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História O caminho para uma alma perdida - Um coração acolhido


Escrita por: beeTurner

Notas do Autor


Oooooi amados, então deixa eu avisar que o site do Spirit não está funcionando pra mim no navegador, por isso estou postando pelo celular. Então desculpem qualquer erro na formatação!
E sobre esse capítulo: SIMMM ELE FICOU ENORME COMPARADO AOS OUTROS D:
E olha que eu tirei uma parte que era pra aparecer nele aoskaoska Vou deixar pro próximo!
E nesse tem uma música muito meiga que recomendo ouvirem durante a leitura. O link vai estar nas notas finais!
Boa leitura!

Capítulo 4 - Um coração acolhido


“Da próxima vez eu te protegerei da minha maneira.”

Era uma visão totalmente escura, semelhante a uma sala fechada e isolada, já que também nenhuma corrente de ar circulava pelo local.  Havia apenas um feixe de luz branca, que era suficiente para enxergar sem nitidez o que estava ocorrendo ali. Na realidade, não era preciso de muita iluminação para ver o horror que acontecia naquela sala.

O chão estava manchado por um líquido vermelho e escuro, que podia-se deduzir ser sangue também pelo cheiro característico de ferrugem e sal. O silêncio absoluto tornava tudo ainda mais arrepiante, já que combinava com o sangue espalhado e assim deixavam clara a ideia de que não havia sinal de vida naquele lugar. Pelo menos não mais.

O barulho de um metal em atrito com o outro material sólido se fez presente naquela imensidão. Era como uma espada sendo sacada de seu coldre. O ambiente ganhou um ar sádico, o pior inimigo para um psicológico fraco. Como se mais alguém pensasse dessa forma, um grito  distante pode ser ouvido, mas sem o senso de qual direção poderia estar vindo devido a completa escuridão. Era como se tudo fosse engolido pelas sombras, sem deixar que ninguém soubesse o que estaria se passando em cada canto daquela sala.

Outra vez o barulho da espada, misturando-se ao grito ao fundo, mas dessa vez ela cortava o ar com agilidade e brutalidade. Com isso, apenas pode-se ouvir um último urro de dor e tudo voltou a seu silêncio perturbador anterior.

E as sombras continuaram caladas até o momento de Kaori abrir os olhos.

O som dos pássaros pela manhã e da vizinhança acordando de uma preguiçosa noite de sono eram música para os ouvidos da menina que agora estava consciente. Não fazia ideia de quanto tempo havia dormido desde que pediu à Tsunade algo que a fizesse dormir, pois estava se sentindo exausta. Seu corpo já estava um tanto dormente de estar deitada naquela cama de hospital, então a garota começou a se ajustar para ficar sentada, com as costas apoiadas na cabeceira. Seus ossos pareciam crocantes pelos diversos estalos que ouviu em conjunto e seus músculos relaxaram após ela se espreguiçar, deixando seu corpo amolecido e uma sensação maior de preguiça a dominar, mas a claridade do sol que atravessava o tecido da cortina já insinuava que Kaori não conseguiria mais dormir hoje.

Aproveitava aqueles pequenos detalhes, como a maciez do lençol que tocava as partes expostas de sua pele, a temperatura quente e aconchegante que as roupas que usavam lhe traziam, o quarto plenamente organizado e limpo em que estava… Kaori esfregou os olhos com os dedos de ambas as mãos e após isso a menina caiu em uma realidade terrível.

Só era capaz de aproveitar aqueles pequenos e insignificantes detalhes, pois não tinha noção do que seriam as coisas grandiosas para ela. Não tinha uma história, vivências ou noção do que a esperava lá fora para se sentir ansiosa e curiosa sobre algo. Era como estar vazia.

    O olhar de Kaori se fixou em um ponto no chão, perdendo o foco pelos minutos seguintes em que ela se pegou pensando sobre tudo o que estava acontecendo. O que estava perdendo sobre o seu passado, afinal? O que significava aquele sonho que acabara de ter? Será que era seu subconsciente lhe avisando algo sobre quem Kaori realmente era? Ou ela costumava ter pesadelos assim todas as noites? O quanto perturbadora poderia ser su-...

