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História O camaleão - Capítulo único


Escrita por: Gaia_Miller

Capítulo 1 - Capítulo único


Fanfic / Fanfiction O camaleão - Capítulo único

 

‘’ Coberta com sangue, você fica muito melhor de vermelho... E com sua garganta aberta.  Seu corpo contrai e se contorce enquanto você sufoca no próprio sangue, confesso, tal cena me agrada. Ouso dizer que você não foi grande desafio, se reencarnação for algo verídico, realmente espero que com isso sua alma tenha aprendido que não se pode confiar em ninguém... ‘’

Em minha opinião, uma das grandes marcas de um bom assassino é com certeza a forma como este se camufla e passa despercebido dentre todos, e não querendo me gabar, nesse quesito eu me classificaria como camaleão. A maioria diz que só é um grande assassino aquele que não deixa corpo, eu discordo completamente, se não há corpo não há assassinato, e se não há assassinato não há motivo para matar.

A morte é uma das formas mais puras de arte, e não se deve esconder isso do mundo, muito pelo contrário, se deve divulgar para o maior numero possível de pessoas, mostrar a elas o tipo não convencional de beleza que habita a tristeza. A grande questão não é se livrar do corpo, mas sim de tudo que ligue seu eu comum ao ato, foi o que eu fiz.  Ser um adolescente normal, particularmente nunca foi grande desafio para mim, os comuns estão tão acostumados a seguir cegamente suas vidinhas medíocres que não percebem o oculto que se passa a seu redor, cometendo muitas vezes seu maior e ultimo erro.  As escolas estão sem duvida entre os piores lugares que já frequentei, sempre apresentando o mesmo padrão de futuros fracassados que dão seu máximo inutilmente, seria triste se não fosse tão hilário.

Os que realmente me interessam, ou melhor, as que realmente me interessam, são as de destaque, sim eu tenho um perfil: garotas entre 17 e 18 anos, na casa de 1,60m a 1,70m, pele clara como a neve, cabelos longos de um negro opaco, arrebatadores olhos esverdeados, porte de atleta, muito populares, intelectuais, aclamadas pelos rapazes e invejadas pelas garotas, eu as escolho a dedo.       

 Alissa Morgam foi a donzela premiada da vez, 17 anos, líder de torcida, namorada do capitão do time de futebol, primeira da classe, cabelos bem tratados, profundos olhos verdes, aclamada pelos rapazes e invejada pelas garotas, exatamente o meu tipo, e eu era exatamente o tipo perigoso, do qual menininhas como ela são alertadas a se afastar a partir do momento em que aprendem a falar, eu era o ‘’bad boy’’. A identidade a qual mais gosto, e que mais facilita meu trabalho, é a de bad boy, é patético como essas adolescentes, mesmo as mais promissoras, conseguem ser tão idiotas a ponto de caírem na lábia de uma cara desses, a carência por se sentirem especiais é sua perdição, e esse fetiche que elas tem por um momento de adrenalina é o que as destrói.

 Como o esperado, chamar a atenção de Alissa foi fácil, prendi sua atenção assim que pisei na escola. Escolhi para cursar as mesmas matérias que ela, eu a observava durante as aulas e ela sabia, seu ego crescia e se tornava quase palpável a medida que eu a devorava com os olhos, regras ignoradas aqui e ali, não demorou muito para que ela passasse descaradamente a dedicar todos os seus esforços a arrumar meios de chamar minha atenção. Devido a ser líder de torcida e namorada do capitão do time, Alissa passava muito de seu tempo vinculada ao futebol, assistindo aos treinos e etc... Levando em consideração, decidi me tornar o mais novo atleta do time.

Logo de inicio tomei destaque, ela se demonstrava cada vez mais intrigada, olhava para mim como se tentasse ler em meus músculos minha história, vez ou outra sorria para mim da arquibancada, um sorriso de criança levada que sabe estar fazendo coisa errada, a maioria destes eu retribuía.

Trocamos gracejos, em sua maioria discretos, durante semanas até que após um dos treinos rotineiros de quinta feira ela se aproximou, dessa vez para fazer mais do que sorrir, parou-me a caminho do vestiário, sua mão a roçar meu ombro direito, viera se apresentar e elogiar minhas impressionantes habilidades em campo, fiz questão de deixar bem claro que sabia quem ela era e o que queria de verdade, com desdém a deixei sozinha no corredor e me dirigi ao vestiário; eu a tinha cativado, descobri com certa facilidade que nada a incentivava mais que um belo desafio, estava disposto a jogar.  

Com o passar do tempo as provocações foram ficando mais freqüentes, e de fato muito evidentes, a pequena Alissa era do tipo que gostava de ser o centro das atenções, não demorou para que seu namorado, nem tão idiota, percebesse o que estava acontecendo. Apesar de não ser mais que uma pilha inútil de testosterona, Miguel o namorado, sabia que perder seu bilhete dourado de olhos verdes para outro cara não resultaria apenas na falta de sexo, mas também em uma queda considerável na pequena hierarquia sem sentido que eles cultuavam, e por se sentir o macho alfa, decidiu por si só que brigar comigo seria a solução para seus problemas, era a chance que eu precisava.  

