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História O Beijo da Serpente - Um.


Escrita por: SickleMoon

Notas do Autor


Essa fanfic originalmente começou como um AU baseado no livro/filme Deixa Ela Entrar, mas acabou saindo bem diferente da ideia que eu tinha em mente. Perdoem se o Jonathan estiver fora de personagem demais, eu o escrevi com base no Jonathan agressivo do começo de Phantom Blood. Podem relaxar que depois ele volta ao normal huahuahus

Espero que gostem!

Capítulo 1 - Um.


 Um.

 Era quase amanhecer. A fina luz da vela a guiava pela escuridão da sala, ainda escondida sob o véu negro da noite. Não sentia medo; conhecia o lugar com a palma da mão. Em silêncio, subiu cautelosamente as escadas que levavam até o quarto. Seus cabelos negros esvoaçavam, dançando com os reflexos da lua que reluziam pelas janelas. A cada passo, sentia seu coração pulsar com mais força em seus ouvidos. Depois daquela noite, nada seria igual.

- E então? O que aconteceu?

- Shhh! Me deixe continuar...

 Abriu a porta com todo o cuidado para não fazer nenhum ruído. Lá estava ele, dormindo como um cordeiro, um semblante inocente em seu rosto. Ela sorriu. Adentrou o quarto, deixando a vela na cômoda ao lado da cama. Passou a mão por seu rosto num gesto de carícia e observou enquanto seus olhos sonolentos se abriam e a encaravam com uma expressão de dúvida.

- O que faz aqui? – ele disse receoso.

Ela prontamente mudou sua postura, uma reação antes ensaiada milhares de vezes justamente para aquele momento.

- Eu tive um pesadelo – choramingou em resposta, olhando-o nos olhos. Havia algo diferente em seu olhar naquela noite, ele não pode deixar de reparar. Um brilho animalesco, como os olhos de um lobo que observa sua presa. “Não pode ser”, ele pensou. “O sono deve estar me fazendo imaginar coisas”.

- Que cara burro!

- Quer que eu conte a história inteira ou vai continuar me interrompendo?

- Não! Continua, continua!

 - Não chore, querida – ele disse calmamente enquanto se levantava e a envolvia em seus braços - Foi apenas um pesadelo...

 - Eu sei, eu sei... – ela resmungou no que parecia ser um quase soluço, daqueles que antecedem o choro. Sem que o maior percebesse, enterrou seu rosto no pescoço dele. Longe de onde a visão dele podia alcançar, as lágrimas prontamente desapareceram, um longo sorriso se estendendo de canto a canto em sua face.

- Você está segura agor... – o homem tentou continuar, mas foi interrompido ao sentir algo arranhando suas costas. Garras. De repente se deu conta de que estava imobilizado. A garota o segurava por trás, as unhas dela ardendo em sua pele.

- E você, está? – ela sussurrou em seus ouvidos, e com um golpe certeiro cravou os dentes em seu pescoço, sufocando o grito do rapaz.

 O extasiante gosto de sangue invadiu sua boca pela primeira vez. Sim, aquele era sua verdadeira face, seu verdadeiro eu. Um monstro sedento pela vida, pelo sol, por aquilo que não poderia ser seu. Uma filha da noite, espreitando pelas vielas mais escuras procurando por sua próxima vítima. Esperou que o corpo sem vida do homem tombasse na cama, que agora estava tingida de vermelho. Levantou-se rapidamente, limpando o sangue que escorria de sua boca. Antes de fechar a porta, olhou por uma última vez para aquele que seria sua primeira vítima, o marco inicial de sua nova vida. Sorriu. E sem mais delongas, fechou a porta e se foi.

- E fim. – Mary disse ao fechar o livro. Olhou para Jonathan, estranhando o silêncio do filho. Escondido entre os lençóis, apenas com o rosto de fora, o moreno a fitava curiosamente.

- Eu não entendi- disse o pequeno - A menina o matou?

