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História O Caminho que Trilhamos - Laços


Escrita por: Vany-chan734

Notas do Autor


Hello pessoal
Bom queria falar um pouco sobre esse capítulo: SOU SASUKETE SIM, hahaha e como algumas pessoas pediram (e eu tbm quero) vou explorar o relacionamento dos personagens da fic, dessa vez foi o casal SasuSaku <3 Em outros capítulos tenho planos para explorar o MitsuIno e NaruHina, vamos ver se eu dou conta de tanta responsabilidade (afinal nao eh só escrever, é transmitir toda a intensidade dos sentimentos)
É ai q entra a imagem do cap, por mais que eu nao tenha descrito essa cena, a imagem passa a ideia da Sakura zelosa pelo Sasuke, mas sabemos que ela eh assim com todos <3 E é sobre isso que o cap ta retratando.
Ah, eu queria ressaltar que eu fico muito muito muito MUITO feliz quando vcs comentam a fic, vcs nao tem noção do quão bom é eu escrever e ter um respaldo!
É isso ai, desculpa o textao, e bora mais um cap !!! <3

Capítulo 13 - Laços


Fanfic / Fanfiction O Caminho que Trilhamos - Laços

Enquanto Sarada passava a manhã com Boruto, Sakura atendia seus pacientes no hospital. 

Por volta das onze, a Uchiha atendeu uma criança, acompanhada da mãe, por rotina. Entretanto constatou um fato que a deixou eufórica: Sakura foi a médica responsável pelo pré-natal e parto daquela menina, chamada Mey, a qual agora completava dois anos.

Se passaram dois anos.

Praticamente, os mesmos dois anos que Sarada ficou fora, tornando-se outra pessoa e causando uma dor imensa na rosada, por não ter acompanhado o crescimento da própria filha. Esta, agora, seria uma ANBU, não precisava mais dos conselhos e das ajudas de Sakura.

Um flash de lembrança do comportamento de Sarada durante o Exame Chunnin reforçou a ideia.

Sua filha cresceu. 

A Uchiha observava Mey e a mãe saírem do consultório e fecharem a porta, ao passo que fazia sua reflexão.

E, mesmo sem querer, chorou.

As lágrimas escorriam sem permissão e não tinham prazo para parar. Estava desolada. 

O dia mais feliz da vida da rosada fora quando Sarada nasceu, - superando até mesmo o dia de seu casamento - pois além da nova Uchiha nascer, uma nova Sakura nasceu. Naquele dia, apesar de toda a conturbação, Karin ajudou o casal Uchiha e Sarada finalmente veio ao mundo, promovendo em Sakura uma mudança notável. 

Se tornar mãe foi extremamente prazeroso e inovador, além de despertar em si uma paranóia inimaginável para com os cuidados da filha, junto ao amor incondicional tanto proclamado por sua mãe, Mebuki, ao referir-se a ela. Naquele dia, Sakura entendeu a intensidade do sentimento do qual a mãe falava.

- Testuda, pode peg... - Ino adentrava a sala.

Logo a loira percebeu a amiga em prantos e o tom da voz estridente diminuiu:

- Testudinha... o que aconteceu? 

Sakura não conseguia falar, tremia, chorava, a respiração estava entrecortada e os batimentos cardíacos acelerados. A Yamanaka preocupou-se com a amiga, abraçando-a após um soluço nervoso da Uchiha. 

Após alguns minutos, Sakura conseguiu se controlar e falou:

- Sarada... - a voz era abafada pela proximidade do corpo de Ino.

- O que tem a Sarada? Ela está doente? 

- Não ... ela cresceu, Ino - e novamente chorou.

A loiro não entendeu o que se passava na situação. "Sarada cresceu. Isso não é normal?" pensou.

- Testuda, como assim? - a preocupação era palpável na sua voz. 

- Ela não é mais minha garotinha, Ino. Ela não precisa mais de mim. 

A amiga empurrou Sakura para que pudesse olhá-la nos olhos e analisar a mulher em frente. Finalmente entendeu o que a amiga quis dizer.

- Testuda, não fica assim. A Sarada cresceu e se tornou uma ninja muito boa, pelo que eu vi no Exame Chunin. E ela pode até não precisar mais da sua ajuda na hora de pentear o cabelo ou tomar banho, mas não quer dizer que não te ame e não queira ficar perto de você. 

