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História O amor verdadeiro não tem vista para o mar - Renegades


Escrita por: lemonworld

Notas do Autor


Voltei!
Nesse capítulo vamos finalmente saber o que aconteceu após a explosão no túnel :)
Boa leitura!

Capítulo 9 - Renegades


Alguns segundos depois, a poeira começava a baixar. Ainda com dificuldades para respirar e enxergar, e tossindo, Estelar acendeu um starbolt e chamou por Robin. Poucos passos à frente, Batman já havia colocado uma máscara e se adiantava na busca. Ela conseguiu identificar, a alguns metros de distância do ponto da explosão, Robin tentando se levantar. Caído em cima dele, estava o Duas Caras, agora desperto, mas atordoado e sem conseguir se mover direito. Estelar e Batman correram em socorro.

- Hah, Batman, finalmente se juntou à nossa diversão! Estávamos jogando cara ou coroa – murmurou o inimigo. Estava visivelmente ferido, com queimaduras graves por todo o corpo.

Batman respondeu com um soco em seu rosto, nocauteando-o mais uma vez.

- Cale a boca – ordenou o morcego, tirando-o de cima do ajudante – Robin, fale comigo.

Robin já estava de joelhos, arfando. Tudo doía, ele via estrelas e sentia que tinha passado por um moedor de carne.

- Estou bem, só acho que engoli um pouco desse chorume – respondeu o garoto, se referindo a corrente de água pestilenta a seus pés – O imbecil aí serviu de escudo, mas ele precisa fazer uma dieta.

Estelar, abaixando-se, puxou Robin para um forte abraço.

- Obrigada, Star – disse ele, retribuindo o abraço – Você salvou minha pele hoje.

Antes que Estelar pudesse responder, Batman começou um sermão raivoso.

- Robin, eu te disse especificamente para não agir pelas minhas costas. Deixei bem claro que não deveria se antecipar dessa forma. Fazendo isso, você colocou toda a missão em risco. Alguém poderia ter morrido, droga, aquelas crianças inocentes poderiam ter morrido!

Levantando-se, Robin não deixou barato.

- Agora a culpa é toda minha, não é? Em primeiro lugar, o plano de entregar aquelas crianças na mão da Polícia de Gotham foi seu, caso não se lembre. Mas o Batman é sempre perfeito!

- Você quase foi morto, Dick! Seu plano foi precipitado, não havia nenhuma saída de ventilação para o gás – esbravejou o morcego, apontando o dedo.

- Era o único plano que eu tinha, tá legal? A última coisa que eu imaginava era que alguém usaria a bosta de um explosivo! Antes disso, eu tinha tudo sob controle! Afinal, quem em sua sã consciência resolve ativar um explosivo num túnel de esgoto?

Os dois estavam exaltados, gesticulando e gritando. Aquela discussão estava tirando Kori do sério. Ela sabia que eles andaram tendo alguns atritos, mas esperava que já tivessem resolvido.

- Parem, vocês dois! – disse ela, rangendo os dentes – Robin, você foi imprudente desde o início. Mas você, Batman, deveria se mostrar um pouco grato. Dick só está aqui hoje porque se importa com você e queria te ajudar. Pelo amor de X’hal, vão continuar brigando até quando? Vocês são uma equipe, então ajam como tal!

O silêncio reinou no ambiente por alguns instantes enquanto eles refletiam sobre suas atitudes. De repente, foram interrompidos pelo comunicador do Batman.

“Senhor? Temo que as coisas estejam indo de mal a pior na ala leste do Asilo Arkham. Seja lá o que vocês fizeram, o tremor resultante danificou a segurança das celas desta ala. Os internos estão à solta.”

- Merda – grunhiu o Batman – Já estou indo, Alfred.

Batman e Robin se entreolharam novamente. Dick deu de ombros e foi amarrar o Duas Caras com uma corda de seu cinto de utilidades. A esta altura, Ciborgue já havia se aproximado e tinha ouvido tudo o que se passava.

- Conte com os Titãs nessa, Batman – disse Robin - Cib, uma ajudinha aqui? O Duas Caras precisa de atendimento médico antes de voltar para o conforto de sua cela.

- Deixa comigo, cara – disse ele, colocando o vilão inconsciente nos ombros – Mutano e Ravena já estão levando as crianças para o Hospital Memorial. Fiz um scan rápido e confirmei que eles foram intoxicados, mas deverão ficar bem.

