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História O Brilho da Escolhida - Bem-vinda à S.A.


Escrita por: Cass_YK

Capítulo 2 - Bem-vinda à S.A.


Fanfic / Fanfiction O Brilho da Escolhida - Bem-vinda à S.A.

-Yui-

Abro os olhos ofegante e olho ao meu redor. Estava em meu quarto. Estava tão perto deles desta vez que pensei que fosse real, mas acho que fui enganada novamente por minha mente. Mesmo tendo esse mesmo sonho todas as noites ainda acordo com a esperança de que fosse real e não apenas mais uma invenção de minha cabeça.

Olho para o relógio em minha cabeceira e vejo que tenho apenas mais meia hora para me aprontar e ir para a escola, saio da cama em um salto e vou direto para o chuveiro tomar um banho rápido. Não podia me atrasar para meu primeiro dia de aula do 3º ano do colegial, e ainda mais agora que estava em uma escola nova. Abro o registro do chuveiro e me lavo com agilidade e logo saio do box, penteio meus cabelos e prendo-os em um rabo de cavalo baixo com uma fita vermelha. Vou até meu armário pegar meu uniforme e após vesti-lo dou uma olhada em mim no espelho, ele era bem bonito, assim como um uniforme de um colégio de elite tendia ser, mas se fossemos comparar este nem chegava aos pés do uniforme da Academia Proibida.

Como não possuo mais muito tempo resolvo pegar apenas uma maçã para comer no caminho como meu café da manhã e assim também evitaria fazer contato com os outros moradores da pensão. Quando desço as escadas vejo Yukimura-san, a dona da pensão, arrumando a mesa para o café, não havia mais ninguém além de nós duas na sala de jantar. Suspiro aliviada. Vou até a mesa do café e pego uma maçã, dou um bom dia um pouco desajeitado a ela e saio da pensão.

Mesmo ainda com um pouco de dificuldade ela é uma das únicas pessoas com que consigo trocar algumas palavras sem ficar muito apreensiva. Já fora dos portões da pensão Yukimura coloco meus fones de ouvido, que tinham se tornado um tipo de esconderijo que encontrei, e começo a caminhar em direção ao Colégio Hakusen pensando em como as coisas chegaram a esse ponto.

Quando que voltei para meu mundo não consegui acreditar que isso realmente tinha acontecido, no começo não via a hora de me formar e voltar para casa, mas depois que esse meu desejo tinha sido realizado, conseguia apenas sentir um vazio dentro de meu peito. Não conseguia acreditar que nunca mais os veria. A tristeza de não poder vê-los mais não foi a única coisa que veio como resultado dessa volta repentina, passei a não conseguir mais confiar nas pessoas ao meu redor, mesmo minha família, com medo de ser deixada por elas também, sei que é um medo meio que irracional, mas apenas não consegui mais confiar em mais ninguém, e essa falta de confiança trouxe também a mim uma dificuldade de comunicação, não conseguia mais falar um simples “bom dia” para alguém que meu coração parecia que ia parar. E também haviam os sonhos, toda noite sonhava que novamente estava justo a eles, mas quando ia me aproximar tudo desaparecia e eu voltava a ficar sozinha de novo. Não aguentei mais ficar em casa, tudo lá me fazia lembrar deles: minha casa, o templo, minha família, amigos e até a escola, então quando soube que o Colégio Hakusen esse ano abriria mais nove vagas para sua classe especial, a S.A., não pensei muitas vezes antes de me inscrever para prestar a prova de admissão, tudo estaria a meu favor se eu entrasse lá: uma nova escola longe de onde moro e das pessoas que conheço, poucas pessoas para se interagir e talvez uma distração de meus medos irracionais. Nem acreditei quando recebi uma carta do colégio dizendo que eu havia sido aceita e ainda em terceiro lugar no ranking (acho que as aulas de Toth ajudaram um pouco no final das contas), logo comecei a arrumar a papelada e fazer os preparativos para a mudança, meus pais ficaram tão felizes que nem se oporam com minha decisão de me mudar de cidade, afinal esse era um dos colégios mais bem-conceituados do Japão, então cá estou eu: em uma nova cidade e uma nova escola, caminhando para o meu recomeço.