- Não era uma menina – respondeu com um sorriso calmo, porém cansado – Era uma vampira.

- Vampira?

- Sim – ela continuou, se levantando da cadeira – Vampiros podem tudo. Bom, agora que terminamos a história, podemos dormir?

- Não! – o garoto se levantou em um pulo - Pode me contar mais uma, por favor? Eu não estou com sono...

- Jonathan, seus olhos já estão vermelhos.

- Não estão não! – disse cruzando os braços.

 Mary suspirou. Seu rosto foi tomado por uma seriedade repentina.

- Você sabe o que acontece com garotos que não dormem na hora certa? – disse baixinho se aproximando lentamente da cama, seu rosto bem perto do de Jonathan.

- ...o que?

- Eles são comidos por vampiros! – a mãe pulou em cima da cama, enchendo-o com um ataque surpresa de cócegas. Jonathan se sobressaltou, o susto logo dando lugar a um riso incontrolável.

 Geralmente o moreno detestava ser tocado. Um ato tão íntimo usualmente lhe provocaria uma reação violenta se viesse de outra pessoa. Mas quando se tratava da mãe, definitivamente não se importava. De todas as pessoas, sabia que ela era a única que jamais iria machuca-lo.

  A relação dos dois era diferente. Aos 8 anos, Jonathan sempre fora um menino incomum, mesmo que seu pai insistisse em lhe dizer o contrário. Parecia que só a mãe conseguia quebrar a parede invisível que o separava dos demais garotos de sua idade e entrar naquele seu mundinho particular. Os dois faziam de tudo juntos. Passeavam, liam histórias, assistiam aos filmes de terror de gosto duvidoso que ele tanto gostava, entre várias outras coisas. Talvez por isso só ele tenha percebido o quão cansada ela parecia naquela noite. Seus olhos, decorados por vastas olheiras, já não pareciam mais lhe pertencer. Olhos tristes. Não, pior do que isso. Olhos sem esperança.

 - E agora, já podemos dormir? – perguntou mais uma vez.

- Sim – Jonathan disse contendo um risinho.

- Bom menino – ela afagou a cabeça do filho, dando-lhe um beijo na testa. Levantou-se da cama e se dirigiu à porta.

- Durma bem, meu anjo – disse com a porta entreaberta.

- Espera! 

- O que foi?

- Está tudo bem? De verdade? Você parece tão triste ultimamente...

 Silêncio. Pelo seu olhar, o garoto percebeu que havia algo que a mãe não queria lhe contar.

- Sim. – ela assentiu com um sorriso melancólico – Está tudo bem. Não precisa se preocupar.

 Ela estava mentindo, o moreno tinha certeza. Mas não disse nada. Afinal, devia ser por um bom motivo. Esperou que ela desligasse a luz e virou-se para o outro lado da cama, e em alguns minutos seus olhos se fecharam em um sono profundo.

 Aquela foi a última vez que vira sua mãe. Foi há quase 10 anos atrás, numa noite fria e chuvosa de novembro de 1978, que Mary Joestar sucumbiu a um mal súbito e deu seu último suspiro, deixando para trás um marido e um filho. Depois de uma madrugada de convulsões violentas, George a levou para o hospital o mais rápido que pôde, mas já não havia nada que pudesse ser feito.  Pela manhã, a vida já a havia deixado seu corpo.

 Seu pai nunca lhe disse o que ela tinha. Bom, não importava mais. Ele não queria saber. Já a havia perdido de qualquer forma. Explicações não iriam amenizar a dor.

 Às vezes parava e se perguntava por que os céus a haviam levado tão cedo. Pensava em todas as coisas que fizeram juntos, todas as coisas que ainda poderiam ter feito. Sentia falta dela. “Ela virou o seu anjo da guarda, querido”, dizia o pai. “Tenha certeza que ela está lhe observando do céu”. Jonathan não tinha certeza se acreditava naquilo, mas no momento preferia não pensar no assunto. Sabia que, onde quer que a mãe estivesse, não gostaria de ver seu filho na diretoria do colégio, com o uniforme rasgado e um olho roxo.

