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História O Babá - Elefante colorido


Escrita por: taedoceu

Notas do Autor


~gente se alguém receber a notificação duas vezes é porque eu exclui e postei de novo pq deu problema hihi~
e aí gente, tudo bom? comigo tá tudo bom. só to triste pq tinha escrito um negócio bonitinho aqui mas aí tive que apagar o capítulo e perdi o que tinha escrito e agora não lembro
cries in korean language
enfim, falo mais nas notas finais. espero que gostem do capítulo. não ficou tão carregado de emoção como eu queria que ficasse, mas ficou bem grande. as vezes me descontrolo hihihi. espero que não se importem, tb.

boa leitura <3

Capítulo 18 - Elefante colorido


Continuei encarando aquela mensagem escancarada na tela do computador, incapaz de esboçar qualquer reação. Pisquei rapidamente e li a mensagem de cima a baixo mais uma vez para ver se meus olhos não estavam me pregando uma peça. Mas não estavam. Eu havia sido aceito e a confirmação estava escrita bem a minha frente.

Meus dedos tremiam ao fechar a página aberta. Senti alguém se aproximando, e logo minha mãe estava ao meu lado, encarando a tela vazia.

— O que era, filho? — ela perguntou. Seu tom era receoso. Engoli em seco, balançando a cabeça. As palavras digitadas iam e vinham na minha cabeça, me deixando distraído.

— Era... A faculdade — respondi. Aproveitei que a cadeira tinha rodas e me virei pra ela, tomando impulso na mesa. Ela continuou me olhando, esperando. — Aceitaram a matrícula.

Minha mãe suspirou, aliviada, e então um sorriso bonito mudou sua expressão preocupada para uma mais feliz. Ela segurou os dois lados do meu rosto e me deu um beijo na testa.

— Era isso o que eu queria ouvir — ela sussurrou. — Eu sabia que iriam aceitar.

Ela se afastou, e eu me levantei da cadeira. Estava sem saber como reagir.

— Agora tem a prova — comentei.

Ela assentiu.

— Eu sei que vai passar.

A olhei. Ela falava com firmeza na voz, um positivismo que eu também via em mim mesmo. E naquele momento, essas palavras fizeram com que todo e qualquer peso em minhas costas sumissem, sendo substituídos para uma sensação boa, maravilhosa, que se espalhava em meu peito. Estava trancafiado em casa esperando por uma chance de poder me formar por anos, e agora havia corrido atrás e a chance estava nas minhas mãos. A comprovação estava no sorriso orgulhoso da minha mãe, no positivismo que ela exalava. Ela estava confiante de que eu iria passar, confiante de que eu iria para aquela faculdade. E a última coisa que eu desejava era decepcioná-la.

— Eu estou tão perto — comentei novamente, sentindo meu positivismo voltar. Eu iria passar naquela prova. Eu iria conseguir.

— Eu sei.

E minha mãe sorriu novamente. Para mim, era a melhor coisa que eu poderia receber.

Ela não perdeu tempo em contar para o meu pai, que já estava quase dormindo, mas que veio me abraçar do mesmo jeito, também exalando energias positivas para mim, dizendo que eu iria arrebentar na prova, o que aumentou ainda mais a sensação boa em meu peito. Meus pais estavam orgulhosos de mim. Meu pai e minha mãe.

Eu não poderia estar mais feliz.

Mas foi na hora em que fui dormir, depois que meus pais foram abrir o e-mail para ver com os próprios olhos meu nome na lista, quando eu já estava enrolado nos cobertores, sorrindo que nem um idiota para parede, foi que as figuras de Yoongi e as crianças apareceram em minha cabeça. Eu já havia passado por toda aquela reflexão de que teria de deixá-los para trás por uma escolha minha, mas ainda assim, eu ficava com isso na cabeça. Não sei qual era meu problema. Yoongi já havia aceitado, ele concordava que era meu futuro e que eu deveria segui-lo, Taehyung já havia aceitado, inacreditavelmente, como se tudo estivesse torcendo para que desse certo. Mas por que eu ainda ficava receoso pensando neles?

Balancei a cabeça; não iria me preocupar com isso agora ou iria pirar. Puxei ainda mais meus cobertores para perto do corpo, por mais que já não estivesse tão frio como algumas semanas atrás, e limpei os pensamentos para relaxar e dormir.

Tudo vai dar certo. Tudo vai dar certo.

 

-

 

Fui recebido pelo abraço forte de Hoseok e os bracinhos de Jungkook tentando se enrolar em minhas pernas assim que passei pela porta da casa de Seokjin na manhã seguinte. Tropecei um pouco, procurando apoio na porta meia-aberta, acabando por empurrá-la e fechá-la por completo.

— Uou! — exclamei. — Se a porta estivesse aberta eu já estaria...

— Você vai embora?! — Jungkook gritou antes que eu pudesse terminar minha frase.

—... no chão — completei, e então meus olhos começaram a buscar por Taehyung. Ele estava lá, sentado no sofá com o controle remoto na mão e sorrindo com inocência. Eu não o culpava por nada. Não pedi para que ele guardasse segredo, e mesmo que tivesse, tinha a impressão de que ele contaria mesmo assim.

