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História O Banquete das Serpentes - Eddard I


Escrita por: KhanRost

Notas do Autor


Pessoas... Me desculpem pela demora... é que agora já não estou mais de férias e minha vida voltou a ficar enrolada, sendo assim, não sei se poderei continuar a postar semanalmente como prometido antes... Vamos ver...

Capítulo 3 - Eddard I


        A mesa possuía mais de quinze metros, cerca de sete metros de largura em seu ponto mais largo, e menos 1,5 metro em sua parte mais estreita. Fora esculpida e pintada na forma de um detalhado mapa de Westeros, sendo que no local onde deveria estar Pedra do Dragão havia uma cadeira de madeira elevada onde Stannis Baratheon estava sentado rodeado por seus conselheiros.

        Enquanto Eddard atravessava a porta do cômodo sendo guiado por dois guardas, ele tentava reparar nos conselheiros de Stannis, todos pareciam pessoas comuns, alguns lordes vassalos dos Baratheon de Ponta Tempestade, um meistre, mas foi a mulher que lhe chamou atenção... A mulher estava de pé ao lado do senhor de Pedra do Dragão, trajava um longo vestido vermelho. Aliás, tudo nela era vermelho, desde de seus longos cabelos acobreados aos seus olhos cor de rubi. Era uma presença estranha naquela sala, e de alguma forma conseguia emanar um certo calor.

        Foi Stannis que lhe tirou de seus pensamentos na Mulher Vermelha.

        — Fiquei surpreso quando meu mensageiro me disse que Lorde Eddard Stark de Winterfell solicitava uma reunião com urgência perante a mim. — Stannis lhe lançava um olhar de curiosidade do alto de sua cadeira — O que te traz aqui, Lorde Stark?

        Ned sabia muito bem o que estava fazendo ali, pensara muito sobre isso logo após a conversa com Renly sobre atacar os Lannister assim que Robert morresse. "Atacará! Agora, enquanto o castelo dorme". Eddard nunca ousaria agir de tal modo. Não enquanto seu amigo e rei morria no corredor ao lado. Não... Eddard pensou muito bem sobre o assunto... Até que decidiu fugir enquanto ainda havia tempo. Pegou suas filhas e seus homens na calada da noite e fugira da capital nas galés que Vayon Poole lhe arranjara. Fugiram enquanto o castelo dormia. Fugiram em direção a Stannis Baratheon, o legítimo herdeiro de Robert Baratheon.

        — Vim atrás de uma reunião em particular com Vossa Senhoria.

        — A mando do Rei Joffrey e seu conselho, imagino eu. — Eddard não se admirava que Stannis não sabia de sua fuga. Imaginou que a Mulher Lannister trataria de não deixar essa informação vazar da Fortaleza Vermelha assim que pudesse.

        — Na verdade, meu senhor... — Eddard, que até então mantivera os olhos baixados, olhos direto nos olhos do Baratheon — Vim prestar minha lealdade ao legítimo Rei dos Sete Reinos.

        Enquanto fazia uma reverência, podia ouvir as exclamações surpresas dos lordes presentes. Mas viu também que a Mulher de Vermelho ainda permanecia imóvel, mas percebia em seu olhar que ela o analisava. Ela, então, se virou para Stannis e sussurrou algo em seu ouvido, ele parecia interessado no que ela dizia e permanecia com o olhar fixo em Ned. Até que ela se voltou a sua posição inicial.

        — Saiam, todos vocês. — disse ele calmamente — Quero ficar sozinho com Lorde Stark. — Stannis podia não ter o melhor humor, mas algo que Ned admirava nele era sua autoridade. Assim que falou, todos saíram do cômodo sem contestar. Todos menos a Mulher Vermelha.

        O silêncio ficou no ar por alguns segundos antes que Stannis  o quebrasse.

        — Lorde Stark, o senhor sabe os crimes que Cersei Lannister cometeu, correto? E sabe das consequências de suas ações? — 3 filhos. Eddard pensou consigo mesmo. Stannis olhava-o confuso e parecia tentar entender a qualquer custo como ele sabia daquelas informações.

        — Sim, eu sei, Vossa Graça.

        Stannis remexeu-se em sua cadeira.

        — Ora... Não sou rei algum. Por que dirige esse título a mim?

        — Pode não ser agora... Não tenho certeza se estou em posição de dar conselhos, entretanto aconselho-o a auto-proclamar-se Rei e Protetor do Reino. O garoto Lannister não é digno do Trono de Ferro!

        Tanto Stannis quanto a Mulher Vermelha não pareciam espantados com as falas de Eddard, e de algum modo, este presumiu que esse plano já estava sendo cogitado e prestes a se tornar realidade.

        — Pois, este plano já está sendo concretizado, Lorde Stark... — era a primeira vez q a Mulher Vermelha se dirigia a ele. Ela falava calma e suavemente. Seus olhos vermelhos brilhavam com os reflexos das tochas acesas espalhadas pela câmara, o que a deixava com um ar sombrio.

        — Receio que não nos conheçamos... — Eddard olhava dentro de seus olhos, o que podia incomodar muitos, mas não aquela mulher.

        — Esta é a Sacerdotisa Vermelha Melisandre das terras de Asshai — Stannis respondeu por ela — Contudo, está aqui para conversar comigo e não com ela.

        Stannis possuía um tom de voz rígido e frio. Eddard se desculpou, mas Stannis logo pôs-se a falar, interrompendo-o.

