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História O Banquete das Serpentes - Margaery II


Escrita por: KhanRost

Notas do Autor


Espero que gostem....

Capítulo 9 - Margaery II


O casamento seria em menos que quatro dias, Jardim de Cima estava um caos e Margaery no cúmulo de sua calma.

        Depois do casamento de Garlan e de vários outros lordes da Campina, Margaery tinha se acostumado à movimentação que um casamento causava, e ainda mais casamentos que deveriam ser feitos às pressas como o dela seria. Depois que a comitiva de Renly chegara ao castelo e da reunião não tão particular com o senhor seu pai, marcaram a data do casório e tudo já estava sendo preparado. Ela escolhera deixar para a mãe e as primas as preocupações tal qual vestido, decorações e convidados. Enquanto isso, ela mesma se focava em assuntos melhores e mais urgentes, como seu novo título que em breve conseguiria: A Rainha do Sul, Margaery Tyrell Baratheon. O nome lhe caia bem. Não ligava quase nada para o fato de seu futuro marido preferir. . . outros a ela, desde que o título ainda lhe pertencesse, nada atrapalharia.

        Na tarde do terceiro dia para as festividades, encontrou-se com o irmão enquanto andava pelos jardins. Loras estava sentado em frente a uma das fontes, encarando seu reflexo com a mesma felicidade que mostrava no dia que chegara com Renly. Nem notou que ela se sentava ao seu lado, ou que ela colheu uma rosa e o ofereceu.

        - Parece que o casamento fará mais bem a você do que a mim – ela comentou.

        - Por que acha isso? – Loras respondeu, finalmente desviando o olhar das águas.

        - Sua felicidade o acusa. Mas não sei ao certo o motivo dela.

        - Você tem o sangue da vovó, claro que sabe o motivo dela – Loras disse com um impecável sorriso.

        - A quanto tempo estão juntos? – Ela arriscou.

        - Desde antes de deixarmos Porto Real em direção à Campina – ele começou cheirando a rosa que ainda segurava na mão alva – Foi pouco depois do Torneio da Mão, quando rei Robert ainda era vivo. Renly precisava de homens para guarda-lo naquela noite, seus guardas pessoais estavam ocupados com o torneio, por isso me ofereci.

        - Não me diga que passou sua primeira noite inteira vigiando a entrada da tenda – Margaery protestou.

        - Até a metade da noite pelo menos – Loras parecia não estar ali. Encarava os arbustos como se revivesse a tal noite – Quando ele me chamou. Dizia que não conseguia dormir de ansiedade pelo Torneio. E. . . pediu que eu o ajudasse a relaxar. Me ajudou a tirar a armadura e, quando vi, amanheci o dia seguinte ao lado dele, na tenda.

        - Uma noite apenas não é suficiente para deixar alguém feliz como você está.

        - Não faz apenas uma noite desde o Torneio da Mão.

        Pelo menos agora ela estava certa que o futuro marido teria motivos para sorrir enquanto estivessem juntos, mesmo que esse motivo não fosse ela. Mas, como a avó costumava dizer, casamentos são meras uniões repletas de interesses mútuos, e, quando algum desses interesses não favorece qualquer uma das partes, sempre haverá mais rosas no jardim. Talvez a rosa dela ainda estivesse no campo, esperando para ser colhida, ou talvez não tivesse nem mesmo florescido. Algumas rosas só exalavam seus perfumes depois da tenra idade.

        - E – Margaery disse tentando manejar o assunto para uma região de maior interesse para ela – O que eu devo esperar? Um companheiro que tem meu irmão como amante ou um marido que é tão fiel quanto o Alto Septão?

        - Mais que o Alto Pardal. Já conversamos sobre isso, e durante a luz do Sol, eu serei um guarda pessoal do rei e da rainha. Além de você e da vovó, ninguém saberá.

        - Vovó já sabe?

        - Não tenho dúvidas. Mas isso, é claro, se você concordar. Afinal, é a noiva dele.

        - Acha mesmo que eu acabaria com a alegria de meu maninho? – Ela disse abraçando o braço destampado dele e apoiando sua cabeça em seu ombro.

