1. Spirit Fanfics >
  2. O Anjo do Destino >
  3. Prólogo

História O Anjo do Destino - Prólogo


Escrita por: Vic3

Notas do Autor


Bom, é a minha primeira obra. É como um teste drive. Mas espero de coração, que gostem. E saibam que aceito críticas como aceito elogios, apenas não aceito ofensas.
Boa leitura <3

Capítulo 1 - Prólogo


Algo estava diferente naquela noite em especial, talvez seja porque a estrada daquela cidade estava vazia, o que era incomum para aquela época do ano onde a cidade estava movimentada por conta das festividades. Ou também seja porque a noite estava mais escura do que o comum, mesmo com toda aquela iluminação dos postes. Algo era incomum, algo que não dava para identificar.

Era uma noite escura e solitária.

Eduardo estava acima da velocidade permitida. Mas esse não era o único – e muito menos o mais importante­ – problema aqui. Já era de madrugada e, naquela pequena e pacata cidade onde quase nunca nevava, ­­ para o seu azar, estava nevando e cada vez ficando pior.

Ele não fumava já fazia um ano ­– havia parado por conta de um pedido – mas naquele momento, não pensou duas vezes ao acender aquele cigarro. Tentou abaixar um pouco vidro da janela do carro, mas assim que o fez, o vento forte invadiu o veículo, o fazendo tremer de frio e resmungar por ter apagado o cigarro. Novamente pega outro. Agora estava com ele aceso na boca, preso entre os dentes, apreciando cada tragada, preenchendo o espaço vazio com a fumaça daquele novo cigarro. Ignorando o perigo, aumentava cada vez mais a velocidade, como se apostasse o que o mataria primeiro: aquele vicio ou a velocidade.

Mas quem podia culpa-lo? Seu relacionamento perfeito estava desmoronando. Fazia exatamente trinta minutos que ele havia saído da casa de Ana, sua amada, onde tiveram a pior briga de todas. Se levar em conta a velocidade, o cigarro e as lagrimas que escorriam em seu rosto silenciosamente, o resultado daquela briga fica bem óbvia: o namoro foi rompido.

Eduardo era considerado um cara de muita sorte, só que, essa tal sorte acabou assim que ele saiu da casa e entrou naquele carro.

Ele não conseguia pensar direito, apenas acelerava mais ainda, vez ou outra dando um trago no cigarro. Por conta do frio e da neve – e da experiência anterior – ele não abriu mais as janelas, deixando assim o veículo cheio daquela fumaça. E suas lágrimas piorava a situação, pois não estava mais conseguindo enxergar direito o caminho a frente.

E, graças a uma curva mal feita, o carro derrapa. Eduardo não mantém o controle do veículo quando freia bruscamente. Eis que o inevitável acontece: o carro sai da estrada e começa a cair naquele barranco.

Por mais que aquilo estivesse ocorrendo rápido demais, ele enxergava tudo lentamente. Via os objetos caindo de um lado para o outro, as vezes o acertando, mas aquilo não era comparado ao desespero que sentia. O cigarro queimou a sua pele, pelo menos umas três vezes. Graças ao cinto de segurança, ele estava preso no banco. Não estava preocupado em se proteger contra as pancadas, só lutava para deixar a sua mão segurando uma pequena caixa de veludo no bolso da calça (uma caixinha que continha uma par de alianças douradas). Foi então, que a sua vida passou diante dos seus olhos e, inevitavelmente, a lembrança do dia em que sua vida mudou martelava em sua mente.

(❃)
Flashback
❪❃❫

Eduardo estava numa festa, onde a música "Young, Wild and Free" do Snoop Dogg tocava num volume ensurdecedor. Ao seu redor haviam pessoas bêbadas, umas cantando e dançando, outras se pegando no meio da casa, outras bebendo mais ainda. Sons de risadas­ – e até mesmo alguns gemidos vindo do quarto acima – se misturavam com a música. Ele não queria estar ali, afinal odiava festas, principalmente aquele tipo de festa. Mas foi, o seu melhor amigo Renan, que o arrastou para lá. E por esse fato, Eduardo odiava mais ainda aquela festa.

— Ah... Dudu... – o amigo fez um bico parecendo uma criança– vai ser legal.... Vamos! Por mim, vai. Para de ser chato... – agarrou o braço de Eduardo.

— Credo, Renan. Mais um pouco, eu te confundiria com uma garota... – suspira, tirando a mão dele de seu braço.

— Nossa, Eduardo! – bateu o pé no chão – Ok! Se vai ser assim, tudo bem! Quando precisar de alguém, esqueça que eu exista! Principalmente quando o assunto envolver o seu pai e a....

