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História O Artista - Obra Três: O Encontro Frio


Escrita por: finitelove

Notas do Autor


Oi! Mil desculpas pela demora, estou no último semestre do colegial e o vestibular está chegando (vcs já se decidiram sobre o que vão fazer?), por isso ando sem tempo, mas a fic tá no coração <3 assim como vocês!!
Boa leitura!!

Capítulo 3 - Obra Três: O Encontro Frio


Oito passos. Oito passos distanciavam Heide Novack até a porta de entrada da Scotland Yard, mas naquela manhã aqueles oito passos pareciam oito quilômetros. Ao aparecer na vista dos jornalistas que se instalaram no local, a mesma foi cercada por todos eles e suas perguntas.

- Heide Novack, o que você tem a dizer sobre o crime do Artista? – esse foi o nome dado a ele, quanto mais a mulher tentava dar um passo para frente, mais ela era encurralada por lentes de câmeras, microfones e perguntas de todos os tipos que a faziam não entender devido a quantidade ao mesmo tempo.

- Nesse momento estamos em investigação, só isso que tenho a dizer – nem mesmo Heide acreditou em ter conseguido dizer algo para aquelas pessoas. Foi então que uma mão conseguiu segurar o braço de Heide com força e a puxar para dentro do prédio, era Charles.

- Você está péssima – foi tudo que Charles disse para Heide. De fato ela estava péssima, seus cabelos estavam bagunçados e mal arrumados, ela estava pálida e com olheiras que não conseguiram ser disfarçada com maquiagem, mostrava claramente que ela não havia dormido na noite anterior.

- Bom dia para você também Parker – ela respondeu seca e o homem se arrependeu de ter dito tudo aquilo, entraram no elevador em silêncio e chegaram até uma sala onde estavam reunidos a equipe de perícia.

- Parece que ninguém dormiu bem depois de ontem – foi a vez de Kit comentar, Heide se senta perto da irmã do perito e cumprimenta cada um com apenas um aceno na cabeça.

- Tivemos alguma novidade? – disse Heide.

- Sobre as três garotas desaparecidas com o perfil da vítima – começa Charles – uma delas foi encontrada, parece que foi apenas coincidência ela ter sumido. A garota tinha fugido de casa para viver na Itália, agora as outras duas, continuamos ligando elas com o caso?

- Sim, pelo menos sabemos que alguém está a salvo – respondeu a investigadora – continue as buscas dessas duas garotas.

- Porque insiste nisso? – foi a vez de Hall falar – como sabemos que foi a mesma pessoa que as capturou?

- Eu analisei as denúncias, todas elas foram vistas pela última vez em uma das linhas de metrô mais usadas em Londres, inclusive Lizbeth. Um ótimo lugar para se esconder, se esconder no meio da multidão – disse Heide passando as mãos sobre o rosto para se manter com compostura, estava exausta e sem nenhuma resposta concreta.

- Você acha que elas podem estar vivas? – pergunta Kelly receosa.

- Eu rezo para que estejam – a resposta foi de Parker.

 

A reunião estendeu-se por alguns minutos e não levaram a muitos lugares, a perícia tentava achar vestígios no corpo da vítima, mas o trabalho foi muito bem feito. Novack e Parker ficaram na sala revisando fotos, analisando os relatórios. Heide estava a ponto de explodir. Ela não conseguia entender tudo aquilo.

- O que te aflige tanto Heide? Eu nunca te vi assim em caso algum – o semblante da investigadora assustava seu superior.

- Em todos os casos que resolvi ou estudei, nunca vi algo assim. É tudo tão metódico, tão perfeito, simetricamente correto, foi executado com maestria e tem potencial demais para fazer outros. Porém não consigo imaginar a motivação disso, estamos lidando com arte Parker, pode haver algo por trás dessa obra que eu não posso entender porque não entendo de arte. Não tanto quanto gostaria.

Charles nada respondeu depois da fala de Heide, ela havia espanado e precisava daquele tempo em silêncio, assim como ele para poder dar-lhe a melhor resposta. O homem a levanta da cadeira que a agente estava sentada e a coloca de pé em sua frente, as mãos de Charles a seguravam com uma força que lhe trouxe um pouco de segurança, ela o olhava fixamente.

- Heide, você precisa se acalmar primeiro. Tome café e descanse, teremos tempo.

- Temo não compreender o que esse assassino quer dizer.

- Porque você não procura alguém que saiba interpretar a arte? Recrute alguém que saiba de arte, o melhor da Inglaterra, talvez ele possa te ajudar.

- Charles você é um gênio – ela responde com um sorriso fraco – mas quem devo procurar?

- Essa será sua missão por hoje, deixe que eu termino por aqui. Vá até sua sala e pesquise a melhor pessoa para esse caso.

A mulher assentiu e por hora se sentiu mais aliviada, como se um pouco do peso que parecia carregar tivesse diminuído, talvez. Sem mais delongas ela voltou para sua sala e foi pesquisar sobre críticos de artes e estudiosos que vivam na Inglaterra. Eram muitos nomes, cada um mais capacitado que o outro. Heide desde nova amava arte, desenhou retratos quando mais jovem e tinha a avó que era uma amante de arte, porém seus caminhos a fizeram não se dedicar tanto aquilo, mesmo assim de vez em quando ela visitava algum museu ou exposição, algo bem raro.