Suspirei e me separei do abraço das duas crianças.

— Que tal irmos pro sofá, hm? — Eles assentiram e correram pra lá. Sem espaço pra mim, peguei uma almofada e me joguei no chão a frente deles.

— Você vai embora? — Jungkook repetiu, sem gritos dessa vez.

— O Taehyung contou que você vai pra capital! — Hoseok disse. — Por quê?

Olhei de relance para o loirinho do trio antes de responder as perguntas.

— Eu vou pra capital pra...

— Quando?! — Jungkook perguntou antes que eu pudesse terminar a frase, mais uma vez. Hoseok o empurrou com o ombro. Vale lembrar que Hoseok era muito maior que Jungkook, então o mais novo quase caiu do sofá com o empurrão. Por sorte, não caiu.

— Deixa ele terminar! — Hoseok disse.

Esperei até que Jungkook se arrumasse no sofá para continuar.

— Eu vou pra capital pra estudar — continuei. — Minha matrícula pra uma faculdade de lá foi aprovada, só preciso fazer a prova pra ver se passo mesmo.

— Então não é certeza? — Taehyung perguntou, confuso.

Dei de ombros.

— A prova é sobre conhecimentos gerais. Na verdade, o que mais vale mesmo é a redação que eu tenho que escrever. É tipo, mais da metade da nota. — E com certo convencimento na voz, completei: — Acho que consigo uma boa nota.

— Vai estudar o quê? — Hoseok pergunta.

— Não sei ainda, Hoseok. Tenho alguns cursos na cabeça, mas é meio difícil escolher.

Ele assente, entendido. Jungkook mantém uma expressão manhosa. Resisto ao impulso de abraçá-lo.

— Olha, eu realmente odeio ter que... Sair daqui. — Iria dizer “abandonar”, mas a palavra me pareceu pesada. — Mas eu tenho que fazer isso. É o meu futuro.

Me sinto de volta na noite naquele morro, debaixo das estrelas, com Yoongi ao meu lado, ouvindo cada palavra do que eu dizia com atenção, para então me dizer que eu não deveria desistir nunca. É o seu futuro, Jimin, ele havia dito. E essas palavras ecoam na minha cabeça.

— A gente passou pouco tempo junto — acrescentei —, mas foi divertido, não foi? — Eles abrem sorrisos contagiantes. — O tanto que a gente aprontou junto... O dia no zoológico foi certamente divertido, mas quase tive uns três ataques cardíacos com vocês! — Eles dão risada. Meu sorriso brota sem esforços. — Hoseok sumindo, Jungkook e seu joelho ralado...

— Ainda to triste pelos dinossauros — ele comentou, me fazendo rir.

— Eu sei, é triste.

— A tarde no apartamento do tio também foi muito legal! — Taehyung acrescentou. — A gente brincou o dia todo e ainda assistiu Bob Esponja.

— E comeu pizza — Hoseok lembrou.

— Sim, foi legal — eu disse. — A gente brincando de esconde-esconde aqui com o Yoongi...

Hoseok e Jungkook assentiram, sorrindo ao se lembrar, mas meu olhar seguiu para Taehyung. Aquela banheira enorme, ele do meu lado me fazendo prometer que não iria embora. Quem diria que viríamos parar aqui.

— O carrossel! — Jungkook lembrou. Demorei um pouco para achar a lembrança na minha cabeça, mas assim que relembrei, sorri.

— Sim. Yoongi e eu passamos vergonha — comentei, e os três riram.

Lembrando-me disso agora, acabo por me lembrar também de que foi o dia que Yoongi me chamou pra sair. Bem, não foi exatamente, mas foi o dia que ele incitou isso. Me lembrei das minhas perguntas idiotas do Buzzfeed, algo que eu havia visto enquanto futricava uma rede social do meu pai, que apenas serviu para aliviar um pouco do meu nervosismo por estar ao lado dele, sozinho, pela primeira vez. Quer dizer, as crianças estavam lá, mas os três estavam ocupados, brincando, para se preocuparem com seu babá e seu padrinho juntos.

Então arregalei os olhos, me lembrando de mais outra coisa.

Eles sabiam.

Senti o olhar de Taehyung pousar em cima de mim, mas não levantei o rosto. Nem percebi que estava olhando os detalhes do tapete. Talvez tenha sido para esconder meu nervosismo súbito. Não queria que eles descobrissem de verdade. Eu sabia que nesse país a homossexualidade não era tabu, éramos livres de qualquer preconceito por aqui, mas ainda assim, eram crianças. Creio que ainda não aprenderam isso na escola. Creio que ainda não tiveram um exemplo. Tiveram um pai e uma mãe. Seus amigos tem um pai e uma mãe. O quão estranho essa mudança deve ser pra eles?

— O tio Yoongi vai vir hoje? — Jungkook perguntou. Desviei meus olhos rapidamente do tapete pra ele.

— Ah... — ponderei, aliviado por ele ter apenas perguntado isso. Será que Hoseok havia contado só para Taehyung ou também havia contado para Jungkook? — Não sei te dizer, Jungkook.

