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História O Caminho dos Deuses - O Caminho das águas


Escrita por: ParkLarimin17

Notas do Autor


Oiiii pessoas!♡

Bem vindos a mais um capítulo♡

Esse foi escrito pela ~Peixasus Dark~

boa Leitura♡

Capítulo 4 - O Caminho das águas


Os ventos chicoteavam o penhasco em que eu estava, criando uma melodia disforme.


As ondas  subiam alto e quebravam violentamente nas rochas, salpicando meus pés e meu rosto com água salgada. 


Uma Tempestade se formava no horizonte. 


Peguei meu celular e disquei um número familiar. 


- William, onde você está seu idiota. Tem uma Tempestade se formando. 

- Uma tempestade? Mas não tem chuva. 

-Não esse tipo de tempestade idiota, o que quero dizer é que tem um amontoado de Ayakashis não muito longe da praia. 

- Tá beleza, aquela mesma praia da mensagem?

-Sim. 

- Ok, já chego ai.

- Vem logo antes que eu morra, porque meus planos para hoje era só tomar sorvete. 

- SEM MIM?!?!?

- Você pode vir depois de matar os Ayakashis. - ouvi um suspiro na outra linha. 

- Você tem que achar uma shinki logo.- ele falou. 


- Eu sei. 


-//-


- Onde ele está…?- falei pra ninguém em particular. 


Olhei para a praia. 


Havia crianças e famílias brincando. 


Olhei para o mar e ele se acalmou, obediente, se tornando uma superfície quase lisa. 

Parecido como um espelho d'água.


- Parece que terei que segurá-los por um tempo. - falei me afastando da borda do penhasco. 


Apenas para correr e pular dele de encontro com mar estranhamente calmo que me esperava logo abaixo. 


-//-


Corri sobre a água. 


Meus passos levantavam gotículas de água e formavam anéis ondulantes como se fossem pegadas. 


Olhei para a grande massa de Ayakashis na minha frente e percebi o erro que cometi. 


Não eram vários Ayakashis pequenos. 


Era apenas um gigantesco e ele se aproximava lentamente da praia cheia de pessoas. 


Eu me equivoquei. 


-//-


- WILL!!- gritei quando o Ayakashi pegou ele e começou a balançá-lo. 


Corri sobre o dorso do Ayakashi na esperança de chegar até o tentáculo ( acho que era meio que a mão do troço ) que segura Will. 

Mas a Coisa me viu ou sentiu e me jogou para longe. 

Então uma massa de água semelhante a uma mão se ergueu e me pegou no ar. 


Senti o gosto amargo de sangue na boca


Cuspi um pouco de sangue ,limpei os lábios com as costas da mão e me pus a correr em direção do Ayakashi mas fui lançada longe de novo. 


Bati contra uma rocha e o ar escapou  dos meus pulmões. 


Cai na água e boiei por alguns segundos atordoantes olhando para a lua que já tomava seu lugar no céu.( William já deve ter mudado sua aparência, explico depois é que é meio complicado ) 


Foi quando eu a vi.


Seu brilho era prateado ligeiramente esbranquiçado. 


Como a luz da lua. 


Fui cambaleante em sua direção. 


Era uma garota.  

Parecia estar ainda na adolescência. 

É uma idade meio difícil...


Estava próxima ao Ayakashi, escondida entre duas rochas no meio do mar. 


Comecei a subir novamente o dorso do Ayakashi enquanto pronunciava as palavras:


- A você, que não tem pra onde voltar nem como seguir em frente...

… Eu darei um lugar a que possa pertencer. 

Meu nome é Annie. 

De posse do teu nome, detenho-te aqui. 

Concedo-te um póstumo e faço de ti meu servo. 

O ente leva o nome. A peça, o seu homógrafo. 

Pela minha vida, torno-te instrumento. 

O ente é "Gina"

A peça é "Aosenshi"

Venha, Senshi!


As duas espadas em que Senshi se transformou vieram á minha mão. 


Corri pelo braço/tentáculo do Ayakashi e cortei fora a mão em que Will estava. 


Will usou sua própria Shinki e deu um

golpe no Ayakashi.


E enquanto ele tentava pegar Will, pulei do topo da "mão" da Coisa ,alto o bastante para olhar de cima o Ayakashi tentar bater inutilmente em Will. 


Enquanto eu caia, as memórias de quando Gina era viva vieram à minha mente. 


E… por um momento…


…Eu escondi meus olhos com o antebraço. 


E me permiti derramar uma lágrima. 


A gravidade me puxou para baixo, me jogando na água com muita força. 


Um humano não teria sobrevivido. 