        Resolvido o que mais lhe preocupava até então, Margaery passou para assuntos mais extensos e longínquos. Deixou o irmão no jardim com a rosa e foi procurar por sua avó. Senhora Olenna, apesar da idade avançada, era a rosa mais espinhenta do castelo. Quase nunca se via parada em um lugar apenas, gostava de ficar, na maioria das vezes, apreciando o correr do rio Vago da torre dos quartos. Por isso, foi lá que ela foi primeiro, mas não viu sombra da avó, que costumava se sentar perto da janela. Continuou procurando-a, andando por todo lado e perguntando a todos que cia se a tinha avistado. A mãe disse que tinha visto Olenna no Septo, e, quando alcançou a grande construção de sete paredes, viu a Rainha dos Espinhos conversando com o Septão, acompanhada de seus guardas gêmeos.

        Quando notou a presença dela, Olenna simplesmente abandonou o Septão e foi em sua direção em seu costumeiro andar lento que desfasava sua verdadeira capacidade.

        - Tenho que conversar com você, criança – ela disse quando se aproximaram – Em menos de cinco dias você estará na comitiva do Rei viajando rio acima colhendo senhores para a guerra como se colhe trigo no outono.

        - Mas, como. . .- Ela não estava sabendo disso até então – Vou deixar o castelo?

        - Por que acha que alguém como Renly Baratheon se casaria com você se não por interesse bélico? Um homem como aquele preferiria jurar votos a um pêssego do que a uma mulher. A pior das crias de Steffon. Robert e Stannis roubaram tudo do pai, e o que sobrou? Renly. Seu pai estará com você na viagem, não que isso ajude em alguma coisa. Por isso quero falar com você. Quando passar pelo labirinto vivo em cinco dias, Margaery será o nome de uma rainha. Porte-se como uma. Não me refiro a postura física, mas mental – Olenna falava como se estivessem no quarto dela com a porta trancada não no meio do pátio lotado de soldados e pessoas – Um rei sabe do reino, a rainha sabe do rei. Você deve estar sabendo de tudo antes que vire Rainha Margaery.

        Quando conseguiu que a avó a escutasse, convenceu-a a irem para um lugar mais privado do que um pátio. Andaram em silêncio até um canto escondido de um dos jardins, normalmente ela ia até lá quando queria se ver sozinha para pensar.

        - O que quer dizer que uma rainha sabe do rei? – Ela perguntou quando se sentaram e o silêncio reinou.

        - Você deve saber tudo que Renly souber, até mais. É uma mulher Margaery. E nesse mundo, se uma mulher não souber jogar, é posta para fora no primeiro movimento. Não lutará, lutará? Então deve saber tudo que for possível.

         - E o que eu devo saber?

         - Primeiro que seu noivo é o terceiro rei em Westeros. Joffrey reina no trono de ferro enquanto Stannis no Mar Estreito. Os apoiantes de Renly se encontram totalmente entre as Terras Fluviais e Dorne, qualquer homem que estiver fora desses limites, está contra ele. Não sei se você entende de assuntos bélicos, mas se presta a devida atenção em tudo que lhe digo, sabe que quem controla a Árvore controla o mar. Para o seu bem, Renly controla a Árvore e os Redwyne, mas em compensação Stannis tem todos os senhores do Mar Estreito. Parece que todos estão cegos quanto a isso, mas toda a frota de Stannis junta, abateria os Redwyne. Enquanto ele mesmo não se der conta disso, estaremos seguros. Está entendendo?

        Margaery ainda estava meio abalada. A avó parecia querer que ela entendesse tudo sobre Westeros em alguns minutos. Se ela não soubesse de nada, quem se importaria? Ela continuaria sendo Rainha! Isso era o importante, não saber em qual parte do continente estavam os apoiadores de seu noivo.

        - Sei o que está pensando – Olenna disse com um tom de pena – Pensava o mesmo quando me casei com seu avô. Alerie também pensava o mesmo quando se juntou ao seu pai. Será uma rainha! Ganhará o maior dos títulos assim, facilmente. Tudo que terá que fazer é aguentar algumas traições por parte de seu irmão, que, apesar de você negar, te machucam por dentro. Saber que seu primeiro marido não a quer, apenas os guerreiros que acompanham seu dote. Sua mãe e eu aprendemos essa lição sofrendo na pele. Querida, estou tentando livra-la dessa lição. Aprenda comigo ou com o mundo lá fora, e acredite que o mundo não terá pena de ninguém. Ser rainha não é nada comparado aos perigos e consequências que o título traz.