- Ótimo. Obrigado, Cib – respondeu Robin.

- Encontro Mutano e Ravena no caminho, e voltamos para ajudar. Tô sedento pra chutar algumas bundas – disse ele, se afastando.

- Talvez sua amiga queira ir auxiliar o resto da sua equipe – disse Batman para Robin.

- O nome é Estelar, e eu não vou a lugar nenhum sem vocês – esbravejou ela – Sou mais forte e mais ágil que você, morcego, acho que minha ajuda seria muito bem vinda.

Ela havia acabado de conhecer o Batman, e ele já estava conquistando sua antipatia. Primeiro, por seu comportamento mandão e autoritário, e agora, por querer afastá-la.

- Não olhe pra mim, Bats. Sei o que Estelar pode fazer e sou totalmente a favor à ajuda dela. Ela é, tipo, a garota mais forte do planeta – disse Robin.

- Hum, certo. Sigam-me, então. Se pegarmos a bifurcação à esquerda iremos direto para o setor administrativo do Asilo.

Batman foi correndo na frente mostrando o caminho, seguido de perto por Robin e Estelar. A tamaraneana se preocupava com o estado de saúde do amigo: depois de tudo pelo que havia passado hoje, ele estava um trapo.

- Robin, tem certeza de que você está em condições de lutar? – cochichou ela, na esperança de que o Batman não ouvisse.

- Eu tô ótimo, Star! Me sinto... vivo.

- Mas é que... Digo, você tem ossos quebrados, foi esfaqueado, levou tiro, foi explodido...

- Relaxa, é preciso mais do que isso para me derrubar. Vamos ficar bem, Kori, desde que fiquemos juntos.

Não era mentira de Dick: Naquele momento, ele realmente se sentia ótimo. Toda sua dor e fúria estavam canalizados e sintetizados em determinação. Seu corpo só começaria a sentir os efeitos depois, quando a adrenalina fosse embora.

Finalmente, o Batman abriu uma porta de madeira cravada em uma das laterais do túnel. Eles entraram em outro corredor, também escuro, mas muito estreito e muito inclinado. Cerca de vinte metros adiante, se depararam com uma porta metálica trancada. O morcego tirou alguma coisa de seu cinto de utilidades e prontamente hackeou a pesada e espessa porta, fazendo-a abrir.

Eles se viram dentro de algum tipo de almoxarifado; era um lugar pequeno, com materiais de limpeza espalhados pelo chão. Eles atravessaram o cômodo, pulando e desviando da bagunça, até chegarem a mais uma porta. Estelar já estava se cansando de todo este labirinto. Atravessaram mais este portal, e então, finalmente, encontravam-se numa grande sala parecida com um escritório. Atrás de uma grande mesa de carvalho estava sentado um homem de meia idade, assistindo as gravações das câmeras de segurança em um computador de duas telas. Uma pequena placa de identificação em cima da mesa dizia:

Dr. Jeremiah Arkham, diretor.

Ele olhou para o grupo, sem demonstrar surpresa, e rapidamente voltou o olhar para as telas.

- Oh, Batman, chegou rápido – disse ele – Vejo que trouxe ajuda.

Para Estelar, ficou claro desde o primeiro momento que ele não era muito a favor da presença dos três ali, mas não podia fazer nada a respeito. Eles se aproximaram para poder visualizar qual seria a situação que enfrentariam. O que viram nas filmagens foi caos generalizado. Em uma das câmeras, no entanto, era possível ver uma mulher de cabelos ruivos e pele verde – a Hera Venenosa – sendo escoltada por policiais para uma cela de segurança máxima após sua recente fuga.

- A área já foi isolada? – indagou o Batman.

- Sim, imediatamente. Seja lá o que provocou o tremor, felizmente não danificou as contenções externas da ala.

- Hum – hesitou o morcego – Quanto a isto, esclarecemos depois. Agora me explique o que está acontecendo, porque os internos dessa ala não costumam ser muito agressivos.

- Não isoladamente. Mas liberte sessenta pacientes ao mesmo tempo e você tem uma histeria coletiva.

Robin e Estelar olharam para as gravações mais atentamente. Dick não reconheceu ali nenhum inimigo conhecido do Batman. Se ele se lembrava bem, naquela ala ficavam os pacientes mais “normais” do asilo. Aqueles sem nenhum poder especial, arrastados ao crime apenas devido à sua insanidade. Chegava a dar pena.

- A segurança das celas já foi retomada?

