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História O Capítulo Final - Tudo termina com um copo de bebida


Escrita por: LordeUnderworld

Notas do Autor


Apesar do título, esse ainda não é o capítulo final hauahuaha
Os dois (e últimos) capítulos serão postados simultaneamente aqui no Spirit às 20h do sábado. Não percam! Serão os dois últimos capítulos e a minha despedida de vocês e desse site que me deu tantas alegrias!

Espero ver todos comentando sábado, me mandando boas vibrações e vamos fazer uma despedida linda! Amei todo mundo que conheci nesse spirit (janeiro devo até ir visitar um de vcs no Rio de Janeiro, vamos ver).

Então tudo que quero dizer antes de acabar é que amei escrever essa história e...

Que ainda não acabou.
Boa leitura!

Capítulo 38 - Tudo termina com um copo de bebida


Fanfic / Fanfiction O Capítulo Final - Tudo termina com um copo de bebida

Quando despertei ouvi bips, minha cabeça estava dolorida e sentia como se meu peito fosse explodir. Uma bolsa de sangue estava pendurada ao lado do soro e sentia todos aqueles líquidos entrarem em minha corrente sanguínea. Pensei em tudo o que havia acontecido, o fato de estar em um quarto de hospital me deu uma leve sensação de que nada tinha sido real. Parecia que eu finalmente havia acordado depois de tanto tempo perdido dentro da minha própria mente, como se por um segundo tudo não passasse de uma fantasia. Fiquei em um misto de alívio e preocupação porque se tudo havia sido uma mentira significava que todas as coisas ruins jamais aconteceram. Uma pena que isso também anulava todas as coisas maravilhosas que vi nesses anos.

Meu primeiro pensamento foi com a Força-Tarefa. Pensei em todos eles, a forma como me ajudaram a lutar mesmo que eu tivesse tão pouco a oferecer. Graças a esses pensamentos que me virei e enxerguei aquilo que até então havia passado despercebido para mim: Nico.

— Bom dia, flor do dia! – ele falou, animado, abrindo a bandeja e revelando um potinho de pudim e mingau. – Sabe que eu até gosto de comida de hospital? Tem todos os nutrientes para uma refeição saudável, diversas proteínas, e ainda por cima não engorda. Tirando o gosto de mofo é uma verdadeira iguaria!

Ele pegou um pouco do meu mingau e experimentou. Fez uma careta ruim e tentou disfarçar para depois aproximar a colher de mim.

— Vamos, você tem que comer. Se quiser saber as novidades é melhor rapar o prato!

Ele era ótimo em barganhar. Mesmo meu estômago ainda estando embrulhado e sentindo algo me rasgando devido aos cortes na barriga decidi tentar comer. Engolir o mingau já era difícil o bastante, mas fui à luta.

— Bernardo fez com que o diretor do hospital cedesse toda a ala para a gente – revelou. – Claro que isso inclui uma bela “doação” para os estudos de tratamento de câncer e uma máquina nova de refrigerante para a sala de espera.

Falar pareceu um pouco difícil, mas fui em frente.

— Isso não parece muito certo. E os outros pacientes?

— Eles estão bem, e não é hora para ser altruísta. Damon te golpeou muitas vezes, você tem sorte de estar vivo, e acho que Symon, Chris e Lucas também. Eles estão preparando as coisas para irmos embora.

— Embora?

Meus olhos se arregalaram e me desviei da colher de mingau.

— Desculpe Lorde, mas muita coisa aconteceu enquanto você se recuperava. Nossa missão acabou e estaremos mais seguros em Nova Iorque. Ficaremos aqui até você estiver bem, mas parte da Força-Tarefa irá para lá imediatamente preparar uma prisão adequada para o Damon. Symon disse que conhece uma magia que pode prendê-lo, mas...

— Mas vocês viram o que fiz e acham que talvez não vão precisar.

Estava na hora de falar a respeito do que fiz. Quando coloquei as mãos nas têmporas de Damon pela primeira vez e lhe dei minhas visões vi que havia mais uma coisa que eu poderia fazer: Eu podia tirar as lembranças dele e apagá-las. E foi exatamente o que fiz quando estávamos na roda de fogo e ele veio para me matar.

Apaguei dados da mente dele. Talvez coisas demais.

— Como ele está?

— Quer saber como o Damon está? – perguntou, surpreso. – O cara é um sociopata perigoso e merece seja lá o que você fez.

— Por favor – pedi. – Me mostre.