Sakura esfregava os olhos molhados com as costas das mãos. 

- Sua filha não vai abandonar você, Testuda - colocou as mãos nos ombros da Uchiha encorajando-a. 

- Como você sabe? - Sakura falava como uma criança desesperada. 

Sentia-se como uma. 

- Porque assim que o Inojin começou a namorar me senti do mesmo jeito, lembra? 

Sakura lembrava-se de Ino reclamar que estava ficando velha, já que o filho tinha começado a namorar, mesmo com uma idade relativamente nova.

- Então sei como é essa sensação de abandono... esses dias atrás mesmo! Sai saiu em missão e eu esperava passar um tempo com meu bebê - ela se referia ao Inojin - e no entanto, ele foi passear com Mitsuki. Me deixou sozinha! - reclamou no fim. 

Sakura riu da revolta da amiga. 

- Você disse para ele ir, Ino - contrapôs, lembrando-se da amiga dizer aquilo ao filho.

- Porque não quero parecer uma chata! Mas se eu pudesse, trancava ele comigo na nossa casa. 

A Uchiha riu mais uma vez. Se pudesse, faria o mesmo com Sarada. Principalmente, impedi-la de ser uma ANBU. Não gostava da ideia da filha envolvida em um meio tão pesado, pois além dos assassinatos, vinham as espionagens e desconfianças constantes. E como a intensidade do lugar afetava os shinobis. Conhecia o meio e suas consequências apenas por analisar os comportamentos dos ex-senseis, Kakashi e Yamato, junto com o ex-colega de equipe, Sai. 

- Está melhor? - a loira alegrava-se por arrancar risos da rosada. 

Sakura afirmou positivamente com a cabeça. 

- Por que não tira a tarde de folga? Vá pra casa, eu cubro você aqui - propôs sorrindo. 

Sakura agradeceu sorrindo a oferta. Talvez um descanso seria bom. A exaustão do hospital mexia com seus sentimentos, deixando-a irritada e sensível. Assim se levantou, retirou o jaleco, colocando-o sobre sua cadeira e caminhou junto de Ino ganhando um abraço de despedida com a frase:

- Se cuida, Testuda. 

- Obrigada, Porquinha - retribuiu provocativa e amável. 

Caminhou devagar pelas ruas de Konoha, porém ainda incomodada com o novo cargo da filha, decidiu falar com Naruto mais uma vez. Porém, seria sincera dessa vez, já que durante todas as outras, simplesmente xingava Naruto por propor algo tão sem nexo e perigoso. Nem mesmo ela, uma shinobi renomada com várias experiências em campo foi requisitada para a ANBU, nem durante o governo de Kakashi. O sensei dizia que ela não possuía uma característica fundamental para a ANBU, sem lhe revelar qual era essa "qualidade". 

Se deparou com a porta do Hokage. "Estava tão concentrada em meus pensamentos que nem notei minha chegada ao prédio" pensou acuada.

A porta estava guardada por dois ANBUs, que não fizeram esforço para detê-la, ou seja, concediam-lhe passagem direta. Ela bateu duas vezes na porta e ouviu um "entre" cansado detrás dela.

Abriu a porta e viu o amigo sentado em sua mesa, cheia de pilhas de papéis, com a cabeça baixa e uma careta olhando um pergaminho. 

- Naruto - chamou a atenção dele. 

Os olhos azuis focaram no rosto da amiga e cintilaram.

- Sakura-chan! - falou animado, apesar do cansaço evidente - O que faz aqui?

- Vim conversar com você, Naruto - fechando a porta atrás de si.

O loiro tomou uma postura rígida, pensava ser alguma encomenda para o hospital ou um pedido de férias, afinal ela aparentava um cansaço tão grande quanto o dele. 

- Não quero a Sarada na ANBU - foi direta. 

O Hokage levantou uma sobrancelha estranhando a atitude dela. 

- Já não tínhamos decidido isso? Achei que concordasse...

Ela se sentou na cadeira à frente dele, suspirando.

- Não fui verdadeira com você quanto aos meus sentimentos sobre isso. 

Ele estava intrigado, então controlou-se para não cortar a fala da amiga.

- Não quero a Sarada na ANBU porque sei que é cheia de experiências traumatizantes. A minha filha já passou por muita coisa nesses anos, não precisa se unir a uma organização perigosa e que possivelmente a deixe ainda mais contida e fria. Não quero ela nem perto da oportunidade de sucumbir à escuridão, assim como Sasuke-kun o fez um dia - ela mantinha o tom de voz, mas uma tristeza subitamente a preencheu. 

