1. Spirit Fanfics >
  2. O Assistente do Senhor Kim >
  3. One

História O Assistente do Senhor Kim - One


Escrita por: sealott

Notas do Autor


Por favor, perdoem a sinopse e não desistam de mim <3

Capítulo 1 - One


Fanfic / Fanfiction O Assistente do Senhor Kim - One

Jungkook odiava ser acordado cedo em uma manhã de sábado, odiava o suor causado pelo verão escaldante, odiava como os tênis ficavam molhados em dias de chuva. Porém, nenhum ódio se comparava ao que sentia pelo seu chefe. Se alguém lhe oferecesse uma maçã em troca de assassiná-lo, ele aceitaria e ainda dividiria a maçã com quem lhe desafiou, como um agradecimento pelo incentivo.

Se Jungkook ganhasse dinheiro todas as vezes em que se imaginou enforcando o Kim, já não precisaria mais daquele emprego — este que ele também odiava. Quem em sã consciência gostaria de ser assistente pessoal de um escritor frustrado, que não publica nada há anos?

Porém, Jungkook não tinha de gostar, tinha apenas de trabalhar e receber seu salário em dia. Viver em Seoul, a grande capital, não era nada barato, e ele não tinha lá tanta capacitação profissional. Seus olhos brilharam no momento em que recebeu a ligação avisando que havia sido contratado, mas esse brilho se perdeu quando conheceu seu chefe, o maldito Kim. Não esperava aquela personalidade vinda de alguém bem-sucedido como ele.

Faziam-se dois dias que ele havia conseguido o emprego e já sentia vontade de se demitir. A única coisa boa que aconteceu consigo enquanto contratado para aquele maldito cargo foram os minutos em que pode conversar com Jimin, seu melhor amigo.

— Não há nada de bom. Eu vou ficar louco, hyung. Eu vou ficar louco! — gritou no ouvido do amigo que lhe escutava do outro lado da linha. — Ele vai me matar, hyung, e se não matar, acho que eu mesmo vou.

Eu já te disse que ele é alguém difícil e que isso melhora com o tempo. Você vai ver, Kookie. — Tentou motivar o amigo, mas sem sucesso, afinal, desde o dia em que se conheceram, Kim mostrou o quanto seria difícil a vida do mais novo dali para frente.

 

2 dias atrás

 

— Ok, Kookie, você está ótimo — disse Jimin, assim que terminou de arrumar o nó na gravata do amigo. — Lembre-se, o senhor Kim é alguém difícil de se lidar no início. Tenha paciência.

— Relaxa, hyung! Eu sei fazer qualquer pessoa gostar de mim — disse e então sorriu, mostrando seus dentes de coelhinho e fazendo o ruivo assentir com a cabeça.

Jimin sabia que o amigo tinha um charme natural, mas cogitava se aquilo realmente iria fazer diferença. Esperava que sim.

Já Jungkook não tinha medo de não agradar o escritor, tinha apenas medo de não se adequar ao trabalho novo. Durante seus vinte e um anos, nunca havia trabalhado como assistente de ninguém, então era algo completamente novo para ele. Durante sua adolescência trabalhou apenas na loja de conveniência dos pais, então não tinha muita noção de como é ter um chefe, e em sua concepção, qualquer erro — por mais pequeno que fosse — poderia causar sua demissão.

E bom, demissão era a última coisa que ele queria no momento. Finalmente havia se mudado para Seoul — a cidade onde o melhor amigo morava há quase um ano —, e não queria jogar isso fora por falta de dinheiro.

— Eu vou te levar até a casa dele e te apresentar. Depois disso é por sua conta. Acha que consegue? — perguntou o ruivo.

— Eu nasci preparado para isso!

 

[...]

 

Não entendia qual era a necessidade de um apartamento tão grande para uma pessoa só. Fala sério, ele e Jimin dividiam um cubículo na periferia, e enquanto isso um cara que mora sozinho e escreve romances tem uma mansão só para si, localizada em um bairro rico da cidade. E, como se isso já não fosse audácia suficiente, ele também tinha um piano de cauda. Jungkook pensou em perguntar quanto custava o tal piano, mas deixou a questão para mais tarde.