Nico mordeu o lábio, pensou no que deveria fazer. Meu olhar pidão fez ele tirar o celular do bolso e me mostrar um vídeo. Nele havia Damon sentado em frente à janela. Provavelmente estávamos no mesmo hospital devido aos quartos parecidos e ele observava a paisagem com atenção. Quase hipnotizado.

— Damon está nessa mesma posição há quase seis horas. Não se mexe, não fala, não comeu nada e ninguém sabe o que há de errado com ele. Parece até que passou por uma lobotomia.

— Não foi o que eu fiz.

— Eu disse que parece – ele viu que eu estava mal pelo que fiz. – O que aconteceu, Lorde?

Pensei um pouco antes de responder.

— Não sei como explicar, simplesmente aconteceu. Sabia que poderia ajeitar as coisas se apagasse as memórias dele, mas... Acho que exagerei na dosagem.

— Você apagou mais do que deveria.

Virei o rosto para longe do vídeo e Nico guardou o celular, voltando com a bandeja com o mingau e se aproximando.

— Vamos, volte a comer. Precisa juntar forças para sair desse hospital. Assim que estiver melhor te levamos para casa. O Filipe ainda está em cirurgia, mas Bernardo e eu ficaremos aqui de guarda.

— O Filipe vai sobreviver?

— Parece que sim, os médicos estão confiantes. Acho que tivemos muita sorte nesse ataque, sobrevivemos e creio que seja tudo graças à você.

Sorri de lado, sabendo que ele estava certo. Analisei muitas linhas do tempo para chegar a um futuro provável onde a maioria de nós estaria.

— Ninguém morreu... Exceto o Jessie – ele baixou a cabeça. – Parece que o corpo foi encontrado em meio aos escombros. O fogo deixou difícil de identificação, mas Lucas foi ao necrotério e está acertando tudo. Ele parece destruído.

— Imagino...

— Conversei com o pai biológico do Chris, parece que vão deixa-lo com o Lucas na condição que ele vá conosco para os Estados Unidos. Acho que assim todos poderão ficar de olho no garoto.

— E o que o Lucas acha disso?

— Ele não tem escolha, vai fazer o que for melhor para a criança. Ele será um bom pai, sei que a guarda ficará com ele e tudo vai acabar bem. O que me preocupa de verdade é a história que você contou quando estava possuído.

Me lembrei da cena, do momento em que falei que o Damon era a minha alma gêmea. Fiquei incomodado de Nico me perguntar aquilo, mas me ajeitei na cama e esperei pelo que viria. Queria poder dar uma espiada no futuro para saber quais seriam suas próximas palavras, mas estava fraco demais para isso.

— Essa ligação entre o Damon e você. Existe mesmo? Foi por isso que nos impediu de mata-lo?

— Sim, a ligação existe, nós estávamos destinados a nos encontrarmos, casarmos e tudo o mais, porém fomos interrompidos por uma mulher que só queria se divertir às custas de um garoto de rua. Ela deve ter visto tudo o que aconteceu de camarote.

— Ela é alguma nova vilã que temos de nos preocupar?

— Não, com certeza não. Somos formigas perto ela, não podemos lutar.

— Mas, Lorde, se ela causou isso tudo o certo seria irmos atrás dela e garantir que não faça de novo.

— Acho que não me entendeu, Nico – me aproximei para deixar minhas palavras bem claras. – Não existe nenhum futuro possível em que possamos vencê-la. Zero! Algumas pessoas acreditam no diabo, mas aquela mulher, ela é muito mais poderosa. Ouve tudo, vê tudo, é capaz de tudo. Ela pode estar do outro lado do mundo e ouvindo cada palavra do que estamos conversando. O poder dela vai muito além de qualquer coisa que verá na sua vida, então a única coisa que podemos fazer é torcer para que o nosso destino nunca mais cruze com o dela.

Tentei não transparecer, mas havia medo em minha voz.

Nico deve ter percebido isso, arqueou as sobrancelhas e resolveu que o melhor a fazer era deixar o assunto de lado. Na minha mente haviam cinco futuros possíveis e em dois deles o Nicolau ia atrás de informações sobre ela.

Torcia para que isso não acontecesse. A guerra havia acabado, cada um seguiria com a sua vida e esqueceria de tudo o que houve. As coisas voltariam ao normal. Contava com isso.

 

POV Bernardo

 

A cirurgia demorou mais do que o esperado, coloquei dois médicos à disposição do meu pai, os subornei e disse que se algo acontecesse eu mesmo ia me encarregar para que perdessem os diplomas. Sei que pode ser exagero, mas eu só queria a excelência deles e não estava disposto a arriscar a vida do meu único parente vivo por incompetência.

