História O Assassinato do Investigado - Investigações Em São Paulo

     Eram 4:35 da madrugada. Acordou em meio a uma tempestade, Samuel, que passava por semanas tristes. Afinal, acabara de ser rebaixado na Polícia Federal e tudo que sempre almejou era ser como seu falecido pai, um grande detetive federal.
     Sempre ativo, Samuel procurou algo a fazer. Dormir, já não conseguiria com o barulho da tempestade. Passar horas assistindo a chuva atormentar as ruas, que antes dormiam em silêncio esplêndido, não era opção, pois afinal, esse precioso tempo seria gasto com algo fútil.
     Como o cansaço tomava sua mente, resolveu ir à sala de estar assistir à televisão.
     Logo então, no corredor, lembrou-se de que havia chegado correspondências que havia deixado para ler mais tarde. Pensou então, que essa atividade seria mais recompensadora do que assistir o novo programa da Globo. Então começou sua leitura:
          "Querido Samuel,
Como você vai, meu querido sobrinho? Estou com saudades de você! Por que não vem me visitar qualquer dia? Estou de prontidão para recebê-lo aqui no asilo  sempre! A propósito, poderia dar-me uma fotografia de meu irmão? Gostaria de uma foto para lembrar-me sempre dos meus tempos de quando criança, pois a terceira idade é muito entediante!
          Da sua Titia Rosângela"

     Lembrou-se desse dever e pensou em fazê-lo quanto antes possível, recordando-se das graves crises de Alzheimer sofridas por sua tia.
     Pegou a outra carta:

          "Sr. Samuel Costa,
   O Estado Brasileiro convoca-o par..."- parou a leitura no exato momento.
     Lembrou-se de que um dos ensinamentos que adquiriu, com um amigo seu que trabalha na ABIN. Jamais, enquanto um funcionário policial do Estado, deve-se atender a cartas sem seu nome completo. Faltou seu sobrenome do meio, pouco conhecido, na introdução- de Carvalho.
  
    Então passou a ignorar as contas do mês para que as mesmas sejam vistas assim que em melhor estado.
    Uma única carta sobrou. Pensou que haveria de ser mais uma mensagem falsa, porém, ao ver seu nome completo, releu a carta imediatamente:
     "Sr. Samuel de Carvalho Costa,
O Sr. foi convocado, pelo Estado Brasileiro, a comparecer à uma reunião com seu supervisor no dia 25 de agosto, às 20 horas. Preparai-vos para tratar de um assunto decisivo para vossa carreira e Pátria- uma investigação federal."
    
Não soube reagir. Imediatamente começou a bolar uma série de táticas e planos úteis para capturar, genericamente, qualquer traficante (que era sua área).