 Batendo os pés no chão, esperava impacientemente enquanto seu pai conversava com o diretor. Com os olhos na janela, observava os pássaros que cantavam do lado de fora. Pensava em como seria bom ter asas e voar para longe dali, para algum lugar onde não fosse considerado um estorvo para todos ao seu redor. Voar para os braços da mãe.

- Que patético – disse para si mesmo - Um garoto da minha idade chorando pelo colo da mamãe...

 O barulho da porta se abrindo o tirou de seus pensamentos.

- Espero que isso não se repita, sr. Joestar – disse o diretor ao sair da sala, seguido pelo pai de Jonathan.

- Fique tranquilo – respondeu George, virando-se lentamente para o filho – Não vai mais acontecer. - o mais velho disse friamente, um sentimento de raiva escondida em sua voz que Jonathan prontamente reconheceu. O moreno bufou. Previa mais um dos longos sermões típicos do pai quando chegasse em casa.

 Em silêncio, os dois seguiram pelo corredor da escola sem trocar uma única palavra. O que poderia ser dito? Sabia que o pai não esperava nada diferente vindo dele. Aos olhos de George, o menino sempre fora um fracasso. Um jovem estranho e sem amigos que não servia para nada além de se meter em brigas. Por mais que se esforçasse, nunca conseguiu fazer com que o pai enxergasse nele o brilho que sua mãe via. “Que se foda”, pensou enquanto entrava no carro. “Eu também nunca gostei de você”.

- Então – o pai suspirou, observando o filho pelo espelho do carro – Vai continuar calado ou inventar outra desculpa?

- Não tenho nada a dizer – Jonathan revirou os olhos. Estava com uma mão apoiada no joelho e outra na janela, observando a vista do lado de fora – Um garoto falou merda e eu dei uma surra nele. Fim.

- E posso saber como o seu olho esquerdo ficou assim?

- O babaca tentou revidar – o moreno disse com um sorrisinho – Não é nada comparado com o que eu fiz com a cara dele.

- Jonathan – George finalmente virou-se para trás – Já é a sua segunda suspensão esse ano. Se continuar assim, você vai ser expulso da escola. É isso que você quer?

  O garoto permaneceu calado.

- Você não vai nem olhar pra mim?

 Jonathan finalmente se virou, revelando um olhar furioso.

- Ele me chamou de “filho da puta”.

 O pai suspirou mais uma vez.

- Jonathan, eu entendo que você fique com raiva, mas já está na hora de ser um pouco mais maduro... – disse estendendo a mão para o filho, ato que o mais novo respondeu afastando a mão bruscamente.

- Você não entende nada – o menino quase rosnou.

 O pai ergueu as sobrancelhas em um breve momento de surpresa, rapidamente voltando para sua rotineira expressão de decepção.

 - Eu não sei por que ainda insisto em tentar conversar com você – respondeu virando-se para o volante, aquele tom raivoso que Jonathan conhecia tão bem voltando a se mostrar em sua voz.

 O caminho de volta para casa foi longo e silencioso. Jonathan não tirou os olhos da janela, observando como a primavera havia mudado os céus quase sempre cinzentos de Londres. Pequenas flores brotavam das rachaduras do chão e se espalhavam pelos muros da cidade, contrastando com o azul e branco do céu. Definitivamente era uma das épocas favoritas do moreno. O clima melancólico da cidade sempre o cativou, mas na primavera tudo parecia tomar um rumo diferente. A metrópole parecia despertar, como se fosse um pequeno universo ganhando vida própria. Uma sensação reconfortante em meio a uma vida de infortúnios. Distraído com a paisagem, mal percebeu quando o pai finalmente chegou em casa.