Observei Taehyung e Hoseok, quietos, e por um momento, senti certo clima estranho entre nós. Como não queria que isso ficasse assim, me levantei, chamando atenção deles.

— A minha prova é semana que vem. Se eu passar, vou pra faculdade possivelmente daqui a duas ou três semanas — eu disse. — Temos muito tempo para aproveitar juntos ainda, não temos? — Eles assentiram. — Ótimo. Que tal fazermos algo muito divertido?

— Tipo o quê? — perguntaram.

Não pensei em nada, o que foi particularmente estranho. Eu sempre tinha algo criativo pra fazer com os três, mas de repente estava sem ideias. Olhei ao redor, procurando por brincadeiras como escalar a porta da sala — na verdade, já tentamos isso uma vez, mas foi um desastre, não precisam saber —, fazer um parkour pela casa — deu menos certo ainda quando tentamos, Taehyung deslocou seu dedo indicador ao tentar se segurar no sofá de mal jeito e chorou por horas até que eu chamasse Yoongi pra por de volta porque eu não tinha coragem — ou colocar obstáculos pela casa e apostar corrida, que quando fizemos foi super divertido e ninguém deslocou o dedo.

Decidi voltar a uns 10 anos atrás, quando brincava com meus vizinhos na rua. Minha memória era meio falha, já que eu estava voltando a tanto tempo atrás, mas consegui lembrar de algumas brincadeiras. Roupa bandeira era uma boa, mas a casa não era propícia para jogar e eu não os levaria para a rua, por mais que o movimento lá fora fosse pouco, não correria o risco, e também só tínhamos quatro pessoas, não teria graça. Mas olhando para a blusa colorida que Jungkook usava, me lembrei de outra.

— Conhecem “elefante colorido”? — perguntei. Eles se entreolharam, e então balançaram a cabeça ao mesmo tempo. Suspirei. Será que essa brincadeira não existia mais atualmente ou eles nunca brincaram na rua? — Tudo bem. Essa é uma brincadeira bem legal e fácil. Eu vou ficar aqui, e vou dizer uma cor. No instante que eu disser a cor, vocês vão ter que correr e achar um objeto ou qualquer outra coisa com essa cor. Tem que ser exatamente da mesma cor! Se eu falar azul claro, é azul claro. Azul escuro não vai valer.

Eles se animaram. Pelo visto, gostaram da brincadeira.

— Eu vou dar quinze segundos pra vocês procurarem algo com a cor, e depois, vou correr atrás de vocês. Se eu conseguir pegar um de vocês, que ainda não achou nada com a cor, vocês vão trocar de lugar comigo. Entenderam?

Eles assentiram.

— Vamos começar! — Jungkook exclamou, dando pulinhos.

Fiquei a frente do sofá e dei uma olhada ao redor da casa para ver as cores. As que mais se ressaltavam eram o branco das paredes e do piso, e o marrom dos móveis. Fáceis demais.

— Verde! — exclamei.

Os meninos saíram correndo na mesma hora, e eu comecei a contar os quinze segundos. Hoseok foi o primeiro a achar algo verde, uma planta em um dos vasos da sala. Taehyung tocou em um quadro com um pequeno detalhe em verde e Jungkook abriu os armários da cozinha e pegou um copo de plástico verde. Isso tudo em quinze segundos. Bati palmas e os chamei de volta. Agora iria colocar uma cor mais difícil.

— Vermelho.

Eles correram novamente. Taehyung foi o primeiro a achar dessa vez, correndo até o sofá para pegar uma das almofadas vermelhas. Hoseok seguiu a ideia de Jungkook e pegou uma das tigelas da cozinha que era vermelha. Jungkook se esticou todo para alcançar um adesivo na geladeira, que era vermelho. Dei risada, achando adorável, e os chamei de volta.

Continuei dificultando as cores, indo de roxo até amarelo, os deixando doidinho para procurarem. Na vez do roxo, Taehyung quase foi pego por mim antes de conseguir achar uma roupa roxa no guarda-roupa de Hoseok. Lá pela sexta vez, quando eu gritei preto, Yoongi apareceu na porta no mesmo instante. Como Jungkook e Taehyung já haviam achado algo da cor, Hoseok correu até o padrinho e o fez abaixar a cabeça para tocar em seu cabelo preto. Yoongi ficou tão confuso que dei risada.

— Estamos brincando de elefante colorido — o expliquei, e então fui até ele e agarrei seu braço. — E você acabou de perder.

— Mas eu acabei de chegar — ele tentou se defender.

— Problema seu — eu disse, mostrando língua. Hoseok me copiou.

— Anda, tio! — Taehyung exclamou. — É sua vez.

Sem alternativas, ele aceitou.

— Tudo bem. Quais cores já foram?

— Verde, vermelho, amarelo, roxo, preto e... — tentei me lembrar.

— Cinza! — Jungkook lembrou.

— Sim, cinza.

— Ok. São quantos segundos pra correr?

— Quinze, mas vamos diminuir para dez segundos. Fica mais emocionante.

— Oito — Yoongi sugeriu.

