História O Auror e o Comensal - Avada que mata aos poucos

Aquele era um dia glorioso para Lord Voldemort e seus seguidores.

Depois de anos de batalhas perdidas, finalmente estavam ali, assumindo o Ministério da Magia, a um passo de ter controle total sobre o mundo bruxo.

Para muitos comensais, Yoongi era tratado como um Deus.

“O cara que consegue controlar um Auror com a maldição imperius”.

Hoseok estava literalmente em suas mãos.

E o Lorde das trevas não podia estar mais feliz, finalmente iria conseguir ter controle sobre todos.

Devia ser um momento feliz para Min, contudo, não era isso que acontecia.

Desde que fora marcado com a marca negra sua missão foi resignada, era algo relativamente simples, mas muito trabalhoso; ele teria que ser um agente infiltrado, coletar informações do Ministério da Magia de uma fonte confiável, e posteriormente tomar à força o cargo mais alto.

E Yoongi realmente achou fácil quando conheceu Hoseok naquele bar; bebia uma cerveja amanteigada e conversava com os outros clientes enquanto esbanjava aquele sorriso brilhante.

Reconhecê-lo foi bem fácil, depois de dar uma rápida olhada no Profeta Diário, onde uma matéria principal estampava o rosto anguloso do moreno.

“Novo Ministro da Magia assume cargo”.

Seria uma tarefa simples, se não fosse quase impossível.

Depois de pagar a sexta cerveja para o mais novo, Yoongi viu que levaria muito mais tempo do que o estimado para executar sua tarefa. Hoseok era um livro aberto na mesma medida que se mantinha tão resguardado, como os cadeados de Azkaban; era ótimo em disfarçar suas expressões, constantemente vivia com uma máscara que omitia seus sentimentos e seu eu verdadeiro, o que tornava o trabalho de Yoongi mais difícil.

Mais tarde o mais velho descobriu que toda aquela complexidade em desvendar o mais novo se devia a suas especializações enquanto treinava para ser um Auror; Era especialista em interrogatório e dissimulação; também era muito bom em legilimência, bastava uma troca de olhares intensa para ele decifrar cada pedacinho da mente de Yoongi, e deve ter sido por isso que foi impossível ocultar o quão apaixonado pelo mais novo ele estava.

Foi aí que viu-se perdido, como diria ao cara que amava que sua principal tarefa era atrai-lo para conseguir informações sobre os outros departamentos do Ministério da Magia?

Não, ele não diria nada disso a Hoseok, em hipótese nenhuma.

Por isso deixou-se levar pelo sentimento arrebatador, passou a amar ainda mais o mais novo e a querê-lo por perto a todo instante, era uma dependência louca, um amor precoce que arrebatava ambos, porque Hoseok também estava perdidamente apaixonado pelo Comensal que ganhou seu coração com aquele sorriso gengival.

Descobrir que Yoongi era um membro da organização secreta de Lord Voldemort não foi tão simples, exigiu de Hoseok longos meses de intensas trocas de olhares; o baixinho era muito difícil de ler, mas não impossível.

E em uma noite em que bebiam, sentados no tapete felpudo da sala de estar do Auror; Yoongi sentiu sua marca queimar.

Era um sinal, um chamado de seu Lorde, e naquele momento ele não conseguiu omitir os pensamentos acerca de seu subordinado papel para com a organização; não conseguiu evitar o olhar intenso de Hoseok e muito menos negar aqueles fatos que pareciam-lhe tão distantes quando estava com o mais novo.

E Hoseok sentiu-se tão triste, tão traído por aquele que dizia lhe amar.

— Você é um deles. Yoongi, como pôde? — Lágrimas transparentes já encharcavam o rosto anguloso do mais novo, sentia-se o pior dos bruxos por cair naquele conto infeliz; sacou a varinha e apontou para o mais baixo que estava estático.

— Deixe-me explicar, Hoseok.

— Explicar o que? Que você não passa de um subordinado? Um medroso, um covarde. Quantas vidas inocentes você já tirou, Yoongi? — O rosto era banhado pelas lágrimas salgadas, o coração doía e a mente estava em outro lugar, um em que o sorriso de Yoongi era verdadeiro.

— Me mate de uma vez então, eu não posso negar meus crimes, assim como não posso negar o que sinto por você. — Mantinha-se impassível, sabia que o bruxo a sua frente não lançaria uma maldição imperdoável contra si, seu bom senso ainda falava mais alto.

Hoseok então recuou.

Estava confuso e incerto sobre o que fazer, mas sabia que já era tarde demais para voltar atrás; amava aquele baixinho mais do que o Ministério, mais do que sua profissão - que lutou tanto para conquistar. E pensar nisso matava-o aos poucos.

Permitiu-se cair de joelhos no chão, chorou, mas não negou o abraço afável do mais velho, não negou os beijos, não negou que o amava.

E permitiu-se amar um pouco mais, amar a pele branca e marca-la com vontade, amar a boca pequena e o rosto corado, ali mesmo, no tapete; com a diferença de que dessa vez sabiam o que havia por baixo da máscara um do outro.

O que importaria dali para frente era o que iria acontecer depois.