— Temos que parar com isso. — Dizia ofegante, suado e cansado.
— Vai me dizer que não gosta, Hoseok? — O moreno tragava o cigarro fino entre os dedos, despreocupado com o fato do homem ao lado odiar a fumaça acinzentada que irritava os olhos e a garganta; estava tranquilo.
— É perigoso, não sei como meus superiores ainda não desconfiaram de nada.
— Ainda não respondeu: Gosta disso ou não, Hoseok?
— Você não tem medo de voltar para Azkaban, Yoongi? — Mudou de assunto, ainda tinha certo receio em admitir seus sentimentos em voz alta, até mesmo na hora do sexo privava a si mesmo de falar demais; era perigoso.
— Já saí de lá uma vez.
— Depois de ficar preso por 12 anos! — Vociferou nervoso.
— Eu não tenho medo Hoseok, e nem você deveria, já que é o queridinho do Ministério da Magia. — E desatou a rir, sabia que o bruxo a seu lado não teria como se afastar, nem se quisesse – o que era o caso – Estavam tão unidos naquele relacionamento torto, errado. Era tudo carnal e sexual demais, como se realmente dependessem um do outro. Uma atração natural.
— Conseguiu sobreviver ao beijo do Dementador mas não consegue viver sem meus beijos. — Era o troco na mesma moeda. Yoongi não sabia se amava ou odiava aquele bruxo de nariz arrebitado.
— Lá vem você com isso de novo.
— Quem diria que um Comensal da Morte ficaria caidinho por um Auror. — Ah, como Yoongi queria socar aquele rosto anguloso e bonitinho, e depois encher de beijos.
— E quem diria que um engomadinho do Ministério da Magia me ligaria às 3 da manhã atrás de sexo casual. — Puxou o mais novo para seu colo, já estava necessitado demais — Francamente Hoseok, assume logo que a gente tá’ fodido com essa porra de sentimento.
E beijaram-se como se fosse a última vez, porque não sabiam como seria o dia seguinte. E se uma guerra bruxa se iniciasse mais uma vez? Teriam que lutar um contra o outro. Aquilo machucava mais do que imaginava.
Então Yoongi começou a chorar.
Era uma situação rara de se acontecer, mas, ao imaginar-se lançando um crucio contra Hoseok seu peito doeu, foi uma pontada certeira. A imagem do outro contorcendo-se, sendo torturado, aquilo machucava tanto.
“Eu amo mesmo esse bruxo maldito.”
— Você teria coragem de usar umas das três maldições imperdoáveis contra mim, Hoseok? — Encarava o mais novo no fundo dos olhos, como se pudesse ler seus pensamentos, como se pudesse ver nas íris o pensamento feliz do patrono do outro.
“Eu queria ser seu pensamento feliz, Jung”.
O mais novo, por sua vez, apenas acolheu Yoongi em seus braços, trazendo a cabeça para seu peito e afagando os cabelos recentemente tingidos de preto.
— Eu te amo demais pra te machucar.
E o mais baixo, mesmo que involuntariamente, abriu um sorriso gengival.
Hoseok estava dizendo que lhe amava. Sim, ele sabia. Já não conseguiam mais ficar tanto tempo afastados, estava se tornando uma dependência. Mas ouvir aquilo da boca do mais novo trazia uma paz inexplicável, uma sensação boa, ele era amado afinal.
E não importava se teriam que desafiar o mundo bruxo, renegar suas raízes para serem felizes. Estavam juntos, e era isso que importava.
E sem perceber acabaram tornando-se os pensamentos felizes um do outro.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.