. Em momento algum você vai poder acender um starbolt, caso contrário poderá ativar uma explosão. Você me entende?

- Mas, e você...?

- Vou distraí-lo – respondeu. Vendo que Estelar ainda não se dava por satisfeita, prosseguiu – Vou ficar bem, Star, confie em mim. Vai dar certo.

Ela não se sentia cem por cento segura quanto a isso, mas, diabos, este era o único plano que tinham. E ela confiava cegamente em seu líder.

- Se quiserem viver para ver o dia de amanhã, é melhor se levantarem e seguirem minhas regras – bradou o Duas Caras, já impaciente.

E então, Estelar levantou-se no ar com um giro, arremessando Robin na direção do inimigo. Este era um dos últimos movimentos que haviam treinado juntos antes do amigo vir para Gotham. Nunca haviam colocado em prática antes, mas, como dizem, para tudo há uma primeira vez. Robin atingiu o vilão com um chute alto no peito surpreendendo o Duas Caras, que deixou a arma cair. Os dois iniciaram um combate corpo a corpo. Estelar aproveitou a distração para ir até a tubulação, arrancando-a da parede e contorcendo-a sem esforço com apenas uma das mãos. Imediatamente, o já lúgubre recinto foi tomado por um forte odor de gás. Ela agarrou os bebês, segurando as duas pobres crianças fortemente contra seu peito para que ficassem em segurança. Apressou-se em direção a porta. Ali, parou e olhou para Robin uma última vez, angustiada. Não fosse pela máscara, ela poderia ver em seus olhos a expressão desafiadora de quem adorava estar numa briga. Ele movia-se com a graça letal de um acrobata, e, mesmo ferido, mantinha leve vantagem sobre o oponente. Vendo-a hesitar, ele deu a ordem.

- Estelar, vai!

Kori atravessou a soleira da porta e entrou de volta na galeria subterrânea de onde tinha vindo. A adrenalina corria rápido em suas veias. Pensando melhor agora, ela se perguntava que bosta de plano era aquele. O gás que vazava da tubulação era GLP, e faria o Duas Caras desmaiar ou até mesmo asfixiar em questão de minutos, mas Robin também sofreria os mesmos efeitos. Decidiu voar o mais rápido possível, para tirar as crianças dali em segurança e voltar para ajudar o amigo antes que algo pior acontecesse.

Foi então que, no final daquele túnel escuro e sinistro, ela percebeu alguma movimentação. Nos dois segundos seguintes, ela pensou no que fazer. Não havia para onde ir, a não ser voltar. Então, uma luz intensa quase a cegou.

- Estelar, somos nós! – Era a voz de Ciborgue vindo de longe.

Ela suspirou aliviada; quase havia se esquecido de que os amigos também estavam no caminho para ajudar. Uma ratazana verde se aproximou dela, e então se transformou: Era Mutano, vindo à frente do grupo.

- Estelar, o que tá havendo? Você tá super pálida! – disse o garoto verde, e notou os bebês nos braços da tamaraneana – Hãm... O Batman disse mesmo que talvez essas coisinhas entrassem no jogo.

Batman, Ciborgue e Ravena se aproximaram.

- Cadê o Dick? – o tom de voz do Batman indicava que ele não estava apenas perguntando, estava inquirindo.

- No final do túnel, subindo as escadas – Estelar arfava – Ele e o Duas Caras estão lutando, nós temos que... – Ela não terminou de falar: Batman correu na frente.

- Espera! Precisamos ser cuidadosos... – Ela tentou avisar, mas o Batman não ouviu. Frustrada e praguejando, entregou os bebês nas mãos dos confusos Ravena e Mutano – Saiam daqui agora e levem estas crianças a um hospital!

Dando as costas aos amigos, Estelar voou para alcançar o Batman, que corria.

- Não faça nada que possa ativar uma explosão! – gritou ao alcançá-lo, mas já era tarde demais. Enquanto as palavras ainda saíam de sua boca, ela o viu atirar um explosivo temporizado em direção à porta. A seguir, tudo aconteceu em uma fração de segundos.

Beep. Beep.

A porta se abriu subitamente revelando Robin, o rosto coberto por uma máscara de gás. Ele trazia no ombro o inconsciente Duas Caras.

Beep. Beep.

Sua expressão triunfante desapareceu no momento em que ele percebeu o explosivo próximo a seus pés.

Beep.

- Robin, não! – Estelar gritou, em vão.

Robin pulou - mas não conseguiu ir muito longe, tendo todo o peso do Duas Caras em suas costas. Normalmente, o explosivo de Batman não seria muito problema, visto que o impacto é pequeno, suficiente apenas para atordoar – e, bem, abrir uma porta velha à distância. Mas, desta vez, havia o adicional de um grande volume de gás inflamável atrás deles.

O pequeno explosivo detonou, desencadeando na sequência uma explosão maior. Um estrondo ecoou pelos túneis, e tudo tremeu. A última coisa que Estelar viu foi um clarão e Robin sendo arremessado. Instintivamente, ela encolheu-se com os braços protegendo o rosto, e viu Batman cobrir-se com sua capa. Ela sentiu a força do vento quente que surgiu com a diferença de pressão e que a empurrou para trás. Viu poeira e pedriscos caindo. Sentiu o odor de fumaça tomar conta do já fétido lugar. 


Notas Finais


E aí, gostaram? :)


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