O Nanadaime fechou os olhos, absorvendo o que lhe foi dito. 

- Entendo... 

- Naruto, a Vila têm exímios ninjas para colocar no lugar de Sarada - argumentou ainda mais. 

- Sakura-chan, ela é única, - seus olhos se abriram e pareciam faiscar com a intensidade de suas palavras - assim como o Teme, ela possui o Sharingan e o Susanoo, assim seria de grande ajuda à ANBU. Além disso, eu também percebi como ela voltou diferente de seu treinamento, por isso a escalei para minha guarda pessoal, podendo ficar ao meu lado e melhorando sua capacidade de comunicação, afinal o bastardo do Sasuke não ajudou nisso - Sakura fez uma careta - e mais importante, ela pode ver de perto o trabalho de Hokage e caso queira esse cargo mesmo, ela já terá uma boa base. 

"É o sonho dela..." a consciência de Sakura lhe dizia.

- Mas poderia colocá-la como sua ajudante, sem precisar dela atuando na ANBU - propôs. 

- Não é fácil assim, Sakura-chan - ele suspirou - são informações confidenciais a todo momento circulando nessa sala. Preciso de alguém apto e de confiança para guardar à mim e aos segredos da Vila. 

Sakura franziu as sobrancelhas. "Desde quando Naruto se tornou tão responsável?" pensou levemente irritada.

- Por exemplo, - Naruto continuou - confio plenamente no Teme e sei que ele é o ninja mais habilidoso, depois de mim, aqui a Vila - ele sorriu sarcástico, demonstrando que a rivalidade deles continuava - e por isso dei o cargo de capitão da força policial de Konoha para ele. Assim como pertenceu ao Fugaku, um dia. 

- Quando isso aconteceu? - ela perguntou meio chocada. 

- Hum, oficialmente hoje. Mas já vim planejando isso há algum tempo... 

- E onde ele está, agora? - inquiriu o paradeiro do marido. 

- Na casa de vocês. Ele estava com dor de cabeça e eu dei uma folga à ele. 

- O quê?! - ela se levantou bruscamente. 

- Calma, Sakura-chan! - ele levantou as mãos, pedindo paz. 

- O que aconteceu com o Sasuke-kun? - a preocupação tomava conta dela.

- Ele só teve uma dor de cabeça. 

- Eu vou atrás dele - ela se virou e começou a andar até a porta. 

- Sakura-chan, a Sarada - Naruto chamou a atenção da amiga, fazendo-a parar com a mão na maçaneta - ainda não terminamos. 

Sakura percebeu seu deslize, afinal sua preocupação com o marido a distraiu. 

- Sim? - perguntou receosa, voltando a cadeira.

- Só a enviarei para missões que estão ao seu nível, não ignoro o fato dela ser apenas uma recente Chunin. E normalmente algum ANBU experiente a acompanhará, principalmente Sai. Vou deixá-lo como capitão da equipe dela. Mas ela só irá se tornar uma ANBU com a autorização dos pais, assim preciso que me confirme até amanhã, quando a requisitei em minha sala.

- Tudo bem, Naruto. Vou pensar... - sussurou.

- Agora, - ele pegou um papel em branco de uma gaveta - vou dá-la uma folga também! Você precisa descansar Sakura-chan. 

- Naruto, não precisa...

- É uma ordem. Do Hokage - ele sorriu interrompendo-a.

Naruto preocupava-se com a saúde da amiga, e isso confortava o coração da rosada. O laço deles era inquebrável. 

O Uzumaki terminou o documento a mão e o entregou à Uchiha, que sorriu em agradecimento. Depois levantou-se e foi surpreendida pelo abraço dele, já de saída. 

- Até mais, Sakura-chan - ele disse amavelmente.

- Até, Naruto - ela o abraçou forte.

Se separaram e ela caminhou até sua casa, lendo o documento, o qual lhe dava folga por uma semana. Riu do privilégio dado pelo amigo. É claro que não aceitaria ficar uma semana em casa, no máximo três dias, pois adorava a sensação de dever cumprido após ajudar os pacientes.

Chegou em sua casa, retirou as sandálias e as deixou no hall da porta, depois caminhou pelo corredor chamando pelo marido. 