- Eu preciso voltar para o trabalho – disse George enquanto o filho descia do carro – Até eu voltar, quero que fique em casa estudando. Ok?

- Pode deixar – o garoto disse fazendo um sinal de ok com a mão. Observou o carro se afastar até desaparecer no horizonte, e atravessou o portão de casa bufando. Mais uma tarde monótona preso em casa.

 Subiu pelas escadas arrastando a pesada mochila no chão, abriu a porta do quarto e desabou na cama. Não estava com nenhum ânimo para os estudos. Por alguns minutos, fixou os olhos no teto, como se estivesse esperando que algo caísse do telhado e o tirasse daquela pequena prisão. Lentamente passou os olhos por todo o quarto. Pilhas de roupa e quadrinhos se amontoavam pelo chão. Precisava tirar um dia para limpar aquele lugar, lembrou o garoto. Mas isso poderia ser deixado para outra hora.

 Foi então que seus olhos pousaram na cabeceira ao lado da cama, onde havia um retrato da mãe. Era engraçado, pensava ele, como no final tudo voltava para o mesmo ponto. Que tipo de pessoa ele seria se sua mãe ainda estivesse viva? Será que ainda seria o mesmo menino briguento e antissocial que era hoje?

 Toc!

 O que?

 Toc! Toc!

 O garoto se levantou. Havia alguém jogando pedras em sua janela.

- Que porr... – Jonathan foi interrompido ao se deparar com uma figura alta com um chapéu de estampa xadrez que ele reconheceria em qualquer lugar. Era Robert Speedwagon, um de seus poucos (ou talvez o único) amigos realmente próximos. Jonathan o conhecera há mais ou menos dois anos atrás quando pegou o ônibus errado e se perdeu em Ogre Street, um bairro pobre escondido nas profundezas de Londres. Depois de uma hora vagando sem rumo, o moreno terminou na loja de discos do pai de Speedwagon, da qual acabou por se tornar um frequentador assíduo (para o desgosto de George, que detestava a ideia de ter seu filho andando com um pobretão de Ogre Street).

 - Tá maluco? Quer quebrar minha janela de novo? – continuou.

- Desculpe, princesa – o loiro disse sarcasticamente – Jogue suas tranças pra que o cavaleiro aqui possa te salvar.

- Vou descer aí só pra quebrar a sua cara.

- Calma! – Speedwagon riu – Só estava passando por aqui e resolvi conferir se você estava em casa. Chegaram uns discos novos na loja. Quer dar uma olhada comigo?

- Não posso. Meu pai me deixou de castigo pela milésima vez.

- Qual é! Você vai mesmo perder uma tarde inteira trancado aí?

 O moreno olhou ao redor. Fez uma careta ao lembrar-se do pai, que deveria estar há horas de distância de casa. Não havia nada que o impedisse de sair. O que uma saída inocente para uma loja de discos faria de mal?

- Espera aí que eu já vou descer – disse pegando um casaco próximo da cama.

                                                                  ***

 Ao abrir a porta da loja, uma canção que Jonathan prontamente reconheceu como The Passenger de Iggy Pop invadiu seus ouvidos.

- Quem está cantando? – perguntou o moreno.

- Siouxsie Sioux – disse Speedwagon – A garota tem um vozeirão, não? Confesso que gosto mais dessa versão do que da original. Singin’ la la la la ♪ - o loiro cantarolou junto do refrão ao atravessar para o outro lado do balcão da loja.

- Então, o que temos de novo?

- Bastante coisa – o loiro respondeu com um sorriso – Acho que o mais novo que temos é esse daqui – disse mostrando um pequeno lp de capa branca, apenas com The Mission: The First Chapter escrito em letras vermelhas. – Foi lançado em janeiro. Quer ouvir?

 - Pode ser – o garoto disse distraidamente enquanto procurava outros discos na sessão “new wave”.