— Este é Jeon Jungkook. Ele é o seu novo assistente, senhor Kim — disse Jimin, assim que o escritor tirou os olhos do jornal e lhe deu uma mínima dose de atenção.

— Tudo bem, pode ir — respondeu simplista.

— Com sua licença, senhor Kim — disse o ruivo — Boa sorte! — sussurrou para o mais novo.

Só pelo jeito que o escritor havia agido, Jungkok já sentia que não seria nada fácil trabalhar para o mesmo. Mas qual a graça da vida se não houver obstáculos, certo?

— Senhor Kim, tem algo que eu possa fazer pelo senhor? — perguntou com um sorriso, querendo morrer por dentro por causa da sua falsa gentileza.

— Eu te pedi para fazer algo? — respondeu com outra pergunta, sem retirar os olhos atentos do jornal.

Torceu para que estivesse errado quando ouviu a voz soar rude. Torceu para que o loiro falasse amigavelmente; para que não fizesse jus à primeira impressão que ele havia passado. Jungkook ficou confuso com a pergunta do chefe. Não sabia se deveria responder, ou se aquilo era uma pergunta retórica. Decidiu não ser mal-educado, e respondeu:

— Não? — A resposta soou como uma outra pergunta, e o chefe suspirou.

— Se eu precisar de algo, direi. Agora fique quieto, pois quero ler meu jornal em paz.

Jungkook quis morrer.

Raramente conhecia alguém tão grosseiro quanto o loiro, e sempre que conhecia, não era alguém com quem ele era obrigado a conviver. Não era seu chefe, como agora.

Mas o jovem não se abalou. Kim deveria estar apenas em um dia ruim, ou talvez um ano ruim, quem sabe? Segundo Jimin, ele não publicava uma única página a tempos, e finalmente estava se preparando para voltar ao ramo da literatura. Talvez ele estivesse com um bloqueio criativo estressante, e conhecer seu novo empregado estivesse apenas em sua agenda, não em sua mente.

O mais novo não sabia o que fazer ali. Haviam mais oito horas de trabalho pela frente, e o chefe tanto não mandava ele fazer algo, quanto não tirava os olhos do maldito jornal. "Qual a graça que alguém vê em um jornal?", Jungkook se perguntou mentalmente.

— Posso sentar aqui? — o moreno questionou hesitante, apontando para a poltrona ao lado do sofá onde o loiro estava sentado. 

— Tem algo te impedindo? Faça o que quiser — respondeu rudemente. 

Jungkook se segurou. De verdade, ele se segurou para não voar no pescoço daquele loiro, ou no mínimo tirar o jornal de suas mãos, enrolar e bater com o mesmo em sua cabeça, para que talvez assim ele aprendesse a ser gente. Que pessoa mais grosseira! 

Sentou-se no sofá e retirou o celular do bolso da calça jeans. Se não ia ter de fazer nada para o escritor, nem ao menos conversar com o mesmo, iria conversar com algum dos seus amigos. Abriu o grupo onde ficavam seus — recém conhecidos — amigos de Seoul, e enviou uma mensagem. 

 

JKook: Alguém acordado? 

 

Poucos minutos depois o celular tocou, avisando que ele havia recebido uma nova mensagem. 

 

Gyeomie: Não dormi até agora! 

 

Sorriu. 

Yugyeom tinha sua idade, mas ao contrário de si — que estava atualmente empregado —, ele ficava o dia inteiro em casa jogando Overwatch, e a noite saia para as festas com seu outro amigo, este apelidado de Bambam. 

 

JKook: Ficou jogando Overwatch? Encontrou uma companhia que te aturou a noite inteira? 

 

Logo o celular tocou novamente, mostrando assim a resposta do amigo. 

 

Gyeomie: Encontrei sim uma companhia, e o nome dela é D.Va. 

 

Jungkook riu, preparando-se para provocar o amigo que era viciado em games — assim como ele —, porém foi interrompido pela voz do loiro, esse que até o momento não havia dado um sequer sussurro. 

