História O bilhete - No apartamento

— Isso é jeito de tratar alguém que te trás flores, Rose? 

— Até onde eu me lembre eu não pedi flores alguma. 

— Certo, mas de qualquer forma, são para você. 

— Obrigada, eu vou guardar no meu apartamento, espere só um minuto. 

— Te dou dois se quiser. 

   Pego as chaves recém guardadas em minha bolsa e abro meu apartamento. Enquanto procuro algum vaso para deixar as flores, me permito apreciar de longe o quão lindo ele está. Já fazia tanto tempo, mas desde o momento em que coloquei meus olhos nele naquele corredor, meu coração começou a bater mais forte embora achasse que isso nunca mais iria acontecer. Eu estava feliz por ele estar ali, sentado no meu sofá agora. Eu imaginei e desejei isso por tanto tempo. Só que agora as coisas são diferentes, ele está mudado e eu também. Mas algo parece estar intacto apesar do tempo, das dores, e do passado: aquele sentimento do qual só ele sabia despertar em mim. Outros caras já passaram por aqui antes, já me trouxeram flores, mas não era a mesma coisa. O Austin sempre foi o melhor, embora agora eu odeie isso. 

— Achei essa merda.  

— Ei, olha a boca — ele fala deixando um sorriso escapar. 

— Eu arrumei isso aqui e havia me esquecido onde havia colocado o vaso, podemos ir agora. 

— Rose, antes eu queria te dizer uma coisa. Daqui algumas horas, provavelmente estaremos bêbados e talvez eu acabe não falando o que eu vim aqui para falar. 

— Tudo bem. 

— Eu fiquei muito feliz, quando você respondeu o meu e-mail, na certa eu esperava que você, ignorasse como fez com os outros. Eu mereci isso, eu sei. Mas aqui estamos nos agora, depois de tantos anos. Rose, você de longe é a mulher mais incrível que passou por minha vida e eu sem dúvidas sou o maior babaca por ter te magoado, apesar de ter te avisado que isso poderia acontecer. Eu passei tanto tempo, achando que manter você longe de mim seria o certo porque eu achava não te merecer, que eu nem percebi que na verdade era exatamente tudo que eu sempre precisei e esperei. Mas você sabe que também tinha a Charlott e enfim, era tudo muito complicado antes. Mas eu preciso que você saiba que eu te amo, e por causa desse amor, eu mudei e estou aqui disposto a tentar te reconquistar novamente. Eu sei que você ainda me ama Rose, eu vou fazer você se lembrar de todos os bons motivos que eu dei para merecer esse amor. Não importa quanto tempo você leve para perceber isso novamente, eu vou lutar dessa vez. 

   Eu não sabia o que responder. Eu definitivamente não sabia. Havia ensaiado várias vezes antes como seria minha resposta, mas agora diante de tudo isso o que ele disse é como se fosse tudo em vão. Respirei fundo, criei coragem e finalmente disse: 

— Olha Austin, acho bom deixar bem claro que eu não queria sair com você hoje, mas eu precisava para mostrar que eu te esqueci e estou bem com isso — senti certo desapontamento tomar conta de sua expressão — mas eu estaria mentindo se eu fizesse isso. Só que isso não quer dizer que eu estou disposta a passar por tudo novamente. Isso não quer dizer que mesmo depois de você ter falado tudo isso, que vai fazer com que as coisas mudem. 

— Eu sei, é por isso que eu estou aqui para te provar com atitudes, não só palavras e você ter aceito sair comigo é porque você também tem essa esperança lá no fundo. 

— Acho que é uma boa ideia, se a gente sair agora. 

— Eu também acho, você está muito linda e meu Deus esse vestido de deixa tão sexy — ele fala se aproximando de mim, enquanto me olha da cabeça aos pés — e eu acho que não é legal saber que eu estou sozinho com você, e que tem uma cama que a gente poderia usar. Então eu também acho que é um boa ideia a gente dar o fora daqui. 

— Austin, não. Nem pense nisso. 

— É claro que não, não quero que você ache que eu estou aqui só por causa disso. Apesar que se você cedesse eu meio que não ia achar ruim. 

— Anda logo, venha. 

   Fecho a porta do apartamento e quando eu viro me deparo com ele perto de mais. Posso sentir a sua respiração e seus olhos azuis fixos na minha boca. Um fogo percorrer por todo meu corpo e sinto certo frio na barriga. Fico tensa. Eu quero beija-lo, mas Deus, isso seria tão errado. Fecho meus olhos e respiro fundo criando forças para sair e ir para um distância segura, mas antes que eu tenha chance de fazer isso, ele me beija. Seu lábios são quentes e muito bom. Ele segura meu rosto com um de suas mãos e com a outra ele me puxa pela cintura. Tento tirar suas mão de mim, mas ele aproveita a situação para segurar minhas mãos contra a parede. Depois de algum tempo ele me solta, para de me beijar e me encara: 

— Eu senti tanto a sua falta.