— Oito segundos? Eu não sou o flash! — Hoseok reclamou, me fazendo dar risada.

— Vamos ver se vocês estão atentos — ele disse. — Azul!

Saímos os quatro correndo no mesmo instante. Taehyung tocou no mesmo quadro que havia achado antes, eu achei um pano de prato com detalhes azuis, Hoseok tocou em uma das cadeiras da cozinha e Jungkook tocou na minha blusa, que por acaso era azul e eu não tinha percebido. Passamos dos oito segundos, mas Yoongi não conseguiu nos pegar.

— Hmm... Fácil demais — ele comentou.

— Fácil demais ou você não consegue correr? — provoquei, rindo. Ele nem fez questão de me olhar.

— Bege — disse ele.

Soltei um sorrisinho sarcástico antes de sair correndo. Mas aonde diabos tinha bege nessa casa? Hoseok foi o primeiro a achar. As cortinas do quarto de Taehyung. Mas eu, o próprio Taehyung e Jungkook estávamos perdidos. Ouvi Yoongi gritar oito, e então, seus passos vindo atrás de nós. Jungkook e Taehyung correram para longe dele, e eu apenas segui o passo, rindo. Acabei achando um vaso no meio da casa que era bege, e que havia passado despercebido pelos meninos. Quando Yoongi me alcançou, apenas sorri. Ele sorriu de volta e voltou a correr atrás de Taehyung e Jungkook. Me estiquei para ver a corrida no corredor dos quartos, encontrando Taehyung encostando na própria pele e dizendo que era bege. Uau, nem havia pensado nisso. Mas Jungkook ainda corria. Depois de um tempo, Yoongi apareceu, carregando um Jungkook risonho nos ombros.

Brincamos somente mais uma vez, com a cor rosa, que o próprio Jungkook escolheu, já que foi pego por Yoongi. Toquei a bochecha rosada de Yoongi, já que ele era tão branco que um simples esforço já o deixava vermelho, e ele riu. Jungkook quase pegou Taehyung, mas o mais velho se safou tocando nas meias do próprio Jungkook, o que foi um final incrível.

Descansei um pouco com os meninos no sofá antes de irmos para a próxima brincadeira. Yoongi decidiu brincarmos de cobra-cega. Enquanto Hoseok pegava algum lenço ou camiseta, Yoongi e eu afastamos da sala enorme — onde iríamos brincar — tudo que poderia machucar, e colocamos algumas almofadas em certos lugares para que quem estivesse com os olhos vendados não se machucasse se esbarrando nos móveis. Deixamos um espaço bem grande, afastando os móveis para lá e para cá. Nem queria pensar em arrumar tudo aquilo de novo.

Depois que Hoseok voltou com uma fita preta que achou por aí, jogamos Jokenpô para ver quem ficaria vendado. Jungkook já havia esquecido como se jogava e tivemos que ensiná-lo novamente. Taehyung venceu a primeira rodada e Yoongi a segunda. Jungkook venceu a terceira e ganhei de Hoseok na última, graças a Deus.

Deixei Hoseok no meio da sala e coloquei a fita em seus olhos, amarrando-a com um nó atrás da cabeça. Verifiquei se não estava muito apertada antes de dar o sinal pra ele e depois correr para me esconder. Ele girou cinco vezes — eles disseram que costumavam girar dez vezes quando brincavam, mas eu não queria vê-los tontos — antes de sair para nos procurar. Só podíamos nos esconder na sala, e como regra, não podíamos sair do lugar. Me escondi bem em um cantinho entre a parede e o sofá que Yoongi e eu havíamos arrastado para o canto, enquanto Hoseok zanzava pela sala, totalmente sem rumo.

O primeiro a ser pego foi Jungkook, o que já era meio previsível, já que seu método de se esconder era se sentar no chão perto da porta. Depois, foi Taehyung, que ficou bem escondido debaixo de uma mesa pequena com um vaso em cima. Hoseok tateou a mesa até achar o irmão debaixo dela. Sobrou eu e Yoongi. Yoongi estava sentado no parapeito da janela, com os pés pendendo no ar. Como Hoseok estava indo em sua direção, fiquei feliz por ser o último a ser pego. Até Hoseok subitamente mudar de rumo. Yoongi tapou a boca para não rir ao ver minha cara de desespero. Hoseok chegou até o outro canto no sofá, usando-o como apoio para vir na outra direção, justamente onde eu estava. Não podia me mexer, mas ainda assim, espremi ainda mais meu corpo contra a parede, o que não evitou que ele me achasse. Dei risada assim que sua mão apertou meu rosto, tentando descobrir quem era.

— Jimin? — ele adivinhou.

— Sim — respondi.

— Você tem muita bochecha! É fofinho — ele comentou, e eu dei risada novamente.

