História O beijo mais doce é o beijo da morte - Nova escola e inimizades

            11h e 20min
     Amanhã é meu primeiro dia de aula,eu queria estar animada,mas estou com um pressentimento ruim,talvez seja paranóia,ou medo,mas não consigo me animar,nem um pouco.Já está tudo preparado para amanhã,meu uniforme,meus matérias,tudo,menos eu.
      Outro dia eu descobri uma tatuagem sobre minhas costelas que eu não sei como eu fiz.Devo ter feito na festa quando estava bêbada.Minha mãe surtou quando viu aquele desenho cravado na minha pele.Eu até que gostei,combinou comigo.
      Me deitei minha cabeça no travesseiro e deixei o sono me tomar.Logo adormeci.

        Novamente aquela figura encapuzada me perseguia,dessa vez em uma floresta escura e sem vida,eu corto com tidas as minhas forças,mas não é o suficiente.Quem quer que seja essa pessoa,consegue me alcançar sem esforço.Tento gritar,mas minha voz não sai.Caio no chão ofegante.E sou encurralada.Me desespero quando vejo aquela grande foice vindo em minha direção.
   
      Acordo ofegante e completamente assustada.Minutos depois o despertador toca,é hora de ir.Me espreguiço na cama em seguida levanto e vou até meu armário.
      Já pronta vou para cozinha,encontro minha mãe fazendo café,e meu irmão remechendo a mochila,certamente conferindo seus materiais.
__Bom dia!__Anuncio parecendo confiante.
__Bom dia!__Respondem ao mesmo tempo.
      Sento na cadeira e sirvo café em uma xícara.
__Animada filha?__Oergunta minha mãe,sorrindo para mim.
__Sim mãe __Minto.
__Que bom...__Checa as horas__Vanos que já está na hora!__Exclama minha mãe.
       Linus resmunga baixinho fecha a mochila e vai calçar os tênis.Repouso minha mochila sobre o ombro e calço meu all star preto e branco.
      Mamãe nos levou para o colégio.Uma construção simples de material dividida em três partes.E entramos na escola.
__Onde será que fica a sala do 9° ano__Perguntou meu irmão.
__Vem!Eu te ajudo a procurar__Respondi puxando-o pelo braço.
      Quando finalmente achamos a sala dele,parti em busca da minha sala 3° ano B.O sinal tocou e todos entraram em suas salas,eu fiquei meio perdida no início,mas logo entrei na sala como todo mundo,sentei-me na última carteira da fileira do canto,a mais isolada da classe.A professora de história entra na sala e saúda os alunos.Ninguem havia notado minha presença,até meu nome ser chamado pela professora,agora todos os olhos estão direcionados a mim.
     Alguns olhares são de tédio,alguns indiferentes.Eu já estava me sentindo a estranha da sala.Como novata,fui alvo de ataques de bolinhas de papel que vinham de todos os lados,ignorei as provocações que se estenderam a aula inteira.
        Quando o sinal tocou anunciando o início do intervalo.Peguei meu lanche que havia trazido de casa e fui procurar um lugar para me sentar,longe da confusão.Quando alguém esbarrou em mim,tenho certeza que foi de propósito,pois a garota soltou uma gargalhada perversa.Uma menina loira de olhos castanhos claros,mais baixinha que eu.
        O primeiro dia de aula nem havia acabado,mas eu já não estava aguentando mais.Parecia que alguém havia organizado um complô contra mim.O que foi que eu fiz?
       Comemorei internamente quando o sinal para saída tocou.Saí as pressas para encontrar meu irmão.Vi que ele já havia feito amigos.Isso é bom.Mas eu não havia feito uma amizade se quer,nem havia me esforçado.Minha mãe não gostaria de saber que estou pagando uma de "anti-social".Mas eu me sentia como se estivesse dentro de uma bolha impenetrável.Quando cruzei o portão da saída,senti um arrepio na espinha,um pressentimento ruim.Lembrei-me dos pesadelos que estou tendo ultimamente.
       Minha mãe estava me esperando no outro lado da rua.Quando fui atravessar,minhas pernas simplesmente travaram.Fiquei apavorada.Ouvi um barulho,eu reconheci na hora,pois já havia escutado aquilo bem mais de perto.No início não acreditei no que acabara da acontecer.Um acidente...Bem na minha frente.E eu teria participado,se não fosse minha paralisia momentânea,se não fosse meu pressentimento.
       Senti uma respiração na minha nuca.Isso me assustou ainda mais.Mas quando olhei para os lados,não vi ninguém.