  — Você finalmente acordou! Caramba pensei que ia ficar dormindo aí a semana inteira. — todos os pensamentos de Kaori sofreram um choque ao ouvirem a voz de um menino adentrar ao quarto. Era ele. O jeito relaxado, com os braços atrás da cabeça enquanto caminhava até mais próximo da cama de Kaori e aquele sorriso enorme que o garoto carregava deram a Kaori a primeira impressão que ela teve sobre o loiro: afeto. Não pode evitar sorrir singelamente para ele, lembrando-se perfeitamente que havia sido ele quem a salvou no rio.

 — Eu bem que gostaria, mas… Acho que aquela loira não iria gostar de me ver usando o hospital como minha casa. — tentou fazer graça quando notou que o menino era descontraído e percebeu que acertou quando ele riu de sua fala.

— A Vovó Tsunade? Ela é assim meio durona e ranzinza quando você conhece ela, mas é uma ótima Hokage. E depois dela, eu vou me tornar o melhor Hokage de Konoha, dattebayo! — acrescentou, estufando o peito de orgulho e mostrando uma certeza que deixou Kaori extremamente convicta de que ele seria realmente um Hokage… Mesmo que a garota não soubesse bem o que era um Hokage e o que fazia, mas sabia que precisaria passar muito tempo em uma biblioteca para aprender as coisas que aparentemente esqueceu. Então resolveu não perguntar aquilo ao garoto.

— Eu não sei o porquê, mas eu acredito muito nisso. — disse para ele, sorrindo de forma amigável. Naruto poucas vezes escutava aquelas palavras de confiança, então isso fez os olhos do jovem gennin brilharem de forma inocente e entusiasmada. Kaori percebeu aquilo, ficando orgulhosa de si mesma por conseguir aquilo em um garoto que mal havia acabado de conhecer. O momento foi cortado pelo alto barulho que veio da barriga da garota, a deixando de bochechas ruborizadas e um sorriso amarelo. Estava com muita vontade de comer algo, seu estômago implorava por isso. — Err… Foi mal, eu não sei quanto tempo faz que não como alguma coisa.

— Sem problemas! Depois que você estiver melhor e poder sair, vou te levar para comer o melhor ramen desse mundo. Você vai ver, o Ichiraku é o melhor restaurante de ramen e você não vai querer ir em outro lugar, dattebayo! — o convite tão convicto de Naruto fez o estômago se remexer outra vez, deixando a menina completamente ansiosa. Como esse menino poderia ser tão persuasivo? Kaori riu baixo desse próprio pensamento, assentindo com a cabeça.

— Eu vou adorar, com toda certeza. E… sei que eu já deveria saber o seu nome depois de tudo, mas ainda ninguém me disse…

— Ah, é mesmo! — Naruto riu desconcertado do importante detalhe que havia esquecido, coçando rapidamente o topo da cabeça.— Meu nome é Naruto Uzumaki! E você é…? Ah, verdade, eu me lembrei que você não sabe o seu nome ainda. — ele parecia pensativo sobre algo enquanto passava a mão no queixo, talvez tentando lembrar se estava esquecendo de mais alguma coisa.

— Meu nome? — Kaori arqueou as sobrancelhas, não esperando que alguém soubesse sua identidade ou que tivessem parado por algum tempo para pensar nisso para ela.

— Sim! Seu nome vai ser Kaori e fui eu quem escolheu. Pensei em todas as coisas que me lembravam você no momento em que te conheci e o seu perfume foi o que venceu. — o menino novamente deu aquele sorriso orgulhoso, parecendo mais uma vez estar feliz por algo que havia feito. Kaori não prestava atenção naquilo, apenas apertava entre os dedos levemente o tecido do lençol de hospital que a cobria. Então ela agora tinha um nome? Era como se aos poucos estivesse trilhando uma nova história em sua vida. Era não. Estava realmente trilhando o que parecia uma nova história aos poucos e mesmo que o fato de ter esquecido seu passado a deixasse transtornada, ao mesmo tempo uma sensação de felicidade preenchia e confortava o coração da morena. Como se há tempos não sentisse um sentimento como aquele. Como se há anos ninguém se importasse com ela ao ponto de lhe escolher cuidadosamente um nome ou simplesmente a levar para comer um prato de ramen.. Kaori sentiu-se acolhida.

Naruto, que esperava a resposta da menina com um sorriso enorme nos lábios ainda, ficou confuso ao notar como ela parecia aérea naquele momento.

— Você não gostou do nome? — perguntou receoso, deixando até mesmo o humor cair ao pensar naquela possibilidade. — Poxa, eu tinha achado tão maneiro…  Se você quiser a gente pode escolher outr-...

