Nice, França, 2009
– Finalmente, Nice, chegamos nesta desgraça, vamos pegar logo uns recursos pra gente sobreviver, to morrendo de fome nessa porra. – Disse o Doutor Williams com seu jaleco completamente sujo, pois ao longo da viagem ele não quis tirar ele de jeito nenhum, como se fosse um amuleto.
– Ei, Williams, não esquece que hoje é dia 14 de outubro, nosso aniversário! Hoje eu faço 13 anos! – Dizia Enrico entusiasmado com a data.
– Foda-se meu irmão. Não importa, cê tá ligado? Tá todo mundo morto, o número do dia não importa mais, e eu tô com fome, traz comida para nois. – Respondeu o Doutor como se estivesse bêbado.
– É nós, e não “nois”, seu babaca. – Retrucou Enrico já bravo com o jeito que Williams o tratava, os dois ficaram tanto tempo juntos que acabaram virando “rivais”, mas mesmo assim um ajudava o outro.
– Enrico, eu sei que eu estou te tratando mal, mas é como se eu estivesse ficando louco, sabe? E babaca? Babaca é sua vó! – Respondeu Williams, não dava para saber se ele estava sendo sarcástico ou sério naquela situação.
– Não sei se te odeio ou se te considero um pai. Você é retardado demais. – Disse Enrico achando a forma de agir do Doutor muito suspeita.
“O que está acontecendo com o Doutor Williams?”
Tucson, Arizona, 2016
Alex, Em e Amberlyn haviam finalmente chegado no supermercado, eles haviam se perdido várias vezes antes de chegar ao seu destino, mas haviam finalmente chegado onde queriam.
– Então, o que vocês vão pegar para a viagem? – Disse Em meio sem saber o que estava acontecendo ali.
– Vou pegar algumas facas, uma mochila, comida, equipamentos e um celular para passar o tempo, não tem mais como ligar ou conversar com os outros mas dá para jogar alguns joguinhos né. – Respondeu Amberlyn de braços cruzados e coração ainda acelerado pelo ocorrido na loja de roupas.
– Eu vou pegar uma mochila, alimento, uma barraca para dormirmos e armas, se tiver aqui. Acho que vou levar também um tablet para vermos onde podemos fazer algumas pausas e acho que vou levar algumas roupas também. – Respondeu Alex pegando alguns pacotes de bolacha na prateleira.
– Ah é! Roupas! Eu ia pegar na loja de roupas mas não consegui porque aqueles manequins ficavam gritando comigo, idiotas. – Disse Amberlyn com uma expressão brava.
– Mas manequins não falam, Amberlyn. – Retrucou Em meio confuso com o que a menina havia falado.
– O que? Como não? Aquilo era coisa da minha cabeça então? Eu… eu não posso acreditar que minha vida inteira eu discutia com manequins e eles não tinham vida… É sério isso? Eles não tem vida mesmo ou você está brincando? – Disse Amberlyn começando a tremer. Seus olhos estavam arregalados.
– Eles são só objetos, Amberlyn. Servem para expor roupas, por isso eles ficam em lojas de roupas. – Respondeu Em segurando as mãos de Amberlyn tentando contentá-la, ela estava quase chorando.
– Talvez seja uma fobia mais forte que o normal, causando ilusões na sua cabeça. – Comentou Alex pegando uma mochila nova e guardando os pacotes de bolacha que havia pegado.
– Não estou nem aí pra esses manequins. Se disserem algo para mim de novo vou atear fogo nesses filhas da puta. – Disse a garota pegando um isqueiro de uma caixa dalí.
– Whoa, é isso aí, eu acho… Seja corajosa e tudo vai dar certo. – Disse Alex pegando a barraca de acampamento.
Todos pegaram suas coisas no supermercado e seguiram para a prisão da cidade para pegar armas de fogo ou armas de corpo à corpo. Alex usava seu tablet como mapa para saber onde ficava a prisão.
No caminho haviam alguns rastros de sangue, porém eles achavam que era somente um animal que havia caçado outro.
Quando chegaram na prisão havia uma poça enorme de sangue na entrada, o animal provavelmente estaria lá dentro, pois a porta da prisão estava aberta, eles entraram lá e viram um rastro que dava até o pátio da prisão, andando lentamente e armados. Alex ia na frente e Em no final, porque eles tinham armas de fogo e Amberlyn só tinha suas facas e o punhal que havia usado contra os manequins. Alex fazia sinais para os dois andarem, até que eles pararam na frente da porta para o pátio. Por algum motivo havia um símbolo de estrela satânica no chão feita com sangue e um veado no meio da estrela, haviam cinco aves em cada ponta da estrela, Em quase gritou ao ver a cena, pois ele fazia parte de um clube de proteção aos animais quando estava na escola.
– Vamos sair daqui e buscar armas na delegacia, eu não quero ficar aqui. – Cochichou Em gemendo de medo ao ver aqueles animais mortos no chão.
– A gente não pode, cara, temos que descobrir o que é aquela merda no chão. – Respondeu Alex confiante e sem temer.
Amberlyn estava com as pernas bambas segurando seu punhal firmemente com muito nervosismo, Alex estava segurando fortemente a Colt de seu falecido pai e Em a AK-47.
Os três aproximavam-se lentamente para perto da estrela no centro do pátio. O que era para ser uma busca por armas acabou virando um caso de série policial. Em começou a chacoalhar o veado com esperanças que ele ainda estivesse vivo, porém ele não estava respirando e nem sequer se mexendo. Amberlyn baixou a guarda e Alex também, eles examinaram e os pássaros estavam frios porém o veado ainda estava quente, o que significava que ele não havia morrido a muito tempo, Amberlyn olhou para cima e viu um vulto no último andar observando eles e se escondendo.
– Gente, tem alguém aqui além de nós. – Disse Amberlyn segurando seu punhal.
– Existe mesmo minha querida, e essa pessoa sou eu, haha. Como vocês pensam que vão interromper meu pacto com o senhor do submundo? Me digam, tolos!
(Continua!)
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