— Ok! – o interrompeu– eu vou. Se tem uma coisa que eu detesto mais que uma festa, é o senhor fazendo um drama e jogando na minha cara as coisas. – faz, inconscientemente, um bico.

— Quem é a menininha agora? – zombou.

Eduardo apenas deu um tapa na cabeça do amigo, fazendo-o resmungar um palavrão.

Só de lembrar o modo ridículo que foi convencido a ir para aquela festa, o fez balançar a cabeça. Então ali estava ele, no meio daquela irritante bagunça. Chantageado pelo seu próprio melhor amigo.

Resolveu ir até a varanda para esfriar a cabeça. Tirou um maço de cigarros do bolso, pegou um, acendeu e deu um trago. Aquele péssimo vício o acalmava.

Encostou na parede, permitindo-se contemplar aquela noite, que por sinal, estava perfeita na opinião dele. O céu estava completamente estrelado e a lua cheia roubava a cena. E para deixar ainda mais perfeito, a brisa suave tocava em seu rosto, fazendo a fumaça do seu cigarro dançar no ar.

— Isso ainda vai te matar... – disse uma menina ao se aproximar, tirando-o dos seus desvaneios, o assuntando um pouco.

— Exatamente. Vai ME matar. Então você já pode cuidar da sua vida. – resmungou, sem olha-la, apenas dando mais um trago em seu cigarro.

— Meu pai amado! Mal humorado você hein... Deus me livre. – isso não a impediu de continuar se aproximando.

— Olha. Se isso te incomoda, sinta-se livre para sair daqui. – ele mantinha o tom de voz calmo, o que o deixava mais ainda debochado.

— A varanda não é só sua, sabia? – sua voz soava um pouco irritada. Respirou fundo, ficando do lado do Eduardo. –  E... Para ser sincera, odeio festas. Ali dentro estava um pouco sufocante. Seria egoísmo da sua parte me expulsar daqui.

Então, ele relaxa um pouco os ombros. Sabia melhor do que ninguém, como é ruim estar num lugar onde não queria estar. Respirou fundo mais uma vez e deu a última tragada, apagando o cigarro em seguida, jogando o resto fora, ali mesmo. Finalmente resolveu olhar para aquela estranha que o incomodava. Iria soltar mais uma de suas frases sarcásticas mas não consegue. Ele fica perplexo com tamanha beleza.

Ela tinha os cabelos loiros naturais, preso num coque bagunçado. Sua pele tinha uma tonalidade branca, deixando a menina parecer frágil e permitindo ter algumas sardas em seu rosto, aumentando mais ainda o seu charme. Seus olhos, um azul perfeito, daqueles que você olha e te hipnotizam e, com certeza, Eduardo estava hipnotizado.

—Hum.... Você iria dizer alguma coisa...? – diz a menina erguendo uma sombrancelha e sorrindo.

Aquele sorriso foi o golpe final para o manter calado. Ele pigarreia, mas não diz nada. Volta a olhar para o horizonte mordendo os lábios (uma mania que ele detestava mas não conseguia evitar), sentia suas bochechas ruborizar. Permaneceu em silêncio, mesmo sentindo o olhar da menina sobre sua pessoa.

E o silêncio se alastrou naquele ambiente, se não fosse pela música alta, aquilo teria sido um desastre total. Pela primeira vez, ele não sabia o que fazer.

— Quer saber de algo curioso? – a voz dela soava mansa– iremos nos apaixonar loucamente, e então, você me pedirá em namoro.

Aquilo o pegou de surpresa. Ela tinha convicção daquilo. E ele não conseguiu esconder sua expressão de incredulidade. Não havia como alguém, principalmente como ela, se apaixonar por um cara como ele. E se soubesse dos seus problemas, com certeza aquilo iria ultrapassar a linha do impossível, do improvável e do inimaginável. E que tipo de garota chega falando uma coisa assim, para um total estranho?

— Impossível. – ele suspira.

— Por que? – ela franze o cenho.

— Hum... – ele vira para ela e olha em seus olhos – Primeiro, não nos conhecemos nem um pouco. Segundo, não tem como você se apaixonar por um cara como eu. Sério. Zero chances.

— Não tem como você dizer com cem por cento de certeza. A vida é cheia de surpresas. – então ela sorri.

Aquele sorriso era um golpe baixo, fazia com que o coração batesse mais forte. Então sem pensar muito, ele coloca a mão no rosto da menina para verificar se ela estava com febre.

— Hum... Você está bêbada? Tem alguma doença terminal? – estrala os dedos– Já sei! Só pode ser uma pegadinha do Renan... Aquele Imbecil. – começa a olhar em volta para ver se o encontrava escondido em algum canto.