Fiquei na sala de espera enquanto Nico cuidava do Lorde, evitei sequer olhar para o quarto onde estava o Damon, e quanto mais o tempo passava mais eu ficava preocupado.

— Aqui, peguei um café para você – disse Felipe, deixando o Liam de guarda no quarto do Damon e vindo se sentar ao meu lado. – Está quente.

Bebi um pouco e abandonei o café, que estava horrível.

Precisava relaxar um pouco, tirar a cabeça de todo o desastre que as coisas haviam se tornado. Tínhamos vencido! Menos uma guerra, isso deveria ser muito bom, mas para mim terminaria apenas quando me dissessem que meu pai estava bem, que ele tinha saído de mais um perigo.

— A polícia logo vai chegar – lembrou Felipe. – É procedimento do hospital avisar quando alguém dá entrada baleado.

— Vou suborna-los.

— Não diga isso, não pode subornar todo mundo – ele escorou o braço no acento e quis conversar comigo. – Olha, sei que não nos demos muito bem no começo, mas estou aqui para te ajudar. A história que vamos circular é que sobrevivemos ao prédio que explodiu por conta do vazamento de gás. Algumas pessoas quiseram se aproveitar do desastre e foram roubar o que sobrou do hotel, seu pai foi vítima de um ladrão. Entendeu?

— É uma boa história.

— Tive tempo para cria-la – decidi tomar mais um gole do café enquanto ele respirava fundo e olhava para o relógio da parede, parecendo entediado. – Compramos um carro com o seu dinheiro, é bom informar. Colocamos a espada no porta-malas, Symon acabou de ligar e disse que reservou o jato para voltarmos aos Estados Unidos. Provavelmente o Lorde vai querer ficar, a vida dele é aqui no Brasil.

— É uma pena. Já estava começando a me apegar a ele.

—  Todos nós estávamos. – ele fez uma pausa antes de continuar - O funeral dos que morreram será em Nova Iorque, Lucas confirmou que o corpo que encontraram é mesmo do Jessie.

Merda!

E eu achando que a hora das perdas havia acabado. Senti uma pequena dor no peito quando ouvi aquilo, Jessie era uma das melhores pessoas que conheci. Ele era forte, aguentou muito desde a morte do marido e merecia mais do que um destino como aquele. Limpei o rosto, ainda atordoado.

— Thomas ainda está em choque – continuou. – Ele... Está sofrendo mais do que qualquer um com a morte do Jessie, vou conversar com ele um pouco depois que as coisas se acalmarem. Temos alguns dias aqui no Brasil para acertamos as coisas e colocarmos tudo no lugar. Precisamos estar mais unidos do que nunca.

— Entendo isso, e prometo que estou disposto a evitar divergências daqui para frente. Não farei nada sem consultar toda a Força-Tarefa.

— Sei disso. Olha, Bernardo... Você não é o homem que eu pensei que fosse – ele olhou para as próprias mãos, parecendo envergonhado. – Teve a chance de matar o Damon, mas não fez. Admiro isso em você, sei que fez a coisa certa.

— Só agi pelo Lorde, ele não queria que eu fizesse.

— E é por isso que preciso me desculpar por todos os atritos que tivemos desde que entrei na Força-Tarefa. Não era fácil para mim compartilhar espaço com alguém com a personalidade forte igual à sua, achava que seria capaz de tudo para se vingar e eu estava errado – ele sorriu para mim. – É por isso que quero te pedir para ser meu padrinho.

Arregalei os olhos com aquele convite, sinceramente não era algo que eu esperava. Sabia que aquele era um cargo destinado ao Jessie, Felipe e ele eram amigos e de todos na Força-Tarefa eu devia ser o mais longe de alguém confiável para o Felipe. Esse cargo ser passado para mim era quase como se o universo tivesse virado de ponta cabeça.

— Felipe... Você tem certeza?

— Claro que tenho, é uma forma de reatar nossos laços e eu te dizer que confio em você. Liam e eu vamos nos casar o quanto antes e quero muito que esteja lá. Você aceita?

— Se eu aceito? É claro que aceito. Vai ser uma honra!

Lhe dei um abraço e sinceramente me achei estranho. Como se estivesse fazendo algo... Normal. Sei lá, passei tanto tempo entre vinganças, tiroteios, mortes e planos para fazer justiça que simplesmente tinha esquecido como essas simples ligações humanas às vezes são importantes. Felipe se levantou e foi ver o Liam.

Fiquei sentado com um sorriso bobo estampado.

Talvez fosse bom uma pausa em salvar o mundo e ser normal.