Levantei-me do chão e tirei a fita dos olhos de Hoseok, que piscou várias vezes para se acostumar com a claridade da sala. Continuamos o jogo com Jungkook, que ficou batendo em vários móveis até conseguir achar Yoongi, escondido no mesmo lugar que antes. Ele demorou vários minutos para conseguir achar os irmãos mais velhos e eu. Depois, foi a vez de Yoongi. Ele me pegou primeiro, pois eu não consegui segurar o riso quando ele bateu na mesa onde Taehyung havia se escondido antes e resmungou. Ele só seguiu na direção da voz e eu não pude evitar ser pego. As crianças ele achou rapidamente. Jogamos mais uma vez comigo vendado, o que não deu muito certo, pois eu era um desastre. Caí no chão duas vezes, uma tropeçando no tapete — e olha que Yoongi havia dobrado antes de começarmos —, e a outra simplesmente por distração. Consegui pegar Jungkook, que deu risada. Depois encontrei Hoseok, Yoongi e Taehyung, nessa ordem.

— Só o Taehyung não foi vendado! — Hoseok lembrou. — Agora é a vez dele.

Olhei as horas no relógio no celular. Eram onze horas. Nem percebi que havia passado tanto tempo. Coloquei a fita nos olhos de Taehyung e continuamos a jogar. Ele demorou um pouco para achar Hoseok, o primeiro, mas foi rápido para achar o resto de nós. Depois de termos acabado a brincadeira, pedi para os meninos irem brincar no quarto enquanto eu e Yoongi colocávamos a sala do jeito que estava antes. Acabamos não lembrando em qual posição estava o sofá exatamente, mas Seokjin possivelmente nem iria reparar. Espero.

Descansamos um pouco para depois almoçar. Quando estávamos todos cheios, fomos assistir desenho na sala. Os meninos dormiram no sofá depois de uma hora assistindo, e eu e Yoongi os levamos para seus quartos.

— Acho que não conseguimos nos cumprimentar com tudo isso — ele comentou assim que sentamos no sofá. Entendendo suas intenções, me inclinei no sofá até estar com meu rosto perto do seu e toquei seus lábios com os meus.

— Bom dia, Yoongi — sussurrei. Antes que eu voltasse a minha posição, ele segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou novamente.

— Não era bem disso que eu estava falando, mas foi bom — ele sussurrou de volta. Me livrei de suas mãos e voltei a me sentar no sofá.

— Pensei que sua definição de bom dia fosse um beijo — eu disse.

— Já é mais de uma hora da tarde — ele lembrou.

— Ah, então só posso te beijar pela manhã? — perguntei, cruzando os braços.

Ele riu.

— Eu só estava brincando, Jimin. — Ele se inclinou e deixou um beijo em minha bochecha. — Você pode me beijar a qualquer hora do dia.

Descruzei os braços, sem poder evitar o sorriso em meu rosto.

— Tá bom, mas pulando essa parte. Tenho duas notícias para lhe dar — eu disse.

— E qual o nível de gravidade delas?

Pensei um pouco.

— Uma talvez seja preocupante e a outra é quase boa.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Me diz a “talvez seja preocupante”, então.

— Os meninos sabem — soltei de uma vez. — De mim e você. Ou pelo menos Taehyung e Hoseok. Hoseok desconfiou e contou para Taehyung. Taehyung contou pra mim quando fomos a praça.

Yoongi pareceu sem saber o que dizer por um instante.

— Certo... E então? — ele disse, por fim.

— Como assim, “e então?” Não está preocupado?

Ele sorriu.

— Não há com o que se preocupar, Jimin. Os dois conseguem entender que relações amorosas não são só entre homem e mulher. Seokjin fez questão de ensiná-los isso antes que alguém colocasse ideias preconceituosas na cabeça deles.

Foi a minha vez de ficar sem saber o que dizer.

— O máximo que pode acontecer é eles ficarem confusos — ele acrescentou ao perceber meu silêncio. — Seokjin os ensinou sobre isso, mas não acho que eles já tiveram algum exemplo disso. Mas eles vão reagir bem, tenho certeza.

— É, Taehyung pareceu falar naturalmente.

— Sim. — Ele deu uns tapinhas na minha coxa. — Não se esquente com isso. Qual a outra notícia?

Bati meus pés no tapete antes de falar.

— Minha matrícula foi aceita.

Yoongi virou o rosto para mim.

— É sério? — perguntou. Quando eu assenti, balançando a cabeça, ele sorriu. — E depois disso vem o que?

— A prova de admissão vai ser nesse domingo agora — respondi. — Conhecimentos gerais e a redação.

— Já tem em mente o que quer fazer?

— Sinceramente? — perguntei, e ele riu. — Não, tipo, eu pensava muito nisso durante o ensino médio, ia de medicina até ciências contábeis. Eu tinha até os planos certinhos para o que fazer depois que terminar. Agora não tenho a menor ideia. Tenho que pensar rápido.

— É faculdade pública?

— Particular.

Ele ergueu as sobrancelhas.

— Não tive tempo de tentar ingressar em faculdade pública — eu disse. — E o ensino aqui não é tão caro, sabe disso.

— Eu sei. Me formei em uma faculdade da capital também.

— Quantos anos durou seu curso? — perguntei.

— Quatro, eu acho — ele respondeu. — Reprovei um ano.

Dei risada.

— Desculpa — eu disse, tampando a boca.

— Tudo bem. Estou melhor que Seokjin. Ele reprovou ainda mais que eu. Na escola e na faculdade.