        — Lorde Stark, não irei lhe informar detalhes, já que não sei se poderia confiar em você, mas irei dizê-lo o seguinte... — Stannis curvou-se em sua direção na cadeira — ... Sim, pretendo nomear minha causa em nome do Trono de Ferro, porém no momento certo... Não seria correto da minha parte como irmão lançar meus interesses no trono o qual era de meu irmão há apenas alguns dias atrás. — Stannis voltou a recostar-se, desta vez, porém, com as mãos unidas e os dedos cruzados — O senhor pode achar isso estranho vindo de alguém que nunca mostrou qualquer tipo de sentimentos carinhosos pelos irmãos, mas de qualquer forma ele era meu irmão, sangue do meu sangue, sangue Baratheon.

        Stannis lhe parecia sincero ao dizer aquelas palavras. Eddard sempre pensou que Stannis era do tipo incapaz de amar. Isso até aquele momento. Ele conseguia ver o remorso nos seus olhos, e podia perceber que ele estava de luto a sua própria maneira.

        — Meu senhor, — Eddard lhe prestou outra reverência — o Norte é seu, isso eu lhe garanto.

        — A noite é escura e cheia de terrores, Lorde Stark — Melisandre falou desta vez, ela se afastou de Stannis e se aproximou da janela mais próxima e pôs-se a admirar o mar — Eu não duvido de sua honra, contudo não posso dizer o mesmo de seus vassalos... — Eddard lançou-lhe um olhar de intriga e dúvida — Há muito ouço histórias do bom e honrado Protetor do Norte, o justo Lorde Eddard Stark. Entretanto... — ela fez um pausa e voltou-se para e frente e encarou Ned com seus profundos olhos escarlates — Ouço histórias também de lordes que esfolam seus inimigos vivos e patrulheiros que são difamados por dizerem a verdade. — antes que Ned pudesse abrir a boca para responder ela continuou — O Grande Outro nunca descansa... enquanto o senhor brinca de fazer justiça, Ele prepara se exército de mortos... O lema de sua casa não é O Inverno Está Chegando? Pois bem... Ele também está...

        Depois daquelas palavras, todos permaneceram em silêncio por alguns segundos antes de Eddard o quebrar.

        — Histórias são apenas histórias...

        — O que te faz crer que estas não são verídicas?

        Antes que Eddard pudesse rebater, Stannis disse:

        — Não estamos aqui para discutirmos crenças e contos. Lorde Stark veio a mim para prestar sua lealdade e sua ajuda e eu a aceito. Porém a termos a serem discutidos.

        Eddard sentiu-se aliviado ao escutar aquelas palavras, mas ao mesmo tempo sentiu-se tenso, pois tinha pressentimentos ruins quando ao acordo que estava prestes a vir.

        — Como eu disse, Vossa Graça, o Norte é seu. O que quiser eu puder fazer eu o farei.

        — Sim, claro — Stannis permanecia a olhá-lo de seu cadeirão — Mas eu queria saber mais o que seu filho pode fazer por mim...

        Eddard espantou-se.

        — Robb? Mas ele é só um garoto, mal se tornou um homem-feito...

        — Robb tem potencial, e ele pode me ajudar a reunir seus vassalos e marchar ao Sul para lutar em meu nome. — Stannis parecia convencido de que era aquilo que queria — Eu sei de sua idade reduzida, mas vejo que o único modo do Norte lutar sob meu estandarte é perante a liderança de seu suserano, e preciso de você ao meu lado, então me parece que seu filho é o mais apto a esse cargo.

        Eddard ainda estava incrédulo. Parece que foi ontem que lhe dei sua primeira espada de madeira, e hoje está sendo convocado para lutar em nome dos Baratheon. Mas realmente lhe parecia a única opção viável. Mas uma coisa ainda não fora esclarecida a Eddard...

        — Se me permite perguntar... — Eddard estava sendo cauteloso, tinha medo de provocar a ira de Stannis — Por que o senhor precisa de mim ao seu lado?

        A preocupação e a tensão lhe faziam o estômago revirar. Há apenas alguns dias atrás ele era Mão de Robert Baratheon em Porto Real resolvendo os problemas do Reino em seu nome. Agora, Robert estava morto, e Ned encontrava-se perante a Stannis Baratheon planejando uma guerra a qual nem tinha certeza se queria participar ativamente.

        Toda essa situação fez Eddard lembrar de quando lutou ao lado de Robert em sua rebelião aos Targaryen. Éramos jovens e cheios de vigor. Ele se lembrava de tudo o que teve que passar por Robert. Batalhas vitoriosas e perdidas. Ferimentos graves. Seu próprio casamento. Morte de muitos conhecidos. Jon. Lyanna...

        "Prometa-me, Ned”. Aquelas palavras ainda ecoavam em sua memória mesmo após 15 anos. Ned ainda se lembrava do sangue e do aroma de rosas em seu leito. Seus dedos apertavam levemente os dele. Ela ainda segurava sua mão quando desistiu de segurar-se a vida. A última vez que a vira, ela não passava de um corpo coberto de sangue e com pétalas azuis espalhadas em sua cama...

        — Preciso do senhor Lorde Stark, porque preciso do apoio do Norte, e que forma seria mais efetiva do que te nomear minha Mão?


Notas Finais


E então? Gostaram desse capítulo atrasado?

Me digam o que acharam e no que posso melhorar... ;-)


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