- Sasuke-kun?. 

- Estou no quarto - ele respondeu. 

Ela abriu a porta do quarto deles e encontrou o Uchiha carrancudo com os braços cruzado sobre o peito, fitando o teto.

- Naruto, me falou que você estava com dor de cabeça. 

- Não é nada - ele ainda olhava o teto.

Sakura sabia que ele não ia falar o que sentia. "Orgulhoso" repreendeu-o com o olhar. 

- Pare de ser teimoso - ela sentou ao pé da cama, tocando sua testa suada e ardente - Sasuke-kun, você está com febre! 

- Hum - ele sabia disso, mas não queria admitir e deixá-la preocupada. 

- Você já comeu? - perguntou estudando o rosto dele.

- Não - olhou para ela, finalmente.

- Vá tomar banho, enquanto eu preparo algo para nós - ela disse saindo do quarto e indo à cozinha.

Ele observou a agilidade da mulher e sorriu levemente. Se intrigava com o fato da devoção de Sakura para com a família. Mesmo depois de todo o sofrimento que ele a fez passar, ela continuava ali, esperando fielmente ele regressar e consertar as coisas, sem nunca abandonar sua preocupação conjugal. 

Ele caminhou para o banheiro e deixou que a água morna do chuveiro caísse sobre seus ombros, enquanto apoiava a testa nos azulejos brancos da parede ao pensar que ele não merecia um milésimo de Sakura e de seu amor sublime, por isso esforçava-se ao máximo para que pelos menos fosse digno de retribui-la... a sua maneira.

Algumas lembranças de pensamentos dele vieram à tona... Quando Sasuke teve certeza de seus sentimentos sobre Sakura, tratou logo de pedi-la em casamento e acabar com a protelação do sofrimento dela, mesmo que não se opusesse ao relacionamento que tinham, ele sabia que poderia e deveria proporcioná-la uma experiência melhor do que caminhadas conjuntas de ambos entre o hospital e a casa dela. Assim, com um discurso com pouco romance e palavras, disse-lhe o suficiente para que ela o entendesse... Ela sempre o entendia...

Ao passo que o moreno tomava banho, ela preparava uma sopa de tomates, e depositou nos pratos, sobre uma travessa, levando até o quarto. Sasuke estava sentado com os cabelos molhados, enxugando-os com uma toalha, dando-lhe um ar extremamente sexy, fazendo Sakura ruborizar. 

- Aqui, Anata - ela depositou a travessa sobre suas pernas. 

Ele sorriu levemente e comeram em conjunto, depois disso. Assim que terminaram ela puxou o assunto sobre Sarada.

- Querido, não sei se é uma boa ideia a Sarada entrar na ANBU...

Ele olhava-a atento, esperando que se explicasse. Sakura reconhecia todas as suas feições, com o tempo foi fácil desarmá-lo. 

- Ela voltou tão isolada e agora que está mais comunicativa... bem... entrar na ANBU a fará recuar novamente... - desviava o olhar constantemente.

Ele permanecia quieto.

- Sabe... não quero que ela trilhe um caminho cheio de escuridão... nossa garotinha já passou por muita coisa. 

Ele fechou os olhos e suspirou, dizendo em seguida: 

- Se não quer que ela siga em diante, ela não vai.

Sakura ficou confusa com as palavras dele. Sasuke percebeu a situação e explicou: 

- Ela não pode ser ANBU se você não a permitir. 

Sakura sorriu.

- Mas adianto - ele continuou ao abrir os olhos - estive com ela quando recebeu o convite de Naruto. E ela estava muito orgulhosa de si, além de ansiosa. 

- Hum - a rosada franziu a sobrancelha - eu só quero o melhor para ela, Anata. 

- Então, por que não deixa ela tentar? Se ela não quiser, pode sair depois. 

- Sabe que não é verdade. O Sai continua realizando missões.

Sasuke suspirou novamente.

- Pode esperar ela voltar, já que não sei para onde ela foi, e depois perguntá-la. 

- Como assim essa menina sai de casa sem avisar? - colocou os pratos na travessa e os levou para a cozinha. 

Sasuke a seguiu, pois interpretou a fala da mulher como uma provocação, mesmo que sem querer, afinal até ele levar Sarada para um treinamento, a Uchiha obedecia às regras as quais a mãe lhe impunha.