— Não! — Kaori foi tão apressada para responder que assustou Naruto, mas ela logo esclareceu tudo com os lábios abertos em um sorriso meigo, ao ponto de fazer seus olhos se fecharem e as bochechas ficarem mais salientes.— Eu amei esse nome, não poderia imaginar um melhor, Naruto-kun.

O loiro voltou a sorrir como anteriormente ao escutar a aprovação da garota, que já estava considerando sua mais nova amiga. Naruto carregava consigo um dom que poucos, ou quase ninguém além dele possuía: a de cativar e ganhar a confiança das pessoas tão rapidamente

— Beleza! Então agora que já escolhemos o seu nome, podemos ir comer no Ichiraku, o que acha?

— Vá com calma, Naruto. Ela ainda precisa passar por uma enfermeira para ser liberada. Vocês dois não podem sair por aí assim… — uma menina de cabelos rosa e de altura semelhante a de Naruto entrou no quarto. Seus olhos verdes se destacavam em seu rosto, mas… Não mais que sua testa, observou Kaori. A rosada sorriu simpaticamente para a morena, acenando brevemente com a mão como um cumprimento. — Oi, eu sou a Sakura. Você é a Kaori-chan, certo?

— Bem, parece que agora eu sou. — não evitou a piadinha, rindo baixo antes de devolver o aceno para a menina. — É um prazer conhecê-la, Sakura-chan. Você… — Kaori olhou da menina para o garoto, notando a maneira diferente como este observava a jovem gennin, ficando em dúvida sobre algo. — É a namorada do Naruto?

Os dois ninjas ganharam tons vermelhos, mas de maneiras diferentes. Naruto ganhou um tom vermelho de rubor, como se aquela possibilidade de namoro entre os dois o deixasse sem graça. Já Sakura… Seu tom vermelho do rosto poderia ferver uma jarra de água, deixando evidente sua raiva ao pensar em algo do tipo com o loiro.

— O queeee, eu nunca namoraria esse baka! - Sakura respondeu irritada, fazendo Naruto entristecer na hora pelo o que ouviu. Kaori não pode segurar a risada, mesmo que baixa, pela cena que estava assistindo. Em pouco tempo, já havia escutado a própria risada diversas vezes, tendo a sensação de que em seu passado, quase nunca agraciava a própria garganta com esse som espontâneo.


[...]


Após a liberação da enfermeira, Kaori estava classificada como saudável para sair do hospital, mas não poderia exagerar tanto. Foi recomendado que ela também repousasse em casa, evitando exercícios pesados ou algum estresse que lhe a afetasse. Por total insistência de Naruto, que explicou que seria o responsável por ela durante o tempo que ficasse na vila, Kaori dormiria no pequeno apartamento do gennin em uma cama que ele disse que havia improvisado para ela. A morena não queria admitir e o deixar triste, mas mesmo que Naruto fosse uma ótima pessoa, não parecia ser a mais organizada também. Entretanto, a menina sentiu-se agradecida pela estadia e não recusaria o convite.

Os dois caminhavam pelas ruas da Vila Oculta da Folha, com Naruto explicando tudo o que ele sabia e estava na ponta da língua para a garota. Kaori observava aquele vilarejo com enorme admiração pela beleza e ao mesmo tempo simplicidade em cada canto. As cores de cada residência, a maneira como havia sido projetada e a grandiosidade da montanha com o rosto dos Hokages eram pequenos detalhes próximo as crianças correndo e brincando com tamanha liberdade nas ruas, os comerciantes cumprimentando uns aos outros com enormes sorrisos no rosto, os casais e famílias que passeavam pela rua absortos em uma conversa entusiasmada, os risos que podiam se ouvir… Tudo era tão bom que Kaori poderia ficar parada apenas observando ao redor.

— Shikamaru! Chouji! — Naruto acenou com o braço levantado, avistando ao longe dois rapazes. Um deles usava o cabelo preso em um rabo de cavalo curto e alto, além de usar um colete verde no corpo e carregar no rosto uma expressão de quem estava entediado. O outro era mais robusto, com uma grande e comprida quantidade de cabelo e carregava consigo um pacotinho de batatas. Kaori sentiu fome novamente, pois Naruto ainda não havia a levado para comer ramen.