— Mas ele tem quantos anos? Não tem a sua idade, certo? Pra ter três filhos...

— Ele é seis anos mais velho que eu, na verdade. — Abri a boca, surpreso. — E não me pergunte nada sobre nossos anos na escola. É uma bagunça.

— Imagino. Pra ele ser mais velho e vocês terem estudado juntos... Prefiro não saber.

— Sim.

Encaramos a televisão, que passava algum outro desenho que não conhecíamos. O silêncio entre nós não era desconfortável.

— O que estava fazendo antes de vir para cá? — perguntei.

— Dormindo.

Dei risada.

— É claro que estava.

— Eu já volto a trabalhar na segunda, Jimin — ele disse. — Tenho que descansar enquanto posso.

— Tem os finais de semana pra isso — o lembrei.

— Eu trabalho aos sábados. Trabalhava até aos domingos também, mas consegui fugir dessa.

— Ah, sim. Você me falou.

Voltei a pouco mais de um mês atrás, quando conheci Yoongi. Ele me deu uma carona para minha casa. No caminho, acabei perguntando-o sobre o seu trabalho, e ele havia me dito que trabalhava sete dias por semana.

— Isso já não é trabalho escravo? — comentei, e ele riu. — Mas sério, quando você tinha folga?

— Nas sextas e sábados eu trabalhava apenas na parte da manhã. E de quinze em quinze dias eu não trabalhava no domingo — ele respondeu.

— Que bagunça.

— Eu sei. Às vezes me perdia.

Suspirei. Logo seria minha vez. Eu certamente não iria entrar num ramo parecido com o de Yoongi, o de trabalhar em empresa (contador, gerente, administrador? tô fora), mas assim que terminasse minha faculdade, logo teria de seguir minha carreira profissional. Só de pensar nisso me dava preguiça.

— Tenho que conversar com Seokjin hoje — eu disse, mudando o assunto. — Sobre ter que sair do emprego. Espero que ele ache alguém pra me repor.

— Seokjin sempre teve dificuldades para arranjar quem cuide dos meninos — ele comentou. — Faz um dois anos nisso. Esses três aprontam demais. Ninguém consegue segurar.

Eu consigo, pensei.

— Mas Hoseok já está quase se tornando adolescente — lembrei. — Talvez Seokjin o coloque para cuidar dos irmãos.

— Sim — Yoongi disse. — Não sei.

Sorri com sua confusão.

Ficamos conversando mais um pouco e as vezes prestando atenção no desenho que passava até Taehyung acordar. Ele chegou na sala, coçando os olhos, e se jogou no meu colo. Dei risada e comecei a passar a mão entre seus fios de cabelo.

— Já acordou? — perguntei.

— Só uma parte — ele respondeu, me fazendo rir novamente. Peguei meu celular e olhei as horas. Já eram mais de quatro horas, passando muito da hora deles acordarem. Tirei Taehyung do meu colo (com muito custo), e fui acordar Jungkook e Hoseok.

Fiz um lanchinho da tarde para nós cinco com alguma das coisas que achei na geladeira e nos armários, e depois voltamos pra sala para pensar no que fazer. Yoongi sugeriu que fôssemos dar uma volta pela cidade. Eu estava morrendo de preguiça de sair, mas como as crianças aceitaram, não tive escolha a não ser aceitar também.

Arrumei os três com blusas de manga e calça jeans, e peguei um casaco para o caso deles sentirem frio, o que achava difícil. O frio já estava se dissipando.

Yoongi nos levou para o centro da cidade, e parou no local onde eu carinhosamente chamava de shopping, por ter várias lojas e algumas lanchonetes e sorveterias. Portanto, eram apenas umas ruas. Passamos em algumas das lojas, apenas olhando algumas roupas e sapatos até irmos parar em uma loja de brinquedos. Os três avistaram a loja e saíram correndo, não deixando para mim e para Yoongi nenhuma opção além de seguir atrás.

Yoongi teve de comprar um brinquedo que Taehyung e Jungkook queriam pra evitar uma birra no local. Não tinha muita gente, mas eram pessoas suficientes para ver todo o escândalo que os dois queriam fazer, e pra nos fazer passar vergonha também. Por azar, eu não tinha levado dinheiro, já que subitamente tive a vontade de comprar um ioiô. E acredite, haviam vários ioiôs naquele local. Tive vontade de chorar, até me lembrar de que não tinha mais dez anos.

Depois que os dois mais novos conseguiram o brinquedo que queriam (Hoseok não quis nada, surpreendentemente, embora tenha se interessado por um carrinho de controle remoto), saímos da loja de brinquedos e caminhamos um pouco mais, passando por lojas e vez ou outra comprando alguma coisinha que os meninos queriam (quer dizer, Yoongi comprava), para evitar alguma outra birra. Me perguntava se era assim que os três tinham tudo que queriam no quarto deles, até me lembrar de que o pai deles era rico, e o padrinho deles também. Sortudos.