 

1 DIA DEPOIS...

 

— Ai meu Deus! Pare de querer me jogar para todos os caras que aparecem! – falei, envergonhado, depois que meu pai tentou me empurrar para o médico de olhos verdes e barba comprida que veio ver como ele estava. Confesso que até fiquei interessado no tipo, mas o Filipe não era nem um pouco discreto, deixando claro, em alto e bom som, para todo mundo que eu era gay e solteiro.

— Mas ele era gatinho.

— Não era o meu tipo e o senhor sabe muito bem disso – peguei a bandeja e aproximei dele. – Hora de comer, o médico disse que você tem de se recuperar.

— Eu já estou bem, filho. E com certeza não quero essa comida horrível de hospital. Vá lá embaixo e pegue umas empadas na cantina.

— Desculpa, mas não desobedeço ordens médicas!

Ele me deu língua, chateado.

Todos que paravam para conversar com a gente achavam que éramos irmãos. Também, meu pai tinha cara de jovem e quando me adotou eu já era mais velho, o Caleb que era pequeno e aparentemente indefeso naquela época. Fiquei olhando para ele enquanto ele observava a comida e pensei na sorte que eu tinha em ainda tê-lo comigo.

Todos da Força-Tarefa estávamos nos revezando para ver o Lorde e cumprimenta-lo por tudo o que fez por nós, mas na maior parte do tempo eu ficava no quarto com o meu pai. Dormia na cadeira pouco confortável ao lado dele, pegava a bandeja de comida e via os horários dos remédios. Não era a primeira vez que ele parava em um hospital, e sempre era por minha causa.

— Sabe, achei ótimo o Felipe ter te chamado para ser o padrinho dele, você tem bons amigos.

— Obrigado. Achei um pouco louco no começo, mas estou me acostumando com a ideia. Estou pensando em dar para ele e o Liam aquela nossa antiga casa nos Hamptons.

— Eles são pessoas simples, filho. Pense em algo menos sofisticado.

— Posso comprar um prédio em Nova Iorque.

— Talvez.

— Uma pousada?

— Olha...

— Um apartamento?

Ele riu, achando graça da minha vontade de querer agradar os noivos.

Houve algumas batidas na porta e então Symon entrou.

Ele estava abatido, segurava a barriga como se sentisse dor e os olhos com olheiras. Todos os três ligados ao Lorde estava assim, parece que a ligação deles era forte e todos estavam mal, mas pelo menos sobreviveriam.

— Está tudo bem aqui? – ele perguntou. – Estamos pensando em ir ao bar comemorar o fim dos problemas com o Damon. Quer ir, Ben?

— Não, obrigado. Diga aos seguranças que contratei para ficarem de olho no quarto do Damon, okay?

— Okay. Eles estão atentos. O Damon não fala nem se mexe vai fazer dois dias, então parece que tudo está calmo por enquanto.

Foi ótimo ouvir isso. Derrotar o Damon era tudo o que eu queria por muito tempo. Symon saiu dali e fiquei sozinho com meu pai. Ele me olhou de um jeito que parecia me julgar. 

 — Bernardo...

— Nem vem, pai. Não estou com a mínima vontade de sair.

— Vá, interaja um pouco. Quem sabe no bar não encontra um rapaz que...

— Por favor, para. Sei que quer meu bem, mas isso já está ficando chato. Não quero ninguém, já tenho você e é tudo o que preciso.

Ele bufou, não gostando da resposta.

Sabia que ele não queria nada comigo além de uma relação de pai e filho e por mais que eu ainda fosse apaixonado por ele, sabia que aquele era um amor impossível. Mesmo assim estava bem do jeito com que estávamos e acho que queria que tudo continuasse assim.

— Diga, Ben, o que teria acontecido se eu tivesse morrido naquele prédio?

Não entendi o motivo da pergunta, mas imaginar minha vida sem ele era perturbador.

— Você teria ficado sozinho, provavelmente o Damon estaria morto e todos iriam em seguida para algum arriscado de plano de vingança. Não quero isso para você. Quero que seja feliz junto de alguém que te ame, que tenha uma boa vida e que não fique sozinho – ele apontou para as portas. – Não sou sua única família, aqueles garotos também são. Então se levante, vá lá, comemore com eles e siga com a vida. É o melhor a se fazer, filho.

Mordi o lábio, pensativo, mas no final das contas Filipe tinha razão. Acho que devia ser o melhor que eu poderia fazer, então beijei sua testa e o abracei tendo cuidado com os pontos para não machucá-lo.