— Desligue esse celular — falou. 

— Mas eu não estou fazendo nada... — Jungkook choramingou. Não era acostumado a ouvir ordens, e quando ouvia, só choramingava como uma criança mimada. 

— Eu mandei desligar. Esse som me irrita — disse autoritário, e o mais novo desligou o celular e o guardou na mochila preta que carregava. — Traga-me uma caixa de Pepero. 

Jungkook assentiu com a cabeça, e caminhou até a cozinha, se pondo a procurar pelo doce que o chefe havia pedido. Não encontrando nada, voltou até a sala e falou: 

— Eu não encontrei nenhuma caixa de Pepero nos armários, senhor Kim. 

— Quando foi que eu te disse que tinha alguma delas aqui? Eu não sou aleijado, se tivesse uma na cozinha, eu já teria ido buscar. 

"Respira, Jungkook, respira", este era o mantra do mais novo para não matar seu chefe escritor. "Se ele não era aleijado para caminhar até a cozinha, por que não podia caminhar até uma loja de conveniência?", perguntava-se mentalmente, segurando-se para não falar em voz alta e ser demitido, deixando assim todas as contas nas costas de Jimin novamente. 

— Tudo bem, senhor Kim. Vou ir comprar — disse ele, remoendo-se de raiva. 

Já na porta do apartamento, Jungkook lembrou que precisava de dinheiro, então se virou e perguntou ao chefe por ele. 

— Hm... o dinheiro... — Não sabia ao certo como pedir. Se ele já havia sido tão rude com si por perguntas comuns, imagina como seria quando lhe pedisse por aquilo. 

— Tem algumas notas no pote em cima da mesa — respondeu, dessa vez sem grosseria. 

Jungkook caminhou novamente até a mesa, abrindo o pote e ficando boquiaberto. Haviam várias notas altas ali, e o escritor nem prestou atenção enquanto ele mexia. Será que ele não se importava com o dinheiro? Ou será que simplesmente não achava que o moreno teria coragem de lhe roubar? 

De qualquer modo, aquilo nem se assemelhava ao salário que ele iria ganhar no fim do mês, e ele também não era nenhum ladrão, então pegou apenas o necessário para uma única caixa de biscoito e foi rumo à loja de conveniência. 

 

[...] 

 

— Cheguei, senhor Kim. Comprei o original de chocolate, pois não sabia qual era o seu sabor favorito... — Começou a falar enquanto retirava os sapatos, mas assim que bateu os olhos no escritor, tornou-se a ficar quieto. 

Kim Taehyung estava escrevendo rapidamente em seu notebook, provavelmente seu livro de retorno, e por sorte não ouviu as palavras soltas pelo seu assistente. Jungkook caminhou até o loiro — que permanecia alheio ao que acontecia ao seu redor —, e apenas deixou a caixa de Pepero em cima da mesa de centro da sala. 

Foi para a cozinha, levando junto de si sua mochila que continha seu pertence mais valioso no momento: seu celular. Ligou o aparelho eletrônico novamente, recebendo algumas mensagens tanto no grupo de seus amigos, quanto no privado. 

 

「BOYS」 

(Você, Baek, Bambam, Channie, Gyeomie, Jiminnie, e outros seis) 

Jinyoung: Não acredito que você ainda joga com esse personagem, Yugyeom. 

Gyeomie: Você só reclama dela porque joga mal e vive perdendo para mim. Admita, hyung. 

Jinyoung: Eu admito que você nunca vai respeitar seus hyungs, e eu estou desistindo oficialmente de esperar respeito vindo de você. 

Gyeomie: ;) Um beijo pros fãs! 

 

Riu dos dois amigos. Eles discutiam igual duas crianças quando tentam decidir qual é o super-herói mais poderoso. Sentiu uma leve vontade de desafiar o amigo Yugyeom no jogo, pois sabia que os dois eram igualmente bons, mas deixou para mais tarde. Abriu as mensagens recebidas pelo seu melhor amigo. 

 

Jiminnie: Boa sorte, Kookie! Sei que você se sairá bem. 

Jiminnie: Como está indo? 