Paramos em uma sorveteria e Yoongi pegou casquinhas de chocolate para nós cinco. Nos sentamos em uma mesa e saboreamos do sorvete até dar cinco e pouco. Então descansamos mais um pouquinho e voltamos a andar. O centro não era muito grande, e logo já estávamos chegando no final, na área mais residencial do que comercial. Íamos voltar, até que os três avistaram um pula-pula no final da rua. Yoongi os levou até lá sem hesitar e pagou para que eles entrassem.

Depois que eles subiram, Yoongi me esticou a sacola da loja de brinquedos.

— Fica aqui olhando eles? — ele me perguntou. — Vou ver um negócio.

Sorri de canto, pegando a sacola.

— Cuidar deles é meu trabalho, Yoongi — o lembrei.

— Ah, é — ele disse, sorrindo, e então se afastou. Fiquei com vontade de perguntar para onde ele iria, mas ele já estava longe antes que eu pensasse na questão.

Então me virei para observar os meninos bem a tempo de ver Jungkook caindo no pula-pula. Tudo virou uma confusão de gritos e risadas, e eu sorri ao vê-los assim.

Alguns minutos depois, quando eu estava rindo das palhaçadas que os três faziam na cama elástica, senti duas mãos agarrarem meus ombros e me darem um solavanco fraco. Meu coração disparou de susto e eu me virei para vem quem era o filho da...

— Yoongi! — gritei. — Você quer... — Pausei para acalmar minha respiração. —... me matar?

Ele riu.

— Você se assusta fácil — ele comentou.

Coloquei uma mão em meu peito, sentindo meus batimentos cardíacos ainda acelerados.

— Seu... Argh! Estamos no meio de um local movimentado! É claro que se alguém agarrasse meus ombros eu iria morrer de susto! — exclamei, desferindo um tapa contra seu ombro.

— Tá bom, tá bom, desculpa — ele disse, ainda rindo. — Ei, já passou.

Respirei fundo mais uma vez, engolindo a vontade de dar uns tapas no meio da cara dele.

— Vai ter troco — eu disse.

— Claro que vai — ele disse, agora sorrindo presunçoso.

A vontade de enchê-lo de tapas voltou, mas a segurei.

— Pra onde foi? — perguntei.

Ele deu de ombros.

— Só fui ver o preço de um aparelho — disse, indiferente.

— Que aparelho?

Yoongi ia responder, até que foi atrapalhado pelas crianças descendo do pula-pula e vindo em nossa direção. O tempo havia acabado.

— A gente quer pular mais! — eles reclamaram.

— Não, não — neguei —, já está ficando de noite, o pai de vocês tá pra chegar. Vamos pra casa.

E aí tudo que eu ouvi foram resmungos e lamúrias. Não contive a risada. Eles eram adoráveis demais.

Eles calçaram os sapatos e então voltamos a caminhar para onde Yoongi havia estacionado o carro. Joguei a sacola no banco de trás depois que entrei, com Jungkook no colo. Sua nuca estava encharcada de suor, isso com alguns minutos pulando. Espero que Seokjin não esteja cansado hoje, pois tenho certeza que os três estão na mesma situação: precisando de um bom e longo banho.

Falando de Seokjin, logo me lembrei de que tinha que falar com ele a respeito da minha saída. Suspirei, pensando em como diria isso. Criei um diálogo em minha cabeça, com as minhas falas e as dele, coisa que eu gostava de fazer antes de uma conversa importante. Eu sempre previa uns 50% do roteiro.

Chegamos na casa exatamente as seis horas, e eu percebi o quanto Yoongi era pontual. Quando marcamos de sair, ele chegou na hora exata (acho que até nos segundos exatos), e quando ele marcava de passar aqui para passear com os meninos, ele também chegava na hora certinha. É tão raro ver gente assim.

Antes de eu abrir a porta pra que ele descesse, Jungkook se virou pra mim.

— Você vai vir amanhã, Jimin? — ele perguntou.

Jungkook tinha aquela mania de falar com tom manhoso que me deixava todo derretido. Me perguntava se ele tinha noção do jeito que falava ou se era apenas porque ele ainda era uma criança e por isso sua voz era assim.

— Vou sim, bebê. Ainda vou vir por alguns dias — respondi, deixando um beijo em sua testa e abrindo a porta para ele pular do carro. — Boa noite.

Ele me respondeu com um aceno e correu para dentro de casa com os irmãos. Antes de passarem pela porta, avistei Hoseok e Taehyung virando para nós e dando risadinhas. A porta se fechou e eu tive que esconder o rosto para evitar que Yoongi visse minhas bochechas vermelhas.

Seokjin chegou instantes depois. Ele estacionou seu carro atrás de nós e pude vê-lo descendo do automóvel pelo retrovisor. Ele passou a mão pelos cabelos loiros antes de fechar a porta e vir em nossa direção.

— Tenho guardas? — ele brincou. Dei risada para não perder o emprego. — E aí? O que estão fazendo aqui?

Argh. Seokjin também falava “e aí”.

— Se quer nos expulsar, fale diretamente — Yoongi retrucou.

— Falei com Jimin.

— Você colocou a frase no plural.

— Olá, Jimin — Seokjin se virou para mim —, o que faz por aqui?