- Nossos melhores técnicos já estão trabalhando nisso. Não deve demorar. Teremos tudo sob controle rapidamente, inclusive, acredito que a presença de vocês aqui é desnecessária, e...

- Eles... Estão invadindo o refeitório? – questionou Robin, com o olhar vidrado nas gravações. Seus olhos, por baixo da máscara, estavam arregalados.

- Estão se armando – confirmou Batman, ignorando totalmente a vontade do diretor de mandá-los embora – Vamos agir. Dr. Arkham, talvez você queira procurar um abrigo mais seguro.

- Meu lugar é aqui, no meu asilo. Por favor, não machuquem meus pacientes.

A boca do morcego curvou-se em um leve sorriso irônico. O primeiro sorriso dele que Estelar havia visto.

- Faremos o possível, Arkham.

Os três saíram da sala guiados por Batman, que os conduziu pelo Asilo até o portão que selava aquela ala. Dois guardas ansiosos e preocupados guardavam a entrada.

- Vamos entrar – disse ele a um dos guardas, que digitou uma senha em um painel. Eles ouviram o som de algo se destravar. Antes de entrarem, Batman instruiu:

- Vocês ouviram o Dr. Arkham. Tentem infligir o mínimo de dano possível e façam o suficiente apenas para contê-los até que a segurança seja restaurada. A última coisa que quero é ter que lidar com a insatisfação do Arkham.

Robin e Estelar acenaram positivamente e avançaram, deparando-se com o grande salão onde funcionava o refeitório. Não demorou até que o primeiro grupo de internos viesse ao encontro deles, já portando facas, cacos de vidro e outras armas em potencial. Os três entraram na luta, aparando os golpes desferidos pelos rebeldes.

Batman pulava de um lado para outro desferindo socos e chutes, tão rapidamente que quase tudo que se via era um borrão preto. Robin e Estelar, por sua vez, lutavam em sinergia, dando cobertura um ao outro e fazendo movimentos combinados. Mas Kori sentia-se levemente frustrada. Ela gostava de lutar com pessoas mais fortes e resistentes, para poder usar toda sua força e sua fúria. Contra aqueles seres humanos normais, ela precisava se conter. Eles não estavam nem ao menos nocauteando os rebeldes; apenas tentavam mantê-los ocupados por tempo suficiente para que a segurança das celas voltasse o normal. Uma medida paliativa.

Dick notou Batman lidando com quatro de uma vez. Eles tentavam derrubar o morcego, pulando em cima dele. Distraído como estava, o Batman não viu um quinto detento se aproximar por trás, com uma grande faca de açougueiro na mão. Sem pensar duas vezes, Dick correu, colocando-se no meio do caminho. Ele conseguiu interromper o golpe, segurando o braço do rebelde – a faca a centímetros de seu rosto.

Batman, ao perceber, não conseguiu esconder uma ponta de surpresa.

- De nada, Bats.

- Todo esse esforço é inútil – bradou Estelar, voando para o alto para poder retomar o fôlego e ter uma visão mais ampla da situação – Talvez fiquemos lutando a noite inteira até que a segurança seja restaurada.

- Estamos bancando os maníacos homicidas – concordou Robin.

Uma bola escura de energia apareceu atravessando uma das paredes de contenção do lugar. De dentro dela, saíram Mutano e Ravena.

- A boa notícia é que Ciborgue já está cuidando disso – disse Mutano. Ele se transformou em um bode e começou a distribuir cabeçadas.

- Vamos empurrar estes vermes de volta às celas – completou Ravena, levitando no ar. Com um único gesto, seus poderes de telecinese removeram as armas das mãos dos rebeldes e fincaram-nas na parede, a uma altura que nenhum deles poderia alcançar.

- Por aqui – disse Batman, esgueirando-se. Imediatamente, a maioria dos internos foi atrás dele, bradando palavras de ordem. Era unânime: todos queriam fazer picadinho do morcego.

Os Titãs foram na retaguarda, conduzindo os internos que ficaram para trás.

- Cara, eu sempre quis saber como era trabalhar com o Batman – disse Mutano, que, na forma de um canguru, apoiava-se sobre a cauda enquanto atirava um rebelde para longe com um chute.

- É uma profissão um pouco ingrata, se quer mesmo saber – respondeu Robin, sádico, antes de dar um salto para trás.