Fui em direção ao Ayakashi já fraco e desferi um último e certeiro golpe. Ele caiu na água e desapareceu. 


Então meus joelhos cederam e desabei de exaustão, fechei os olhos e descansei, aproveitando a brisa suave e morna daquela noite.


Sinto alguém boiar ao meu lado. 


- Você morreu? - pergunto á William, sem abrir os olhos e segurando Senshi firme contra o peito, meu coração martelando as lâminas. 


- Não. - Will responde num tom cansado. 

- Tem certeza?

- Sim. 

- Então tá…

-…Ei, Annie- chamou Will depois de alguns minutos. 

- O que foi?- respondi. 

- Estamos no paraíso?

- Você não acabou de dizer que definitivamente NÃO estava morto?!- falei num tom falso de indignação. 

- Eu sei mas… Está tão perfeito e calmo agora…


Suspirei. 


- ...Eu entendo. - Respondi. 

-E…Will?- chamei-o

- Oi?

- Por que você está segurando a minha mão?

- Elas estão frias. 

- Elas são frias. 

- Dizem que quando as mãos de alguém estão frias a pessoa está se sentindo solitária. 


Encarei as estrelas e a imensidão negra que era o céu. 


-…Solidão… - comecei. 


- Não é uma sensação de que você está sozinho, é um sentimento de quando ninguém se importa. 


Soltei sua mão me levantei. 


- Giname!- chamei. 


Uma garota de cabelos negros ligeiramente azulados e olhos verdes brilhantes apareceu na minha frente. 


- O que…?!- ela começou ,olhei para sua expressão confusa e sorri. 

- Olá Gina. Você deve estar muito cansada. - falei tirando meu casaco e pondo em seus ombros. Ela bocejou e piscou demoradamente. 

- Quem é você?- Gina perguntou

- Sou sua mestre, sua companheira e guardiã. Eu vou cuidar de você nesse "pôs-vida". 

- Então eu morri mesmo? É que eu… eu tinha a sensação e o conhecimento de que morri… mas acho que estava... apenas não queria acreditar. - dei um meio sorriso, ela parecia ter apenas catorze anos. 


Ela era tão jovem…


Me abaixei ligeiramente para ficar à altura de seus olhos. 


-Quer carona?- falei apontando para minhas costas. 


- Claro!- ela falou dando outro bocejo. 

- Ah! Só mais uma coisa. 

- O que ?- perguntei já aguardando que ela subisse em minhas costas. 

- Como estamos andando sob a água?- ela perguntou subindo nas minhas costas e deitando a cabeça. 

- Por minha causa.- respondi. 

- Mas já chega de perguntas. 


- Durma, Gina. - falei enquanto a carregava. 


-//-

P.o.v.  Will


Já estávamos na cidade, Gina ainda dormia, eu e Mei não tínhamos falado muito no caminho. 


- Mei. - começo. 

- Oi. - ela responde. 

- Você chorou quando recebeu as memórias de Gina, não foi? - eu havia mandado minha Shinki ir na frente e comprar algo para comermos. 


- Sabe Will.- ela começou a falar olhando para o céu estrelado, entrando num devaneio. 


- Gina mentiu ao dizer que estava bem.  Mas… Há uma razão para mentira: funciona.- ela continuou. 

-É uma verdade básica da condição humana que todo mundo mente. A única variável e sobre o quê. 


Minha shinki veio com comida. Comemos nas mesas de uma cafeteria e depois todos fomos para a casa de Annie, era uma mansão, assim como a minha, digna de uma deusa ancestral. Entramos na casa , ela deu roupas apropriadas para Gina e nos ofereceu quartos para passar a noite. 


Quando eu já estava de pijama e deitado na cama alguém bate na minha porta. Era Annie. Ela entrou, fechou a porta atrás de si e sentou com as costas apoiadas nela. 


- William. A dor nos faz tomar decisões erradas. O medo dela também.


- O que você quer dizer?


-  Ás vezes a voz Dela me diz coisas e me faz pensar. Will, o mar está em épocas sombrias. - os olhos de Annie escureceram de uma forma assustadora, eles pareciam ondas, ameaçadoras, batendo contra a praia e levando consigo o que nunca mais poderia voltar, às vezes levando vidas. Eles me davam arrepios. 

- então ela começou a falar num tom sombrio:


-O mar esta em perigo

Posso sentir...

Posso sentir a revolta nascer no fundo da gota

que cai solitária no mar de tudo que nos cerca...

Posso sentir o movimento minúsculo da areia

se remexendo sob a água que finge-se parada...

Há uma tormenta por vir..

Posso sentir...- ela parou de falar e encarou o chão por alguns minutos. 


- Boa noite Will, durma bem. - e se retirou do quarto.



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