Yoongi fez algumas caretas e eu dei risada.

— Olá, Seokjin. É... Eu preciso conversar com você — eu disse.

— Ah. — Ele se apoiou na porta aberta. — Tudo bem. Sobre o quê?

Todo meu roteiro se dissipou da minha mente, e eu me vi sem palavras. Por sorte, Yoongi percebeu e me ajudou:

— Jimin vai ter que sair do emprego — ele disse.

A expressão de Seokjin mudou de divertida para confusa.

— Por que? Aconteceu alguma coisa? — perguntou.

— Não, é que... Sim — respondi. — Eu vou me mudar. Pra capital. Pra estudar.

Não era bem esse rumo que eu queria na conversa. Tinha roteirizado uma conversa mais madura e séria, mas no momento atual eu estava nervoso e enrolando as palavras.

— Ah — Seokjin disse novamente. — Que bom, Jimin. Vai estudar o quê?

— Tenho um curso na cabeça, mas ainda não tenho total certeza — respondi.

Realmente, havia feito essa decisão em algum momento enquanto estávamos passeando pelo “shopping”. Era um curso que eu já pensava quando era adolescente.

— Mas quando você vai para capital?

— Faço a prova de admissão nesse domingo agora. Se eu conseguir passar pro curso que eu quero, me mudo pra capital em duas semanas.

— Ah. — Parecia a única coisa que ele sabia dizer.

— Sinto muito por estar saindo assim — eu disse.

— Ah, não! — ele exclamou. — Não peça desculpas. Sua carreira em primeiro lugar. Eu vou ficar bem.

Ele sorriu, e eu sorri de volta. Depois que prometer deixá-lo a par com a minha mudança, nos despedimos e eu fechei a porta do carro.

— Não foi tão difícil — Yoongi comentou enquanto ligava o motor.

— Na sua concepção — eu disse.

O carro parou em frente à minha casa instantes depois.

— O que era aquele negócio que você foi ver hoje no centro? Quando os meninos estavam no pula-pula? — perguntei.

Ele sorriu.

— Outro dia te mostro. Agora não dá — ele disse.

— Argh! — reclamei, e ele riu. — Devia ser crime deixar para falar as coisas no outro dia. Odeio ficar na curiosidade!

— Calma. Espere até domingo.

— Minha prova é domingo e sua resposta é domingo — comentei. — Acho que vou morrer de ansiedade nesse dia.

— Não vai — ele disse. — Qual curso que você está pensando em fazer?

— Ah. É... Quer dizer, eu ainda não tenho certeza. Eu preciso pensar mais um pouco. Vou pesquisar sobre ele um pouco mais agora de noite para ver se é o que eu quero mesmo.

— Mas qual é? — Yoongi insistiu.

— Se você me contasse o que foi ver hoje, eu te contaria o meu curso.

Ele revirou os olhos.

— Essa história de novo? — Eu dei risada. Ele balançou a cabeça e se inclinou pra me beijar. — Eu aguento minha curiosidade. Boa noite, Jimin. Sonhe comigo.

— Claro que sim — eu disse, e ele riu. Abri a porta do carro. — Boa noite, Yoongi.

— Estude — ele acrescentou assim que pulei do carro.

— Você quer que eu estude ou sonhe com você? — perguntei.

— Os dois. — Ele deu de ombros.

Balancei a cabeça.

— Vou tentar. Basta abrir um livro que eu fico nervoso. — Uma brisa gélida me atingiu e eu me encolhi. — Vou entrar logo. Está frio.

— Tudo bem. Até amanhã.

Sorri para ele e então fechei a porta do carro, correndo para dentro de casa.

Mas o que será que Yoongi estava aprontando agora?

 


Notas Finais


nem sei mais to loca

antes de saírem da página/descerem para os comentários, deixem-me esclarecer uns pontinhos para vcs:

a) elefante colorido melhor brincadeira de infância do mundo. não sei se todos aqui conhecem, mas é realmente muito legal. adorava brincar dela na rua quando era criança. SAUDADES

b) cobra-cega = cabra-cega. aqui do lado do acre a gente sempre falou cobra NÃO SEI PQ

c) espero que tenham entendido como funciona mais ou menos a faculdade do jimin. qualquer dúvida, pergunte pra mim nos comentários que eu respondo. as vezes não explico as coisas direito, lol

d) o motivo da minha demora é sempre a escola e meus compromissos pessoais. estou entrando no computador com menos frequência que antes, e por só escrever os capítulos nele, isso resulta na minha demorinha chata. também não gosto de atrasar nos capítulos, assim como acho que vcs também não hahaha ~corre~

deixem o chute de vocês do curso que o jimin tá pensando em fazer. bora ver quem passa perto hehehe. vai ser revelado daqui a alguns capítulos. quem acertar ou passar perto ganha balinha. só não dica pq se não vai ficar óbvio.

mais uma vez, muuuuuito obrigada pelo carinho de vcs <3 é essencial pra mim, principalmente pra parte da inspiração. anjinhos do meu core mamãe ama vcs na mesma intensidade que ama kim taehyung

beijaaaaoo


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