A caminhada não dura muito, em poucos minutos já estou na entrada da escola. Fico encantada com a estrutura do colégio, era bem imponente, mas ao mesmo tempo lindo, sem contar com o jardim da entrada, que exibia as lindas flores da época. Respiro fundo e começo a andar em direção à estufa, onde fui informada que deveria ir quando chegasse ao colégio. Ando um pouco apreensiva pela multidão de alunos animados com o início das aulas, tinha orgulho de conseguir ter entrado na classe especial desse colégio, mas me sentia um pouco deslocada em meio daquela multidão de adolescentes, sendo a única com um uniforme diferente em meio a eles, meu plano era passar imperceptível por eles, mas acho que não seria isso o que aconteceria, pois muitos deles apontavam para mim, alguns com sorrisos e caras animadas e outros com caras emburradas, e isso estava fazendo com que aquela insegurança começasse a voltar novamente. Abaixo a cabeça e ando mais alguns passos, até ser interrompida por uma voz que grita:

-Aahhh! É uma aluna da S.A.! Que legal!

Meu plano era passar imperceptível pela multidão, mas quando vi estava sendo recepcionada por um coro de estudantes me desejando bom dia. Não consegui aguentar mais, eram muitas pessoas em muito pouco tempo, não agradeci nem disse algo a mais para eles, apenas corri para a estufa sem olhar para trás. Acho que agora sei o que Balder sente quando perto de uma multidão. Corro até chegar a porta de uma enorme estufa de vidro. Respiro fundo e abro a porta do lugar que seria meu novo “habitat” durante esse ano.

A estufa é tão linda por dentro como por fora, os raios de sol passavam pelo vidro e refletiam-se em tudo ali presente, tudo lá parecia mais alegre e cheio de vida. Ando pelo largo corredor que me leva até uma mesa, que parecia ser de chá, com dezesseis cadeiras onde se encontram três meninas e quatro meninos que conversam animadamente, sem ainda perceberem minha presença no local. Ando mais um pouco e escuto um dos meninos comentar que os outros oito alunos começariam a frequentar o colégio apenas a partir de amanhã, comemoro interiormente com a notícia, teria mais tempo para me acostumar com os que aqui estavam hoje e ter mais um tempo para me preparar para conhecer mais pessoas amanhã.

-Ouvi minha mãe dizer que eram oito garotos os que chegariam amanhã – comemora o mesmo garoto que havia feito o primeiro comentário. – Mais pessoas para o time dos meninos, não é Kei?

-Sim – responde um outro garoto com um semblante sério.

Oito garotos. Eles eram oito também, penso melancólica.

Continuo me aproximando cada vez mais, mas apenas sou percebida quando fico em frente da mesa de chá, acho estavam tão absortos na conversa que nem perceberam minha chegada, esperava que assim fosse pelos próximos meses.

Logo uma menina de longos e lisos cabelos negros vem até mim e me cumprimenta calorosamente com um grande sorriso no rosto, ela diz que se chamar Hikari Hanozono, 2º lugar no ranking. Logo os outros começam a se apresentar: o menino que antes falava se apresenta como Tadashi Karino, 6º lugar no ranking, depois dele uma garota de cabelos pretos e curtos se apresenta como Akira Toudou, 7º lugar no ranking, depois dela o garoto que de antes que tinha um semblante sério se apresenta como Kei Takishima, 1º lugar no ranking, depois vieram os gêmeos Jun, 4º lugar, e Megumi, 5º lugar, Yamamoto e o último a se apresentar foi um garoto de cabelos verdes que se apresentou como Ryuu Tsuji, 8º lugar no ranking. Ele me chamou a atenção por ter um coelho branco em seus braços fazendo-me lembrar do coelho de Tsukito, Usamaro.