Eu amava meu pai mais que tudo nessa vida e se me ver com meus amigos o faria bem e o deixaria aliviado, não tinha nada a perder com isso.

Saí do quarto e fui para o bar.

 

POV Felipe

 

— Um brinde ao Lorde e tudo o que ele fez por nós! – falei, erguendo o corpo de cerveja depois que todos se sentaram contornando uma mesa.

Estávamos em um bar simples, um boteco perto do hospital. Lucas tinha deixado o Chris com uma babá, ele e Symon pareciam um pouco melhores conforme a recuperação do Lorde ia prosseguindo. Liam estava ao meu lado com as pernas cruzadas e o copo cheio, assim como Nico e Thomas que estavam juntos e pareciam se entender pouco a pouco.

Fizemos o brinde e logo vimos o Bernardo se aproximar. Dei espaço para que ele se sentar com a gente.

— Decidiu vir então – viu Symon, cumprimentando o Ben.

— Sim, acho que preciso comemorar um pouco e relaxar depois de tudo. Foram longos meses.

— Nem me fale – lembrei, virando o copo. – Mas tudo deu certo. Mesmo com todas as perdas conseguimos o Liam de volta, sobrevivemos aos ataques do Damon e agora estão todos convidados para o meu casamento!

Urros de todos os lados. As mesas próximas ouviram a palavra “casamento” e começaram a bater palmas.

— Então é isso – disse Nico. – Acabou a Força-Tarefa?

Houve um segundo de silêncio entre nós. Ninguém tinha pensado em como seria depois que o Damon não fosse mais uma ameaça.

Thomas pareceu incomodado.

— Acho que por mais que não tenhamos o Damon como ameaça, a Força-Tarefa ainda é importante – disse Thomas. – Cada um aqui tem grandes habilidades, e acho que podemos ajudar pessoas com isso.

— Ele tem razão – continuou Liam, e passei meu braço em volta dele enquanto ele falava. – Temos experiência para lutar, podemos ajudar pessoas e fazer a diferença.

— Façam o que quiserem – disse Lucas, bebendo já seu terceiro copo. – Eu vou pegar o meu filho e ir para o mais longe possível para que ele possa ter uma vida normal.

Uma vida normal parecia tentador. Liam e eu não precisávamos mais fugir da polícia, Bernardo se encarregou disso. Poderíamos parar, ter uma casa, um emprego e uma boa vida mesmo com os problemas psicológicos dele. Talvez fossem bom finalmente parar, mas Liam indicou que queria outra coisa.

— Não vou deixar de ajudar outras pessoas. Todos nessa mesa sofreram coisas inimagináveis ao longo da vida, mas conseguimos dar a volta por cima. Acho que é nossa responsabilidade continuar, encontrar outras pessoas que estão passando pela mesma coisa, gente que sofre como eu sofri na minha infância. Vou atrás dessas pessoas, e vou ajuda-las.

Aquele discurso soava como o meu Liam, o meu verdadeiro Liam. Não era algo que o Faz-Tudo ou o Matador diriam. Sorri comigo mesmo, contente por ele estar voltando aos poucos para mim. Beijei sua testa e por dentro acabei mudando de opinião. Liam tinha razão, enquanto existissem pessoas que precisavam de ajuda, era o nosso dever intervir.

— Então mais um brinde, à um novo futuro para a Força-Tarefa – decidi fazer o brinde.

Todos levantaram os copos, mesmo o Lucas um pouco a contragosto. Comemoramos naquela noite. O bar se transformou logo em uma pequena balada e ficamos dançando uns com os outros. Puxei o Liam para uma pilastra e ficamos nos beijando durante toda a noite. Ele era perfeito daquele jeito dele, e nunca iria deixar de amá-lo.

No meio da festa fiquei observando os outros. Hugo se divertia com um copo de refrigerante na mão, ficando com os olhos grudados em James que dançava com o Symon grudadinho. Lucas sentou e se embebedou; Bernardo ficou com uma carranca séria, sentado mesmo sob os protestos dos outros para se levantar e dançar. Havia ainda o Nico e Thomas, os dois ficaram conversando e dava para ver como o Thomas estava arrasado. Houve um momento em que ele parou e colocou a cabeça sobre o ombro do Nico, começando a chorar por conta da perda.

De qualquer forma a noite foi boa. Nos misturamos a uma galera que conhecemos e ficamos assim, bebendo, rindo, esquecendo do restante do mundo como se só aquele momento fosse importante. Foi um dos nossos melhores dias em que passamos juntos, num misto de diversão e libertação.

Enfim a luta havia acabado.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
E até sábado, às 20h!


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