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História O Banquete das Serpentes - Cersei I


Escrita por: KhanRost

Notas do Autor


Okay... O primeiro capítulo a ser postado é esse da Cersei.

Espero que gostem.

Capítulo 1 - Cersei I


Cersei não dormia tão calmamente há anos. Antes, era Robert quem não a deixava dormir, e agora os deveres para com o pequeno conselho e o povo. Ser Rainha Regente de Joffrey era um trabalho difícil de fazer. Ele é como o pai, nunca se preocupa com as reuniões, só em lazer e diversão. Mas isso não a incomodava, ele era seu filho, e ela o amava. Mas este trabalho tinha lá suas vantagens; assim como desvantagens, e nunca poder dormir era uma delas.

— O que houve? — disse ela num sobressalto de sua cama quando foi acordada.

Algumas pessoas estavam envolta de sua cama. Certos rostos ela conseguia distinguir apesar de sua sonolência, outros não passavam de um borrão irreconhecível. Mas logo aquele estado passou e ela pôde ver quem estava em seus aposentos.

— Senhora Regente, é bom ver que está acordada tão cedo — o primeiro a dizer algo foi a Aranha. Apesar de estar em plena madrugada, ele parecia inteiramente disposto.

Varys nunca fora seu amigo, na verdade, nunca tivera muitos amigos, nem quando era uma criança em Rochedo Casterly. O pai nunca a deixara visitar as vilas para se misturar às outras crianças.

— Você é uma nobre, não deve se misturar aos plebeus da cidade. — era o que Lorde Tywin dizia quando pedia, mas o que mais a indignava era que Jaime sempre podia andar livremente, era uma das vantagens de ser um garoto e herdeiro de Rochedo Casterly. Eu devia ter nascido um garoto. Cersei sempre dizia para si mesma. Mas não era. Já estava conformada com isso.

— Diga logo, Varys! Ou será que terei de fazer Sor Ilyn fazê-lo por mim?

— Nossa! E ainda de bom humor! — Varys trajava um gibão roxo de mangas largas, as quais cobriam as mãos quando cruzava os braços.

Cersei estava começando a ficar irritada. Primeiro, incomodavam seu sono e depois ainda demoravam em dizer o motivo.

— Desculpe-nos por incomodar seu sono, Vossa Graça. — Meistre Pycelle sempre soube escolher bem as palavras antes de usá-las. Isso era algo útil em Porto Real, principalmente com Cersei — É que ocorreu um imprevisto há algumas horas.

Cersei ficou curiosa, mas sempre soube disfarçar a própria ansiedade com outros sentimentos, como a raiva.

— Como assim imprevisto?! — disse ela com um tom de fúria na voz — Imprevistos não ocorrem ao acaso, Pycelle! O que houve?

Dessa vez foi a vez de Petyr de falar.

— Vossa Graça, há certas horas, alguns dos guardas das muralhas disseram ter visto uma pequena embarcação saindo do porto, e... Bem, não se importaram muito, a princípio — Petyr falava calmamente, como se tudo estivesse no seu controle. Mas, pelo visto, não está desta vez. — Mas o problema chegou um tempo depois, quando viram mais duas galés saindo de Porto Real, e como nenhuma ostentava estandartes, imaginaram ser apenas comerciantes, mas quando Pycelle foi ao quarto de Lorde Stark... Não havia ninguém lá e estava completamente vazio o cômodo, assim como todo o resto da Torre da Mão. E... Nenhum outro Stark foi encontrado em todo Porto Real.

Agora Cersei estava furiosa. Como não perceberam nada?! Como puderam ser tão burros em deixá-los escapar?!

Tudo já estava combinado com Petyr. E agora tudo estava perdido. Todo seu plano indo por água abaixo. Bem... Todo plano de Petyr.

— Senhora, nós tentamos impedir, até mandamos um navio atrás para atacar, mas estava muito escuro e acabou perdendo-os de vista. — Sor Barristan Selmy trajava sua armadura e seu sempre usual manto branco da Guarda Real. Ele segurava o elmo nos braços, o que o dava uma postura mais jovial. Como Jaime. Desde sua partida da cidade Cersei estava inconformada. Eram irmãos, e acima de tudo amantes. Os dois sempre souberam disfarçar bem. Menos para Tyrion. Ele sempre fora esperto demais para cair nas mentiras, mas Cersei nunca se preocupara se ele ameaçasse contar. O que valeria as palavras de um anão contra as da Rainha Regente de Westeros?