-E você é? – Sou despertada de meus devaneios por Hikari que me olha com uma cara curiosa.

-Ah, e-eu sou Yui Kusanagi. Prazer em conhece-los – digo, acho que um pouco alto demais, podia sentir o nervosismo em minha voz.

Estava um pouco nervosa por estar junto de tantas pessoas novas, mas não a ponto de sair correndo como mais cedo. Me sentia um pouco segura aqui. Isso era bom, será que a partir de agora minha insegurança começaria a ser curada?

-Bem Yui, você chegou bem na hora, ia começar a servir o chá. Sente-se – disse Akira me indicando uma cadeira vazia ao lado de Ryuu. – Hoje temos chá de jasmim e bolo inglês servido nesse lindo jogo de chá Ginori – logo começamos a comer e conversar.

-Então Yui, em que posição no ranking você está? – Perguntou Jun enquanto me servia mais uma xícara de chá.

-Terceiro – respondo.

-Ah, então foi você que pegou essa posição – diz Tadashi –, estávamos curiosos para descobrir quem havia tirado a posição do Jun. Você deve ter estudado muito para ter conseguido entrar com essa posição, não é?

-Bem, é que eu tive um ótimo professor ano passado – disse coçando a cabeça, eles concordaram e continuaram a conversar entre si enquanto eu me perdia em pensamentos novamente. Mesmo Toth sendo muito rigoroso e carrancudo, tê-lo como meu professor foi algo muito importante em minha vida. Gostaria de estar esse ano na academia para poder tê-lo como professor novamente. Lembrar dele até me fez sorrir.

-Você finalmente sorriu – disse Ryuu me acordando de meus devaneios.

-Hã?

-Continue sorrindo assim. Sei que somos um grupo meio esquisito, mas não se preocupe, você deve estar meio apreensiva, mas nós não vamos te fazer mal – ele diz com um sorriso terno.

Então ele percebeu, será que estava me observando? Sinto minhas bochechas enrubrecerem, mas apenas concordo com a cabeça com um sorriso tímido entre meus lábios, ele sorri de volta e começa a acariciar o animal em seu colo. Observo-o por um tempo, o jeito que ele o acariciava me lembrava muito do modo como Tsukito cuidava de Usamaro: com delicadeza e serenidade. Percebendo que eu o observava ele sorri e pergunta se quero acariciar o animal também, concordo e começo a fazer carinho na cabeça do pequenino.

-Você parece gostar muito de animais – comento.

-Sim, eu amo eles. Na verdade, tenho vários animais em meu apartamento – fico surpresa com isso. Como será que ele conseguia cuidar de tantos animais dentro de um apartamento. – E você? Também parece gostar deles.

-Bem, sim. Mas prefiro os coelhos, me trazem lembranças de um amigo meu – sorrio com a lembrança de Tsukito.

Nosso diálogo é interrompido por Hikari que nos chama para assistir uma disputa entre ela e Kei.

-Dessa vez eu vou vencer de qualquer jeito. Não vou perder para você, ouviu Kei? – Diz Hikari.

-Tudo bem, dê o seu melhor Senhorita Número Dois – responde ele.

-Não me chame de número dois! – Diz ela irritada.

Rio daquela discussão, a sua fala era tão animada e confiante assim como a de Apollon e as respostas dele eram debochadas assim como de Takeru. Mesmo sendo pessoas diferentes deles ainda não podia deixar de notar as semelhanças e lembranças que cada um deles me traziam deles.

“Começou de novo...”, é o que Megumi escreve em seu sketch book.

-Não se preocupe, isso é normal – me alerta Ryuu.

Sorrio. Se os dias fossem todos assim animados e alegres nesse colégio acho que não me importaria.


Notas Finais


Desculpem pela demora, mas espero que tenham gostado!


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