Jiminnie: Espero que não tenha tido uma impressão ruim dele. Ele não é sempre daquele jeito como foi quando chegamos... 

 

Tornou-se a digitar rapidamente, aproveitando para extravasar sua fúria.  

 

JKook: Está tudo indo bem, eu acabei de comprar uma caixa de Pepero, como ele me pediu. 

JKook: Ah, e eu já ia esquecendo... 

JKook: EU QUERO MATAR ESSE DESGRAÇADO!! 

JKook: Hyung, estou prestes a cometer um crime. 

Jiminie: Meu deus... Fique calmo, ok? 

Jiminie: Isso vai melhorar com o passar dos dias, acredite em mim. 

 

Jungkook respirou fundo. Não era tão ruim enquanto o escritor não falava grosserias consigo, afinal, ele permanecia quieto e sem dar ordens. Pensando bem, o trabalho ali era extremamente fácil. Já haviam se passado quase duas horas, e tudo o que ele precisou fazer foi caminhar duas quadras e comprar uma caixa de biscoitos. Moleza. 

— Ei, garoto, venha aqui — ouviu o Kim falar lá da sala, e já se preparou para sorrir falsamente. 

Respirou fundo, e foi até o chefe. 

— Vá buscar uma roupa que está reservada no meu nome. — Entregou-lhe um cartão, e o moreno ao ler de onde era, quase caiu para trás. — O que foi garoto? Viu um fantasma? Vá logo, eu tenho um evento para ir com esse terno em dois dias! 

— D-dois dias? — perguntou confuso. 

Quem precisava de tanta pressa faltando dias para um evento? 

— Você acha que demora quanto tempo para ajustar um terno? Ah, pelo amor de Deus, vá logo! — esbravejou, e Jungkook assentiu, saindo da sala com o rabinho entre as pernas. 

 

[...] 

 

Não precisou caminhar muito, afinal a loja da marca italiana se localizava no mesmo bairro do apartamento do escritor para quem agora trabalhava. Ao entrar na loja, sentiu-se um pouco diminuído. Estar uma loja onde você não tem dinheiro para comprar uma simples gravata era algo muito humilhante. Apesar disso, Jungkook permaneceu de cabeça erguida. Logo uma mulher loira e sem traços coreanos apareceu para o atender. 

— Olá, precisa de algo? — perguntou gentilmente. Apesar de sentir que alguns olhares direcionados a si ali dentro fossem esnobes, ela transmitia humildade. Talvez fosse da mesma classe que ele, e por isso trabalhasse como vendedora, ou poderia ser apenas alguém educada e modesta. 

Jungkook preferiu acreditar na humanidade e pensar que era a segunda opção. 

— Eu vim buscar um terno... Está no nome de Kim Taehyung — falou meio sem jeito.  Ele não havia recebido nada além de um cartão, então não sabia se precisava de mais alguma coisa para que lhe entregassem as peças de roupa. 

— Ah, ele avisou que alguém viria buscar. Só um minuto, eu já venho. 

Sentou-se em um dos pequenos bancos da loja, esperando pela vendedora loira. Por um momento, comparou o cabelo da mesma com o do Kim, e acabou permitindo-se achar o cabelo dele mais bonito. Chacoalhou a cabeça para esquecer aqueles pensamentos. Não queria pensar elogios sobre alguém tão hostil, mesmo que fossem apenas sobre seu exterior. 

— Desculpe a demora, não estava encontrando-o — disse a vendedora, entregando-lhe o terno protegido por uma capa preta. 

— Tudo bem. Hm... Eu tenho de assinar algo? — perguntou, e a mesma respondeu negando a cabeça — Muito obrigado. Tenha um bom dia! 

— Igualmente. 

Jungkook foi embora alegre. Convivia há apenas poucas horas com seu chefe estúpido, mas já estava tão por dentro de sua grosseria, que ser tratado bem o deixou contente. 


Notas Finais


Torcendo pra não flopar~
E aí, o que acharam?
Falem aí, feedback é muito bem vindo <3
Caso queira me enviar uma pergunta ou algum recadinho: https://curiouscat.me/sealott


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...