— Isso não importa! O importante é que os perdeu! — sua raiva estava começando a entrar nos limites naturais, já que o sono se perdera todo. — Para que vale um manto da Guarda Real se você não sabe proteger a realeza?

Barristan pareceu surpreso e ao mesmo tempo curioso com a pergunta e só pôde responder:

— Mas, Vossa Graça, a realeza está a salvo aqui na Fortaleza Vermelha e...

Antes que pudesse completar Cersei interrompeu-o.

— Está a salvo, é? E quanto a Sansa Stark? — ela decidiu jogar duro agora, nunca gostara do velho, mas agora arranjara uma desculpa para mandá-lo embora — Talvez eu deva lembrá-lo que ela iria se casar com Joffrey. E quanto ao rei? Não me lembro de tê-lo salvado em seu leito, Sor Barristan.

O Senhor Comandante da Guarda Real se ajoelhou perante a rainha agora de pé. Todos os presentes que estavam ali desconfiavam do que a rainha pretendia fazer, talvez até antes mesmo dela saber. Barristan se apoiou em sua espada e pediu perdão a Cersei. Foi então que ela decidiu o que falar:

— É impressão minha ou o senhor está tão velho que precisa se apoiar na própria espada? — ela deu um sorrisinho gentil e prosseguiu: — Não tem como servir mais a Guarda Real dessa maneira.

O cavaleiro levantou sua cabeça, espantado. Antes estava imóvel como uma estátua, mas agora estava nervoso e tremia.

— A senhora está me demitindo? — ele se levantou rapidamente. Os seus olhos demonstravam sua raiva. Era tão normal para Cersei olhar através dos olhos das pessoas e saber seus sentimentos. Jaime a dizia que era um tipo de dom, mas ela tinha suas dúvidas — Só a morte pode demitir um membro da Guarda Real, somos uma Irmandade Juramentada!

— A morte de quem, Sor Barristan? — Cersei disse num tom suave e calmo — A sua ou a do rei?

Ele agora aparentava mais velho, rugas apareceram em volta dos olhos e a boca tremia quando falava.

— Vossa Graça — ele finalmente disse após uma pequena pausa — Fui escolhido para as Espadas Brancas no meu vigésimo terceiro ano. Sempre sonhara com isso, desde o primeiro momento em que empunhei uma espada. Renunciei a qualquer pretensão à minha fortaleza ancestral. A donzela com quem ia me casar desposou meu primo, eu não tinha falta de terras ou filhos, viveria pelo reino. Foi o Sor Gerold Hightower quem ouviu meu juramento... De proteger o rei com todas as minhas forças... De dar meu sangue pelo dele... Lutei ao lado Do Touro Branco e do Príncipe Lewyn de Dorne... Ao lado de Sor Arthur Dayne, a Espada da Manhã. Antes de servir seu pai, ajudei a proteger o Rei Aerys, e antes dele o pai, Jaehaerys... Três reis... Três reis!

— E todos estão mortos agora — recordou Mindinho

Cersei certamente não o queria mais em Porto Real. Para ela, era apenas um velho arrogante.

— Caro Sor Barristan, o reino precisa de alguém mais jovem e ágil como o Senhor Comandante da Guarda Real. Por isso, meu irmão, Sor Jaime Lannister, irá tomar seu posto — ela falava de um modo calmo, como se fosse uma decisão de muito tempo, quando, na verdade, era algo que acabara de lhe vir à mente — Não fique desapontado, posso convencer meu pai a te dar alguns quilômetros de terras a norte de Lannisporto. Será na costa do mar e terá tanto ouro e criados que poderá construir uma bela fortaleza.

— Ela está certa, Sor — dessa vez, fora Pycelle quem disse alguma coisa com sua serenidade e lentidão na fala. Não, ele não concorda comigo. Notou Cersei. Só não quer discordar de uma rainha, principalmente uma como eu — Deveria aceitar a proposta

O Senhor Comandante apenas desafivelou o manto branco dos ombros, que caíram levemente no piso de mármore do quarto, levantou o dedo e disse:

— Sou um cavaleiro, e morrerei como um — ele com certeza estava com raiva, e Cersei percebia que não era pouca — Se acham que o Regicida conseguirá proteger o rei quando matou um, que coloquem ele no meu posto — ele também retirou o cinto com a espada e a atirou aos pés de Cersei — Se quiser, derreta-a e ponha no trono também. Imagino que quando Daenerys chegar pelo mar, sem nenhum aviso, ela adorará — e ele saiu pela porta empurrando todos em seu caminho. Alguns dos guardas queriam ir atrás, mas Cersei os impediu. Ele pode ser velho e arrogante, mas para me desafiar tem que ser muito corajoso.