— E aí, Naruto. Então você ficou de cuidar da nova menina? Caramba, isso deve ser tão chato, mas eu trocaria pela minha missão que acabei de receber da Hokage. — falou o garoto de cabelos escuros, Shikamaru, com as mãos nos bolsos. Kaori presumiu que ele deveria ser a preguiça em pessoa.

— Não fale assim, Shikamaru, ou a moça vai pensar que ela é a chata da situação. — o gordinho repreendeu o amigo enquanto comia uma das batatinhas crocantes e amarelinhas.

— Ah, não, está tudo bem mesmo. Eu também acho que ter que me escoltar por aí não deve ser a coisa mais legal do mundo, não se preocupe. — Kaori se apressou em dizer, negando com a cabeça e sorrindo para os dois. Shikamaru também esboçou sorriso singelo.

— Está vendo? Eu não sou o único que pensa dessa forma.

— Que seja! Você recebeu uma missão, Shikamaru? — Naruto mudou de assunto, se mostrando curioso sobre o que indagou. — E qual é?

— Eu bem que gostaria de te contar, Naruto, mas são ordens da Hokage não dizer nada para ninguém sobre essa missão. Talvez ela te conte algo mais tarde. — falou soltando um longo e cansado suspiro logo em seguida, olhando dessa vez para Kaori que apenas os observava calada. — Eu preciso ir logo. Foi um prazer conhecê-la…?

— Kaori. — a menina respondeu, um pouco não natural para alguém que falava o próprio nome, mas ela presumiu que Shikamaru já entendesse a situação dela.

— Shikamaru Nara e esse é Chouji Akimichi. Quem sabe uma hora a gente se veja por aí de novo, até! — ele falou, então fez um aceno com a cabeça enquanto o outro mais gordinho sorria como forma de se despedir também. Kaori ficou olhando os dois se afastarem também, entendendo aos poucos a personalidade das pessoas a medida que ia às conhecendo.

— Droga… Eu que queria ter recebido uma missão ultra secreta. Ultimamente só recebo missões idiotas. — Naruto parecia realmente descontente enquanto resmungava e caminhava, fazendo Kaori por instinto levar uma mão até seu ombro e lhe reconfortar dessa forma, por um instinto que a guiou.

— Eu tenho certeza que a Hokage só está lhe dando essas missões mais fáceis porque a vila depende muito delas, como você mesmo me disse. — a voz da garota passava seu afeto, o que deixou o gennin atento a ela, observando seu rosto que estava um pouco acima do dele pela diferença de altura entre os dois.— E ela deve confiar muito a você essas missões. Assim você está ajudando Konoha a ser reconhecida pela bom trabalho para as outras nações.

Naruto refletiu sobre aquelas palavras por alguns instantes, até mesmo parando de caminhar. Kaori seguiu alguns passos na frente dele, mas voltou-se na direção do loiro quando notou que este não a seguia. Estranhou aquela reação, mas ao encontrar o rosto do novo amigo com um sorriso enorme aberto nos lábios, não pode deixar de também esboçar um.

— Você tem razão! Eu sou um dos melhores ninjas, claro que ela confia em mim. — ele parecia ter esquecido o encontro com Shikamaru e o assunto das missões nos momentos seguintes quando voltou a caminhar com Kaori em direção ao Ichiraku. Ao chegarem em frente o restaurante, o olhar de ambos brilhou. Naruto pode poder comer sua comida favorita e Kaori poder simplesmente comer algo. O próprio estômago agradecia aos deuses nesse momento.

Eles entraram no local decorado com enorme simplicidade, pórem aconchegante e o dono com um rosto até mesmo paternal já parecia conhecer Naruto há muitos anos, não deixando de cumprimentar Kaori de forma amigável e simpática, como todos fizeram até agora. Pediram uma tigela de ramen caprichado e quando o pedido chegou até a bancada em que estavam sentados, o cheiro gostoso da comida invadiu as narinas da morena a deixando mais ansiosa ainda.

Agradeceram por suas refeições e ambos provaram um pouco do ramen, parando em seguida para apreciar a comida. Naruto tinha no rosto uma expressão de total satisfação por estar comendo algo que amava tanto, em que seu mundo praticamente girava ao redor. Para Kaori, o gosto era mais do que delicioso. Ele marcava um momento que a menina não queria que fosse apagado de sua memória. Aquela havia se tornada sua comida favorita, sem dúvidas.


Notas Finais


Link da Música: https://youtu.be/KPNIYpGpu_8
O próximo capítulo vai sair logo, acredito que no sábado! Beijos, gente! 😘


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