- Ela não é mais uma criança, Sakura. 

A mulher que lavava a louça parou chocada. O moreno olhava-a de costas. 

- Eu sei - ela sussurrou, grata por ele não a ver chorar novamente. 

- Sakura - ele chamou. 

Ela permaneceu parada.

- Sakura - chamou novamente, um pouco mais alto.

- Pode falar, Sasuke-kun - ela tentou disfarçar, mas a voz saiu trêmula. 

- Me desculpe por tê-la levado - proferiu.  

Se desculpar por atitudes que faziam Sakura sofrer era quase um hábito para ele, só reforçando o quanto especial aquela mulher era e o quão sortudo ele foi, pois apesar de ter o coração partido e perdido durante a vida, conseguiu encontrar paz e finalmente se permitir sentir amor, tendo os pedaços de seu coração reconstruídos e seu caminho moldado, para um amor, antes impossível. 

Sakura, no entanto, sentia-se confusa. Teria realmente o perdoado? Afinal, a noite passada eles fizeram amor como se a viagem dele e da filha fosse apenas de duas horas, esquecendo-se totalmente de todo sofrimento que passou. Aliás, nas últimas semanas, ficar a sós com ele, a fazia esquecer seus devaneios irritadiços e aproveitar seu grande amor. Era esse o efeito que ele lhe causava. Porém, quando Sarada estava perto, uma pontada de raiva passava pelo seu coração, já que não aproveitou dois anos significativos da vida da filha, e as cartas mal lhe informavam sobre o real estado da menina. Assim, não sabia ao certo o que dizer... não o havia perdoado completamente, mas também não é como se nunca fosse esquecer esse "erro" do marido, porque sempre o perdoava no fim. Ela se conhecia o suficiente para saber que num futuro próximo o perdoaria.

Gostava de pensar que o amor tem um laço inquebrável com o perdão, assim como a relação deles. 

Por fim, decidida, ela se virou e limpou as mãos cheias de espumas nas laterais da calça e se aproximou dele. Levantou a mão direita, ainda úmida, e tocou a pele dele, afagando com ternura a bochecha esquerda. 

- Eu amo você - disse, esperando que ele entendesse seu sentido. 

E assim o fez. Sasuke entendeu perfeitamente a mensagem que ela lhe quis passar e agradeceu em silêncio novamente ao destino por tê-la em sua vida.

A sintonia de olhares deles era perfeita. As orbes negras não deixavam as verdes brilhantes, nem por um milésimo de segundo.

Como forma de carinho e, principalmente, agradecimento, ele levantou o braço direito, pronto para tocar o losango roxo na testa da esposa. Porém, observou ela fechar os olhos e sorrir delicada para o gesto, como se já o apreciasse antecipadamente. Então Sasuke abaixou o braço, mudando o gesto de agradecimento para um beijo casto em seus lábios, o qual surpreendeu positivamente a rosada.  Sakura jogou os braços para trás do pescoço dele, como se nunca mais quisesse separar seus corpos. 

Sasuke puxou-a para mais perto com seu braço direito e ao terminar o beijo, colou sua testa na dela, aproveitando o momento. 

- Sasuke-kun, você está muito quente, vou preparar um chá e lhe dar um remédio. 

- Hum - ele concordou. 

O Uchiha deu um beijo na ponta do nariz dela, fazendo-a ter cócegas e rir, depois a deixou fazer o chá, enquanto ele sentou no sofá esperando paciente o líquido. 

Não demorou muito, até a rosada entregar um remédio pequeno róseo para ele, que o bebeu em seguida do chá.

Sakura estava sentada no sofá ao lado dele e atenta olhava-o tomar o chá. Depois que ele colocou a xícara na mesinha bege e branca de centro, viu ele suspirar e estender o braço direito. Era um convite para ela se aconchegar nele, o qual aceitou feliz. 

Depois de meia hora estavam dormindo juntos no sofá. Ela estava por cima, entre as pernas dele, com o braço esquerdo tocando-lhe as costas e o direito repousava sobre o peito esquerdo, a cabeça estava depositada na curva direita do pescoço do homem. Já Sasuke, entrelaça as próprias mãos ao redor da cintura da mulher, como se a segurasse, e apoiava o maxilar no topo da cabeça dela. Dormiram até o fim da tarde.