Cersei só queria poder voltar a dormir, porém ela sabia que não poderia. Agora eu teria de discutir assuntos urgentes do reino. E parece que terei de procurar mais membros para o pequeno Conselho. Mas este assunto poderia esperar. Tinha coisas mais importantes a resolver.

— Saiam! Agora! — Pycelle, mesmo com a sua idade, podia correr muito bem quando queria. Varys caminhou lentamente até a porta, enquanto Mindinho pegava um de seus livros que tinha posto em uma pequena mesinha e caminhava em direção à porta — Você não, Mindinho.

Petyr parou de andar assim que Cersei disse as palavras. Os guardas fecharam as portas e assim ficaram a sós no grande aposento.

Cersei ainda se lembrava de quando ela e Robert tiveram sua primeira vez juntos naquele mesmo quarto. Ele estava tão bêbado com a festa que nem percebeu que eu não era mais uma donzela. Assim que Robert morreu, a primeira coisa que ela fez foi mandar trocarem o colchão. Não queria qualquer coisa que a fizesse lembrar-se de Robert. Eles realmente haviam se amado no início. Mas o amor é apenas uma ilusão. Ela não se importou mais com ele após saber que a traía com meretrizes de Winterfell à Lançasolar. Ela queria mais que ele. Ela queria o trono. Precisava do trono, mas não de Robert. Assim que viu uma oportunidade, ela agiu. Ordenou a seu primo, Lancel, que desse o vinho forte para Robert sempre que pudesse e a mata terminaria o trabalho. Não foi difícil convencê-lo, só precisou abrir as pernas e deixá-lo fazer o resto, difícil mesmo foi ver a tristeza nos olhos de seus filhos quando descobriram que o pai havia morrido. Cersei amava os filhos mais que tudo, talvez mais até que o trono, nem ela sabia de qual gostava mais. Apesar de os filhos acharem que Robert era seu pai, ela sabia da verdade. Jaime era o pai. Mas ninguém além dela e de Jaime sabiam. Talvez o anão desconfie. Mas ela não ligava para suas ameaças, nunca ligou.

— O que quer comigo, Vossa Graça? — Mindinho exibia um sorriso na face.

— Você sabe muito bem, Lorde Baelish — a rainha já não exibia o mesmo sorriso — Lorde Stark, Petyr! Já tínhamos decidido tudo e o nosso plano simplesmente vai por água abaixo! — Mindinho estava muito calmo e sorridente. Ele sabe de alguma coisa e não quer me contar! — O que você sabe que eu não sei? — disse ela após um pequeno momento de pausa.

Petyr foi até uma das mesas, pegou uma taça e encheu-a de vinho, após isso, se sentou na cadeira de mogno de frente para a cama da Rainha e disse:

— Ora, ora, sei de algo que nem a própria Rainha Regente e seu mestre dos sussurros sabem — ele aspirou o ar fortemente com um sorriso na face de quem estivesse aproveitando o momento — Estou adorando isso!

— Ande logo com isso, Petyr! — disse Cersei num tom mais alto — Sabe que não tenho muita paciência... E nem medo de mandar um dos meus guardas ou até Jaime de te perseguir!

Petyr fingiu uma cara de espanto.

— Olha só! A Rainha usa ameaças como um escudo — Petyr voltou a sorrir e prosseguiu: — Imagino Cersei, que o que Vossa Graça quer saber é que eu mandei meus melhores homens e espiões atrás dos Stark. Eles se misturaram com nortenhos, penso eu que ninguém reparará. Eles estão em suas galés e me manterão informados dos passos de Lorde Eddard e sua pequena matilha!

Finalmente, o dia de Cersei voltou a se alegrar.

— Belo trabalho, Mindinho! — depois de tanto tempo um sorriso se esboçou em seu rosto — Eu só espero que a nossa passarinha nos mantenha informados também.

Por um momento Petyr parecia confuso. Suas sobrancelhas se uniram em uma expressão de desentendimento.

— Como assim, Cersei?

Cersei, com seu sorriso de quem está planejando algo, disse:

— Sansa Stark, é claro! — Cersei se sentou na borda da cama — Pelo que eu me lembre, da última vez que a vi, ela estava adorando a capital.


Notas Finais


Se gostaram, comentem

Se não, comentem também para eu poder aprimorar nos meu erros e tentar mudá-los.


Tentarei postar um capítulo por semana, sendo que o próximo é da Arya


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