        Olenna levantou-se, encarou-a com um olhar triste e beijou sua testa. Não disse nada, mas o gesto foi suficiente para que ela entendesse o que a avó estava tentando fazê-la entender.

        Os dias seguintes foram de pura correria. Margaery não conseguiu se livrar dos deveres do casamento por muito mais tempo. A mãe e as primas precisavam de ajuda e, como Olenna nunca se entregaria para os preparativos de um casório, ela foi forçada a presença constante das primas novamente.

        No dia do casamento, o castelo estava totalmente enfeitado, apesar do Septo ser o centro das atenções. As bandeiras Tyrell e Baratheon balançavam ao vento em quase todas as torres e pilastras. Guardas se postavam em todos os lugares, desde as portas principais aos jardins mais escondidos.

        O vestido de Margaery era longo, de calda larga e completamente verde. As bordas tinhas detalhes dourados que, quando observados mais de perto, eram veados galopando por campos. A avó lhe dera um broche que estava preso em seus cabelos, uma rosa prateada e com espinhos. Demorar para encontrar um lugar no vestido que o broche pudesse ser preso sem parecer deslocado, mas o cabelo fora perfeito, já que estava arrumado de modo que seus cachos chamassem o máximo de atenção possível. Usava, como era costumeiro, um manto pesado de inverno com a rosa Tyrell bordada magistralmente em fios dourados, que seria trocado pelo manto amarelo com o veado coroado Baratheon durante a cerimônia. Parecia que todo o nervosismo que não sentira até então, chegara de uma só vez na manhã clara e sem nuvens do casamento.

        O Septo estava recheado com os convidados do noivo e da noiva. A família Tyrell completa estava lá, boa parte dos Florent, os Redwyne, os Fossoway. . . Cada lorde da Campina e das Terras da Tempestade que apoiava Renly tinha pelo menos um representante no salão do Septo naquela manhã.

        A cerimonia em si ocorreu sem maiores problemas. O Septão disse as palavras necessárias, houve a tão esperada troca de mantos, quando Renly tirou de suas costas o pesado mando verde com a rosa e prendeu em seu lugar um leve manto amarelo com um veado coroado empinando bordado em linhas negras. Eles trocaram sorrisos durante toda a cerimônia e olhares cúmplices, mas Margaery notou que de tempos em tempos, Renly lançava um rápido olhar para seu lado, onde Loras se postava como Guarda Pessoal do Rei.

        Ao fim das festividades, seria o momento que ela mais temia até então: a noite de núpcias. Não pelo que deveria acontecer na noite, mas pelo modo como seriam levados para os aposentos. As tradições diziam que as moças despiriam o marido enquanto o empurravam para o quarto enquanto os cavalheiros despiam a esposa também a guiando para o quarto. Lembrava-se de quase ter se juntado as damas que despiam Garlan na noite de seu casamento, mas conteve-se ao ver o olhar da avó para a cena.

        Qual foi sua surpresa quando, no meio do banquete após a cerimônia, Renly se levantou, ergueu a taça e pediu um breve momento de silêncio.

        - Gostaria de fazer um breve anúncio enquanto ainda estamos sóbrios para podermos entende-lo – Ele disse em sua voz calma e leve  com um grande sorriso nos lábios – Como presente de casamento para minha nova Rainha – Nesse ponto ele se curvou a Margaery e continuou – E como consumação de nossos votos matrimoniais, eu digo que amanhã partiremos para Ponta Tempestade e conquistaremos aquele castelo em honra a minha dama, Margaery Baratheon – Ele parou de falar pelo urro e aplausos que os convidados deram quando a notícia foi dada – Até que minha Margaery não tenha Ponta Tempestade, não consumaremos o casamento. Digo isso como promessa de um rei!


Notas Finais


E aí?


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