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História O Banquete das Serpentes - Arya I


Escrita por: KhanRost

Notas do Autor


Oi, pessoas!! Então... Segundo capítulo da fanfic...
Espero que gostem!!

Capítulo 2 - Arya I


O balançar no navio deixava Arya enjoada.

        A primeira noite fora a mais difícil. Arya nunca havia estado em um navio anteriormente, logo, fora complicado se acostumar com os movimentos deste enquanto fazia tentativas fúteis de dormir.  Na tarde do dia seguinte, ela duelava com Syrio Forel no convés da embarcação na esperança de conseguir habituar-se melhor à deslocação do navio, sem sucesso infelizmente.

        Pelo menos estou melhor que Sansa. A irmã mais velha não conseguia manter nenhuma refeição dentro de si e ficava o tempo todo em sua cabine compartilhada, deitada na cama reclamando e chorando por terem partido da capital.

        — Quero retornar a Porto Real imediatamente! Eu e Joffrey vamos nos casar! Ele me ama! — argumentava ela sempre que seu pai aparecia para vê-las. Lorde Eddard Stark, porém, nada respondia. Até o momento não sabiam ao certo o motivo de terem deixado a grande cidade às pressas.

        — Porto Real não é lugar para os Stark de Winterfell — era o mais próximo de uma resposta que conseguiam dele.

        Arya sabia que a capital não era segura desde que ouvira a conversa dois dois homens com vestes esquisitas sobre assassinar a Mão do Rei. Mas quando ela correu para alertar seu pai, este não lhe deu ouvidos. Deve ter refletido sobre meu aviso.

        Mas isso não lhe importava agora. Estavam seguras naquele navio. E Arya apreciava cada segundo que passava nele...

        - Morta -  Arya fora despertada de seus pensamentos pelo sotaque braavosi de seu instrutor.

        A espada de madeira do dançarino da água estava encaixada perfeitamente no fino pescoço de Arya, enquanto a outra mão desse segurava algumas mechas de seu cabelo, de modo que puxava sua cabeça levemente para trás.

        — Ai! — exclamou Arya.

        — Não está prestando atenção, garoto.

        Syrio lhe lançou um olhar repreendedor.

 

        E realmente não estava. Era difícil se concentrar na lição quando tudo aquilo acontecia ao seu redor.

        — Desculpe.

        — Um dançarino de água nunca se desculpa. — seu olhar era severo e Arya sabia o quão rígido ele poderia ser — Agora...  Alto!

        Suas espadas de madeira colidiram-se num sonoro clac quando Arya parou seu golpe.

        ­— Esquerda — mais um sonoro tinido aconteceu ao choque das espadas. Arya nem focava mais no que estava acontecendo, realizava os movimentos automaticamente, e deslocava o toco de madeira como se este fizesse parte de seu braço.

        — Direita. Alto. Esquerda. Baixo. Alto. Direita. — bradava seu instrutor audivelmente.

        O som da colisão das espadas fazia Arya se lembrar de casa. A imagem de Winterfell vinha vividamente em sua lembrança. Os irmãos lutando no pátio, Septã Mordane e sua face carrancuda lhe dando severas repreensões por não tecer tão bem quanto Sansa, o pai sentado na cadeira do salão atendendo aos seus vassalos, sua mãe lendo algum livro deitada em sua cama. Me pergunto se um dia tudo irá voltar ao normal...

                                                                                        ___/__\___

        Como de costume, Arya fazia suas refeições dentro de sua cabine, a qual era compartilhada com Sansa, tendo de escutar, então, todas as suas reclamações.

        — Eu não quero comer isso! Quero voltar para a Fortaleza Vermelha e comer junto a família real e Joffrey! — e desatava a chorar e vomitar.

        Era claro que Septã Mordane não estava naquele mesmo navio, pois se estivesse Sansa não agiria desta forma. Às vezes, o fato de Sansa agir de modo perfeito apenas para impressionar a tutora irritava Arya. Irritava-a a ponto de implicar com Sansa na presença da septã apenas para essa perder sua compostura e ser repreendida em seguida, mas Sansa sabia como ter paciência quando queria, então Arya era a única a levar a bronca, o que deixava-a mais estressada.

        Assim que Arya terminou seu jantar, a garota andou pelo navio a procura de seu pai, encontrando-o a avistar o turbulento mar no convés da embarcação.

        Arya se aproximou silenciosamente. Silenciosa como uma sombra. E parou ao lado do pai.

        — E como vai minha lutadora? — disse Ned com um sorriso ligeiro no rosto.

        — Syrio diz que somos dançarinos de água, não lutadores ou guerreiros. — Arya encarou seu pai com um olhar pensativo — Pai, você acha que eu dia eu poderei lutar de verdade? Em uma batalha de verdade e com uma espada de verdade?

        Seu pai lhe lançou um olhar reflexivo e ao mesmo tempo triste.

        — Nunca se sabe o que o futuro nos guarda...

        — Syrio diz que o futuro é tão incerto quanto o passado.

        — Se já tinha sua resposta por que veio a mim?

        Arya se pegou sorrindo. Mas o sorriso não permaneceu por muito em sua face.

        — O que vai acontecer conosco agora? — Arya perguntou — Digo... Iremos voltar para casa? Irei rever meus irmãos? Por que aqueles homens queriam te matar...?

        Antes que pudesse terminar a pergunta Eddard lhe interrompeu.

        — Porto Real é perigoso para nós. Somos uma matilha, somos forte quando juntos, o título de Mão do Rei nos afastou e nos deixou desprotegidos. Irei fazer de tudo para você e sua irmã retornarem em segurança para casa, mas eu não posso voltar ainda

        — Por que não?

        — Tenho trabalhos a fazer em Pedra do Dragão ainda.

        Arya não entendeu o que o pai quis dizer com "trabalhos", mas decidiu não perguntar, até porque sabia que ele não iria ser completamente honesto.

        Ela queria voltar para casa, retornar ao frio aconchegante de Winterfell, mas ao mesmo tempo não queria voltar sem seu pai. A garota sabia que o castelo não seria o mesmo sem o pai... e sem Jon. Será que ele se lembra de mim com frequência durante seu treinamento na Patrulha da Noite? Arya se fazia essa pergunta sempre que se lembrava dele. Ele foi durante muitos anos seu melhor amigo em Winterfell, isso até a chegada dos lobos e ela ganhar Nymeria. De vez em quando Arya se recordava de sua loba também, mas sempre que o fazia tentava não permanecer com ela na cabeça por muito tempo ou acabaria se entristecendo.

        — Está esfriando... — disse a garota enrolando seus braços ao redor de seu corpo.

        — Não acredito que estou vendo uma Stark de Winterfell sentindo frio no Sul. — disse o pai com um sorriso no rosto. Arya riu do comentário, mas não o respondeu.

        Depois de tantos meses na capital Arya havia se esquecido de como era o frio do Norte. Após de tantos anos morando em Winterfell, Arya havia se acostumado ao clima gélido de lá, nunca havia passado por nenhum inverno, então não sabia o que era "frio de verdade", como diziam as lendas, mas mesmo assim sofria às vezes com as baixas temperaturas de casa.

        Era noite, e um denso nevoeiro cobria o mar, mas Arya conseguia ver ao longe estátuas, gárgulas e o esboço de um enorme castelo. Ela se virou para o pai e percebeu que ele também havia avistado Pedra do Dragão se aproximando lentamente com o balançar contínuo do navio, e reparou também em uma feição preocupada em sua face.

       

       

 


Notas Finais


Então, pessoas? o que acharam?
Próximo capítulo (espero que saia) domingo que vem e será do Eddard!


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