Eles chegaram a um longo labirinto de corredores ladeados por celas vazias cujas grades estavam abertas. Imediatamente, os detentos se deram conta do que estava acontecendo, e buscaram fugir. Um deles conseguiu escapar do cerco, voltando em direção ao refeitório, e Robin foi atrás.

- Sabe, você não tem para onde ir, amigo, então por que não torna isso mais fácil pra nós dois?

O rebelde pareceu ser atingido por alguma coisa e caiu no chão, revelando Ciborgue.

- Eu não via a hora de participar da ação! – disse ele – A segurança das celas está operante. É só jogar eles pra dentro e fechar a grade, que estarão trancados.

- Titãs, vamos! – gritou Robin.

 

Já era alta madrugada e os Titãs esperavam do lado de fora dos portões do Asilo, enquanto Batman ainda estava lá dentro certificando-se de que tudo estava em ordem. Com os Titãs reunidos, não tinha sido difícil conter a rebelião.

- Noite longa, Dick? – indagou Rae. Ela conseguia sentir tudo o que se passava na mente dele naquele momento. Um mix de raiva, frustração, exaustão e alívio.

- Demais – concordou ele. Estava encostado no capô do T-Car massageando a têmpora. Sua cabeça latejava e todos os seus ferimentos haviam começado a inchar e doer.

Victor e Garfield, a alguns metros de distância, babavam no Batmóvel. A moto de Dick também estava ali – tinha se guiado automaticamente seguindo um comando do líder dos Titãs. Então, vindo das sombras, apareceu o Batman.

- Tudo resolvido. Posso arranjar acomodações para vocês passarem a noite, acredito que estejam cansados.

- Estamos. E agradecemos, mas é hora de irmos para casa, Bats – disse Dick.

- Qual é, Dick, vai nos privar de conhecer a Batcaverna? – protestou Gar.

- Dick, você... – argumentou Bruce, ignorando o comentário do menino verde.

- Quero ir para casa neste final de semana, Batman. Temos uma festa pra dar – disse ele, e piscou para Kori, lembrando-a do aniversário de Garfield – Mas eu volto.

Batman puxou-o mais para perto, falando num tom de voz que só Dick poderia ouvir.

- Dick, se isso for por causa de hoje mais cedo...

- Não é, Bruce. Mesmo.

- Me desculpe por ter sido arrogante. Eu não deveria ter jogado aquele explosivo, me precipitei.

- Nós dois nos precipitamos. Eu sinto muito, também.

- Meu erro quase custou a sua vida. Eu estava com tanto... Medo de que algo tivesse acontecido com você que acabei ficando cego para todas as outras coisas. Tive... Um lapso de julgamento.

- Caramba, Bruce, essa é nova. Parece que você também é humano, afinal.

Dick pousou sua mão no ombro de Bruce.

- Sem ressentimentos?

- Sem ressentimentos – repetiu Bruce, e então, dirigiu-se a todos - Agradeço sua ajuda, Dick. De todos vocês. São uma equipe e tanto, quem sabe algum dia façam parte da Liga da Justiça.

Os olhos de Garfield brilhavam.

- Eu sei – respondeu Dick com uma expressão marota, permitindo-se ser convencido por um momento.

Os dois se despediram e Batman entrou no Batmóvel, partindo imediatamente com um zunido. Dick subiu em sua moto e Rae, Vic e Gar entraram no T-Car. Kori sentia-se cansada demais para voar, e resolveu ir com os amigos. Ela já havia aberto a porta do banco de trás quando Dick se pronunciou, com dois capacetes nas mãos.

- Kori? Tenho um capacete sobrando, se quiser carona.

Ela sorriu e aceitou o convite, fechando a porta atrás de si. Não era como se ela precisasse de capacete para proteção em caso de acidente, mas era melhor usar para não chamar a atenção da polícia rodoviária. Kori subiu na garupa e entrelaçou seus braços na cintura de Dick, segurando firme. Subitamente, ela estava muito consciente de todos os centímetros onde seus corpos se tocavam, e se sentiu quase incapaz de respirar. Dick deu partida na moto.

- Tudo certo aí? – perguntou ele, tentando olhar por cima do ombro.

- Tudo, podemos ir.

Dick sentia-se aliviado por estar indo para casa, mas ao mesmo tempo ansioso. Talvez, quando chegassem, fosse hora de colocar as cartas na mesa e ter uma conversa honesta com Kori.


Notas Finais


Huuuuuuuh, vamos torcer pra que no próximo capítulo esses dois desembuxem logo :)


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