— Não estou bêbada. Que eu saiba, sou muito saudável. E quem é Renan? – suspira, balançando a cabeça em negação – Enfim... Me chamo Ana – estende uma mão para cumprimentá-lo.

Ele olha desconfiado para a mão estendida. Não estava mais entendo nada do que estava acontecendo. Se aquilo não era obra do Renan, então, com toda a certeza do mundo, ela era louca. Mas ele se rendeu, não havia o porquê de ficar relutante, tirando o fato que era poderia ser uma psicopata, mas quem liga....

— Meu nome é Eduardo – pega na mão dela, retribuindo o cumprimento. – E posso te garantir que você uns parafusos soltos... Tem certeza que não é uma psicopata? Ok, acho que um psicopata não admitiria isso. – brinca e então sorriu da melhor forma que sabia.

— Seu sorriso é bonito... Deveria sorrir mais vezes... – ela o encara com aquele olhos azuis penetrante, como se estivesse lendo os seus pensamentos.

— É novidade para mim isso, por isso é estranho, sabe, sorrir... – ele volta a desviar o olhar, meio desconfortável, falando qualquer bobeira que surgia em sua mente.

O que ele não sabia é que, a sua sorte começou naquele momento.
Ela o olha meio estranho e começa a rir. A tentativa de Eduardo de melhorar o seu sorriso, estava fazendo parecer que seus lábios estavam enferrujados. E o som da risada dela é a última coisa que ele ouve antes de voltar para terrível realidade.

❪❃❫

Essa seria a sua última – e agradável – lembrança antes de sua terrível morte. Era o que ele pensava, mas foi então que algo muito estranho aconteceu.
Antes o carro chegasse finalmente no final do barranco, o tempo para totalmente. O veículo está de cabeça para baixo no ar. Sangue escorria pelo rosto de Eduardo. Ele piscou várias vezes, tentando limpar o sangue que o estava atrapalhando enxergar. Por um segundo achou que estava enlouquecendo, aquilo não poderia ser real. Eis que então, um clarão surge. Eduardo enxerga uma silhueta de uma pessoa saindo de lá. Não dava para distinguir direito, aquele clarão o deixou quase cego por alguns segundos. Ele apertava os olhos insistentemente, para focar e entender o que estava acontecendo.
A luz some e aquela pessoa se aproxima, bem, parecia ser uma pessoa pelo menos.

Os poucos detalhes que ele consegue reparar, é que o estranho tinha cabelos longos num tom que lembrava a escuridão da noite, juntamente com os seus olhos. Os seus lábios vermelhos era no mesmo tom ao de sangue. Usava uma pesada capa vermelha. Ele se perguntava várias vezes como aquilo era possível. Chegou na conclusão que tinha ficado louco, e que estava morto no mínimo. Talvez sim. Era o máximo que o seu cérebro conseguia assimilar.

Aquela mulher ou homem, ou sei lá o que seja, o encarava fazendo o seu coração acelerar. Para ser sincero ele não sabia como o seu coração ainda batia. Quando o ser chega perto o suficiente, ele agacha e tomba a cabeça para o lado.
Eduardo tinha um milhão de perguntas, mas ao mesmo tempo, não conseguia formular uma.

— Não se preocupe... – a voz dele soava como uma bela melodia, fazendo o coração dele acalmar – você não irá morrer – toca no rosto de Eduardo delicadamente, causando arrepios em sua pele – Sua bela amada fez um acordo arriscado e optou trocar a vida dela pela sua.

Antes que ele pudesse reagir, tudo volta ao normal e aquela figura estranhamente bela desaparece. O carro cai pela última vez, não o permitido protestar. Ele simplesmente apaga, com lágrimas em seu rosto.

Pelo restante da madrugada, Eduardo permanece sem consciência naquele veículo, abandonado naquela noite escura e solitária.

Era 10h da manhã quando alguém aparece e nota o veículo lá embaixo, o fazendo ligar para emergência. Então o resgate chega por volta das 11h30m. Os paramédicos e os bombeiros não conseguiam acreditar ou apenas entender como aquele motorista ainda estava vivo e como aquele carro não explodiu depois de uma queda daquela altura. Quando tentavam tirar ele de dentro do carro, encontraram uma pena (grande demais para ser de qualquer tipo de ave) branca como a neve ao lado dele.

Não muito distante dali, numa casa um tanto simples, uma menina loira com belas sardas espalhada pelo rosto, se encontrava no chão de sua sala, sem vida, com apenas uma pena, igual à que estava do lado de Eduardo, repousando em seu peito.


Notas Finais


Cada pessoa esconde algo obscuro dentro de si. Às vezes, isso pode mudar o destino de quem mais amamos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...