Quando Sarada voltou para casa, ela retirou as sandálias e viu os outros dois pares ali no hall, entrou na sala e encontrou os corpos dos pais colados e deitados no sofá bege. Sorriu ao ver a cena.

- Finalmente voltou - Sasuke disse com os olhos cerados. 

- Ah, eu te acordei? - era quase uma desculpa.

- Depois de um tempo soube reconhecer seu chacra a quase cem metros de mim - ele permanecia com os olhos fechados. 

Sarada não sabia interpretar o "depois de um tempo" dele. Afinal, ele se referia ao treinamento ou à paternidade? Mas não deu importância para aquilo, se dirigiu ao seu quarto e dormiu até às oito horas, ao ser acordada pelo pai. 

- A janta está pronta.

- Hum - era um remungo sonolento. 

Ela sentou emburrada e o viu se retirar do quarto em silêncio. Esticou os braços e depois o seguiu, encontrando uma travessa de sushis e outra de temakis. "Finalmente algo sem tomate" agradeceu em pensamento.

- Mocinha, onde você estava durante o dia? - Sakura semicerrou o olhar inquisidora. 

Sarada suspirou. 

- Fui treinar com Boruto - respondeu sentando-se à mesa.

Não era mentira. Depois do sexo e do almoço improvisado, eles foram até o campo de treinamento e lutaram entre si. Dessa vez, o loiro se dedicou ao combate e ganhou a primeira com a última luta.

- Avise da próxima vez! Sabe como eu fico preocupada! - a rosada repreendeu-a com a mão na cintura. 

A menina assentiu e suspirou derrotada. Sakura sentou-se na cadeira da frente e Sasuke ficou entre elas, já abocanhando alguns sushis. 

Eles terminaram a janta e Sarada lavou a louça, enquanto o pai e a mãe sentaram juntos no sofá. 

- Mãe, pode emprestar uma calça sua? Amanhã vou a ANBU e só tenho shorts - Sarada pediu ao sentar no outro sofá, de frente para o casal. 

- Ah, querida, podíamos conversar sobre isso? - ela se ajeitou no sofá.

A chunin piscou duas vezes, esperando uma explicação. 

- Eu gostaria que você não entrasse para a ANBU... 

- Por que isso agora? - questionou com o cenho franzido.

- Ah... - desviou o olhar para suas mãos - tenho medo que você mude, que se torne alguém que não é... é um caminho que eu não escolheria pra você - confessou.

Sasuke apertou delicadamente a mão da esposa, como apoio. Sarada percebeu o toque.

- Mãe, a única coisa que vai acontecer é o meu amadurecimento como ninja. Além disso, meus turnos serão dividos com os turnos da minha equipe atual, assim vou continuar como antes - explicou da melhor forma que conseguiu.

- Se entrar, não será a mesma pessoa, Sarada - os olhos da mãe pesaram sobre a garota.

- Bem, isso cabe à mim decidir - foi duro, mas sincero.

- Acho que devíamos dar um voto de confiança na nossa filha - Sasuke proferiu olhando Sakura de soslaio.

A rosada suspirou a contragosto. Ainda não estava convencida.

- Por que quer tanto entrar na ANBU? - perguntou à filha.

- Hum... só os melhores ninjas estão lá, é uma honra poder fazer parte da segurança de Konoha. 

- Nem todos os shinobis qualificados estão lá. Nem eu e nem seu pai estamos - contrapôs.

- Papai recusou o convite... não sabia que tinha sido chamada - soltou esperando uma resposta explicativa.

- Eu não fui requisitada. Eles não procuram só ninjas habilidosos, procuram algo mais.

Sarada franziu o cenho, pensando o que poderia ser.

- Estará preparada para todos os testes, desconfianças, torturas e investigações? - era a última cartada da mulher.

- Só terei certeza se aceitar o convite. 

Sakura fechou os olhos. Não podia mais rebater. Sentia-se triste pela decisão da filha e os olhos começaram a umedecer. 

Nesse instante, foi surpreendida pelo abraço inesperado e confortável da filha.

- Eu te amo, mamãe - curvava-se sobre a Uchiha.

Sakura chorou baixinho. Sua bebezinha tinha realmente crescido, porém o laço que as unia era tão forte quanto o que a unia ao marido. 

Sasuke sorriu levemente vendo a cena, esticou o braço e completou o abraço familiar.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e comentem o que acharam desse cap SasuSaku ?


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