História O Caminho Entre Os Mundos - A Floresta do Quintal.

Eu sempre morei em uma casa de madeira com dois andares, junto com os meus pais, Paola e Lorenzo, em uma cidade de ninguém, nossa única vizinha era minha avó Asdra, a qual morava na casa da frente, nossa casa tinha um quintal florido que dava para uma floresta sem fim, era muito bonito tudo aquilo, mas sempre preferi ficar no sótão, lendo os livros de contos de fada e algumas histórias da Agatha Christie, minha escritora favorita. Amava tanto aquele lugar que ao passar dos anos se tornou o meu quarto. 

Mas parece que o tempo passa tão rápido quando estamos lendo algo...

-MARI, VENHA CÁ FILHA!

-JÁ VOU MÃE!

Saí correndo do sótão, quase caí das escadas, e quando cheguei na cozinha... Lá estava minha mãe, cozinhando o jantar de aniversário do meu pai.

-Tudo bem mãe?

-Ah? Sim... Querida, você poderia pegar umas ervas pra mim usar no frango? Devo ter plantado algumas no quintal.

-No quintal? Okay, já vou ver.

Sim, sim, aquele foi o dia, eu apenas passei pela minha mãe, peguei uma pequena vasilha, uma faca, abri a porta dos fundos, olhei por todo o quintal, mas ironicamente não havia nada lá, talvez os pardais tivessem devorado tudo, mas certamente deviam ter ervas na floresta, por que não adentrar apenas para procurá-las?

E lá estava eu, andei menos de dois minutos, encontrei uma pequena passagem pela floresta e andei por ela, e após mais alguns passos estava lá diante de mim, uma clareira no meio da floresta, dentro dela o céu estava estranhamente límpido e caloroso, no chão havia um circulo de cogumelos que rodeava perfeitamente a clareira, e no meio círculo? Ervas, malditas ervas. Adentei aquela maldita clareira, e quando me abaixei para cortar as ervas foi como se meu fôlego parasse, uma luz clara invadiu meus olhos e por alguns segundo e desespero também. Foi assim que cheguei em Eel.

-Mas isso foi a dois dias, dias terríveis, e agora, Ykhar, você sabe como cheguei aqui.

-Nossa, eu nunca ouvi falar de alguém que passou por um círculo de cogumelos e ficou sem respirar...

-Nunca?

-Nunca. Mas deixando isso de lado, sobre sua família poderia me contar mais sobre ela?

-Sim, eu posso.