 A loja de discos de Speedwagon tinha um conteúdo incrivelmente vasto, considerando o quão longe do centro da cidade ela se localizava. Discos importados dos EUA, da Ásia, de praticamente todo o mundo sempre acabavam por lá. Uma boa alternativa para quem procurasse por músicas diferentes das que tocavam nas grandes rádios (e que estivesse disposto a se aventurar num dos bairros mais perigosos de Londres).

 Calmamente, o loiro tirou a agulha do disco na velha vitrola que ficava no balcão. A voz felina de Siouxsie Sioux foi bruscamente interrompida, dando lugar a acordes suaves que logo foram acompanhados por uma bateria. Uma voz grave e melodiosa agora ecoava pelo interior da pequena loja. Um som bastante agradável, Jonathan pensou.

 - Ficou de suspensão de novo? – Speedwagon perguntou apoiando o rosto na mão.

- Meh – o moreno respondeu sem tirar os olhos do disco em suas mãos – Nada de novo.

- Sabe, você não vai poder resolver todos os problemas da sua vida na base da porrada.

- Você não é ninguém pra me dizer isso – disse mostrando a língua para o amigo, que respondeu com uma risada.

- Você precisa tomar mais cuidado com as brigas em que se mete. Ainda mais com esse maluco por aí.

- Que maluco?

- Você não viu na TV?

- Não – o assunto de repente chamou a atenção do moreno. Aproximou-se do balcão, seus olhos ávidos de curiosidade.

- Ah, esqueci que você mora numa caverna – disse com um risinho sarcástico – Bom, basicamente, tem um cara matando pessoas por aí. Já foram encontrados três mortos, todos com uma marca estranha no pescoço.

 - O que é isso, roteiro de algum b-movie? – Jonathan sorriu pelo canto da boca.

- Parece, mas não é. Até que a polícia dê alguma explicação melhor, temos um maníaco solto por Londres. - o loiro olhou pela janela, soltando um breve suspiro – Essa cidade está cada dia mais insana.

- Pfff. Deve ser só uma fofoca barata. Nada de interessante acontece nessa cidade.

- Talvez. Mas não custa nada ser um pouco mais cuidadoso.

- Você está me deprimindo com esse papo – o moreno fez uma careta entediada.

- Desculpe – Speedwagon tirou os olhos da janela e sorriu – Vem, vou te mostrar os outros discos novos que chegaram. – disse ao atravessar para o outro lado do balcão, indo em direção à sessão de lançamentos da loja e fazendo sinal para que Jonathan o acompanhasse. Antes de segui-lo, o garoto examinou o lp branco que outrora estava nas mãos do amigo.

 Era a faixa número 4 que estava tocando. “Serpent’s Kiss”.

 Um bom nome para um livro, pensou Jonathan. Devolveu o disco para o balcão e seguiu o loiro loja adentro.

                                                         ***

  Um pôr do sol salpicado de vários tons de rosa e azul preenchia o céu quando Jonathan voltou para casa. As luzes das casas da rua já estavam acesas, iluminando a escuridão entrante das 18h. Mais um dia como qualquer outro chegava ao fim.

 Não ficou preocupado nem minimamente surpreso com o aviso de Speedwagon sobre um possível serial killer andando por Londres. Parecia algo tão surreal, tão longe da realidade...não era algo com o qual deveria se importar. Não agora. Era estranho e talvez até um pouco cruel pensar assim, mas a vida de uma pessoa desconhecida ou duas não lhe fazia diferença.

  Sentia-se dentro de uma pintura enquanto caminhava pela rua deserta, seus olhos fixados no céu. Em momentos como esse, desejava que o tempo parasse, que pudesse aproveitar para sempre aquela sensação de paz. Não queria ter que voltar para casa, para o pai, para a mesma vida de sempre. Seria tão bom jogar tudo para o alto e correr até não sentir os próprios pés no chão, ser realmente livre do peso em seu peito. Com um suspiro melancólico, apressou o passo até chegar em casa.



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