Em meio á tantos nomes e fichas ela encontrou um nome familiar. Caleb Schneider. Ela tinha ouvido falar dele uma vez, foi em sua última visita á uma exposição de arte, talvez á um ano atrás – ela não se lembrava – ele havia coordenado toda a exposição, mas infelizmente não o conheceu. Heide descobriu que ele era um professor de história da arte, um dos mais conceituados, seus estudos eram muito famosos e de fato ele era um dos melhores da Inglaterra, lecionava no London Institute of Arts e logo a investigadora consegue um contato. Aquilo era imediato.

- Por gentileza gostaria de falar com o professor Caleb Schneider – começa Heide uma chamada por telefone com quem seria a secretaria do corpo docente.

- Ele não costuma falar ao telefone, na verdade ele quase nunca está em sua sala. Com quem eu falo?

- Sou Heide Novack, da Scotland Yard – falar isso causa um certo impacto nas pessoas e Heide sabia disso, parece que tudo muda depois de falar que é uma agente.

- Senhorita Novack, porque não vem até nosso instituto? O professor Schneider sempre está na biblioteca, pode encontra-lo lá.

- Ele está lá esse exato momento?

- Sim.

- Chego em uma hora. Obrigada – ela encerra a ligação sem mesmo ouvir a resposta, regressa até a saída ao encontro da pessoa que poderia ajuda-la.

O Instituto era belo e com uma arquitetura muito moderna, tudo parecia ser feito pelos melhores artesãos, se Heide não tivesse tão ocupada com tudo aquilo que estava acontecendo, poderia apreciar cada detalhe do prédio e visitar as salas e exposições que ali haviam. Porém, seguindo as placas foi levada até a biblioteca. Na porta de entrada uma mulher lendo um livro qualquer estacionava a porta.

- Por gentileza, a senhora sabe se o professor Caleb Schneider está na biblioteca?

- Ele sempre está, vá até a ala sul. Ele sempre estuda por lá – respondeu a mulher sem mesmo parar de olhar o seu livro, Heide não disse mais nada e entrou no meio de todo aquele mar de prateleiras com livros.

- Caleb Schneider? A agente chama a pessoa cujo estava de costas procurando algo em uma estante da enorme biblioteca, ele nem se quer virou para cumprimenta-la ou saber quem o chamava, agia impassível e isto sou descortês aos olhos de Heide – Heide Novack, Scotland Yard.

- O que uma agente da Scotland Yard faz aqui? Esse departamento sempre é tão monótono – foi então que Caleb se virou para a mulher. Ele era poucos centímetros mais baixo que ela, sua pele era pálida como papel, seus olhos eram de um azul claro quase sem vida e seus cabelos castanhos cacheados estavam bagunçados como se mostrava que ele não se importava com sua aparência, na verdade parecia que não era uma pessoa real e sim uma alma morta vagando pela biblioteca.

- Sinto muito ter quebrado a monotonia do seu local de estudo – Heide tentava observá-lo, mas ele não parecia querer olhar em seus olhos.

- O que lhe devo a honra? – ele oferece uma cadeira para Novack sentar, os dois ficam de frente um para o outro, sentados ao redor de uma grande mesa.

- Você é um dos maiores estudiosos de história da arte do país, eu li sua dissertação “A Persistência da Arte se Renovar”, achei fantástico, mesmo sendo leiga. Por isso estou aqui – o homem tentava entender o porque dela estar ali, olhava confuso.

- Qual é a sua dúvida? Acredito que se você apresentou-se como uma oficial, deve ter lido todo meu currículo.

- Certamente, eu preciso que você me dê aulas, existe algumas obras que preciso estuda-las.

- Porque eu faria isso? Rebate com um tom ácido e sem vontade. Parecia estar totalmente desinteressado com toda aquela conversa, como se Heide tivesse atrapalhado suas estudos. Aquilo a fez enrubescer, seus nervos começaram a emanar sinais pelo seu corpo e o espasmo em sua mão direita apareceu, a tremedeira estranha que fazia os músculos dela se contraírem, ela esconde a mão doente debaixo da mesa e se volta para o homem sem paciência.

- Só estou aqui pois lá fora há um psicopata recriando obras de arte com vítimas fatais, ele pelo menos recriou uma, mas tenho certeza que vai recriar mais, preciso que você me ajude a entender tudo – seu tom foi agradável, como uma súplica, mesmo com todas as más maneiras do professor, ela precisava entender porque pessoas estavam desaparecidas e porque uma vítima foi encontrada naquele estado.

- Venha na hora que precisar e no dia que puder, estarei aqui... Vou te ajudar – Heide não conseguiu conter um sorriso de vitória, o homem também pareceu concordar com a felicidade dela, pela primeira vez ela encarou os olhos dele, um olhar sem vida e vago, como se tivesse em outros mundos.

- Foi um prazer te conhecer – disse Schneider apertando as mãos da mulher e ambos voltam aos seus afazeres, Caleb voltou a sua pesquisa e Heide correu para seu carro para tomar um analgésico matinal, os espasmos dificultavam e percorriam outras partes de seu corpo, uma dor sem fim que ela precisava fazer parar.


Notas Finais


Beeeeeeem e aqui começa uma amizade... ou não... só nos próximos!
Espero que tenham gostado :)
xxxxx dessa coruja


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