Miguel não era inteligente o suficiente para usar o elemento surpresa, suas ações deixavam evidente, seria hoje, terça feira, o dia da briga. O sinal bateu, desci para o intervalo, ele me esperava posicionado a porta do refeitório, mal adentrei o ambiente e fui bombardeado com ofensas infantis, eu as ignore e isso o deixou ainda mais irritado, ele não era do tipo muito paciente e sem demora veio para cima de mim com o punho fechado, desviei do seu soco com facilidade e o arremessei contra a parede, encurralado o segurei pela gola da camisa sacudindo-o e o soltando no chão; Miguel estava desnorteado mal sabia o que o atingia, era hora de acabar com isso, subi em cima dele, com a mão esquerda eu segurava sua cabeça, enquanto que o golpeava com a direita, o sangue agora dava cor ao chão do refeitório e a minha camisa branca, me levantei deixando aquele troglodita patético inconsciente no chão, antes de sair daquele ambiente corri meus olhos até o canto oposto de onde estava, Alissa assistira a tudo, bem como eu queria, como a boa atriz que era sua face expressava horror e medo, mas até a melhor das atrizes não é boa o suficiente para esconder de mim o que sente, eu via em seus olhos o brilho sádico de prazer que meu pequeno show a proporcionará, agora que eu a tinha tudo seria mera questão de tempo.  

Semanas após o ocorrido, eu mexia em meu armário buscando o livro que precisava para a troca de turno, quando de dentro de minha mochila um pequeno envelope bege caiu: “É por meio deste, que eu, Alissa Morgam, venho convidá-lo para minha festa de 18 anos...’’ – ao que aparentava a coisas correriam mais rápido do que eu esperava. A festa seria daqui a duas semanas, e só havia um motivo plausível para eu ter recebido este convite, em questão de dias meu objetivo estaria completo, meu tempo em Illinois estava acabando. As duas semanas passaram depressa, era chegado o dia da festa, o grande dia de Alissa, meu grande dia; a festa foi marcada para ás oito da noite, meu relógio marcava nove horas em ponto, nada como um pequeno atraso para aumentar as expectativas, eu estava pronto e indo de encontro a aniversariante.

Alissa me viu no instante exato em que cheguei, calça jeans e a clássica jaqueta de couro eu me via parado em frente a sua casa, ela apareceu no jardim, caminhava até mim com um sorriso malicioso de vitória, com certeza se sentindo muito esperta, ela me abraçou, seu perfume doce tomando conta de meus pulmões, sua respiração compassada foi se aproximando do meu ouvido: ‘’nos fundos, cinco minutos.’’- sem saber ela havia selado seu destino, meu toque é negro e venenoso pois de cinquenta palavras para assassinato eu sou cada uma delas. Cinco minutos, eu estava nos fundos da casa como o combinado, encostado na cerca podia sentir a pequena faca que trouxera comigo em minha cintura queimando por cortar, eis então que em meio a luz fraca da lua uma silhueta feminina começa a tomar forma, ela não era do tipo que perdia tempo, caminhando com agilidade em meio ao breu eu a sentia cada vez mais perto, ela se debruçou sobre mim, milímetros separavam seus lábios dos meus, nossas respirações se alinhavam em um ritmo perfeito; eu a agarrei firmemente pela cintura e a beijei, com desenvoltura seu beijo tinha intensidade como se cada vez mais ela ansiasse por me devorar, seu corpo junto ao meu, ela tirou minha jaqueta, minha pele quente tocou a dela, éramos quase um, eu a joguei contra a cerca rasgando seu vestido, ela se apoiou em mim e em minutos estávamos no chão, tirei seu sutiã e ela minha camiseta- esta era a hora- eu a segurei e me posicionei por cima; enquanto minha mão esquerda a acariciava a direita com grande agilidade tirava a faca de seu esconderijo, com o objeto em mãos tapei sua boca, só então, tarde demais, ela percebeu que algo estava errado, com precisão quase cirúrgica passei a lamina altamente afiada por sua garganta, o sangue jorrou - Coberta com sangue, você fica muito melhor de vermelho... E com sua garganta aberta.  Seu corpo contrai e se contorce enquanto você sufoca no próprio sangue, confesso, tal cena me agrada. Ouso dizer que você não foi grande desafio, se reencarnação for algo verídico, realmente espero que com isso sua alma tenha aprendido que não se pode confiar em ninguém- ela se debate por alguns minutos, e então sua respiração cessa permanentemente, é hora de criar mais uma obra de arte.

 

‘’Foi encontrada morta na escola esta manhã garota de 18 anos de idade identificada como Alissa Morgam, Alissa foi encontrada no campo de futebol, o assassino a despiu, cortou sua garganta para que todo o sangue fosse drenado, a amarrou ao gol, cortou os seios e o cabelo da jovem, arrancou seus olhos e entalhou em sua barriga a palavra ‘’vadia’’, não foram divulgadas mais informações sobre o ocorrido e a policia ainda esta investigando possíveis suspeitos, especulações sobre o crime surgem inevitavelmente por toda parte, já vimos acontecer antes, será Alissa outra vitima do camaleão? O que ele fará a seguir? A família e amigos nossos mais sinceros pesares...’’

 

 

          

 



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